PELA POSITIVA
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- "Partida" no CNE — Corpo Nacional de Escutas
- Formação Contínua
- Só em flor
- O fascínio da Ria de Aveiro
Posted: 12 Mar 2015 04:20 PM PDT
O fim de uma etapa é sempre o início de outra
Ana Rita Simões e André Marçal foram os protagonistas da cerimónia da Partida, que ocorreu depois da missa das 19 horas, no sábado, 28 de fevereiro, na matriz de Nossa Senhora da Nazaré. O Agrupamento 588 do CNE (Corpo Nacional de Escutas — Escutismo Católico Português) estava em festa pelo significado da cerimónia, que nada tem a ver com a renúncia aos ensinamentos experienciados durante anos. Pelo contrário, a Partida representa a entrada na vida adulta, onde se torna importante levar à prática as promessas feitas e alicerçadas na Boa Nova de Jesus Cristo e nos valores propostos por Robert Baden-Powell. Na família, na sociedade, na profissão, na cultura, no desporto, no lazer, onde o «sempre pronto para servir» deve ser tónica dominante.
Na hora da Partida, o nosso prior, Padre Francisco Melo, lembrou que, na caminhava agora iniciada pela Ana e pelo André, há que ter em conta que «precisamos de nos acompanharmos uns aos outros» ao longo da vida, referindo que «o escutismo atinge a sua maturidade» nesta cerimónia, porque um dos seus grandes objetivos é preparar «cristãos para fazerem parte do mundo, sendo homens novos e mulheres novas».
O André Marçal foi membro do Agrupamento 16 anos e a Ana Rita 14. O primeiro foi seduzido pelos colegas da escola, que lhe falavam, decerto com entusiasmo, das «experiências incríveis em que tinham participado nos fins de semana», e a segunda por querer imitar o tio João Vilarinho com «os seus pompons».
André considerou como uma mais-valia a «constante evolução que temos enquanto cidadãos e homens de amanhã», mas cedo percebeu «a oportunidade de podermos partilhar e expressar a nossa opinião e visão dos vários aspetos da vida». Disse que «experimentar e realizar os nossos próprios projetos com os nossos próprios objetivos» o marcaram positivamente. Já a Ana Rita considerou fundamental «o convívio, a união e o aprender fazendo», frisando a premência de fazer «amigos para a vida na grande escola que foi e é o escutismo». Descobriu, contudo, que é possível «prescindir de coisas básicas, como, por exemplo, os frigoríficos, a luz e a cama».
Por sua vez, o André salientou que os conceitos que mais o vincaram nestes anos todos foram a «perseverança, o aprender a dar o tudo por tudo mesmo quando as evidências mostravam que o insucesso seja o mais provável». E acrescentou: «Não considero que possa escolher se vou continuar o espirito escutista na minha vida, porque não imagino a vida de outra forma. A vida assim faz sentido, faz-me feliz a mim e a muitos outros e acaba por trazer um pouco mais de luz ao mundo.» E a Ana Rita refere: «vou levar na minha "mochila" tudo o que aprendi nestes anos, seguindo sempre o caminho de Deus.»
Ambos admitem vir a ser dirigentes, dizendo o André que talvez um dia sinta esse chamamento para uma «experiência que estaria disposto a passar, como mais um desafio deste movimento». E a Ana Rita também não exclui essa hipótese.
A chefe Fátima Simões, mãe da Ana Rita, evocou a vivência escutista de sua filha, referindo os passos significativos que porventura a marcaram, com altos e baixos, nomeadamente, o primeiro acampamento afastada da família, a passagem enriquecedora pelas diversas secções, os amigos com quem se cruzou e com quem se enriqueceu como ser humano e como cristã, com a indispensável ajuda dos chefes.
O mesmo fez Diogo Marçal em relação a seu irmão André, evocando horas felizes entre outras de alguma tristeza, que acabou por ultrapassar. Falou dos chefes que lhe serviram de modelo e lhe transmitiram a mística escutista dentro do CNE. Recordou como o André se divertiu «à fartazana» num acampamento. E adiantou que foram muitos os amigos com quem se cruzou, com quem riu e chorou e com quem cresceu como ser humano e como cristão.
O final da cerimónia ficou assinalado pela entrega da Vara Bifurcada, da Mochila, da Tenda, do Pão e da Bíblia, que hão de ser riquíssimos suportes durante a caminhada da vida, na certeza de que, o fim de uma etapa é sempre o início de outra.
Fernando Martins
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Posted: 12 Mar 2015 03:58 PM PDT
Crónica de Maria Donzília Almeida
Constitui uma mais valia no desempenho profissional e uma ferramenta de rentabilização dos recursos humanos num qualquer setor de atividade, quer no primário, no secundário ou no terciário.
No âmbito da minha atividade, visa a melhoria da qualidade do ensino e constitui uma exigência da tutela da educação. A valorização profissional dos docentes é, através de um investimento na formação contínua, uma das medidas que se consideram prioritárias. A gestão do ensino e o sucesso educativo constituem o núcleo central da atividade docente. Pretende um melhor desempenho dos professores, com vista a prepará-los para os desafios que a constante evolução social e tecnológica nos apresenta.
