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MARTIM SILVA
DIRETOR-EXECUTIVO
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As adopções da IURD. Lula. A venda de casas (os meus destaques do Expresso)
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Bom dia. A primeira página do Expresso desta semana está assente em dois grandes temas. Uma investigação às chamadas adopções ilegais da IURD. E um extenso trabalho sobre o que se está a passar no Brasil, com a prisão iminente de Lula da Silva. Estes dois trabalhos espelham bem aquilo que queremos fazer do Expresso que chega às suas mãos. Por um lado uma investigação profunda, detalhada, exaustiva e independente sobre um assunto. A Raquel Moleiro e a Joana Bastos estiveram dois meses a tratar do assunto. Falaram com dezenas de pessoas. Consultaram centenas de documentos e processos. Leram milhares de páginas. O resultado são três páginas de excelente jornalismo. Sobre Lula, o que fizémos foi perante a detenção iminente do antigo presidente do Brasil juntar uma equipa de jornalistas e dar-lhe tudo sobre um dos temas fortes da semana. Temos entrevistas, análise, opinião, notícias, frente-a-frente.
Mas nas quase duzentas páginas da edição desta semana vai seguramente encontrar muito mais para ler. Boas leituras e um excelente fim de semana. Estes são os meus destaques:
Investigação. O caso das adopções da IURD O Expresso teve acesso, na íntegra, a todos os processos que envolvem os oito menores adotados do Lar Universal nos anos 90 e que estão a ser investigados pelo DIAP, Conselho Superior de Magistratura, Conselho Superior do Ministério Público e Segurança Social, na sequência da reportagem “Segredo dos Deuses”, emitida em dezembro pela TVI. Nesta investigação, o Expresso falou com todas as “crianças” — hoje adultos —, com as instituições envolvidas, com pais adotivos e com os advogados dos pais biológicos. Através do cruzamento dos dados é possível escrever toda a história das adoções de Vera, Luís, Fábio, Filipe, Pedro, Raquel, Daniela e Catarina. A Justiça já pôs de parte a existência de uma rede organizada e concluiu que nenhuma criança foi ilegalmente retirada à família. Em dois casos, no entanto, foi encontrada matéria-crime. E há falhas a apontar à Segurança Social. Os processos deverão ser fechados antes do verão.
Lula e o Brasil. E agora? Lula da Silva, o maior político brasileiro desde os tempos de Getúlio Vargas, teve esta semana o seu destino selado. O mítico Presidente do Brasil escolheu “sair da vida para entrar na história”, matando-se com um tiro no coração. Lula viu-se confrontado com a decisão de se entregar na justiça ou ver o país emergir no caos. A resolução de cumprir o mandato de prisão pode não ter sido isenta de cálculo político. Lula sabe que para dar à esquerda um estratégia que a represente depois da sua saída de palco precisa de uma imagem forte. Acusado de corrupção e branqueamento de capitais em seis processos, mantém ainda na mão quase 40% das intenções de voto nas eleições presidenciais previstas para o próximo mês de outubro. Preso, não poderá fazer campanha. Mas os seus votos podem ser transferidos, pelo menos em parte.
O especial Brasil conta com a opinião de Pedro Santos Guerreiro e Ricardo Costa. Um texto exclusivo de Luis Fernando Veríssimo. Uma entrevista a Gilmar Mendes. E vários textos e reportagens para se perceber o que se passa do outro lado do Atlântico.
Entrevista: Balkrishna Doshi Arquiteto vencedor do Prémio Pritzker 2018 Balkrishna Doshi é indiano e tem 90 anos, quase 91, e venceu aquele que é chamado o Nobel da Arquitetura. Destacado pelo seu trabalho com os mais desfavorecidos, é considerado um homem simples e discreto e foi isso mesmo que mostrou em conversa telefónica com o Expresso. A sua filosofia de vida é a mesma que aplica nos projetos que faz: a arquitetura deve servir a comunidade e as pessoas e fazê-las felizes e não ser um negócio. E pelo caminho deve ter alguma arte, neste caso, uma arquitetura de linhas direitas e simétricas, sem qualquer exuberância, mas muito marcadas e distintivas. |
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Ryanair será multada e acusada de crime A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) vai prosseguir e alargar as inspeções à Ryanair, que poderão passar por uma auditoria geral ao funcionamento da empresa e à verificação da situação contratual dos trabalhadores portugueses daquela companhia aérea irlandesa. Segundo o Expresso apurou, o trabalho dos inspetores nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro durante os três dias da greve convocada pelos sindicatos nacionais permitiu recolher informações suficientes para colocar a Ryanair na ‘lista negra’ e para instaurar várias contraordenações graves.
Venda de casas a caminho de novo recorde em 2018 Foram vendidas 153.292 casas em Portugal durante o ano passado, o número mais elevado desde que há registos oficiais (2006). No auge da crise, em 2012, foram vendidas 76.398 habitações, um dos valores mais baixos de sempre. O recorde do ano passado poderá, no entanto, ser superado em 30% em 2018, segundo estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) a partir dos dados dos primeiros três meses do ano.
PICASSO: Deusas ou capachos, disse ele Era considerado um misógino, um violador, que explorava o corpo das suas mulheres sugando-lhes a alma. Mas a verdade é que foram musas consentidas. Todas sabiam no que estavam a alinhar e não só sabiam como desejavam ardentemente alinhar. Uma exposição na Tate Modern de Londres traz uma nova luz sobre o artista mais famoso do mundo. O texto é da Clara Ferreira Alves
A nova vida de Eduardo dos Santos Já teve o país a seus pés mas agora vive isolado na sua nova residência no bairro do Miramar. Até os seus mais fiéis seguidores começam a virar-lhe as costas. São amargos os dias do antigo Presidente de Angola
"Na última quarta-feira de setembro, José Eduardo dos Santos despediu-se do palácio que o entronizou durante 38 anos. Mudou-se de armas e bagagens para Miramar, antigo bairro chique da burguesia colonial, onde o esperava uma miniatura do Palácio da Cidade Alta com vista para o mar e para as modernas infraestruturas ainda em construção na encosta da Boavista, perto do Sambizanga, musseque onde nasceu há 75 anos. Acompanhado pela mulher, Ana Paula, e pela filha, Tchizé, era a imagem de um homem amargurado e, ao mesmo tempo, nostálgico de uma vida que, naquele preciso instante, encerrava um ciclo. Era o princípio do fim de uma carreira política, durante a qual se tornou o segundo chefe de Estado africano há mais tempo no poder, depois de Teodoro Obiang N’Guema da Guiné Equatorial, chegava ao fim."
Estes são os meus destaques. Antes de terminar, deixe-me só lembrar-lhe que com a compra da sua edição do Expresso desta semana tem a oferta de um MAPA DAS ESTRADAS de Portugal.
Bom fim de semana |
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