quinta-feira, 20 de agosto de 2020

DO TEMPO DA OUTRA SENHORA - 20 DE AGOSTO DE 2020

 020 11:27

  •  Você

Do Tempo da Outra Senhora


Acerca de Peraltas

Posted: 19 Aug 2020 11:18 AM PDT


Ana das Peles (1869-1945). Museu Nacional de Etnologia.


Atributos do Peralta
Na barrística popular de Estremoz, a figura conhecida por Peralta, goza desde o séc. XX de atributos que têm sido utilizados pelos diferentes barristas na sua representação. São eles: mãos assentes na parte inferior frontal do casaco, fato cujo casaco tem abotoadura frontal, virados e orla do casaco da mesma cor contrastante com a cor do fato, camisa branca, pescoço geralmente adornado com aquilo que configura ser uma gravata ou um lenço atado em forma de gravata ou com as pontas sobrepostas à frente, chapéu enfeitado com fita e sapatos pretos.
Ao contrário dos atributos que são invariantes, existem pormenores de representação que são variáveis de barrista para barrista.
Variáveis do Peralta
No decurso da modelação do Boneco, é possível conceder volumetria a alguns ou a todos os componentes da sua composição. Deste modo, a gola do casaco, os botões do mesmo, o ornamento em torno do pescoço, a camisa, a fita do chapéu e o cabelo podem ser modelados em barro. Todavia, o barrista pode optar por pintar alguns ou todos os componentes da composição.
A cor do fato pode ser variável, o mesmo se passando com a cor dos virados e da orla do casaco. Igualmente o número de botões da abotoadura frontal é variável.
Se os botões ladeiam as orlas frontais do casaco, são habitualmente da mesma cor destas e dos virados ou então em amarelo.
Se os botões se sobrepõem às orlas frontais do casaco, são geralmente da cor do casaco, da orla ou então em amarelo.
O casaco pode ter ou não orlas nos punhos.
Quando tem orlas, estas são da mesma cor dos virados e das orlas frontais do casaco. Neste caso, as mangas não apresentam geralmente abotoadura.
Se o casaco não tem orlas nos punhos, pode ter ou não abotoadura nas mangas. Os botões das mangas serão da mesma cor dos virados e das orlas frontais do casaco, desde que ladeiem esta. Porém, se os botões se sobrepõem às orlas frontais do casaco, os botões das mangas, tal como os da abotoadura frontal, serão da cor do casaco ou em amarelo.
As calças poderão ter ou não uma bainha da mesma cor dos virados e da orla do casaco.
A camisa branca pode ser simplesmente pintada ou apresentar volumetria com colarinhos de tipo variável com ou sem abotoadura.
As cores do chapéu e respectiva fita são variáveis, ainda que contrastantes entre si. Algumas vezes o chapéu é da cor do fato ou dos virados. A fita costuma ser da cor do fato, dos virados ou do ornamento do pescoço.
A base em que assenta a figura é quase sempre quadrada com os vértices cortados em bisel.
O topo da base é habitualmente verde-escuro sarapintado ou não com pintas cor de zarcão, amarelo e branco. A orla da base é geralmente pintada a zarcão.
Nota final
Tudo o que se disse é válido para representações de Peraltas na barrística popular de Estremoz, a partir do séc. XX.
No Museu Municipal de Estremoz existem exemplares de Peraltas que remontam ao séc. XIX, mas o presente estudo não se refere a eles.
De salientar que o termo “Peralta” surgiu no séc. XVIII em Portugal, como designação atribuída aos elegantes que envergavam trajos garridos com demasiado apuro e enfeites. De acordo com a literatura da época e sobre a época, eram pessoas afectadas não só no trajar, como no andar e no comportamento.

Mariano da Conceição (1903-1959). Museu Rural de Estremoz.

Mariano da Conceição (1903-1959). Colecção Jorge da Conceição.

Sabina da Conceição (1921-2005). Colecção do autor.

Sabina da Conceição (1921-2005). Imagem recolhida "on line".

Maria Luísa da Conceição (1934-2015). Colecção do autor.

Irmãs Flores (1957, 1958 -  ). Colecção do autor.

Luísa Batalha (1959, -  ). Colecção do autor.

Ana Catarina Grilo (1974, -  ). Colecção do autor.

Carlos Alves (1958- ). Colecção do autor.