Sem prejuízo de outras alternativas adotam-se como modalidades de formação os cursos, as oficinas (workshops), os círculos de estudos e passam a reconhecer-se modalidades de formação de curta duração. A formação com recurso a metodologias de ensino à distância e ao estabelecimento de redes através de plataformas eletrónicas são considerados eixos a privilegiar nas diferentes modalidades de formação.
A formação contínua tem como objetivos, promover: a satisfação das prioridades formativas dos docentes, tendo em vista a concretização dos seus projetos educativos e curriculares e a melhoria da sua qualidade e da eficácia; a melhoria da qualidade do ensino e dos resultados da aprendizagem.
Foi neste âmbito e porque pretendo manter-me sempre, na crista da onda, que resolvi fazer mais um investimento na minha formação. Considerando que as competências de um professor são, como quer a tutela, nas políticas educativas atuais, cada vez mais abrangentes, porque não aprofundar os meus conhecimentos em jardinagem? Praticada apenas como hobby, carece de fundamentação/atualização teórico-práticas, para ser mais profícuo o meu desempenho.
Para além do mais, nunca se sabe se a tutela da educação não seguirá as pisadas do Ministério da Saúde e irá, um dia (?!), contratar, em part-time, profissionais já retirados do mercado laboral, para suprir as carências do sistema quer em qualidade quer em idoneidade! Um cargo de consultadoria para os espaços verdes do AEGE, seria muito aliciante!
Foi assim que brotou a ideia, peregrina (?), de realizar uma ação de formação, na modalidade de workshop numa das vertentes daquela atividade – A arte de podar. Para isso, apenas precisei de calendarizar com um formador idóneo e com larga experiência no ramo.
Numa tarde livre, em quarto minguante, como mandam as regras, eu e o Sr João Cirino, o podador oficial do meu pomar, encetámos a sessão de trabalho. Com a tesoura de poda em punho, formanda e formador puseram mãos à obra.
Concentrei toda a atenção nas explicações que o mestre dava a quem tinha noutros tempos sido a sua teacher, o que dava um gozo enorme ao protagonista deste novo papel. Houve muito boa disposição durante a realização da atividade, mas uma dúvida me ficou no final da ação: será que vou obter nota positiva? É verdade que primei pela pontualidade, interesse, empenhamento, participação, parâmetros básicos em qualquer sistema de avaliação de conhecimentos, mas a arte de podar não se aprende assim do pé p’rá mão! Apesar de o formador ter sido muito eficiente na abordagem do tema, de usar uma linguagem muito acessível à formanda, puxa! Não me foi muito fácil diferenciar um galho que irá dar bom fruto, de um galho ladrão que é um alvo a abater, logo destinado ao corte. Falta-me o olho clínico e o traquejo do formador, resultantes da sua já larga experiência.
Devo referir, a título de curiosidade, que este interesse dos professores por áreas que, à partida não terão muito a ver com o seu desempenho docente, é transversal a muitos profissionais. Ainda no decurso da formação de adultos, o professor de Português foi aluno do Sr João Cirino na mesma arte de podar, dedicando a essa aprendizagem uma tarde do seu fim de semana.
Como dizia o meu paizinho, “O saber não ocupa lugar!” e aprende-se até morrer, especialmente os professores que são os aprendentes, por excelência.
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Posted: 12 Mar 2015 07:30 AM PDT
Gosto de ler as crónicas de Miguel Esteves Cardoso no Público. É uma escrita escorreita e livre, oportuna e saborosa. Hoje falou, curiosamente ou talvez não, dos «sábios governantes muçulmanos» que por aqui andaram e de algo que nos deixaram. É bom lembrar estas coisas, porque os muçulmanos não foram nem são os terroristas que em nome de Alá querem escravizar o mundo.
«Tristemente, a amêndoa que, graças aos nossos sábios governantes muçulmanos, é um dos fundamentos da nossa doçaria, deixou de ser respeitada. Compram-se amêndoas americanas às toneladas e deixam-se apodrecer as portuguesas. As americanas são redondas, sensaboronas e baratas.
As portuguesas — nas raras vezes em que conseguimos encontrá-las (como as maravilhas de Castelo Rodrigo que, sei lá porquê, conseguem sobreviver) — são chatas, finas e saborosas.»
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Posted: 12 Mar 2015 03:48 AM PDT
Não sei nadar. Na idade de aprender, num qualquer rego do Esteiro Oudinot, que ladeava o jardim do mesmo nome, na zona do pomar, estava eu doente dos pulmões. À época, não era como agora, em que os doentes se curam como se nada fosse. Mais ou menos, claro. Mas nem por isso perdi o fascínio pela Ria e suas ilhotas. Algumas, vistas de longe, exerciam sobre mim um fascínio especial, como a do Rebocho.
Ainda hoje, quando contemplo a laguna, azul como o céu e com barcos ou sem eles, imagino-me a navegar e depois a correr mundo, qual navegador solitário, em busca de novas terras e novas gentes. Nem só nem acompanhado. Estou condenado a cultivar o meu imaginário. Ao olhar para esta imagem, com barquinhos serenos e em posição de deixar as amarras, hoje vou de abalada num deles, apenas pela nossa Ria, para sentir de mais perto a maresia que me alivie as dores de cabeça que me incomodam nesta manhã. Pode ser que os sonhos se sobreponham aos incómodos.
Bons sonhos para o fim de semana que se avizinha.
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ANTÓNIO FONSECA
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