sexta-feira, 27 de novembro de 2015

OBSERVADOR - 27 DE NOVEMBRO DE 2015


360º - As farpas da posse. 10 de Cavaco, 14 de Costa

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia 

Na Alemanha, foi detido um suspeito de ter vendido armas aos terroristas de Paris. As autoridades ainda não confirmaram a notícia do jornal Bild.

Hollande pediu em Moscovo uma “grande coligação” contra o ISIS. Putin concordou em cooperar - mas ao que conta o Guardian, com um aviso: a boa-vontade acabará se houver um novo problema com a Turquia. Já do Reino Unido, veio um sinal positivo - e um plano de ataque na Síria com muitas páginas.

Na Liga Europao Braga qualificou-se esta noite para os 16 avos de final da Liga Europa, ao vencer (2-1) o Slovan Liberec na "Pedreira". Enquanto o Sporting venceu em Moscovo,fugindo muito, mas muito mais que um milímetro aos planos de Jorge Jesus. Basta clicar que o Diogo Pombo explica-lhe porquê.
Novo Governo, dia 1
A ferver: confronto Costa-Cavaco desde o dia 1. Foi assim a tomada de posse na Ajuda. Com Cavaco Silva a dizer que tem quase todos os poderes intactos (ficando implícito que até o da demissão do Governo) e Costa a responder à letra (explicando que é ao Parlamento que presta contas, não ao PR). A síntese da posse está aqui, os discursos completos aqui e aqui - para registo histórico. 

Mas talvez valha a pena acrescentar esta leitura: As farpas da posse. 10 de Cavaco, 14 de Costa - para ajudar a ler nas entrelinhas, com a devida tradução. A leitura, claro, não responsabiliza os protagonistas. 

Retenha agora o aviso de Cavaco, que vai pairar para os próximos 4 meses ("Não abdicando de nenhum dos poderes que a Constituição atribui ao Presidente da República – e recordo que desses poderes só o de dissolução parlamentar se encontra cerceado"). Para perceber o que pode realmente fazer o PR, aqui está a lista dos seus poderes intactos.
Se preferir saber o que pode fazer o Governo socialista para os evitar, a melhor hipótese está no Económico de hoje: mandar o menor número possível de leis para Belém.

Do Palácio da Ajuda, há alguns registos fotográficos que nos vão ficar na memória. As expressões nos rostos, claro, mas também as canetas (de todas as cores) usadas para assinar no livro da posse. Adivinha a de António Costa?

Quem esteve atento aos detalhes foi o Miguel Santos, que nos descreve o que nenhum de nós conseguiu ver pelas televisões: "Houve de tudo: expectativa e confiança de um lado, rostos fechados do outro. Carros elétricos, selfies, vespas e adversários que chegaram juntos para a passagem de testemunho". Aqui está a reportagem nas trincheiras.

Enquanto uns assinavam e outros se despediam, na Assembleia confirmava-se um impasse entre os parceiros de governaçãoPCP e BE ainda não estão de acordo com o PS nas decisivas questões dos salários e sobretaxa do IRS. O jornal i desta manhã anota que os socialistas estão dispostos a negociar uma solução mais à medida das bancadas à esquerda. Veremos.

De Bruxelas, veio um pedido ao novo Governo"Mais reformas, sff". Mas também um pedido de reunião rápida ao novo ministro das Finanças. 

Falando nele: Costa não deu galões a Centeno. Isso enfraquece o ministro das Finanças? A Liliana Valente e a Helena Pereira falaram com alguns dos antecessores para chegar a respostas.

Para fechar este bloco, o trabalho que faz a nossa manchete esta manhã: Numa coisa estão todos de acordo. “Isto não dura um ano”. À esquerda e à direita, tudo preso por um fio. PSD e CDS, com Passos e Portas de volta ao Parlamento, vão apostar tudo nas fragilidades do acordo com o PCP. Quanto ao PS, acredita que coligação à direita não se aguenta mais que um ano.Texto da Liliana Valente e da Rita Dinis, para saber o ponto de partida.
 
