Mortágua
Nota: Para outros significados, veja Mortágua (desambiguação).
Vista de Mortágua e da sua várzea | |
Gentílico | Mortaguense |
Área | 251,18 km² |
População | 9 607 hab. (2011) |
Densidade populacional | 38,2 hab,/km² |
N.º de freguesias | 7 |
Presidente da câmara municipal | José Júlio Norte (PSD) |
Fundação do município (ou foral) | 1192 |
Região (NUTS II) | Norte (Região das Beiras) |
Sub-região (NUTS III) | Dão-Lafões |
Distrito | Viseu |
Província | Beira Alta |
Orago | Nossa Senhora da Assunção |
Feriado municipal | Quinta-feira de Ascensão |
Código postal | 3450 |
Sítio oficial | http://www.cm-mortagua.pt |
Municípios de Portugal |
Mortágua é uma vila portuguesa do distrito de Viseu, situada na província da Beira Alta, região do Centro (Região das Beiras) e sub-região do Baixo Mondego, com 1 153 habitantes.[1]
É sede de um município com 251,18 km² de área[2] e 9 607 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 7 freguesias.[5] O município é limitado a norte pelo município de Águeda, a nordeste por Tondela, a leste por Santa Comba Dão, a sul por Penacova e a oeste pela Mealhada e por Anadia. Está integrado na Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
Considera-se que, as primeiras comunidades de humanos, se instalaram no actual território de Portugal, há cerca de 1 500 000 anos, assim como no actual território do concelho de Mortágua. A comprová-lo, está o facto de se terem encontrado, em alguns concelhos vizinhos ao de Mortágua, vestígios arqueológicos datados do Paleolítico, principalmente nos concelhos de Anadia e da Mealhada. Para além disso, mesmo no próprio concelho de Mortágua, crê-se que existam vestígios de arte rupestre, na zona norte do concelho, perto da aldeia de Mortazel, na freguesia do Sobral.
Por volta do ano 218 a.C., os Romanos invadem a Península Ibérica, travando na região do concelho de Mortágua, numerosas lutas com o povo Lusitano, que aqui habitava anteriormente. Após a conquista da Península Ibérica pelos Romanos, e a posterior "romanização", acredita-se que tenha atravessado o território do actual município, uma estrada romana que fazia a ligação entre o litoral e o interior da região ibérica.
Na localidade da Quinta do Vau existe um brasão romano.
Alguns séculos mais tarde, durante a Reconquista Cristã, após a invasão dos árabes à Península Ibérica, pressupõe-se que Mortágua tenha sido reconquistada algures entre 1058 e 1064 que são respectivamente, os anos da reconquista de Viseu e de Coimbra.
Após a fundação do reino de Portugal (em 1143), inicia-se uma reorganização administrativa, da qual nascem os concelhos. Mortágua recebe o seu primeiro foral em 1192, concedido pela rainha Dulce de Aragão, esposa do rei D. Sancho I. O foral que viria a ser confirmado em 1514, por D. Manuel I, estabelecia todo o modelo administrativo do concelho, como os impostos que os moradores deviam pagar, a forma de aplicação da justiça, etc…
O território do então concelho de Mortágua, não tinha todo o actual município, mas apenas a sede do concelho e algumas localidades adjacentes. O restante território, continuou dividido entre terras pertencentes ao rei (os reguengos), aos clérigos (os coutos) e aos nobres (as honras), uma situação que só seria resolvida nas reformas da administração pública no século XIX.
Em 1810, liderada pelo General Massena, a 3ª Invasão Francesa a Portugal atravessa o actual território do concelho de Mortágua, marcando-o muito negativamente, devido aos saques, pilhagens e incêndios provocados pelos soldados franceses, que aqui pernoitaram e preparam a batalha do Buçaco, na qual seriam derrotados, pelas tropas anglo-lusas.
Até ao século XIX, quem trabalhava a terra não era o seu dono, mas os moradores, que eram apenas arrendáriosvitalícios, e que podiam ser expulsos das suas terras e casas se não cumprissem os contratos estipulados com os donatários das terras. No entanto, os donatários sempre foram pessoas de outros locais, e eram muitas vezes desconhecidos pelos próprios trabalhadores, a quem estes sempre foram obrigados, desde a Idade Média, a entregar as suas rendas pela exploração das terras.
Com as reformas da administração, feitas pelos governos liberais, no século XIX, este regime é extinto, assim como as ordens religiosas, cujos bens se tornam património nacional.
