Pan American World Airways
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A Pan American World Airways, mais conhecida como Pan Am, foi a principal companhia aérea estadunidense da década de 1930 até o seu colapso em 1991.[1] A ela foram creditadas muitas inovações que deram forma à indústria das companhias aéreas no mundo todo, como a utilização em larga escala e difundida de aviões a jato, a criação de aviões Jumbo (Boeing 747) e do sistema de reservas computadorizado. "Santos Dumont inventou o avião e a Pan Am aperfeiçoou" - Dizia Juan Trippe. A Pan Am transportou reis, rainhas, sheiks, papas, ministros, presidentes, celebridades e até soldados para a guerra. Identificada pela sua tradicional logomarca e pelo uso do "Clipper" nos nomes de seus aviões, a Pan Am foi um ícone cultural do século XX. Desde a década de 60, durante seu auge, o principal terminal da companhia foi chamado de PAN AM Worldport, o Terminal 3 do Aeroporto Internacional John Fitzgerald Kennedy, em New York - JFK.
História da Pan Am
No dia 28 de outubro de 1927, decolou de Key West um Fairchild FC-2, com destino a Havana. Nascia a Pan American World Airways, fruto das ambições do mais importante executivo de aviação de toda a história, Juan Terry Trippe.
Com a ajuda de seu pai banqueiro e de seus colegas de Yale, levantou o equivalente hoje a 5 milhões de dólares. Fundou a empresa, que já em 1929, suas aeronaves já voavam desde New York até Mar Del Plata. Era pouco. Trippe queria atravessar o Pacífico. Porém, os hidroaviões de então chegavam no máximo até ao Havaí. Depois não conseguiam cruzar o oceano, por falta de autonomia. Inconformado, Trippe descobriu o atol de Wake perdido no meio do oceano, pequeno e completamente fechado, como se fosse uma letra "O" boiando no meio do nada. Trippe mandou dinamitar uma abertura no atol e em 1935, conseguiu cruzar todo o Pacífico até as Filipinas. Em 1939, pouco antes da guerra, os Clippers inauguraram voos para a Inglaterra e Lisboa. Em 1955, encomendou os 20 Boeings 707 e 25 Douglas DC-8. Sucesso total. Trippe voltou à Boeing e juntos criaram uma nova geração de jatos: nascia o 747. Trippe aposentou-se em 1968, logo após a apresentação do Boeing 747 ao mundo, deixando a direção da empresa para Harold Gray.
Gray morreu logo depois e foi sucedido por Najeeb Halaby. Este não resistiu à crise do petróleo e assistiu aos caríssimos jumbos 747 voarem vazios pela recessão do início dos anos 70. Foi substituído por Bill Seawell, autoritário chairman que endureceu as relações com os funcionários.
Seawell comprou a National Airlines por 374 milhões, para finalmente ter acesso à rotas domésticas. Meses depois, o governo desregulamentou o mercado e a Pan Am descobriu que pagou por algo que poderia ter sido de graça, o que custou a cabeça de Seawell e para a felicidade de muitos tripulantes e funcionários de terra (aeroviários) pois se viram livres daquele que só pensava em sí mesmo e tratava os colaboradores da Pan Am apenas como números sem o menor respeito por eles. O novo Chairman, Ed Acker, fez pior. Em 1985, vendeu à United Airlines por US$ 750 milhões, todas as rotas da empresa para a Ásia, Austrália e ilhas do Pacífico, além de 18 aviões. Numa penada só a Pan Am encolheu 21% o que custou a cabeça de Acker pois especialistas concluíram que não teria a necessidade de se desfazer de tamanha fatia de marcado da empresa.
Em 5 de setembro de 1986 a imagem de segurança da Pan Am foi abalada com a tentativa de sequestro do voo PA073, escalado para a rota Bombay / Karachi / Frankfurt / New York, que logo após o pouso na escala em Karachi, foi sequestrado por 4 terroristas da organização criminosa Abu Nidal. O sequestro só não se concretizou graças à chefe de cabine Neerja Bhanot que avisou sobre o sequestro na hora certa, impedindo que o Boeing 747 - Clipper Empress of the Seas decolasse rumo a Larnaca no Chipre para usar passageiros e tripulantes como moeda de troca no resgate de outros membros da organização terrorista Abu Nidal que se encontravam presos em Larnaca. Isso rendeu a comissária Neerja Bhanot as mais altas condecorações de bravura da Índia, Paquistão, Estados Unidos e da própria Pan Am ficando conhecido mundialmente até hoje como NBBA - NEERJA BHANOT BRAVERY AWARD - nomeando assim todos os prêmios de bravura até hoje conhecidos como prêmio NB (NEERJA BHANOT) em homenagem aos seus atos de bravura para salvar os passageiros e tripulantes.
Acker foi substituído por Tom Plaskett em 1988, que tentava colocar ordem na casa, quando em 21 de dezembro um 747 da empresa caiu sobre Lockerbie, Escócia, matando todos os seus ocupantes. A tragédia destruiu a última chance de recuperação da Pan Am. Um acidente custa muito caro para uma companhia aérea, a Pan Am que estava a anos tentando se reerguer, teve que amargar mais essa derrota. Após essa tragédia os 747's da Pan Am passaram a voar vazios até os últimos dias de vida da empresa.
