Olá, boa tarde.
Até à hora de fecho deste Expresso Diário o caso de Tancos ainda não fez mais nenhuma vítima após a demissão, na quarta-feira, do Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, mas as ondas de choque ainda se fazem sentir e o tema volta a fazer manchete nesta edição.
O nome do tenente-general Fernando Serafino, vice-CEME, aparece numa escuta na investigação à recuperação das armas roubadas em Tancos embora não seja um dos protagonistas do telefonema. Caso venha a ser o sucessor de Rovisco Duarte – uma escolha vista como natural no meio militar, até por ser o mais antigo na hierarquia –, o topo do ramo continuará sob o foco da pressão mediática, pelas dúvidas sobre se sabia ou não do encobrimento. Mas como referem os jornalistas Hugo Franco, Joana Pereira Bastos e Vítor Matos, esta não é a única polémica em que Serafino se vê envolvido, já que foi diretor-geral de Armamento quando Paulo Portas era ministro e foram assinados contratos polémicos, como o dos submarinos, e o general Silva Viegas demitiu-se de CEME por causa da sua promoção.
O presidente executivo da EDP enviou uma carta a todos os trabalhadores do grupo para elogiar os esforços que a empresa está a fazer para recuperar as redes elétricas na sequência da tempestade do último domingo. “Estávamos preparados, mas a tempestade Leslie não deixou de ser uma situação crítica com impacto nas redes de média e alta tensão que ficaram bastante danificadas, tornando os trabalhos de reparação mais longos e incertos quanto à sua estimativa de conclusão”, diz António Mexia na sua comunicação – à qual o jornalista Miguel Prado teve acesso. Nessa nota, Mexia deixa um agradecimento especial às pessoas da EDP Distribuição, “totalmente dedicadas e incansáveis” no restabelecimento de energia em mais de 300 mil casas.
Outros temas do Expresso Diário desta quinta-feira:
“O cardápio todo dos crimes ligados à corrupção”. Presidente do Turismo do Porto suspeito de desvio de 5 milhões de euros
O presidente da entidade pública responsável pela divulgação da região Norte, Melchior Moreira, é um dos cinco detidos na operação Éter, suspeito de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e viciação fraudulenta de procedimentos concursais. Além de outros dois dirigentes do Turismo do Porto e Norte, estão envolvidos no esquema de desvio de fundos públicos o gestor de duas empresas, uma de publicidade e outra de equipamento tecnológico, como conta a jornalista Isabel Paulo.
“Somos índios, resistimos há 500 anos. Fico preocupado é se os brancos vão resistir”
Há 30 anos, em plena Assembleia Constituinte, pintou o rosto de negro, declarou guerra aos políticos brasileiros e venceu. Ailton Krenak tem agora 65 anos, já viu muito e recorda-se do que não viu numa memória que lhe foi legada pelos antepassados. Líder indígena, assume-se e ao seu povo como sobreviventes de um genocídio. Mas teme pelo futuro dos brancos, aqueles que nunca aprenderam a pisar com leveza a “Mãe Terra” e que por isso poderão acabar “enterrados no próprio vómito”. Leia a entrevista conduzida pela jornalista Christiana Martins.
Brasil. É fazer força para respirar
O calendário corre e a segunda volta das presidenciais brasileiras (28 de outubro) aproxima-se a passos largos. Num artigo de opinião, Renato Lessa, ex-presidente da Biblioteca Nacional do Brasil, professor associado de Filosofia Política da Universidade Católica do Rio de Janeiro e investigador associado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, alerta para “demônios ativados” que “não voltarão às garrafas”.
Alojamento Local tem novas regras. Saiba quais são
A nova legislação do Alojamento Local dá mais poder às câmaras municipais e aos condomínios nos registos futuros, mas também obriga os atuais proprietários a fazer alterações, como ter um seguro multirrisco obrigatório ou um livro de informações em quatro idiomas. A jornalista Ana Baptista dá-lhe conta de tudo o que muda.
O défice zero é um hímen
Na sua crónica semanal, o editor de Economia do Expresso centra o seu texto na frase “o défice zero não é um íman”, dita esta semana por Mário Centeno numa entrevista ao “Negócios”. João Silvestre diz que o ministro das Finanças “tem toda a razão. Se fosse um íman, teria magnetismo suficiente para atrair as contas públicas para o equilíbrio mais cedo. Algo que não aconteceu durante as mais de quatro décadas de democracia. Em bom rigor, também não vai acontecer ainda em 2019, porque o Governo tem uma meta de 0,2% do PIB”. E conclui: “Não, o défice zero não é um íman. É um hímen. Depois de rompido já não é possível voltar atrás.”
E porque hoje é quinta-feira é dia de conto no Expresso Diário, como sempre assinado por Bruno Vieira Amaral. Título: “Nossa Senhora dos Anjos”. Não perca.
São estas as minhas principais sugestões. Boas leituras.
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