Informação relevanteHoje proponho-lhe que vamos ponto a ponto.

TAP. As condições de venda já foram comunicadas ao regulador, que tem agora três meses para dar parecer final. É o tempo que o novo Governo tem para negociar com os compradores.

Novo Banco. O ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro foicontratado por 250 mil euros, por 12 meses - o mesmo que recebia no setor privado antes de ir para o Governo. O Banco de Portugal, ao que apurou o Observador, queria pagar-lhe mais. A notícia original é do Público.
Ainda sobre o Novo Banco: antes de fechar o plano de capital, oBanco de Portugal quer obter o conforto político do Governo de António Costa. A avaliação de Mário Centeno terá de ser feita até segunda-feira, diz o Negócios

Banca. Há três bancos portugueses com exposição de 75 milhões à empresa de renováveis espanhola Abengoa, que está em processo de falência.
E mais uma: o grupo que comprou o antigo BESI ao Novo Banco está a ser investigado pelo regulador chinês

PPP. Duas PPP rodoviárias estão em incumprimento com bancos, diz esta manhã o Negócios. São as do Douro Litoral e do Litoral Centro.

Angola. Uma notícia preocupante: o fornecimento de dólares ao país será descontinuado a partir de 2ª-feira. As consequências económicas são imprevisíveis.  

Justiça. Manuel Godinho foi condenado a dois anos e meio de prisão. Já soma 20 anos de cadeia, nas contas do JN.

Boa nova. Tire a senha em casa e controle à distância - acabou o pesadelo de ir à Loja do Cidadão, conclui a Renascença.

RefugiadosPortugal ofereceu-se a receber quase cinco mil. Mas só quiseram vir 50, diz esta manhã o DN. A burocracia pesa e as condições no norte da Europa são mais atrativas.

Solidariedade. Um lembrete: a campanha do Banco Alimentar é este fim de semana. E já dá para doar online.

Os nossos EspeciaisOs dias de Cunhal em Moscovo. Estamos a 3 de Janeiro de 1960 e Álvaro Cunhal acaba de protagonizar uma fuga espetacular de Peniche, ao fim de quase onze anos de cadeia. É aqui que começa o 4º volume da biografia do líder histórico dos comunistas, de José Pacheco Pereira, que em dezembro chega às livrarias. O Observador faz a pré-publicação de um excerto do 3º capítulo da obra - sobre o período que o líder do PCP passou em Moscovo.

Joel Greenblatt - uma carteira de ações convocada pela fórmula mágica. É a estratégia mais simples para investir bem que se pode encontrar entre os ensinamentos dos maiores gurus do mundo. O método de Joel Greenblatt resume-se a dois indicadores financeiros. O David Almas convida-o a conhecê-los, com retorno quase garantido.
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EXPRESSO CURTO - 27 de Novembro de 2015

XX Governo, "O breve"; XXI governo, "O quê?"

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com


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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto 
Ricardo Costa
POR RICARDO COSTA
Diretor
 
27 de Novembro de 2015
 
XX Governo, "O breve"; XXI governo, "O quê?"
 
Antes de tudo, convém sublinhar que o cognome “O Breve” pode ser enganador e sinal de maior longevidade ou marca histórica. Por exemplo, o célebre Pepino, O Breve reinou 15 anos e, mais importante, deixou ao mundo o seu filhoCarlos Magno.

Também outro Rei, mais próximo no tempo e na geografia,Juan Carlos I de Espanha, começou por ser apelidado de“O Breve” para, afinal, reinar umas décadas valentes em democracia quando ninguém lhe vaticinava grande futuro. Nem a ele nem à monarquia.

Tudo isto para dizer que a situação política está mais estável, mas sem ninguém poder ainda garantir ou arriscar o que temos exatamente pela frente, muito menos de quanto tempo estamos a falar. O XX governo deixou ontem formalmente de existir e foi, de facto, o mais breve da história. Mas os partidos que o suportam estão a contar com um ciclo político muito curto, que acabe em eleições antecipadas dentro de poucos meses, que pensam poder ganhar com facilidade.