OBSERVADOR - 20 DE AGOSTO DE 2020

 

Ver no browser
Observador

Macroscópio

Fotografia de José Manuel Fernandes
José Manuel Fernandes
Publisher
Quinta,20 Ago 2020
Foto da Newsletter

Porquê importarmo-nos com um pequeno país encravado entre a Polónia, a Ucrânia e a Rússia de que quase nunca ouvimos falar? Minsk? Onde fica Minsk? Bielorrússia não quer dizer “Rússia Branca”? Isso não é mais ou menos a mesma coisa que Rússia? Por estas ou outras razões, Aleksander Lukashenko pode manter-se no poder 26 anos sem que ninguém levantasse grandes ondas, mesmo que aqui ou além incomodasse ter aqui mesmo ao lado o “ditador mais antigo da Europa”, até que, depois das eleições do passado dia 9 de Agosto, os bielorrussos, acharam que era demais. Voltar a proclamar-se vencedor com mais de 80% dos votos não só não era credível – era uma afronta. E a revolta explodiu nas ruas, pala surpresa do ditador e também da oposição. Apesar da repressão violenta dos primeiros dias, o povo não quebrou. E quando Lukashenko se virou para uma audiência que julgava ser de fiéis apoiantes, também aí ouviu vaias e gritos para que se demitisse.

Na quarta-feira, como informa o El Pais, em Lukashenko ordena sofocar las protestas en Bielorrusia y detener a sus líderes, o líder bielorruso ordenou aos serviços secretos que prendessem os organizadores dos protestos e reprimissem as manifestações, mas isso não impediu que nessa noite houvesse de novo concentrações em Minsk. No mesmo doa o Conselho Europeu reuniu-se por teleconferência para analisar a situação, uma iniciativa que, só por si e por ter lugar em Agosto, é significativa, mas de que apenas resultou, na leitura do Politico, que European leaders mix condemnation and caution on Belarus. Antes, segundo o bem informado El Pais, tinha havido contactos directos com Moscovo: “Este martes en vísperas de la reunión, hasta tres líderes europeos —Michel, Angela Merkel y Emmanuel Macron— se entrevistaron telefónicamente con el presidente ruso, Vladímir Putin”. Segundo o relato do jornal espanhol a conversa mais tensa foi a entre o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o Presidente russo.

Mas antes de vermos que alternativas têm Moscovo e Bruxelas, vale a pena tentar perceber o que se passou, e está a passar, na Bielorrússia. Que país é aquele e como se chegou a este ponto se saturação. De entre os textos que li há um que recomendo especialmente, até pelo seu lado muito pessoal. Trata-se de Retrospectiva sobre o meu país, Bielorússia, escrita no meu país, Portugal. Aleksei Chemisov, um analista sénior de negócios que nasceu na Bieolorrússia mas vive em Portugal desde os 6 anos, que passa férias no seu país todos os anos, conta num texto no Observador o que foi vendo e tenta explicar-nos porque “Nunca tal manifestação pública teve lugar na Bielorússia, muito menos de cariz político” e porque é que “Os bielorussos ganharam coragem e acreditam que este é o momento da mudança e da libertação”. Uma das chaves para perceber isso é perceber que o país está a mudar apesar de Lukashenko: “Minsk tem inúmeros centros de desenvolvimento tecnológico de multinacionais europeias e americanas, assim como empresas tecnológicas e de desenvolvimento de software que são líderes mundiais. Uma evolução que dotou o país de uma nova classe média, uma classe de programadores e engenheiros informáticos que trabalham na Bielorússia, mas recebem em standards europeus, rondando o salário médio, depois de impostos, os dois mil euros. A combinação do seu rendimento, da sua idade e o facto de, na maioria dos casos, trabalharem com colegas de outros países, trouxe também uma nova perspectiva, outros valores e ambições e uma nova noção de direitos e liberdades.”

Aliás as qualificações da população e a evolução recente da economia do país são também destacadas como um factor importante por Henry Foy, um comentador do Financial Times, em Belarus’s skilled population will be a boon if its economy opens up. Neste aartigo ele nota que “But by far the best advert for investing in Belarus is the High-Tech Park on the outskirts of Minsk, 10km round the city’s outer ring road from the Minsk Wheel Tractor Plant and the kind of place where Mr Lukashenko would not come expecting a warm welcome. Established in 2005, it was designed to tap the country’s unusually large population of skilled technical graduates — a legacy of the Soviet Union’s decision to base engineering and science industries in Belarus — and give them a reason not to leave for job opportunities in the west.

