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Falta de planeamento, falhas ao nível do design, corrupção ou até excessos de custos. Avanços e recuos. Projetos que nunca viram a luz do dia. Longos anos de intervalo entre o início da construção e respetiva finalização. Às vezes 10 anos de diferença, para um projeto passar da ficção à realidade. Estas são algumas das características comuns a todos os grandes fracassos arquitetónicos do planeta. São os chamados desperdícios de capital, e estão espalhados um pouco por todo o mundo.
O megraprojeto dos grandes rios na Coreia do Sul: 15.000 milhões
© Flickr/Creative commons O megraprojeto dos grandes rios na Coreia do Sul: 15.000 milhões
O projeto estava destinado a ser o maior da história da Coreia do Sul. Teve início em 2009, mas só foi concluído em 2011. Pelo meio muitas histórias de corrupção, protestos e queixas sobre o impacto ambiental que a construção iria ter. Nada impediu, ainda assim, que fossem construídas 16 barragens, 11 das quais apresentam várias falhas na construção.
Uma ponte que nunca chegou a existir no Alasca: 250 milhões
© Tom Brady/Flickr Uma ponte que nunca chegou a existir no Alasca: 250 milhões
Esta ponte deveria ligar a cidade de Ketchikan (80.000 habitantes) à ilha de Gravina, onde fica o pequeno aeroporto cidade. O projeto acabou por nunca sair do papel.
Ponte do “Rio das Pérolas” em Hong Kong: 2.300 milhões de euros
© Daily Mail Ponte do “Rio das Pérolas” em Hong Kong: 2.300 milhões de euros
Os trabalhos começaram em 2009 e deveriam estar prontos em 2016. Mas os custos extra, as falhas de engenharia e as alegações de corrupção atormentaram o projeto, que pode não estar pronto para receber o tráfego rodoviário até final do próximo ano.
Aeroporto de Branderburgo na Alemanha: 5.000 milhões de euros
© the local Aeroporto de Branderburgo na Alemanha: 5.000 milhões de euros
Deveria ter aberto portas em 2012, algo que ainda não aconteceu. As instalações, praticamente concluídas, foram assombradas por falhas de design, problemas de segurança e escândalos de corrupção. Para piorar as coisas, as estimativas de passageiros para as quais o aeroporto foi construído não se ajustam àquilo que se espera no futuro.
Sochi na Rússia: 49.000 milhões de euros
© BlogSochi Sochi na Rússia: 49.000 milhões de euros
O gigantesco investimento foi utilizado para construir 49 novos hotéis, 13 estações de comboio, 55 pontes e 22 túneis. No entanto, as obras não atraíram grandes empresas, e a verdade é que ao invés de se ter tornado num local de investimento e luxo, Sochi continua a ser o destino de férias dos aposentados.
Hotel Ryugyong na Coreira do Norte: 500 milhões de euros
© NKnews Hotel Ryugyong na Coreira do Norte: 500 milhões de euros
O edifício em forma de pirâmide começou a ser construído em 1987, com a esperança de se tornar num centro de casinos e entretenimento para as elites soviéticas e chinesas. Com a queda da URSS, o hotel ficou a “meio”. O edifício ainda está vazio e não pode ser habitado devido a problemas estruturais.
Estação de Scarborough no Canadá: 2.300 milhões de euros
© the star Estação de Scarborough no Canadá: 2.300 milhões de euros
A estação de metro quer substituir sete outras paragens e consolidá-las numa mega estação, que levaria o título da estação de metro mais cara do mundo. Ainda assim, as suspeitas de corrupção estão a assombrar o projeto. Uma recente auditoria garante que o trabalho “não faz sentido” devido aos custos que irá acarretar.
Aeroporto da Cidade Real: 1.000 milhões de euros
© idealista Aeroporto da Cidade Real: 1.000 milhões de euros
Foi construído através de iniciativa privada, mas com o apoio e a conivência de políticos locais. A fatura aumentou, agora, para 1.000 milhões, sem que haja um plano de negócios para rentabilizar este aeródromo no meio de La Mancha. Vazio e sem voos, foi finalmente vendido por 56 milhões de euros.
Cidade das Artes e das Ciências: 1.100 milhões de euros
© Wikimedia commons Cidade das Artes e das Ciências: 1.100 milhões de euros
O ambicioso projeto, da autoria de Santiago Calatrava, transformou uma parte central da cidade de Valência e tornou-se numa referência turística. No entanto, estava assombrado por vários problemas devido ao excesso de custos, incluindo as falhas do telhado do Palau de las Artes, que teve que ser completamente substituído e levou as autoridades valencianas a denunciar um dos seus arquitetos mais internacionais.
Edifício In Tempo: 93 milhões de euros
© Wikimedia commons Edifício In Tempo: 93 milhões de euros
O In Tempo Building, localizado em Benidorm, é o maior arranha-céus de Espanha e o segundo maior na Europa, com 189 metros de altura, 56 andares e 300 apartamentos. O projeto de Olga Urbana sofreu problemas desde o início, de que é exemplo um erro ao projetar os elevadores, copiados de um prédio com apenas 27 andares e que não levaram em conta a necessidade de mais espaço para a maquinaria de um arranha-céus mais alto.