Assim, o XX Governo, O Breve, voltaria com outro número mas igual vontade dentro de pouco tempo. O problema é que as coisas não são assim tão simples, como todos vimos nas últimas semanas, e o tal ciclo político depende de imensos fatores. Se fosse por vontade do atualPresidente da República, está visto que seria depressa. Cavaco Silva fez um curto e duro discurso na posse do XXI Governo, que se pode resumir em três pontos:

a) o atual executivo nasceu de uma crise política, só existe porque agora não pode haver eleições e assenta em acordos frágeis;
b) Os objetivos estratégicos do país permanecem intactos;
c) O Presidente não abdica de nenhum dos seus poderes, seja o de veto, o de fiscalização preventiva ou mesmo o de demissão do governo.

Cavaco Silva bem lembrou isso, mas António Costa respondeu mais ou menos na mesma moeda e sublinhou que responde perante o Parlamento: “O governo provém da Assembleia da República – e é perante a Assembleia que responde politicamente”. 

Em rigor, os dois estão a falar verdade e é neste equilíbrio de poderes que tudo se vai jogar. Mas tal como a indigitação do PS era mais ou menos inevitável, também uma demissão do XXI governo é uma impossibilidade prática. Para quem gosta de mergulhar em cenários e discutir o improvável, coisa que entreteve meio país nas últimas semanas, tem aqui nova oportunidade.

Mas, antes de entrarem em órbita, aconselho as palavras doRei dos cenários, agora candidato destacado na corrida presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa, que liquidou num minuto o discurso de Cavaco e que disse que a crise política acabou e que agora o governo tem que governar. Novos episódios sérios, só com novo PR – e já com todos os poderes. Até lá, é melhor esperar.

Neste caso perfilo totalmente a opinião de Marcelo. Não faço ideia de como ficará conhecido o XXI Governo, mas não me parece que seja breve. Pode ser mau, sofrível ou bom, mas não deve ser muito curto. Daqui por uns meses já vemos quem tem razão.

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OUTRAS NOTÍCIAS
Hoje já é um dia normal em Bruxelas, com tudo a funcionar numa capital que esteve paralisada demasiados dias, mas o rasto do terrorismo continua a marcar toda a Europa.

Paris presta hoje homenagem às vítimas dos atentados e toda França está envolta na bandeira tricolor e numa natural onda de patriotismo. As cerimónias oficiais decorrem esta manhã num momento de enorme unidade nacional.

Nas redes sociais as hashtags #jesuisfieredetrefrancaisou #jesuisfieredemonpays fazem furor. Tenho orgulho em ser francês e Tenho orgulho do meu país são as palavras de ordem do momento.

Ontem Hollande encontrou-se com Putin e conseguiu que Moscovo, finalmente, aceitasse coordenar esforços militares na Síria com Paris. Até agora, as forças russas atuavam autonomamente e sem qualquer esforço de coordenação militar com outras potências que combatem o Daesh.

Também a Alemanha decidiu enviar tropas para o Mali, onde a França está literalmente sozinha, e aviões de reconhecimento para a Síria. Mais importante ainda, David Cameron está finalmente em condições de conseguir aprovar no Parlamento a autorização para poder bombardear o Daesh em território sírio.

No Brasil, o escândalo Lava-Jato continua a fazer estragos e presos em série. O banqueiro André Esteves, que já foi o 13º mais rico do Brasil, está preso, tal como o senador Delcídio Amaral (PT-MS), por terem sido apanhados numa conversa em que tentavam evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e ajudar à sua fuga do país.

delação premiada é uma figura jurídica que não existe em Portugal, mas que tem sido fundamental a este caso de corrupção brasileiro, porque garante penas negociadas a quem ajuda a investigação.