captura-de-ecracc83-2020-08-19-as-23-51-11.png

Também para perceber o que se está a passar vale a pena ler o bom trabalho de João de Almeida Dias num especial do Observador, Cinco perguntas e respostas para entender o que se passa na Bielorrússia — e a razão do nervosismo de Lukashenko. Aí se destaca, por exemplo, como a gestão da crise da Covid funcionou quase como a gota de água que fez transbordar o copo da saturação com o ditador: “Aleksander Lukashenko destacou-se até a nível mundial com a sua abordagem à Covid-19, aconselhando o povo a curar a doença com vodka e idas regulares à sauna. A par da Nicarágua, a Bielorrússia foi o único país do mundo onde o campeonato de futebol continuou — e com os estádios de porta aberta aos espectadores que quisessem entrar. (…) A gestão da pandemia pode ter servido de catalisador para uma revolta que, de qualquer modo, já fervilhava na Bielorrússia desde tempos pré-pandémicos. A oposição tem, até aqui, permanecido refém da mesma dinâmica que lhe é imposta por Aleksander Lukashenko desde a segunda metade da década de 1990: enfraquecida e dividida, tem-lhe faltado um líder evidente.”

Relativamente aos protestos, apesar de não haver muitos jornalistas estrangeiros na Bielorrússia, há alguns bons relatos, conseguidos sobretudo pela recolha de testemunhos de que neles participou – e de quem sofreu a brutalidade da repressão. Um desses relatos é o do Financial Times, Europe’s ‘last dictator’ in a brutal fight for survival, escrito pelos correspondentes em Varsóvia e Moscovo. Eis um dos testemunhos que eles reproduzem e que dá bem uma ideia dos métodos do regime: “We asked the police why they were doing it, and they said, ‘an order is an order,’” says Alina Buskina, a 20-year-old journalism student who was beaten, arrested, strip-searched, and then left in a room with no food or toilet paper for 24 hours, after running into riot police on her way home from a party. “They’re just like dogs who will do whatever they are told,” Ms Buskina adds. According to Ms Buskina, the women were forced to drink unfiltered tap water and beg guards for food, then told to sign forced confessions that they had participated in “mass disturbances”. When one of Ms Buskina’s cellmates refused, she says a policeman threatened to rape her. “They said, ‘We’ll teach you bitches who to vote for,’” Ms Buskina adds. Women on their periods were told to wipe themselves with their shirts.”

gettyimages-1228017508-1160x773-1.jpg

Foi por ler muitos testemunhos como estes, por ter vistos imagens como as das imensas alamedas cheias ou as das cargas policiais, ou ainda as que circularam nas redes sociais e mostravam urnas de voto a serem tiradas pelas janelas durante a contagem por agentes do governo, numa prova de que houve fraude eleitoral generalizada, que José Milhazes não resistiu a comentar aquilo que no Avante! Se tem escrito sobre a Bielorrússia. Fê-lo no Observador em Depois digam que a extrema-esquerda é civilizada, um texto que começa assim: “A Bielorrússia mereceu a atenção em três artigos do órgão oficial do Partido Comunista Português, mas em nenhum deles há uma palavra a condenar a violência policial do ditador Lukachenko. A culpa é toda da oposição e do Ocidente que ataca mais um regime “progressista”.Não deixem de ler o resto.

De facto, bem ao contrário do que se escreve no jornal do PCP, Belarusians are speaking as one: Alexander Lukashenko’s time is up, como defende David Kurkovskiy no The Guardian. O seu objectivo, mais do que eleger já esta oposição, é que a líder improvisada da oposição (Svetlana Tikhanovskaya era apenas a esposa de um candidato impedido de concorrer) possa convocar eleições realmente livres e justas. Isso mesmo disseram a este autor aqueles com quem falou em Minsk: “I asked Olga about the protesters’ goals: “Everyone is united for the first time ever: left-leaning Belarusians and the more traditionalist-oriented opposition of the past. They are fighting for basic human rights, rule of law and the constitution.” Indeed, the aims of the current protests are both modest and all-encompassing: end violence, topple dictatorship, demand real election statistics and have the true president-elect, Svetlana Tikhanovskaya, call for new, fair elections.

O que virá depois ninguém sabe, nem é hoje o mais importante. De certa forma todos interiorizaram que o lugar no mapa do país condicionará sempre o seu futuro, algo que nem é o pior dos males desde que haja liberdade, como defende Timothy Garton Ash em Belarus should remind us to believe in freedom’s power (texto ainda sem link): “In Minsk a few years ago, I heard the Belarussian foreign minister evoke the shimmering prospect of Belarus being a prosperous neutral country between the EU and Russia, ‘something like Switzerland’.Who wouldn’t settle for being Switzerland? Yet realistically, a messy, negotiated transition to another, less autocratic leadership, as in Armenia, is probably the best we can hope for in the near future – and with Lukashenko, things can definitely get worse before they eventually get better.”

