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Eis a primeira guerra declarada via Twitter. De Trump e Kim Jong-un já sabemos que se pode esperar tudo. E mais uma vez parece que a realidade conseguiu ultrapassar a ficção — desta nem
John le Carré se teria lembrado.
E assim começa
um especial Trump, a não perder.
Em Nova Iorque, o Ministro dos Negócios Estrangeiros norte coreano
afirmou que o seu país
reserva o direito de abater qualquer avião americano mesmo em espaço aéreo internacional. Para Ri Yong-ho, foram
os EUA que declararam guerra à Coreia do Norte no passado domingo, quando Trump escreveu
na sua conta do Twitter que “
eles não estariam por cá muito mais tempo”. A Coreia do Norte considera estas palavras uma declaração de guerra: “
Last weekend Trump claimed that our leadership won’t be around much longer, and hence at last he declared war on our country”.
A administração norte americana veio
negar, numa declaração, que tenha sido declarada guerra à Coreia do Norte. O melhor é Trump escrever no Twitter para não haver dúvidas.
Apenas mais um episódio na conturbada curta vida de Trump como Presidente mas bem que
pode ser um dos mais icónicos. Começou com o convite, e subsequente ‘desconvite,’ à equipe da NBA Golden State Warriors para serem recebidos na Casa Branca. Tudo porque a estrela da equipa, Stephen Curry disse que se recusava a ir por não respeitar Trump.
O
caso escalou quando vários jogadores de futebol americano e de basebol
começaram a ajoelhar-se, darem as mãos ou simplesmente não aparecerem durante o tradicional hino americano, sempre tocado no início de cada partida. Esta
forma de protesto contra os casos de violência policial ou injustiça racial não é nova, mas ganhou nova força com
quase todos os jogadores, técnicos e até alguns dos donos das equipas a acompanharem ou apoiarem o gesto.
Desde então
Trump sugeriu que os atletas que protestaram sejam
despedidos e que os
fãs boicotem os jogos. A NFL veio
defender os jogadores afirmando que “
everyone should know, including the president, that this is what real locker-room talk is”, uma referência à gravação divulgada antes das eleições onde
Trump se gabava de agarrar e beijar mulheres. Na altura o agora presidente desculpou-se dizendo que aquilo era “
locker-room talk”.
Novo assunto, mesmo protagonista. Trump emitiu uma ordem de banir por tempo indefinido todos os viajantes que venham de sete países.
Esta ordem é mais restritiva que a primeira já que tem efeito permanente. Os países são:
Irão, Líbia, Síria, Iémen, Somália, Chade e Coreia do Norte. Também os cidadãos
iraquianos e venezuelanos têm restrições severas quando viajarem para o EUA.
Trump pode ter sofrido mais uma
pesada derrota no caminho para acabar com o Obama Care depois de a senadora republicana Susan Collins
afirmar que vai votar contra os planos do Presidente.
E finalmente o Presidente dos EUA falou sobre a
devastação provocada pelo furacão Maria na ilha de Porto Rico. Mas em vez de solidariedade pelos 3,4 milhões de americanos que ali vivem, Trump
passou ao ataque afirmando em três tweets que
a culpa era… deles.
No recém rescaldo das eleições alemãs
Merkel começou a construir o puzzle para conseguir uma maioria. Enquanto
ondas de choque varriam o país, e o mundo, com os
13% obtidos pelo AFD, um partido nacionalista, a chanceler perdia a cabeça com as
possíveis combinações para formar governo. Depois de o SPD, aliado até agora da CDU de Merkel, ter dito que o seu lugar é agora na oposição, sobram poucas alternativas. Na realidade
sobra apenas uma, a
coligação com os liberais da FDP e os Verdes. Um aliança nunca testada a nível federal e que muitos dizem ser de difícil execução.
Merkel
admitiu que a sua política em relação à imigração e aos refugiados
polarizou a Alemanha assumindo responsabilidades pelos resultados que levaram,
pela primeira vez desde o nazismo, um partido com ligações à extrema direita ao parlamento alemão.
Para conhecer melhor o ‘
Alternativa para a Alemanha’ (AFD) vale a pena ver esta
reportagemem vídeo do Financial Times.
Em
Espanha continua a polémica sobre o
referendo na Catalunha com uma posição de força do líder dos Mossos. O comissário José Lluís Trapero,
num ato simbólico, mandou o seu número dois à reunião com um elemento do ministério do Interior para preparar a segurança para o próximo fim de semana.
Esta terça feira é o dia
da tomada de posse de João Lourenço como o novo Presidente de Angola. A partir de hoje vamos poder ver até que ponto as coisas mudam. Se Lourenço é de facto Presidente ou se é apenas uma figura comandada por outros poderes.