Ontem foi dia de Liga Europa e de boas notícias. Hoje, as capas dos desportivos são um mar de felicidade. O Sportingleva os títulos mais épicos (“Nunca Visto”, no Record e “Classe Europeia”, em A Bola). Há 29 anos que o sporting não fazia três golos fora em 45 minutos e agora até pode passar à fase seguinte.

Braga também ganhou e ainda disputa o primeiro lugar do seu grupo, enquanto o Belenenses, que desperdiçou um penalti em casa, precisa de ir vencer a Florença, o que é difícil mas permite sonhar.

Pode-se gostar ou não da música, mas Adele está a ter o seumomentum, arrasando todas as vendas e sem precisar de serviços de streaming para nada. E a cantora já anunciou dois concertos para Portugal, onde estará pela primeira vez.É a 21 e 22 de Maio na Meo Arena, em Lisboa.

Por cá, hoje começa o Festival Vodafone Mexfest, que toma conta de boa parte da Avenida da Liberdade. São muitos artistas em inúmeras salas. Eu conto sair do Expresso da Meia Noite a correr e ainda ir ouvir Benjamin Clementine no Coliseu.

Hoje é a chamada Black Friday e aquela mania dos super-saldos já se vê em muitas lojas por cá. Se tiver tempo, paciência para filas e compradores profissionais, hoje é dia de pechinchas. Também há online, claro. É aproveitar que só dura um dia.

Apesar de todas as modas, a tradição americana dothanksgiving ainda não chegou cá. Mas para quem gosta de comer o peru já em novembro, aqui tem o magnífico sketch do genial Jimmy Fallon com Rashida Jones com as canções do ano já em tipo natalício (o chamado epic thanksgiving holiday medley). O vídeo é mesmo muito bome puxa à dança, coisa que as frases seguintes não conseguem de todo…

FRASES
"Os portugueses estão fartos do clima de crise". Marcelo Rebelo de Sousa, candidato presidencial, em reação ao discurso de Cavaco Silva

Aparentemente o PR deu posse a contragosto”. Manuela Ferreira Leite, no seu habitual comentário televisivo

Esta vitória trouxe-nos um problema”. Jorge Jesus, depois do Sporting ter vencido em Moscovo

O QUE EU ANDO A LER
Peguei neste livro do ano passado por causa de tudo o que se (re)começou a dizer a discutir sobre mercados, bolsas, credores & etc. “Nós, os mercados”, de Daniel Lacalle (editado na Marcador, 2014) é um dos muitos livros escritos nos últimos anos sobre os mercados financeiros.

Essa lista de títulos pós-crise 2008 é imensa e para todos os gostos. E se há muitos bons livros sobre as distorções que os mercados provocam, sobre a forma como atuam em matilha, a visão demasiado americana do mundo ou o condicionamento de democracias, este livro do espanholDaniel Lacalle é o melhor que conheço no sentido contrário.

Este gestor de fundos de investimento e de hedge funds, que trabalhou entre Espanha, os EUA e Londres, desmistifica e explica muito bem o funcionamento dos mercados. Racionaliza e simplifica os seus processos de forma clara, didática e até desarmante. Não é muito simpático para quem deve a mais, nem para a lentidão de respostas da zona Euro, mas é sólido e inteligente.

Lacalle ficou muito popular em Espanha pelas suas colunas no site El Confidencial, onde escreveu com grande antecedência sobre a louca bolha imobiliária espanhola, o desvario das cajas regionais e o endividamento galopante do Estado. E avisou para a extrema racionalidade dos mercados.

É um livro calmo e ponderado, naturalmente muito pró-mercados financeiros, que se lê muito bem e não nos assegura um futuro fácil. Nós próximos tempos convém tê-lo por perto porque vamos voltar a ouvir falar mais um pouco – espero que com mais calma – de mercados, juros, ratings, CDS’s e afins.

