terça-feira, 30 de outubro de 2018

EXPRESSO

1312
29 OUT 2018
Martim Silva
POR MARTIM SILVA
Diretor-Executivo
 
O primeiro dia do Brasil de Bolsonaro. E o debate do OE no Parlamento
Boa tarde,
era inevitável que com a eleição de Jair Bolsonaro para presidente do Brasil esse fosse um dos temas fortes do Expresso Diário de hoje.

"Se não houver um golpe, “a vida é mais difícil para Bolsonaro do que para Trump”
Bolsonaro e Trump chegaram ao poder com discursos de ódio. Mesmo que eles próprios não passem das palavras aos atos, os seus apoiantes acabam por se sentir legitimados ao fazê-lo. Veja-se o caso da sinagoga de Pittsburgh no sábado ou do ataque em Charlottesville no ano passado. No Brasil, já se sente “o aumento da cultura do ódio”. Mas “esse inferno” pode não ser tão grande e duradouro se houver “uma ampla frente democrática”, considera quem começou a resistir logo depois de votar

Ninguém solta a mão de ninguém. O bolo e o caco - crónica de Christiana Martins
Já sabe, se um dia alguém vos agarrar pelas costas e quiser meter num carro: gritem. Gritem bem alto, digam os vossos nomes. Foi assim há 50 anos. Se voltar a ser assim, estão avisados. Gritem bem alto. No país dos desenganos, não há justificação para o retrocesso voluntário. Ele ganhou, todos perdemos

Por cá, Orçamento do Estado

O último Orçamento da legislatura. E de Centeno? 
O João Silvestre foi assistir ao primeiro dia do debate parlamentar do documento na generalidade e escreve sobre o que viu e ouviu. "Na abertura do debate do Orçamento na generalidade, ministro das Finanças insiste no sucesso da política do Governo e envia recado subtil, muito subtil, à UTAO. Anuncia também o fim do adicional do ISP"

Bruxelas atribuiu 13,3 milhões de euros para apoiar desempregados portugueses afetados pela globalização desde 2007
Os 4,7 milhões de euros anunciados na última semana para apoiar 730 trabalhadores do sextor têxtil, despedidos das empresas Ricon e Gramax (ex-Triumph) e outros 730 jovens que não trabalham, não estudam, nem estão em formação (conhecidos por jovens nem, nem) não são caso único de apoio do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEAG) a Portugal.

Voltamos ao outro lado do Atlântico:


Caravana a caminho dos EUA: Irma tem os pés destruídos. E ainda 5.000 kms para calcorrear
A caravana de milhares de pessoas que há mais de duas semanas se fizeram à estrada, em direção aos Estados Unidos, para fugirem da miséria, da violência e de grupos criminosos nos seus países de origem, na América Central, está a avançar pelo México, a caminho do norte. O grosso da coluna destes migrantes chegou há dias a Mapastepec, no estado mexicano de Chiapas. Um deles é a salvadorenha Irma, que, tal como a maioria dos companheiros de jornada, já percorreu a pé muitas centenas de quilómetros e cruzou várias fronteiras
Sobre as eleições de meio do mandato que aí vêm nos Estados Unidos da América,escrevemos hoje que “Os afroamericanos e os latinos são o coração e a alma do Partido Democrata”.

Que quer isto dizer?
"Os democratas “sempre tiveram dificuldades em estimular os votos latinos e afroamericanos nas eleições não-presidenciais”, como são as eleições da próxima semana para o Congresso. E, no entanto, os dois grupos demográficos são frequentemente decisivos. O Partido Democrata não pode confiar no discurso racista de Trump para mobilizar este eleitorado tão crucial, defende um analista político"

Na opinião, o Henrique Raposo afirma que "Não, o povo não é quem mais ordena". Daniel Oliveira titula "Brasil, uma democracia automutilada". E este que vos escreve pergunta se um Bolsonaro pode aparecer em Portugal.

