Turquia admite "progressos" da Suécia e Finlândia para adesão à NATO
A Turquia sublinhou esta terça-feira que a Suécia e a Finlândia fizeram "progressos" para a adesão dos países nórdicos à NATO, de acordo com um comunicado conjunto divulgado após uma reunião em Estocolmo.
Os três países congratularam-se, na nota de imprensa, com "a intensificação da cooperação (...) e com os progressos da Finlândia e da Suécia no respeito do memorando" assinado à margem da cimeira da Aliança Atlântica em Madrid, em junho.
"A Suécia respeitou amplamente o memorando trilateral e está a caminhar para a NATO", salientou o chefe das negociações de adesão sueco, Oscar Stenström, numa publicação na rede social Twitter após a reunião.
O encontro entre os três países tinha sido anunciado no início do mês pelo Presidente turco Tayyip Erdogan.
Com o início da invasão russa da Ucrânia, a Finlândia e a Suécia apresentaram uma proposta conjunta para ingressar na Aliança Atlântica em maio, abandonando décadas de não-alinhamento militar.
Esta adesão requer a aceitação, por unanimidade, dos 30 Estados-membros da NATO, que foi ratificado por todos, incluindo Portugal, com exceção da Turquia e da Hungria.
Ancara acusa os dois países, com maior veemência a Suécia, de servirem de refúgio a militantes próximos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), bem como por albergarem representantes das Unidades de Proteção do Povo (YPG), ativas na Síria, que a Turquia considera como organizações terroristas.
Para defender a liberdade de associação, a Suécia manteve ao longo de muitos anos uma legislação liberal no domínio do combate ao terrorismo, tendo impedido até há pouco tempo, por exemplo, acusações pelo simples estatuto de membro de um grupo considerado com fins terroristas.
Na semana passada, numa visita a Ancara, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, prometeu responder às inquietações expressas pela Turquia na luta contra o terrorismo, com o objetivo de levantar todos os obstáculos à adesão da Suécia à NATO.
O Parlamento sueco votou, também na semana passada, uma emenda à Constituição que permite à Suécia endurecer as leis contra o terrorismo, medida exigida pela Turquia.
Especialistas em segurança observaram que a emenda, que entrará em vigor em janeiro, vai permitir chegar mais facilmente ao procedimento de buscas a membros do PKK, classificado na lista de organizações terroristas, entre outros, pela própria Suécia e pela União Europeia (UE).
Já a Hungria adiou esta quinta-feira a ratificação da adesão da Suécia e Finlândia para 2023. O parlamento húngaro pronunciar-se-á sobre essa matéria votando-a "na sua primeira sessão" do próximo ano, declarou o primeiro-ministro nacionalista, Viktor Orbán.
Orbán garantiu, contudo, aos dois países do norte da Europa o seu apoio para se juntarem à NATO.
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