transferir-1.jpeg
Este quadro limita tanto as opções europeias como as de Moscovo. Talvez mesmo mais as Putin, que não poderá ir em socorro de Lukashenko tão facilmente como alguns pensariam – ou como foi em ajuda dos seus aliados ucranianos. Isso é bem explicado neste artigo da Reuters – Belarus is a headache for Russia, not the world – mas sobretudo nesta análise de Jorge Almeida Fernandes no Público, As (más) opções de Vladimir Putin. Escreve ele que “A revolta é contra Lukashenko, por eleições livres e contra a repressão. Não houve, até agora, manifestações de sentimentos anti-russos. Um dos problemas que fará Putin pensar duas vezes é o risco de uma opinião pública que simpatiza com a Rússia se virar contra ela. Lukashenko nunca pisou a “linha vermelha” de Moscovo, mas sempre foi especialista em jogo duplo. Neste momento, sitiado pelos manifestantes e a ver derreter o que lhe resta de base apoio, pede socorro a Moscovo.

Na mesma linha se pronuncia Stephen Sestanovich do Counsel for Foreign Relations em Putin and Belarus: Five Reasons Not to Save Lukashenko, pois se “Vladimir Putin is no fan of democracy movements in Russia’s neighborhood, but trying to turn off the protests in Belarus will be risky.” Ficar parado também não é opção, pois “The longer Putin waits before giving up on Lukashenko, the greater the chance that the color revolution train will already have left the station.” Ora uma “revolução colorida” é por regra uma revolução anti-russa.

Relativamente à União Europeia os advogados de uma acção mais decidida, como Joerg Forbrig, senior fellow e director German Marshall Fund of the United States para a Europa Central e de Leste, as opções são várias. Em Belarusians have rejected Lukashenko. So should the EU, um artigo publicado no Politico, defende que a UE deve ter uma aproximação em pelo menos quatro pontos:

  • First, the EU should clearly state that Lukashenko is not the legitimate president of Belarus. He has long been and is, even more obviously now, a plain usurper. With this election, he has lost whatever legitimacy he may have had left. (…)
  • Second, the EU and its member countries should, through their envoys in Minsk, show a maximum presence and offer support. They should visibly roam the protests, engage with people and observe police behavior. (…)
  • Third, the EU and its member countries must ready humanitarian aid to all those who have suffered from the repression in the last days and weeks. Thousands have been arrested arbitrarily, mistreated in custody and severely injured. Many are now being tried and fined in court. (…)
  • Fourth, the EU should propose an international mission to mediate in the crisis. The standoff between a regime determined to cling to its illegitimate power and a society equally determined to assert its rights may not be overcome without an impulse from abroad.

Entre este plano ambicioso e o que acabou por sair da cimeira vai uma grande distância, pelo que o destino da Bielorrússia continua nas mãos do seu povo e a pesar sobre o povo da Bielorrússia. Não é seguro quem vencerá o braço de ferro. Hoje, no Conversas à Quinta, conversei sobre isso mesmo como Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto – O princípio do fim do último ditador da Europa? –, mas numa altura em que a liberdade recua em tantos pontos do mundo, é sempre recompensador ver quem lute e arrisque para ganhar a liberdade.

Sinal de esperança com que despeço de todos num dia de chuva e nevoeiro a meio de Agosto, sabendo que mais dias de sol e Verão ainda estão para vir. Boas leituras.

Siga-me noFacebook, Twitter(@JMF1957) e Instagram (jmf1957)

VOYAGER 2 - LANÇAMENTO EM 1977 - 20 DE AGOSTO DE 2020

 

Voyager 2

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Voyager 2
Voyager spacecraft model.png
Renderização artística da sonda.
Descrição
TipoSonda espacial
MissãoExploração planetária
Operador(es)Estados Unidos NASA[1]
Estados Unidos JPL[2]
Identificação NSSDC1977-076A
Identificação SATCAT10271[3]
Websitevoyager.jpl.nasa.gov
Duração da missão43 anos
Propriedades
FabricanteEstados Unidos JPL
Massa de lançamento825,5 quilogramas (0,83 t)
Altura2,74 metros (270 cm)
Largura6,40 metros (640 cm)
Comprimento17,37 metros (1 700 cm)
Potência elétrica420 Watts (0,42 kW)
Geração de energiaGerador termoelétrico de radioisótopos
Velocidade máxima15 374,1 metros por segundo (55 000 km/h)
Produção
AntecessorVoyager 1
Missão
Contratante(s)Estados Unidos Martin Marietta
Estados Unidos General Dynamics
Data de lançamento20 de agosto de 1977, 14:29 UTC
Veículo de lançamentoEstados Unidos Titan IIIE
Local de lançamentoEstados Unidos Cabo CanaveralLC-41
DestinoSistema Solar exterior
Meio interestelar
Data de sobrevoo
Sobrevoo de Júpiter
Data:
9 de julho de 1979, 22:29:00 UTC
Distância: 570 000 quilômetros (570 000 000 m)

