terça-feira, 19 de dezembro de 2017

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Rui Gustavo
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Ana morreu
19 de Dezembro de 2017
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Bom dia. Este é o meu último Expresso Curto do ano e apetecia-me estar mais natalício. O camarada Nicolau Santos já falou ontem de todos os sinais positivos da Economia e eu estava decidido a falar dofim anunciado da neutralidade da internet que significará, caso avance, o fim do acesso livre e igual para todos à world wide web (soube agora que só os velhos dizem www). Tal como em muitas coisas na vida, pelo menos as que se podem comprar, quem tiver mais dinheiro e pagar mais terá acesso a um serviço melhor e mais rápido. Ainda que não seja de uma gravidade extrema, a intenção das empresas fornecedoras do serviço de internet é, no mínimo, triste. Mas uma notícia do JN ajudou-me a por as coisas em perspetiva: uma mulher de 85 anos foi encontrada desmaiada em casa ao lado do filho deficiente profundo que, por não poder, nunca saiu da beira da mãe e não conseguiu pedir ajuda.

Só ao fim de quatro dias é que os vizinhos do bairro do Outeiro, no Porto, estranharam a luz e a televisão sempre ligadas, a roupa por apanhar no estendal e a ausência da mulher. Ana morreu no hospital um dia depois de ter sido encontrada. O filho ainda está internado. Tinha, repito, 85 anos, vivia com o filho deficiente profundo de 57, e, pelos vistos, não era seguida, vigiada ou apoiada por qualquer instituição do Estado ou similarque, por exemplo, telefonasse lá para casa para saber se estava tudo bem. Não estava. E uma morte podia ter sido evitada. Bastava que alguém se preocupasse ou que tivesse essa obrigação. Há programas e campanhas para tratar e seguir os idosos a partir de casa com a ajuda da internet que, ao contrário do que se possa pensar, não é barata nem sequer chega a todos. A neutralidade na Saúde é de facto um mito. A qualidade de um país vê-se na forma como trata os mais velhos e a nossa está à vista.
 
Future
 
  
O maravilhoso dispositivo médico de Star Trek já é uma realidade
Sem dúvida que um dos dispositivos que mais atraem a atenção daqueles que aparecem na saga é o "tricorder", usado pelo Dr. McCoy para diagnosticar quase qualquer doença aproximando do paciente um pequeno dispositivo. Uma ideia maravilhosa que facilitaria muito o trabalho dos médicos e as vidas dos utilizadores muito mais saudável.
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OUTRAS NOTÍCIAS

Hoje termina a campanha eleitoral na Catalunha
. Carles Puidgemont, o antigo presidente do Governo regional que declarou a independência do território está refugiado (ou fugido, depende da perspetiva) na Bélgica e nem sequer está à frente nas sondagens. A candidata do Cidadãos, Inés Arrimadas, uma advogada de 36 anos que vive na região há dez, é a grande favorita. É contra a independência, pertence a um partido de direita e até está casada com um ex-deputado do partido de Puidgemont. É a primeira vez em democracia que os partidos unionistas podem conseguir mais votos do que os independentistas mas nenhum deve conseguir os votos suficientes para formar governo sozinho. As eleições são na quinta-feira.

O Público revela hoje que a ASAE apanhou 12 menores de idade por mês com excesso de álcool no sangue, um número claramente longe da mais otimista realidade. Já quando a lei que proíbe o consumo por parte dos mais jovens foi promulgada o Expresso tinha feito um balanço igualmente ridículo. Faltam meios para fiscalizar uma lei que se torna, assim, inútil. Era mais ao menos previsível.

O ministro Vieira da Silva sobreviveu “fragilizado” ao escândalo raríssimas e em 150 minutos de cerrado interrogatório no Parlamento defendeu três ideias chave: não beneficiou de qualquer benesse nos dois anos em que esteve na Assembleia-geral da instituição, nunca a beneficiou e não teve qualquer conhecimento de denúncias de “gestão danosa” da presidente ou de qualquer outro responsável. Ficou por explicar por que razão não ordenou uma inspeção quando a presidente Paula Brito e Costa denunciou irregularidades ou quando o ex-tesoureiro denunciou a agora demissionária presidente. Mais simples: como é que não percebeu nada do que se passava? O I de hoje diz que há dez coisas que o ministro ainda não explicou.

Vieira da Silva volta a ter um dia ocupado hoje com a discussão em reunião de Concertação Social sobre o aumento do salário mínimo. O Governo propõe 580 euros (eram 557), o PCP quer 600 e os patrões querem deixar de descontar para os fundos de compensação de trabalho para aceitar a proposta governamental.

Cyril Ramaphosa, herói da luta anti-apartheid e milionário sul africano, foi escolhido pelo ANC como sucessor de Jacob Zuma na liderança do partido e candidato às eleições presidenciais do ano que vem. Ramaphosa venceu por escassa vantagem Nkosazana Dlamini-Zuma, ex-mulher do antigo presidente. O líder do ANC deve ganhar as próximas eleições (o ANC ganhou todas desde o fim do Apartheid) e já prometeu tentar acabar com a corrupção e atrair o investimento estrangeiro.


O FC Porto venceu o Marítimo por 3-1 chega ao fim do ano na liderança do campeonato com os mesmos pontos do Sporting e mais três do que o Benfica. A vitória foi merecida e os portistas são, neste momento, a melhor equipa do campeonato, ou que joga melhor futebol. Mérito total para Sérgio Conceição que com os mesmos jogadores que os seus antecessores pôs a equipa a jogar muito mais. Recuperou jogadores como Marega ou Herrera, não hesitou em sentar Casillas no banco para mostrar que não há intocáveis e está a potenciar Aboubakar para ser o grande negócio dos portistas no final da época. Mantém o espírito aguerrido à Porto que os adeptos adoram e parece ter dominado alguma impulsividade que só o prejudicava. É treinador.

FRASES

“O tempo esgotou-se”, António Costa a prometer ação para combater e, acima de tudo, prevenir incêndios como os que mataram mais de cem pessoas este ano em Portugal.

“Não retirei qualquer benefício pessoal ou material da minha participação neste órgão”, Vieira da Silva, na ideia mais repetida que tentou passar no depoimento que fez no Parlamento sobre o caso Raríssimas.

“Rui Rio prefere insultar para mais uma vez inviabilizar os debates”, Pedro Santana Lopes a tentar puxar o adversário na luta pela liderança do PSD para o ringue onde se sente mais confortável.

“América está no jogo e a América vai ganhar”, Donald Trump a anunciar em Washington a estratégia presidencial para a segurança nacional

“Estão espantados?”, ainda Donald Trump, depois de garantir que não vai demitir o procurador Mueller, que investiga a alegada intervenção russa nas eleições que lhe deram o cargo presidencial

“Vai ser um sucesso”, o sempre otimista presidente Marcelo sobre as obras do próximo ano na Sé de Lisboa

O que eu ando a ler

“O que é isto mamã?”

Excelente trabalho multimédia da autoria das minhas camaradas Christiana Martins, Joana Beleza e Ana Baião. A pergunta é de uma das mais jovens das 66 vítimas mortais do incêndio de Pedrógão Grande e a reportagem é uma oportunidade para refletirmos sobre o que é preciso fazer para que tragédias como aquela não se repitam. Seis meses depois, não há ainda uma medida concreta para além da anunciada intenção de contratar sapadores florestais e de avançar com mais do que prometida reforma florestal. O primeiro-ministro António Costa já anunciou que o próximo ano tem de ser de ação. Já devia ter sido este. Talvez alguma destas mortes – e das que ocorreram nos incêndios de 15 de outubro - pudesse ter sido evitada. Devemos às vítimas fazer alguma coisa.

“A Sangue Frio”, Fernando Esteves
Não é o livro de Truman Capote, mas de certeza que o escritor e jornalista americano (homenageado no título) não desdenharia contar a história de um ex-primeiro-ministro suspeito de corrupção acossado pela justiça. Depois de “Cercado”, esta é a segunda incursão de Fernando Esteves na história mais importante da Justiça portuguesa, recorrendo, desta vez, aos depoimentos e às intervenções de várias personagens - de jornalistas a procuradores, passando por outros suspeitos - que se cruzam neste combate com final imprevisível.

Por hoje é tudo. Siga-nos em Expresso.pt e às seis, no Diário. Amanhã, Marcelo Rebelo de Sousa promulga o Orçamento do Estado mais natalício dos últimos anos.
 
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