Bom final de tarde e uma excelente noite de segunda-feira.
Future
 
  
Uma retina de grafeno para devolver a vista a 230 milhões de pessoas
Projetos como o THEIA são necessários precisamente para atenuar o sofrimento que a perda de um sentido pode provocar. Este projeto consiste num implante de grafeno que está a ser desenvolvido pelos investigadores do BIST e que será colocado em contacto com a retina para estimular os neurónios ganglionares através de uma série de elétrodos.
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LER O EXPRESSO DIÁRIO
BRASIL Se não houver um golpe, “a vida é mais difícil para Bolsonaro do que para Trump”
PARLAMENTO O último Orçamento da legislatura. E de Centeno?
CARAVANA DE MIGRANTES PARA OS EUAIrma tem os pés destruídos. E ainda 5.000 kms para calcorrear
E nós, estamos livres de ter um Bolsonaro?
Brasil, uma democracia automutilada
Não, o povo não é quem mais ordena
ELEIÇÕES PARA O CONGRESSO DOS EUA “Os afroamericanos e os latinos são o coração e a alma do Partido Democrata”
ALEMANHA A “amarga” eleição que faz Merkel dizer adeus a 18 anos de liderança
DICAS DE POUPANÇA Veja como está a sua situação na nova “lista negra” do Banco de Portugal

OBSERVADOR

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Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!


O meu dia começou hoje num café que desconhecia e onde o empregado brasileiro se afadigava a servir os cafés e as torradas da manhã. Até que chegou um cliente engravatado que lhe perguntou se estava contente com a vitória do Bolsonaro. Ele só respondeu: “Você não sabe como aquilo está no Brasil...” O homem não desistiu: “Não ouviu o Freitas do Amaral na TSF? Olhe que ele contou que o seu presidente disse que, se fosse alemão nos anos 30, se teria inscrito no partido nazi”. Entre acabar de servir mais um café e preparar um galão, o empregado parou por um momento: “Não acredito”.
Ouvi sem dizer nada – mas estranhei. Há semanas (meses?) que leio sobre Bolsonaro em dezenas de jornais diferentes e nunca ouvira essa referência. Mal pude fui confirmar. Sim, Freitas do Amaral fez mesmo aquela acusação na sua entrevista à TSF (é logo do minuto 4). E sim, trata-se de uma fake news (tocam a todos), como o Globo verificou há dez dias. Para mais, uma #fake mal citada.
Conto este pequeno episódio pois ele encapsula a forma como as eleições brasileiras tiveram o condão de criar em Portugal polaridades semelhantes às que dilaceraram o Brasil, sendo notória a apetência por uma argumentação do tipo reductio ad Hitlerum, isto é, aquela em que todos os argumentos da parte contrária são imediatamente descartados por serem “fascistas” ou “branqueadores do fascismo”. Esta forma incivilizada de discutir, que tem contaminado as nossas sociedades, é por isso o tema deste Macroscópio.

 Começo por isso por um texto de Adolfo Mesquita Nunes no Diário de Notícias, Para combater os populistas temos de banir a superioridade moral na política, que parte precisamente da ideia de que uma divisão maniqueísta entre “bons” e “maus” no debate político conduz a maus resultados: “A afirmação de um populista começa pela afirmação de uma superioridade moral, da sua condição de representante do povo contra as elites ou sistema. Mas esta superioridade não é apenas uma característica que populistas xenófobos, nacionalistas, homofóbicos, justicialistas, estalinistas ou anticapitalistas têm em comum, como se fosse uma consequência. Pelo contrário, o populismo é que é a consequência da moralização do debate político nas últimas décadas.” Sem querer encontrar um primeiro responsável por esta deriva nos termos da discussão pública, nota que este “protopopulismo abriu as portas aos populistas radicais. Quando eles apareceram, com ideias velhas e que haviam sido minoritárias durante décadas, o que é que encontraram? Encontraram as classificações radicais banalizadas. Quando tudo é fascismo, nada é fascismo. Mas não só. Encontraram uma sociedade aclimatada à discussão moral, a olhar para problemas complexos de forma binária, a achar que duas leis resolveriam a miséria, a ver o sistema político como uma divisão entre bons e maus, países aliados como inimigos.”

No Observador encontramos várias perspetivas sobre a forma como se reduziu em Portugal o debate a este binário fascista/anti-fascista, perspectivas com preocupações diferentes: 
  • João Marques de Almeida, em A lição de democracia dos brasileiros, olha sobretudo para o comportamento das nossas esquerdas: “Bolsonaro até poderá ser fascista, mas o facto de a esquerda o dizer é absolutamente irrelevante. As esquerdas já chamaram de fascistas a Sá Carneiro, a Cavaco Silva, a Passos Coelho, a Paulo Portas, a Marcelo Rebelo de Sousa e até, vejam bem, a Freitas do Amaral. As esquerdas banalizaram o termo fascista. Por isso, o que dizem sobre o fascismo não tem qualquer importância. As esquerdas portuguesas usam o termo fascismo com a mesma ligeireza com que os adolescentes recorrem às palavras odeio e adoro. Obviamente, as esquerdas aproveitaram as eleições brasileiras e os ataques a Bolsonaro para condicionar e assustar as direitas portuguesas. Infelizmente, algumas figuras das nossas direitas assustaram-se.”
  • Alexandre Homem Cristo, em Ordem, progresso e um inimigo da liberdade, manifestou-se mais preocupado com a forma como sentiu que uma parte da direita olhou para o fenómeno Bolsonato: “Nos próximos tempos, haverá muita gente a rasgar vestes e a anunciar o fim dos tempos no Brasil – e, claro, muita gente a enganar-se nas suas profecias apocalípticas. Da minha parte, interessa-me mais olhar para aqui: espero que a crise intelectual e de representação política no centro-direita português não se deixe vencer por réplicas do discurso do presidente eleito brasileiro. É que Bolsonaro não é um democrata. E, sim, isso não é tudo – mas, sem isso, não há nada.” 

Numa abordagem mais distanciada, João Carlos Espada procura explicar, em Eleições no Brasil: Quem lê hoje Macaulay?, que eleições bem disputadas não são sinónimo do espectáculo a que assistimos no Brasil (e a que assistimos com cada vez maior frequências noutros lugares) onde os candidatos se insultam mutuamente enquanto se acusam de serem o  “inimigo do povo”. Recomenda por isso a leitura de um historiados inglês do século XIX para lembrar que “A ideia de que a democracia consiste simplesmente na “soberania do povo” é um equívoco vulgar, em regra associado a ditaduras, revoluções e guerras civis — não a democracias pluralistas e civilizadas.”



Já sobre a ineficácia da campanha de algumas elites para derrotar Bolsonaro, e da pouca influência que parecem ter sobre o voto popular (como já tinham tido no Braxit ou na eleição de Trump), escreveram João Miguel Tavares no Público e Rui Ramos no Observador: 
  • Em Nós, as elites, não percebemos nada de nada João Miguel Tavares defende que “as elites artísticas, intelectuais e jornalísticas têm de meter na cabeça de uma vez por todas que a sua influência sobre o povo, na hora do voto, é nula.” Mais: “ter escritores, comentadores, historiadores, músicos ou jornais a criar vídeos, e manifestos, e hashtags, e editoriais, e o diabo a quatro, onde do alto da sua imensa sabedoria tentam explicar ao povo brasileiro (como já haviam tentado explicar ao povo americano) em quem ele deve votar, é uma ridícula figura, por uma razão muito simples – aquele voto, o voto de dezenas de milhões de brasileiros e de norte-americanos, também é contra nós.”
  • Já em A máquina de fazer fascistas já não funcionaRui Ramos escreve sobre aquilo que considera que “as esquerdas radicais e as elites que as esquerdas radicais têm reféns não percebem. Dominam os estúdios de televisão, as salas de aula, as fundações que dão subsídios: aí, ninguém se desviou da lição ensinada: Bolsonaro era fascista, toda a gente que não votasse em Haddad era fascista (ou, pelo menos, “branqueador do fascismo”). Acontece que fora desse mundo de conformismo e estacionamento intelectual, a máquina de fazer fascistas deixou de funcionar. O que se passou é óbvio: no Brasil, a maioria dos eleitores, por mais repugnante que fosse a alternativa, não esteve disposta a entregar o poder ao PT. Por isso, não se deixaram enganar pela velha rábula do “fascismo”.”

Não creiam que a surpresa foi só portuguesa, ou que só nós, senhores do antigo império, estávamos a olhar para o Brasil. Mary Anastasia O’Grady, a especialista em América Latina do Wall Street Journal, em Bolsonaro Takes Brazil, também nos retrata um quadro geral muito semelhante: “He was labeled a racist, a misogynist, a homophobe, a fascist, an advocate of torture and an aspiring dictator. His opponents gathered in the streets to denounce him and wrote withering diatribes against him in the press. The proudly “progressive” international media joined the fray, declaring him a threat to the environment and democracy. It ought to have been enough to sink the Bolsonaro candidacy.” Contudo, acrescenta de imediato, ele prevaleceu, “and it isn’t hard to see why: Brazilians are in the midst of a national awakening in which socialism—the alternative to a Bolsonaro presidency—has been put on trial. The resounding victory of Novo Party’s classical-liberal gubernatorial candidate Romeu Zema in the large state of Minas Gerais confirms that theory.

Claro está, acrescenta a colunista, habituada às mudanças de governo nas democracias evoluídas, que amanhã a vontade do eleitorado pode ser outra, mas agora, na interessante leitura da Veja, o Brasil terá entrado Em curto-circuito. A ideia é que o choque conservador que levou Bolsonaro à Presidência, e que nasceu nas manifestações de 2013, passou pela Lava-Jato e chegou ao ápice com o impeachment de Dilma, é um exemplo clássico de um fenómeno sociológico descrito há quase 40 anos por alguém que viria depois a desempenhar um importante papel na história do Brasil contemporâneo: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, aliás o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, formulou, num trabalho dos anos 1980, teoria de acordo com a qual as sociedades contemporâneas mudam por curto-circuito. Numa entrevista ao escriba que vos fala, depois reunida em livro (O Presidente Segundo o Sociólogo, de 1998), ele a resumiu. “Sociedades do tipo das nossas, informacionais, com muita comunicação, podem mudar por um curto-circui­to”, disse, e citou, entre outros, os exemplos da França de 1968 e da Polônia de Lech Walesa e do papa João Paulo II, dois eventos históricos que presenciou pessoalmente. “Como as sociedades são muito diversificadas, e os polos de decisão não são centralizados, podem ocorrer mudanças muito bruscas e imprevisíveis. Se houver muito fio desencapado, a probabilidade de curto-circuito é alta.” Os fios desencapados são a precondição, mas não são tudo, prossegue a teoria. Precisa haver comunicação entre os diversos segmentos sociais. “Não é um segmento contra o outro, é uma comoção que percorre os diversos segmentos. Quando se consegue fazer isso, é como se se desse uma ‘fervura’ na sociedade.” A fervura não dura para sempre; depois de certo tempo, assenta. Mas aí a sociedade já mudou.”



Este trabalho da Veja é bastante interessante e a teoria dá que pensar, até porque, como constata o Zero Hora, de Porto Alegre, em O que a vitória de Bolsonaro revela sobre o Brasil que emerge das urnas, o país que aí se revelou é “religioso, conservador, sedento por autoridade com pulso firme e mais à direita do que nunca”. Mais: “Nunca antes o eleitor brasileiro havia conduzido ao Palácio do Planalto alguém tão à direita no espectro político e tão vinculado a posições com potencial explosivo.”

Há mesmo, escreve Denis Lerrer Rosenfield no Estado de São Paulo, algo a que ele chama A nova direita. Antes, explica, a direita quase não existia, pois “O esquema vigente estruturava-se a partir de uma alternativa entre uma esquerda social-democrata e uma que detestava essa denominação”, ou seja, o PT e PSDB. Agora “A nova direita apresenta-se agora em duas correntes. Trata-se dos conservadores e dos liberais, em sua significação inglesa (...). Uma, representada por Jair Bolsonaro, tem sua ideia reitora em posições conservadoras, outra por João Amoedo, que expressa posições liberais.