Marcelo Rebelo de Sousavai à
tomada de posse.
António Costa, que até tinha previsto ir, — em entrevista ao Expresso em agosto disse “
provavelmente irei à posse do próximo Presidente da República [de Angola]. Terei de acertar isso com o Presidente da República, mas é normal que a representação seja feita por mim” —
não foi convidado. Em Luanda, Marcelo é Marcelo e não perdeu oportunidade para
ir a banhos e tirar selfies.
As
relações com Angola estão longe de estarem pacíficas. O
jornal i diz que o governo angolano ameaça romper as relações diplomáticas com Portugal por causa do processo do Ministério Público que envolve Manuel Vicente.
Entramos na reta final das
autárquicas. Umas eleições sem história onde a grande incógnita, que só será respondida no domingo, é a amplitude da derrota do PSD. É claro que vai haver resultados e análises para todos os gostos, mas esse será o dado para onde todos vão olhar, da esquerda à direita.
Quem não parece querer esperar é
Rui Rio que diz que
vai avançar para a liderança do PSD, independentemente do resultado.
Em
Loures,
António Costa saiu ao ataque num discurso muito duro contra o PSD. O primeiro-ministro defendeu que Loures foi um “
balão de ensaio” de uma estratégia populista do principal partido da oposição.
Há sítios onde nada muda, onde
a fidelidade a um partido parece eterna, e neste jogo quem ganha é o PSD que é de longe o partido que há mais tempo conserva em seu poder vários municípios. Pode consultar
aqui a lista dos municípios que há 36 anos não mudam de cor política, só do PSD são 15.
Os
precários a tempo parcial também vão poder entrar na função pública, diz o
Público.
A
venda da pílula está em queda há 5 anos. Outro tipo de contracetivos e a distribuição gratuita nos centros de saúde explicam a notícia do
Jornal de Notícias.
O QUE DIZEM OS NÚMEROS$59 é o valor do
preço do petróleo,
o mais altodos dois últimos anos. Maior procura e
um referendo sobre a independência da região do Curdistão estão a puxar o preço para cima.
4500 é o total de
novos lugares de estacionamento em Lisboa sujeitos a parquímetro que vão entrar em funcionamento, mas
só depois das eleições. Pode consultar
aquionde tem de passar a por moedinha…
€1.901 milhões foi quanto
melhorou o défice face ao mesmo período de 2016, segundo o Governo. Para este resultados contribuíram o
aumento da receita de 4,3% e o crescimento da despesa de 0,4%. O
Diário de Notícias escreve que um dos impostos que mais subiu foi o IMT. Mais 24% até agosto por causa da melhoria no mercado imobiliário.
FRASES“
Sabemos bem que dos 200 mil novos postos de trabalho criados nestes dois anos, restam ainda mais de 400 mil portugueses no desemprego. Isto significa que não nos podemos dar por satisfeitos com aquilo que conseguimos”,
António Costa.
“O BE pode ser a grande surpresa destas eleições autárquicas”,
Catarina Martins, ao Público.
“
Peço desculpa pelos erros que cometemos. Vamos apelar da decisão [revogação da licença para operar em Londres] em nome de milhões de londrinos, mas fazemo-lo com o conhecimento que também temos de mudar”,
Dara Khosrowshahi, CEO da Uber
O QUE EU ANDO A LER“Este livro destina-se a ser desmentido”. É assim que começa o novo livro de
José Gomes Ferreira, “
A Vénia de Portugal ao Regime dos Banqueiros”. Uma viagem à relação histórica entre bancos e poderes políticos. Logo no início são levantadas algumas das perguntas, pertinentes, a que a obra tenta responder. José Gomes Ferreira não consegue responder a todas. Algumas nem sequer terão resposta, mas ao longo dos capítulos sucedem-se as histórias que colocam a nu as estranhas coincidências das relações entre a banca e o poder político.
Talvez a mais importante seja a possível interferência de
Ricardo Salgado no rasgar de
Paulo Portas da sua demissão irreversível.
Muito do que lá está escrito não é novidade, muito menos para mim e para os que durante anos acompanharam os últimos anos dos bancos, não é uma historia bonita, nem pretende ser. É uma visão crua da realidade. De como os bancos se serviram do poder político durante anos e anos. Falta a outra parte. O reverso da medalha e de como os políticos se serviram dos bancos para o exercício do seu poder durante anos e anos.
Das duas, não
sei qual a que terá custado mais dinheiro aos contribuintes.
Este Expresso Curto fica por aqui. Tenha uma ótima terça-feira.
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