Chaves (Portugal)
Torre de menagem do Castelo de Chaves | |
Gentílico | Flaviense |
Área | 591,23 km² |
População | 41 243 hab. (2011) |
Densidade populacional | 69,8 hab./km² |
N.º de freguesias | 39 |
Presidente da câmara municipal | Nuno Vaz (PS) |
Fundação do município (ou foral) | 1258 |
Região (NUTS II) | Norte |
Sub-região (NUTS III) | Alto Tâmega |
Distrito | Vila Real |
Província | Trás-os-Montes e Alto Douro |
Orago | Santa Maria Maior |
Feriado municipal | 8 de Julho (2.ª Incursão Monárquica) |
Código postal | 5400-150 Chaves |
Sítio oficial | www.chaves.pt |
Municípios de Portugal |
Chaves (OTE) é uma cidade portuguesa do Distrito de Vila Real, Região Norte, sub-região do Alto Tâmega, com cerca de 18 500 habitantes no seu perímetro urbano [1], sendo por isso a segunda maior cidade do Distrito de Vila Real. É sede de um município com 591,23 km² de área[2] e 41 243 habitantes[3] (2011), subdividido em 39 freguesias.[4]
O município é limitado a norte pela Espanha, a leste pelo município de Vinhais, a sudeste por Valpaços, a sudoeste por Vila Pouca de Aguiar e a oeste por Boticas e Montalegre.
Como principais vias de acesso apresenta a EN103 (começa em Neiva, perto de Viana do Castelo, onde entronca com a EN13, e prolonga-se por uma paisagem multifacetada pelo Este do Alto Minho, e por toda a zona Norte de Trás-os-Montes, passando por localidades como Braga, Chaves, Vinhais, até acabar em Bragança) e a A24(Chaves-Viseu). Apresenta também uma zona industrial com várias empresas de destaque regional. Pode-se afirmar que é uma cidade empreendedora pois, a nível de turismo, apresenta casas de turismo rural e bons restaurantes para os grandes apreciadores de gastronomia Transmontana.
Índice
[esconder]- 1História de Chaves
- 2População
- 3Evolução da população - 1864 a 1991
- 4Densidade populacional
- 5Topónimos
- 6O primeiro livro impresso em português
- 7O Tratado de Confissom
- 8Titus Flavius Vespasiano
- 9Recursos hídricos
- 10Património
- 11Igrejas e capelas
- 12Gastronomia
- 13Escola Superior de Enfermagem
- 14Espaços públicos
- 15Cultura e desporto
- 16Jardim das Freiras
- 17Associações locais
- 18Eurocidade Chaves-Verín
- 19A Eurocidade
- 20Tradições e festividades
- 21Imprensa local e regional
- 22Política
- 23Zonas arqueológicas
- 24Freguesias
- 25Flavienses ilustres
- 26Geminações
- 27Referências
- 28Ligações externas
História de Chaves[editar | editar código-fonte]
Pré-história[editar | editar código-fonte]
A presença humana na região do concelho remonta ao Paleolítico, conforme inúmeros testemunhos de Mairos, Pastoria e de São Lourenço, dentre outros locais, e das civilizações proto-históricas, nomeadamente nos múltiplos castrossituados no alto dos montes que envolvem toda a região do Alto Tâmega.
A Antiguidade[editar | editar código-fonte]
À época da invasão romana da Península Ibérica, os romanos instalaram-se no vale do rio Tâmega, onde hoje se ergue a cidade e, construíram fortificações pela periferia, aproveitando alguns dos castros existentes.
Para defesa do aglomerado populacional foram erguidas muralhas e, para a travessia do rio, construíram a ponte de Trajano. Fomentaram o uso das águas quentes mínero-medicinais, implantando balneários Termais, exploraram minérios, com destaque para filões auríferos, e outros recursos naturais. Acredita-se que a ponte de Trajano foi construída com o auxílio dos legionários da Sétima Legião (Legio VII Gemina Felix).
Tal era a importância desse núcleo urbano, que foi elevado à categoria de Município no ano 79 d.C. quando dominava Tito Flávio Vespasiano, o primeiro capit da família Flávia. Daqui advém a antiga designação Aquae Flaviae da actual cidade de Chaves, bem como o seu gentílico — flaviense.
Calcula-se pelos vestígios encontrados que o núcleo e centro cívico da cidade se situava no alto envolvente da área hoje ocupada pela Igreja Matriz. Ainda hoje lembra a traça romana, com o Fórum, o Capitólio e o Decúmanus, que seria a rua Direita. Foi nessa área que foram e ainda são (2006) encontrados os mais relevantes vestígios arqueológicos, expostos no Museu da Região Flaviense, como o caso de uma lápide alusiva a um combate de gladiadores.
O auge da dominação romana verificou-se até ao início do Século III, aquando da chegada gradual dos vulgarmente apelidados bárbaros. Eram eles os Suevos, Visigodos e Alanos, provenientes do leste europeu e que puseram termo à colonização romana. As guerras entre Remismundo e Frumário, na disputa do direito ao trono, tiveram como consequência a quase total destruição da cidade, a vitória de Frumário e a prisão de Idácio, notável Bispo de Chaves. O domínio bárbaro durou até que os mouros, oriundos do Norte de África, invadiram a região e venceram Rodrigo, o último monarca visigodo, no início do Século VIII. Nestas épocas,aqui tinha sede o bispado flaviense,cujo bispo mais notável foi Idácio,célebre escritor e que muito deixou de informação acerca dos Suevos.
Com os árabes, também o islamismo invadiu o espaço ocupado pelo cristianismo, o que causou uma azeda querela religiosa e provocou a fuga das populações residentes para as montanhas a noroeste, com inevitáveis destruições. As escaramuças entre mouros e cristãos duraram até ao século XI. A cidade começou por ser reconquistada aos mouros no século IX, por D. Afonso, rei de Leão que a reconstruiu parcialmente. Porém, logo depois, no primeiro quartel do século X, voltou a cair no poder dos mouros, até que no século XI, D. Afonso III, rei de Leão, a resgatou, mandou reconstruir, povoar e cercar novamente de muralhas.Já aqui prosperava uma importante judiaria,cuja sinagoga se situava num edifício entre a Travessa da Rua Direita,e a Rua 25 de Abril,onde se lê em antiga inscrição na soleira da porta o nome "Salomão".
O edifício existe,de grande portal encoberto e em degradação (aqui chamado "casa de rebuçados da espanhola"), em lugar cimeiro do típico casario das "muralhas novas".
Foi por volta de 1160 que Chaves integra o país, que já era Portugal, com a participação dos lendários Ruy Lopes e Garcia Lopes, tão intimamente ligados à história da terra.
Pela sua situação fronteiriça, Chaves era vulnerável ao ataque de invasores e como medida de protecção D. Dinis (1279-1325), mandou levantar o castelo e as muralhas que ainda hoje dominam grande parte da cidade e a sua periferia. Cenário de vários episódios bélicos no século XIX celebra a 20 de Setembro de 1837, a Convenção de Chaves, após o combate de Ruivães, que pôs termo à revolta Cartista de 1837, ou revolta dos marechais.
Neste concelho, na freguesia de Calvão, aconteceram várias aparições Marianas na década de 1830, foi aí construído o Santuário da Senhora Aparecida.
A 8 de julho de 1912 travou-se um combate entre as forças monárquicas de Paiva Couceiro e as do governo republicano, chefiadas pelo coronel Ribeiro de Carvalho, de que resultou o fim da 2.ª incursão monárquica. Os intervenientes republicanos desse combate foram homenageados na toponímia de Lisboa, com a designação de uma avenida, a Avenida Defensores de Chaves, entre a Avenida Casal Ribeiro e o Campo Pequeno. A 12 de março de 1929 Chaves foi elevada à categoria de cidade.
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