É um quadro tão novo, são tantas as indefinições, que não surpreende que os editoriais da imprensa brasileira de hoje nos falassem sobretudo de um “Salto no escuro”. Em Portugal, no Público, Jorge Almeida Fernandes interrogava-se sobre se Pode Bolsonaro fazer o que lhe apetece?, regressando ao tema da necessidade que tem de negociar e voltando a abordar os riscos da suas presidência:“Risco de quê?”, interroga-se o politólogo Fernando Bizarro. “Se for a quebra brusca da democracia — com um golpe que cancele eleições, feche o Congresso e suspenda direitos —, o risco é provavelmente zero. Tanto a experiência internacional quanto a História brasileira mostram isso.” O problema é outro. “A erosão democrática, isto é, a deterioração gradual e limitada de algumas dimensões da democracia é hoje a forma mais comum da degeneração das democracias.”

Já no Observador Diana Soller notava que Bolsonaro não é Trump. Antes fosse: “Há três diferenças fundamentais. Duas delas tornam Bolsonaro muito mais perigoso que Donald Trump. O presidente brasileiro (primeira diferença) é assumidamente anti-democrata e (a segunda diferença) parece disposto a implementar no Brasil uma espécie de lei marcial permanente. A terceira diferença, é que, do ponto de vista económico, onde Trump é protecionista, Bolsonaro pôs o programa económico nas mãos de Paulo Guedes, um discípulo da escola de Chicago, que, como se sabe, professa o mercado livre e desregulado quase como uma religião.”

Como tantas vezes sucede nesta newsletter remato com um texto que, de alguma forma, é um regresso ao tópico de abertura, pois é uma análise que sublinha como, face à polarização verificada, a Moderação ficou barata na política; hora de comprar. A crónica é de Vinicius Mota e saiu na Folha de São Paulo: “Quem comprou radicalização à direita de 2013 para cá se deu bem. O que ficou barato agora é parcimônia e racionalidade econômica. São promissoras as condições para um partido social-democrata moderno no Brasil. Mas será preciso arriscar.”

Enquanto isto tudo indica que aqui, na Europa, os anos de Merkel chegaram mesmo ao fim. Mas isso ficará para outra altura. Tenham bom descanso e melhores leituras.

 
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Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
ORÇAMENTO DO ESTADO 
No Parlamento, PCP quis saber da disponibilidade do governo para "mais avanços", Centeno respondeu com um aviso à esquerda de que é preciso "sentido de responsabilidade" na próxima fase
BRASIL 
O candidato do Partido do Trabalhadores à presidência do Brasil Fernando Haddad utilizou só esta segunda-feira a rede Twitter para felicitar o Presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro, pela vitória.
MERCADOS FINANCEIROS 
A bolsa de São Paulo abriu em máximos históricos, com uma valorização superior a 3%. Suíço UBS admite que bolsa pode disparar quase 40% até ao final do ano.
ORÇAMENTO DO ESTADO 
Técnicos independentes mantêm as reservas, insistem que o défice deveria ser de 0,5%, questionam as explicações do ministro e dizem que o cálculo de Centeno é "tecnicamente incoerente".
INDONÉSIA 
O passageiro é um funcionário do Ministério das Finanças da Indonésia. Era para ter embarcado no avião da Lion Air que se despenhou esta madrugada no país, mas o trânsito congestionado não deixou.
CRISTIANO RONALDO 
Em entrevista à France Football, Cristiano Ronaldo falou sobre a ida para Itália, a hipótese da sexta Bola de Ouro e ainda a acusação de violação. "Dei explicações à minha companheira", revelou.
PREMIER LEAGUE 
Imagens de uma câmara de vigilância mostram o momento em que o helicóptero de Vichai Srivaddhanaprabha caiu. O dono do Leicester ia a bordo com a filha quando se deu o acidente, perto do estádio.
FUTEBOL 
Desde os jogadores do clube, aos atletas e clubes rivais, todos quiseram prestar a sua homenagem à queda do helicóptero onde seguia o dono do Leicester. "Ficará para sempre nos nossos corações".
FAMÍLIA REAL BRITÂNICA 
Na reta final da visita dos duques de Sussex ao Pacífico, Meghan Markle voltou a discursar. No dia em que os brasileiros foram às urnas, frisou a importância do voto, em especial, o das mulheres.
RYANAIR 
A Ryanair passará a cobrar 6 euros pelo transporte de bagagem de mão a partir de 1 de novembro. A medida tem causado descontentamento perante os consumidores que consideram ilícito o aumento do preço.
APPS 
A app para chamar táxis vai lançar na Europa um projeto de partilha de trotinetes elétricas. "São, muitas vezes, tão ou mais rápidas do que os carros em curtas distâncias", diz o presidente executivo.
Opinião