Sempre à mão, convém ter o Expresso Online, porque as coisas acontecem depressa e nós tentamos estar sempre atentos. Mais o fim do dia, pelas 18h, arrumamos tudo, trazemos notícias frescas e opinião exclusiva no Expresso Diário. E amanhã, claro, o Expresso chega às bancas com mais uma edição cheia de coisas para ler. Bom dia e bom fim de semana.
 
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EL VENTANO - 27 DE NOVEMBRO DE 2015

Albert Rivera también cree que ya estamos en guerra contra el yihadismo

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Dice que ya estamos en guerra contra el yihadismo, mantiene su negativa a que los inmigrantes sin papeles puedan ir a los centros de salud. No se compromete a subvencionar la apertura de fosas de la guerra civil, y sigue firme en la sacrosanta unidad de España. Lo cuenta, entre otros asuntos, en una extensa entrevista en Público. Este es un amplio resumen de sus declaraciones.
Lucha antiterrorista. Su postura es más radical que la de PP y PSOE y totalmente contraria a la de Podemos e IU. Más que contrarios… Me parece bien buscar soluciones a los conflictos en el norte de África. Pero lo que digo es que la solución no es convocar un Consejo de Paz y pedirle al Estado Islámico que se rinda.
¿La solución es enviar tropas? No es que sea partidario de enviar tropas. No tengo ni idea de cuántos efectivos son necesarios, cuántos tienen que ser terrestres, cuántos aéreos… Lo que tengo claro es que cuando uno se compromete con un tratado como el de la OTAN o con la UE, me parecería un poco raro que si nos piden ayuda los franceses, los ingleses, los norteamericanos, nosotros digamos: ‘Oiga mire, que nos pillan en elecciones’.
¿Enviaría a soldados españoles? ¿Diría sí automáticamente porque Francia lo pide? No porque Francia lo pide, sino porque tiene que haber una alianza internacional contra el terrorismo islámico. El artículo 5 de la OTAN apela, no a Francia, sino a una alianza internacional de países. Y no es sólo Siria, es Mali, es Libia, es Irak… Llevamos el debate a un tema simple de sí o no, pero es un tema complejo: es una guerra.
¿Y estaría dispuesto a entrar en una guerra? No es que esté dispuesto a entrar. Es que ya estamos desde hace 14 años luchando contra el terrorismo en todo el mundo.
¿Aunque mueran tropas españolas? En cualquier ámbito militar hay un riesgo. De hecho el riesgo ya lo tenemos: hay 130 muertos encima de la mesa en Francia, tuvimos 193 muertos en Atocha y otros ciento y pico en Londres. Algunos quieren hacer ver esto como una entrada en una guerra cuando ya llevamos tiempo colaborando en países como Afganistán, Mali, Irak, Libia… no es algo nuevo. Y no se puede pertenecer a un club y en función del calendario electoral, borrarte.
¿Cree que podríamos estar ante una Tercera Guerra Mundial, aunque suene tremendista? No, no me atrevo. No lo sé. No voy a decir que no, tampoco. Ojalá que no. Sé que hay gente que lo afirma. Pero de lo que estoy convencido es de que la globalización tiene cosas muy buenas y muy malas. El terrorismo islámico, con un ordenador, puede adoctrinar. Un vídeo de Youtube es suficiente. Por eso tengo claro que esto va a tardar años en solucionarse y que lo primero que tenemos que hacer es ponernos de acuerdo los países occidentales para buscar una estrategia conjunta.
El primer ministro francés, Manuel Valls, ha dicho que no se puede admitir a más refugiados en Europa. ¿La situación actual puede ser caldo de cultivo para que se radicalicen las posturas xenófobas? El problema que hay en Francia es el partido de Le Pen, que avanza con estos discursos…
Ya, pero esto lo ha dicho Valls… Sí, pero por eso lo digo también. Ahí hay otro problema de fondo: hay una parte creciente de la población que puede hacer una lectura xenófoba de este asunto. Sería un gravísimo error que los partidos democráticos nos tiráramos a ese discurso porque, al final, los refugiados son refugiados porque tienen derechos reconocidos en nuestra Constitución. España ha firmado acuerdos internacionales para darles asilo político y tenemos que darles asilo. Luego ya veremos cómo se organiza: cuántos, cómo se paga… pero no se puede negar ese refugio. Ellos huyen por lo mismo que huían los de la sala de fiestas: huyen del terrorismo.
