Villas-Boas foi adversário de Roger Schmidt: «Espero que ceda à pressão»
Em Portugal, poucos conhecem melhor Roger Schmidt do que André Villas-Boas. O treinador português foi adversário do alemão na China em 2017 e defrontou-o duas vezes em 2014 para a Liga dos Campeões.
No total, uma vitória para Villas-Boas e duas para Schmidt. Apesar dos elogios, o antigo técnico do FC Porto está a torcer para o insucesso do germânico na liga portuguesa.
«Joguei contra o Roger algumas vezes na China. Tive os meus adjuntos a seguir uma pré-época dele no Leverkusen. Conheço bem o seu método e tecnicamente é muito bom. As fases de adaptação ao futebol português foram curtas, parece-me que a equipa está bem montada para o seu modelo de jogo. Está a colher frutos desse trabalho», afirmou à Renascença, à margem da Web Summit.
«Este Benfica está a a praticar um futebol apoiado, rápido e intenso. O mérito de Roger Schmidt está à vista de todos. Implementou o modelo que defende e adaptou-se rapidamente ao nosso futebol.»
Villas-Boas ganhou o campeonato de 2010/11 com 21 pontos de avanço sobre o Benfica e sabe o que é ser líder com uma margem folgada. E deixa o tal alerta ao colega de profissão.
«Enquanto líderes sentimos sempre pressão, mesmo a essas distâncias. Neste caso, o Porto vai tentar encurtar [os oito pontos] e o Roger vai olhar para a diferença não como uma zona de conforto, mas como uma zona de pressão. Veremos se é capaz de manter a margem. Espero que não, e que ceda à pressão, porque sou portista e quero o Porto campeão.»
Na conversa, e sempre atento à realidade do seu FC Porto, André Villas-Boas elogiou o trabalho de Sérgio Conceição. «Estamos numa fase muito boa, mas um bocadinho longe do Benfica, que tem conseguido resultados excelentes, no campeonato. O Sérgio é um treinador que vive o espírito do FC Porto como poucos. Isso transmite-se na energia, na ambição, na sede de vencer que a equipa tem.»
Aos 45 anos, Villas-Boas está sem treinar um clube desde a passagem pelo Marselha, de 2019 a 2021. Por onde passa o futuro, além do desejo de vir a ser presidente do FC Porto?
«Tenho trabalhado muito com associações e federações de futebol, não só com conferências, mas também em consultoria. E assim tenho encontrado este ponto de proximidade com o futebol. O futuro logo veremos para onde caminha.»
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