A Guerra do Golfo, que estourou em janeiro de 1991, reduziu ainda mais o número de passageiros. Desesperada por capital, a empresa vendeu suas rotas transatlânticas, parte para a United, parte para a Delta. A Pan Am encolheu 75%.
A empresa sangrava: perdia US$ 3 milhões a cada dia. A Delta ofereceu US$ 416 milhões em cash e assumir US$ 389 milhões em dívidas e ficar com 45% da empresa. Quando os executivos da Delta tiveram acesso ao caixa da Pan Am, descobriram um buraco de US$ 1,7 bilhões. A Delta saiu do negócio.
Sem capital para continuar operando, a empresa teve sua falência decretada em 4 de dezembro de 1991. Na tarde desse mesmo dia, o 727-200 "Clipper Goodwill", procedente de Barbados, foi avisado pela torre de Miami que aquele era o último voo da Pan Am. O Comandante solicitou à torre autorização para executar uma passagem rasante sobre a pista 12. "Afirmativo, Clipper: o céu é seu", respondeu a torre.
O 727 finalmente pousou e veio taxiando lentamente, escoltado por caminhões dos bombeiros, que desenharam nos céus um arco de água, tradicional maneira de marcar despedidas na aviação. Pyle cortou os motores, encerrando-se assim uma história de bravura, pioneirismo e glórias da inesquecível Pan American World Airways - Pan Am.
Outras empresas tentaram reencarnar ressuscitando o glorioso nome da Pan Am, porém não tinham nada a ver com a Pan Am original a não ser o nome e a logomarca. Atualmente nenhuma das reencarnações da Pan Am está em operação.
Acidentes e incidentes
- Em 1948, Voo Pan Am 10-1
- Em 1952, Voo Pan Am 202
- Em 1957, Voo Pan Am 7
- Em 1963, Voo Pan Am 214
- Em 1966, Voo Pan Am 708
- Em 1968, Voo Pan Am 799
- Em 1970, Voo Pan Am 90 (sequestro)
- Em 1972, Voo Pan Am 841
- Em 1973, Voo Pan Am 110 (sequestro)
- Em 1977, Voo Pan Am 1736 (ver Desastre aéreo de Tenerife)
- Em 1982, Voo Pan Am 759
- Em 1982, Voo Pan Am 830
- Em 1986, Voo Pan Am 73 (sequestro)
- Em 1988, Voo Pan Am 103 (ver Atentado de Lockerbie)
Frota
Frota em 1990
Aeronaves operadas Pan Am e Pan Am Express em março de 1990, um ano e meio antes do colapso da companhia:
Aeronave | Em Serviço | Pedidos | Passageiros | Notas | |||
---|---|---|---|---|---|---|---|
F | C | Y | Total | ||||
Airbus A300B4 | |||||||
Airbus A310-200 | |||||||
Airbus A310-300 | |||||||
Boeing 727-200 | Pedidos de aeronaves usadas | ||||||
Boeing 737-200 | |||||||
Boeing 747-100 | Configuração de assentos de 1989 (para vôos da América do Sul) | ||||||
Boeing 747-200B | Configuração de assentos de 1987 | ||||||
Total |
Aeronaves | Em Serviço | Pedidos |
---|---|---|
ATR 42-300 | ||
De Havilland Canada Dash 7 | ||
Total |
Histórico da Frota
Todos os aviões operado pela Pan Am:
Aeronave | Anos de operação | Total | Tipo | Notas |
---|---|---|---|---|
Airbus A300-B4 | 1984–1991 | Avião a jato | 2 pedidos | |
Airbus A310-221 | 1985–1991 | Avião a jato | ||
Airbus A310-324 | 1987–1991 | Avião a jato | Lançamento do motor CF6-80 para A310 | |
Airbus A320-200 | N/A | Avião a jato | 50 pedidos, nunca entregues. Primeiros 16 entregues para Braniff (BN). | |
Avions de Transport Régional ATR-42 | 1987–1991 | Turboélice | Operado pela Pan Am Express | |
BAe Jetstream 31 | 1987–1991 | Turboélice | Operado pela Pan Am Express | |
Boeing 307 Stratoliner | 1940–1948 | Hélice | ||
Boeing 314 | 1939–1946 | Flying boat | Primeiro transporte transatlântico | |
Boeing 377 Stratocruiser | 1949–1961 | Hélice | 8 Stratocruiser adquiridos da AOA | |
Boeing 707–121 | 1958–1974 | Avião a jato | lançamento da serie 707 | |
Boeing 707–321 | 1959–1973 | Avião a jato | ||
Boeing 707-321B | 1962–1981 | Avião a jato | ||
Boeing 707-321C | 1963–1979 | Avião a jato | ||
Boeing 720B | 1963–1974 | Avião a jato | ||
Boeing 727–100 | 1965–1991 | Avião a jato | 19 adquiridos da "National Airlines" | |
Boeing 727–200 | 1979–1991 | Avião a jato | 24 adquiridos da "National Airlines" | |