Entonces, usted no limitaría la entrada de refugiados, ¿no? Una cosa es la colaboración en el control de fronteras, que también se contempla en el pacto antiterrorista, y otra que culpes a todos los refugiados de ser terroristas. Hay declaraciones de miembros del PP que me preocupan cuando insinúan que los refugiados son un caldo de cultivo del yihadismo. Es una irresponsabilidad. Vienen a salvar su vida y tienen derecho a hacerlo.
Está de acuerdo con el control de fronteras. ¿También con limitar ciertas libertades como controlar las redes sociales? Con nuestra Constitución actual, el Estado no puede entrar en nuestro Facebook o nuestro Twitter. Si hay que hacer reformas, se tienen que hacer, pero actualmente no se puede porque nuestros derechos no pueden ser vulnerados.
Pero proponen derogar la ley mordaza… Claro, por eso nosotros no podemos ser muy sospechosos de eso [de querer controlar las redes]. ¡Y porque hemos nacido en las redes!. Lo que dijimos es: No se puede hacer lo que ha hecho Francia. Sin una reforma constitucional no se puede afectar a nuestros derechos en un Estado de excepción. Pero uno de los aspectos que nosotros incorporamos en nuestra reforma constitucional es, precisamente, la protección de la intimidad.
¿No es difícil de explicar que Ciudadanos sea un partido “de centroizquierda” capaz de pactar con la derecha? Es que nosotros no estamos en ningún gobierno con el PP. Estamos en la oposición y además nos critican porque les apretamos mucho. Pero también le reconozco que de cara a las generales nuestra estrategia es distinta. Porque no es lo mismo ser cuarta fuerza política que luchar por la victoria. Nuestro objetivo es ganar las elecciones y, si no las ganamos y si no podemos formar gobierno, no tiene sentido que lo intentemos a cualquier precio.
Ya ha dicho que no apoyará ni a Rajoy ni a Sánchez. Eso significa que no dirá que sí a su investidura. Pero ¿dirá que no o se abstendrá? Eso ya es para nota.
¿Pero estaría dispuesto a votar ‘no’ hasta que se repitieran elecciones? Es que ahora en el partido estamos a otra cosa: a preparar la campaña. A partir del 20 de diciembre, viendo cómo queda el mapa, tendremos que tomar decisiones. Pero no vamos a firmar ningún acuerdo de gobierno, de investidura y legislatura.
¿Y si es usted el que gana? ¿Quién prefiere que le apoye: PP o PSOE? No lo sé.
¿Pero con quién cree que sería más fácil el acuerdo? Lo más lógico sería llegar a acuerdos por temas.
¡Pero tendrán que investirle presidente! Y seguro que me pondrán condiciones, igual que nosotros a ellos. Pero no sé qué condiciones me van a poner, es difícil preverlo.
Si la suma de Podemos y Ciudadanos es suficiente para dejar fuera de juego al bipartidismo, ¿pactaría con ellos? Estamos haciendo ciencia ficción, pero sí es verdad que hay muchos temas, como la regeneración, en que coincidimos bastante. Pero luego hay otras cuestiones de política territorial y modelo de Estado en que tenemos una fuerte discrepancia. Creo que los gobiernos con dos o tres partidos merecen una cultura democrática que no sé si tenemos en el momento en que vivimos. Igual España lo ve algún día. Pero ahora… Por eso si yo no soy presidente, me voy a la oposición. Sí estoy dispuesto a tener un gobierno monocolor con algunos independientes propuestos por cualquier partido. O por dos o por tres, pero otra cosa es hacer un bipartito o un tripartito.
En cuanto al desafío independentista en Catalunya, usted apoya la acción de Rajoy, el ir “paso a paso” con cada recurso, pero también está abierto a aplicar el artículo 155 de la Constitución. ¿También ve viable activar el artículo 8, que permite al Ejército intervenir para garantizar la unidad territorial? No me lo planteo. No creo que lleguemos a ese extremo, de verdad. Creo que se ha hecho bien yendo paso a paso. Nosotros habríamos hecho lo mismo que el Gobierno: advertir a cada uno de los firmantes de la resolución de qué les puede pasar. El 155 es una última instancia, pero está ahí por si alguien pretende incumplir lo básico. No creo que eso vaya a pasar. Pero si pasa, el responsable de que se suspenda la autonomía será Artur Mas y no Rajoy ni yo si fuera el caso.
En cuestiones internas, han tenido polémicas en las últimas semanas con las empresas de su número tres, José Manuel Villegas; el currículum del portavoz en la Asamblea de Madrid, César Zafra; las cuentas del partido… Bueno… Como no tenemos casos de corrupción ni problemas gordos, entiendo que la gente se fije en estas cosas. Pero bueno, ya hemos dado explicaciones a todos los periodistas y enviado toda la documentación a esos medios y ha quedado bastante claro. No son casos graves.
Recientemente se ha comprometido a abrir fosas. ¿Cuánto dinero invertirá en ello? No he dicho que fuera a abrir fosas. He dicho que a los familiares que lo soliciten, el Estado debe darles dignidad. Y la dignidad es que puedan enterrar dignamente a sus muertos. No puedo cuantificarlo porque no sé cuántas peticiones habrá. Pero creo que eso cerrará eternamente un debate que la vieja derecha no ha querido asumir y la vieja izquierda lo ha llevado a un debate de bandos. Yo quiero hacer como los norteamericanos: enterrar dignamente a nuestros muertos independientemente del bando en el que uno luchara.
En la atención sanitaria a inmigrantes irregulares su propuesta es clara: sí a enfermedades graves, infecciosas, embarazadas y niños. ¿No sería mejor dar atención primaria, que todos los médicos recomiendan, incluso, como medida de ahorro? Es que urgencias y enfermedades graves cubren muchísimos servicios.
Pero antes de llegar a la enfermedad grave sería mucho más barato –ya no sólo por salud- que alguien pudiera hacerse un análisis que pueda evitar llegar a desarrollar algo peor. Por ejemplo, el VIH. Ya, pero pueden ir a urgencias a que le atiendan si tiene cualquier síntoma. Es que ahí hay una incoherencia entre los Ministerios de Sanidad e Interior. Yo no puedo sentar a la mesa, si soy presidente, a ambos ministros y decirle a uno que cumpla la ley y a otro que no.
Pero una cosa es no dar la tarjeta sanitaria para evitar el turismo sanitario y otra ofrecerles el que puedan ir a un médico de cabecera… Claro. Pero urgencias…
Es que urgencias no es atención primaria, que luego hay colapsos… ¿Me puede decir un país de Europa que ofrezca visitas a primaria?
Puede ser usted el primero… Yo… de verdad, lo que hace Francia, Alemania, Portugal me parece razonable: permiso de residencia y nacionalidad es universalidad. Además es que no hay ningún país que ofrezca lo que ya ofrece España. Tenemos el mayor catálogo de servicios de Europa, hacemos mucho más que muchos otros países. Creo que hay una falsa polémica porque ni siquiera propongo cambios en una ley que ya existe en toda Europa.
Su partido también fue polémico por proponer revisar los mecanismos judiciales de la ley de violencia de género para proteger de las residuales denuncias falsas. Fue una propuesta en la redacción del programa de 2008 que, después de todo el programa de violencia de género se decía: ‘También en casos excepcionales se tendrá en cuenta…’. Si hay falsas denuncias, que se controle. Pero sabemos que es un caso minoritario.
Pero lo que se pide es que no se dé valor a quien intenta denigrar la ley de violencia de género dando crédito al argumento de que hay muchas denuncias falsas… Claro. Pero eso lo redactamos en 2008. Ahora la redacción del programa es toda nueva. Son más de 300 páginas y, desde luego, en ningún momento me atrevería a mezclar una cosa con la otra. Lo que sí creo es que los hombres tenemos que implicarnos en esta lucha porque la violencia de género, contra las mujeres, machista… no es contra las mujeres, es contra la democracia, ¡joer!
Aclare su postura con el TTIP. Ahí ya nos hemos mojado. Junto con el grupo socialista, el popular y el nuestro hemos votado en Europa que pueda haber acuerdo y sea transparente. Lo que creemos es que no se puede cerrar la puerta a un acuerdo internacional de este calado porque no se gestione de manera transparente. Lo que tiene que hacerse es gestionarse de manera más transparente. Ese tratado, si se hace bien, con garantías, sin bajar los estándares de calidad de los consumidores en Europa, puede ser muy beneficioso para nuestras empresas.
¿Cuántos escaños sacará Ciudadanos el 20-D? No me atrevo a decir escaños, pero sí sé que estará más ajustado de lo que se piensa. Creo que va a una tendencia de tres partidos compitiendo entre el 20 y 25% de los votos Pero no me atrevo a tanto. Hasta la gente que hace encuestas me confiesa que le cuesta hacer estimaciones de escaños es complicado. Pero yo creo que en cinco puntos podemos estar los tres.