Sobrevoo de Saturno
Data:
25 de agosto de 1981, 03:24:05 UTC
Distância: 101 000 quilômetros (100 000 000 m)

Sobrevoo de Urano
Data:
24 de janeiro de 1986, 17:59:47 UTC
Distância: 81 500 quilômetros (82 000 000 m)

Sobrevoo de Netuno
Data:
25 de agosto de 1989, 03:56:36 UTC
Distância: 4 951 quilômetros (5 000 000 m)
Último contato2025 (previsão)

Voyager 2 é uma nave robótica norte-americana lançada pela NASA a 20 de agosto de 1977 da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida. Aproximou-se dos quatro planetas gigantes do Sistema Solar, produzindo valiosíssimos resultados científicos e as melhores fotografias daqueles corpos e dos seus satélites obtidas até então. Tornou-se o quarto artefato humano a ultrapassar a órbita de Plutão em 1989, e em 2005 encontrava-se a uma distância de cerca de 75 UAs da Terra.

Utilizou uma técnica de auxílio a navegação que utiliza a atração gravítica dos planetas aos quais se aproxima. Esta técnica permite às sondas receberem uma aceleração e uma alteração de direção por forma a serem colocadas numa nova direção que as leve a um novo destino. Desta forma, as sondas podem ser construídas de forma mais leve (não necessitam de tanto combustível para aceleração e mudanças de direção), mas implica uma grande precisão nas aproximações aos planetas a visitar.

A sonda aproximou-se de Júpiter em 9 de julho de 1979, a uma distância de 570 000 quilômetros. Ela descobriu alguns anéis ao redor de Júpiter, assim como a atividade vulcânica na lua Io. Dois novos satélites de pequeno porte, Adrastea e Metis. foram encontrados orbitando. Um terceiro satélite novo, Tebe, foi descoberto entre as órbitas de Amalteia e Io. A sonda em seguida visitou Saturno, em 25 de janeiro de 1981, a uma distância de 101 000 quilômetros da superfície do planeta. Em seguida, visitou Urano, em 24 de janeiro de 1986.

Uma das novidades foi a descoberta de 11 satélites naturais (Cordélia, Ofélia, Bianca, Cressida, Desdemona, Juliet, Portia, Rosalinda, Belinda, Perdita e Puck) e de um anel ao redor de Urano. Também descobriu-se que o Polo Sul de Urano estava apontado diretamente para o sol. Depois de visitar Urano, a sonda dirigiu-se em direção a Netuno, até que chegou lá em agosto em 1989, também chegando a pesquisar seu satélite natural Tritão. Após a passagem pela órbita de Plutão, a Voyager 2 iniciou a sua saída do Sistema Solar.

A sonda tem, anexado a sua parte externa, um disco fonográfico feito de ouro intitulado "Sounds of the Earth" (Sons da Terra), com 1h30min de música e alguns sons da natureza do planeta Terra. O disco traz instruções de uso e a frase "For makers of music of all worlds and all times" ("Para os produtores de música de todos os mundos e todos os tempos"). O objetivo deste disco é levar dados da Terra para uma possível civilização exterior.

Em maio de 2010, a sonda alcançou a distância de 92 UA do Sol, a uma velocidade de 3,3 UA por ano (15,4 km/s), localizando-se na constelação de Telescópio. Prevê-se que, depois de 2030, a sonda perderá contato com a Terra.

A sonda deverá ainda percorrer um grande espaço vazio antes de chegar a outros corpos celestes. Em torno de 14 mil anos ou mais, a exemplo da sua sonda-irmã Voyager 1, ela emergirá da Nuvem de Oort em direção ao espaço interestelar absoluto (totalmente fora da influência do campo gravitacional do Sol), desde que não haja nenhum anteparo físico (detritos ou corpos celestes) para impedi-la. Em torno de 296 000 anos, ela passará a 4,3 anos-luz da estrela Sirius, a estrela alfa da constelação de Cão Maior.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  «PDS: Mission Information»starbrite.jpl.nasa.gov. Consultado em 5 de outubro de 2018
  2.  «PDS: Mission Information»starbrite.jpl.nasa.gov. Consultado em 5 de outubro de 2018
  3.  «Technical details for satellite VOYAGER 2»N2YO.com - Real Time Satellite Tracking and Predictions. Consultado em 5 de outubro de 2018

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue