Fundão (Castelo Branco)
Vista panorâmica da cidade do Fundão | |
Gentílico | Fundanense |
Área | 700,20 km² |
População | 29 213 hab. (2011) |
Densidade populacional | 41,7 hab./km² |
N.º de freguesias | 23 |
Presidente da câmara municipal | Paulo Alexandre Bernardo Fernandes (PSD) |
Fundação do município (ou foral) | 1747 |
Região (NUTS II) | Centro (Região das Beiras) |
Sub-região (NUTS III) | Cova da Beira |
Distrito | Castelo Branco |
Província | Beira Baixa |
Orago | São Martinho |
Feriado municipal | 15 de Setembro (Santa Luzia) |
Código postal | 6230 |
Sítio oficial | www.cm-fundao.pt |
Municípios de Portugal |
O Fundão é uma cidade portuguesa no distrito de Castelo Branco, na província da Beira Baixa, região do Centro (Região das Beiras) e sub-região da Cova da Beira, com cerca de 8 750 habitantes.[1]
É sede de um município com 700,20 km² de área[2] e 29 213 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 23 freguesias.[5] O município é limitado a norte pelos municípios da Covilhã, Belmonte e Sabugal, a leste por Penamacor e Idanha-a-Nova, a sul por Castelo Branco, a sudoeste por Oleiros e a oeste por Pampilhosa da Serra.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
Na freguesia do Telhado fica um povoado pré-histórico, provavelmente o mais antigo da Beira Interior, que os arqueólogos estimam ter cerca sete mil anos.[6]
Na Idade do Ferro, desde o ano 1000 a.C. até à sua destruição pelos Romanos, houve no topo do Monte de São Brás (na Serra da Gardunha) um Castro lusitano. Este foi substituído por uma villaou núcleo de edifícios agriculturais no tempo do Império Romano(por baixo da Rua dos Quintãs). Julga-se que a villa foi substituída por uma mansão senhorial fortificada na Alta Idade Média. O topónimo do local Fundão foi pela primeira vez referido em documento de 1307, e depois 1314 e 1320 referindo 32 casas. Nessa altura ficava aquém em população e influência, a várias aldeias que hoje fazem parte do seu concelho, como a do Souto da Casa.
A história do Fundão enquanto centro urbano preeminente é condicionada desde o inicio pelos cristãos-novos, assim como a dos concelhos vizinhos de Belmonte e da Covilhã.[7] Após a expulsão dos judeus espanhóis (sefarditas) em 1492 pelos Reis Católicos, Fernando e Isabel, grande número de refugiados veio a estabelecer-se na Cova da Beira, onde já havia minorias judaicas significativas.
Foram estes imigrantes, fundando bairros dos quais o mais importante situava-se em volta da Rua da Cale (Rua do Encontro ou da Sinagoga em Hebraico) que permitiram ao Fundão assumir as dimensões de uma verdadeira cidade. O influxo de mercadores e artesãos judeus transformaria a cidade num centro importante para o comércio e a indústria.
Com o estabelecimento da Inquisição, começou um período de estabilidade doutrinal, embora nem mesmo assim alguns cristãos-novos, mal convertidos por preferência aos bens materiais, trouxeram desassossego à população.
"Entre as personalidades de grande relevância, naturais do Fundão, regista-se António Fernández Carvajal (c.1590– 1659), grande empresário que, perseguido pela inquisição, se veio a instalar em Inglaterra onde acabou por sediar uma grande empresa de navegação comercial oceânica".[8][9][10]
Ainda hoje são frequentes os nomes dos cristão-novos nos habitantes da região. A cidade perdeu assim nessa altura uma parte do seu dinamismo económico em troco da tranquilidade, confiança e ordem para todos.
Em 1580 os notáveis da cidade deram o seu apoio ao Prior do Crato D. António, contra as pretensões do Rei de Espanha D. Filipe II (Filipe I de Portugal). Nesse ano elevaram unilateralmente eles próprios o Fundão ao estatuto de Vila. O concelho foi fundado em 1747 por ordem de D.João V, emancipando-o da Covilhã.
No período do Iluminismo do fim do Século XVIII, o então primeiro-ministro do reino, o Marquês de Pombal, após equiparar legalmente os cristão-novos aos cristão-velhos, procurou restaurar a preeminência económica da cidade fundando a Real Fábrica de Lanifícios, onde hoje está situada a Câmara Municipal. Nessa altura voltaram a ser exportados em quantidade os tecidos de lã do Fundão. No século XIX o Fundão foi saqueado durante as Invasões Francesas, e voltou a sofrer durante a Guerra civil entre os Liberais pró-D. Pedro IV e os Miguelistas pró-D. Miguel.
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