EL VENTANO - 27 DE NOVEMBRO DE 2015

La ‘pereza selectiva’: el rechazo a argumentos propios en boca ajena

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Somos cabezotas. Y a veces nos gusta ir contracorriente, llevar la contraria, por el mero placer que ello nos reporta. Y aunque nos encanta pensar que vamos por la vida de congruentes, lo cierto es que a menudo caemos en las garras de los sesgos cognitivos. Un estudio realizado recientemente en la Lund University demostró que la mayoría de las personas rechazaría sus propios argumentos el 60% de las veces si estos son presentados por otro individuo.
El estudio en cuestión hace referencia a un fenómeno conocido en el ámbito de la Psicología como ‘pereza selectiva’. Este término se refiere a que tenemos la tendencia a evaluar de manera exhaustiva solo los argumentos que provienen de otras personas, sobre todo cuando ya hemos estado en desacuerdo con ellas en el pasado.
Para demostrar este fenómeno, los investigadores reclutaron a una serie de personas, las cuales tenían la tarea de resolver algunos problemas de lógica, en forma de silogismos. Luego, tenían que escribir argumentos que apoyaran sus respuestas.
A continuación, los participantes debían leer una serie de respuestas para esos mismos problemas, junto a diferentes argumentos que las apoyaban. Se les dijo que otros participantes habían dado esas respuestas antes que ellos, y que su misión era decidir si esos argumentos eran válidos o no. El truco consistía en que algunos de los argumentos mostrados en realidad eran respuestas que habían dado las propias personas.
Curiosamente, el 60% de las veces los participantes rechazaron sus propios argumentos, e indicaron que eran erróneos. Este fenómeno se acrecentaba aún más cuando habían detectado argumentos erróneos con anterioridad en el cuestionario que había rellenado ese supuesto participante.
Así, se pudo apreciar que somos particularmente críticos con nuestros propios argumentos cuando los presenta otra persona y, si hemos disentido con ella en el pasado, seremos aún más propensos a rechazar sus ideas, aunque coincidan con las nuestras. Esto significa que nuestra capacidad para aceptar un argumento depende, en gran medida, de su proveniencia.
Lo que sucede es que cuando buscamos argumentos para apoyar nuestras ideas, nos dejamos llevar por la pereza selectiva, no evaluamos los pros y los contras de esa idea sino que recurrimos más bien a respuestas intuitivas. En resumen, no nos convertimos en jueces de nuestro razonamiento. Sin embargo, somos jueces severos del razonamiento de los demás, lo que también puede dar pie al debate y enriquecer la conversación.

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