Rui Ramos
A lição da eleição brasileira é que a direita liberal só será alternativa se recusar compromissos com essas misturas de socratismo e Bloco de Esquerda como a que o PT corporiza no Brasil.
Alexandre Homem Cristo
Espero que a crise intelectual no centro-direita não se deixe vencer pelo discurso do presidente eleito brasileiro. Bolsonaro não é um democrata. E, sim, isso não é tudo – mas, sem isso, não há nada.
João Marques de Almeida
A direita liberal e conservadora é a mais ameaçada pela direita populista e radical. Como se viu no Brasil, a solução não é o centrismo, antes a afirmação de um liberalismo e conservadorismo sem medo.
Luís Rosa
O gosto pelo secretismo é algo que uma parte dos políticos adora. Têm sempre medo da palavra-chave da democracia: transparência. Daí as críticas a Cavaco -- que deu o seu contributo para a História.
João Carlos Espada
A ideia de que a democracia consiste simplesmente na “soberania do povo” é um equívoco vulgar, em regra associado a ditaduras, revoluções e guerras civis — não a democracias pluralistas e civilizadas.
MAGG

Ana Luísa Bernardino
Promissor e descrito como “espetacular”, pode significar o controlo da doença a longo prazo, sem recurso a medicação ou injeções.
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OBSERVADOR

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Inovação

Por Edgar Caetano, Jornalista
Esta é a newsletter mensal do Observador sobre Inovação. Temos encontro marcado na última segunda-feira de cada mês para lhe falar de como ela nos dá novos horizontes. Bem-vindo.
Santander Totta
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Ilustração: Raquel Martins
Há dois tipos de perigos basilares quando falamos de Inteligência Artificial (IA). Dois tipos de perigos que não são, necessariamente, exclusivos entre si.
Uma forma de a coisa dar para o torto está expressa na brilhante analogia do colecionador de selos, contada por Rob Miles ao projeto Computerphile. A história fala de um colecionador de selos que cria um sistema de IA, ligado à Internet, para o ajudar a conseguir o máximo número de selos possível, custe o que custar (no final, esse algoritmo apercebe-se de que o corpo dos seres humanos contém alguns dos mesmos materiais de que é feito o papel dos selos. E, aí… bem… o melhor é ouvir Rob Miles).
Provavelmente, porém, muito antes de chegarmos a esse tipo de problemas causados por problemas não-intencionados — o hipotético surgimento de uma consciência automática sem valores morais, incontrolável — a Inteligência Artificial vai (ou já está a) ser uma ferramenta magnífica para quem comete crimes ou atentados terroristas mas, também, para quem quer vencer eleições ou suprimir dissidentes em regimes autoritários.
Esses são os riscos maliciosos da IA, que ficaram bem evidentes nos últimos meses, com o escândalo envolvendo o Facebook e a Cambridge Analytica. Para pensar sobre esses riscos, 26 peritos de várias áreas, incluindo vindos da OpenAI (a organização não-governamental apoiada por Elon Musk, da Tesla), reuniram-se em Oxford e lançaram um relatório de quase 100 páginas em que se descrevem alguns dos perigos e se fazem recomendações aos políticos e aos académicos.
O relatório é de leitura aconselhável a todos, não apenas a quem tem um especial interesse por novas tecnologias. Mas fazemos-lhe um pequeno resumo nesta edição da newsletter Inovação, que parte de um repto lançado pelo falecido Stephen Hawking: “a IA poderá ser a melhor coisa que aconteceu na história da Humanidade. Ou poderá ser a pior”.
O que pode estar em causa, avisou o físico inglês, é a “destruição” da Humanidade. Como é que podemos evitar o pior (supondo que é possível evitá-lo)?
Obrigado por nos ler.

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