Boeing 737–200 | 1982–1991 | Avião a jato | ||
Boeing 747–100 | 1969–1991 | Avião a jato | Lançamento do Boeing 747–100 series e Boeing 747 33 Boeing 747–121s de propriedade da Pan Am 5 Boeing 747–122s foram comprados da United Airlines 4 Boeing 747–123s foram comprados da American Airlines 2 Boeing 747–132s foram comprados da Delta Air Lines | |
Boeing 747-212B | 1983–1991 | Avião a jato | Todos os 7 Boeing 747-212Bs anteriormente operado pela Singapore Airlines. | |
Boeing 747-273C | 1974–1983 | Avião de carga | Operado pela Pan Am Cargo, anteriormente operado pela World Airways. | |
Boeing 747-221F | 1979–1983 | Avião de carga | Operado pela Pan Am Cargo | |
Boeing 747SP | 1976–1986 | Avião a jato | Lançamento da Serie Boeing 747SP 10 Boeing 747SP-21s de propriedade da Pan Am 1 Boeing 747SP-27 comprado da Braniff Airways | |
Consolidated Commodore | 1930–1943 | Flying boat | ||
Convair CV-240 | 1948–1957 | Hélice | ||
Convair CV-340 | 1953–1955 | Hélice | ||
Curtiss-Wright C-46 Commando | 1948–1956 | Hélice | ||
de Havilland Canada Dash 7 | ??–1991 | Turboélice | Operado pela Pan Am Express | |
Douglas Dolphin | ??? | Flying boat | Transferidos da CNAC | |
Douglas DC-2 | 1934–1941 | Hélice | ||
Douglas DC-3 | 1937–1948 | Hélice | ||
Douglas DC-4 | 1947–1961 | Hélice | ||
Douglas DC-6 | 1953–1968 | Hélice | ||
Douglas DC-7 | 1955–1966 | Hélice | ||
Douglas DC-8-32 and Douglas DC-8-33 | 1960–1970 | Avião a jato | ||
McDonnell Douglas DC-8-62 | 1970–1971 | Avião a jato | Todos os DC-8-62 foram operados por 1 ano | |
McDonnell-Douglas DC-10-10 | 1980–1984 | Avião a jato | Adquiridos da National em 1980 | |
McDonnell-Douglas DC-10-30 | 1980–1985 | Avião a jato | Adquiridos da National em 1980 | |
Fairchild FC-2 | 1928–1933 | Hélice | Primeira aeronave da Panagra, subsidiaria da Pan Am | |
Fairchild 71 | 1930–1940 | Hélice | ||
Fairchild 91 | 1936–1937 | Hélice | 4 pedidos, todos cancelados | |
Fokker F-10A | 1929–1935 | Hélice | ||
Fokker F.VIIa/3m | 1927–1930 | Hélice | Primeiro avião da Pan Am | |
Ford Trimotor | 1929–1940 | Hélice | ||
Lockheed Model 9 Orion | 1935–1936 | Hélice | ||
Lockheed Model 10 Electra | 1934–1938 | Hélice | ||
Lockheed L-049 Constellation | 1946–1957 | Hélice | ||
Lockheed L-749 Constellation | 1947–1950 | Hélice | ||
Lockheed L-1049 Super Constellation | 1955 | Hélice | ||
Lockheed L-1011-500 TriStar | 1980–1986 | Avião a jato | ||
Martin M-130 | 1935–1945 | Flying boat | ||
Sikorsky S-36 | 1927–1928 | Flying boat | ||
Sikorsky S-38 | 1928–1943 | Flying boat | ||
Sikorsky S-40 | 1931–1944 | Flying boat | Primeiro avião a usar o nome Clipper | |
Sikorsky S-42 | 1934–1946 | Flying boat | ||
Sikorsky S-43 Baby Clipper | 1936–1945 | Flying boat |
Referências
- ↑ «Pan American World Airways, Inc.». Encyclopædia Britannica. Consultado em 10 de Novembro de 2015
- ↑ ab «World Airline Directory». Flight International. Março de 1990. Consultado em 5 de novembro de 2011
- ↑ Booth, Darren. «Vintage airline seat map: Pan Am Airbus A310». Frequently Flying. Consultado em 15 de setembro de 2012
- ↑ Booth, Darren. «Vintage airline seat map: Pan Am Boeing 737–200». Frequently Flying. Consultado em 15 de setembro de 2012
- ↑ Booth, Darren. «Vintage airline seat map: Pan Am Boeing 747». Frequently Flying. Consultado em 15 de setembro de 2012
- ↑ Booth, Darren. «Vintage airline seat map: Boeing 747 v. 2». Frequently Flying. Consultado em 15 de setembro de 2012
- ↑ «Pan Am's Aircraft». PanAmAir.org. 2005. Consultado em 7 de abril de 2008. Arquivado do original em 12 de maio de 2008
- ↑ «Concorde History Airline orders and options». Alexandre Avrane. 2000–2001. Consultado em 5 de outubro de 2008
- ↑ «Pan Am's Clipper Fleet». hacoma.de. 2006–2008. Consultado em 5 de outubro de 2008
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