Ela perdeu uma orelha em um acidente e cresceu outra no seu antebraço
Shamika Burrage sobreviveu a um acidente de carro grave há dois anos, mas perdeu algo muito importante: sua orelha esquerda.
Agora, graças a um procedimento incomum realizado em um centro médico do exército americano, Burrage ganhou uma orelha nova – e não artificial.
O procedimento
Cirurgiões plásticos colheram cartilagem das costelas de Burrage para criar uma nova orelha para a soldada, fazendo-a crescer sob a pele de seu antebraço. Então, transplantaram-na com sucesso na cabeça da mulher.
Essa é a primeira vez que a técnica é realizada por médicos do exército. O procedimento foi conduzido pelo coronel Owen Johnson III, chefe de cirurgia plástica e reconstrutiva do Centro Médico do Exército William Beaumont, em El Paso.
Uma das grandes vantagens desse método é que ele reduz a chance de mais cicatrizes em torno do ouvido de Burrage. Além disso, o crescimento sob a pele do antebraço permite a formação de novos vasos sanguíneos.
“(A orelha) terá artérias frescas, veias frescas e até mesmo um nervo fresco para que ela possa senti-la”, disse Johnson.
O acidente
Burrage, uma soldada de 21 anos, ainda terá que passar por mais duas cirurgias, mas está se sentindo otimista sobre o futuro pela primeira vez desde o acidente.
Em 2016, enquanto dirigia para Fort Bliss depois de uma visita a sua família no Mississippi, o pneu de seu carro estourou. Burrage tinha uma passageira – sua prima.
O veículo deslizou cerca de 200 metros, depois capotou várias vezes até Burrage ser ejetada. Sua prima sofreu apenas ferimentos leves, mas a soldada teve lesões na cabeça, fraturas na coluna e perdeu a orelha esquerda.
Mais tarde, os médicos disseram à Burrage que ela teria sangrado até a morte se mais 30 minutos tivessem se passado antes dela receber atenção médica.
A alternativa
Burrage tinha se conformado a viver com uma orelha protética, mas não gostava de sua aparência.
Assim, decidiu procurou outras opções através de cirurgia plástica. Quando Johnson e outros doutores do centro médico propuseram crescer uma orelha nova no seu antebraço, a ideia de início a chocou.
“Eu não queria fazer (a reconstrução), mas pensei um pouco e cheguei à conclusão de que poderia ser uma coisa boa”, disse.
Segundo Johnson, quando o procedimento estiver finalizado, Burrage deve ter sensação normal na orelha. “E, em cinco anos, se alguém a conhecer, não notará [que é uma reconstrução]”, afirmou. [CNN]