Também nesta altura, com a extinção de vários concelhos, o município de Mortágua passa a ter o seu actual território, com a inclusão da freguesia de Almaça, após a sua desagregação do concelho de Óvoa tendo as freguesias restantes deste concelho, sido repartidas pelos municípios de Santa Comba Dão e Penacova.
Na segunda metade do século XIX, o concelho de Mortágua conhece um grande desenvolvimento, com a instalação de numerosas indústrias no concelho, e a abertura de novas vias de comunicação como a estrada entre Mealhada e Viseu(em 1854), e a Linha da Beira Alta entre Figueira da Foz e a fronteira de Vilar Formoso (em 1882).
No século XX, é inaugurada, na década de 1980, a Barragem da Aguieira, que permite o início do desenvolvimento turístico da albufeira e de parte do concelho. Na mesma década, assim como na década de 1990, a economia industrial do concelho de Mortágua, sofre uma grave crise, com o encerramento e deslocalização de algumas das suas fábricas.
No início da década de 1990, é inaugurado o IP3, uma via rápida que ligava Coimbra a Viseu, atravessando o concelho no seu extremo sudoeste. Em meados desta década, é renovada e electrificada a Linha da Beira Alta, passando o concelho a estar servido por uma linha ferroviária moderna e segura.
Já no século XXI, durante o Inverno de 2003, o concelho de Mortágua é alvo da atenção nacional pelos piores motivos. Neste ano, uma barragem do concelho, a Barragem do Lapão, construída poucos anos antes, para permitir a irrigação da várzea de Mortágua, ameaça rebentar durante o seu primeiro enchimento, e se tal viesse a acontecer, algumas das localidades do município, e até a própria vila de Mortágua, poderiam sofrer graves inudações. Conseguiu-se esvaziar a tempo e com segurança, toda a água da barragem, apesar de ter sido necessário demolir algumas das suas estruturas, para que a albufeira esvaziasse mais depressa. Nunca foram apuradas as responsabilidades deste caso, estando a Barragem do Lapão actualmente desactivada e degradada, e o projecto da irrigação da várzea de Mortágua foi suspenso.
Em 2008, o concelho de Mortágua é visitado pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, que aqui vem para lançar a adjudicação da concessão rodoviária Auto-estradas do Centro. Esta concessão, incluía, entre outros troços, a construção da A24, uma auto-estrada entre Coimbra e Viseu para substituir o IP3 (uma das mais perigosas vias rodoviárias de Portugal), e a A35, uma auto-estrada entre Mira e Mangualde, mas que para já, seria apenas construída entre a Mealhada e Mangualde, para ligar duas das mais importantes vias rodoviárias de Portugal, a A1 (entre Lisboa e Porto) e a A25 (entre Aveiro e Vilar Formoso), mas que, em qualquer caso, atravessaria o concelho de Mortágua. Apesar do início das obras estar previsto para 2009, até agora, ainda não foi iniciada a sua construção, devido a problemas no concurso público.
Em 2008, a Câmara Municipal de Mortágua, anunciou a construção de uma nova zona industrial no concelho, que se localizará junto à futura ligação de Mortágua à nova auto-estrada.
Portanto, actualmente, Mortágua é um concelho que procura um desenvolvimento próspero e equilibrado.
População[editar | editar código-fonte]
Número de habitantes [6] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
8 313 | 9 109 | 9 004 | 8 834 | 9 210 | 9 498 | 10 268 | 11 202 | 12 616 | 13 024 | 11 625 | 11 291 | 10 662 | 10 379 | 9 607 |
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [7] | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 2 564 | 3 249 | 3 341 | 3 074 | 3 778 | 4 082 | 4 231 | 3 235 | 2 747 | 2 097 | 1 246 | 1 012 |
15-24 Anos | 1 437 | 1 401 | 1 434 | 1 967 | 1 848 | 2 062 | 2 151 | 2 045 | 1 880 | 1 479 | 1 522 | 902 |
25-64 Anos | 3 712 | 3 852 | 3 741 | 4 193 | 4 597 | 5 260 | 5 573 | 5 275 | 5 117 | 5 317 | 5 416 | 5 018 |
= ou > 65 Anos | 612 | 682 | 667 | 729 | 854 | 975 | 1 069 | 1 070 | 1 547 | 1 769 | 2 195 | 2 675 |
> Id. desconh | 16 | 15 | 34 | 30 | 43 |
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Freguesias[editar | editar código-fonte]
Freguesias de Mortágua | |||||||||||
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Brasão | Freguesia | População[3][4] | Área[2] (km²) | ||||||||
? | Cercosa | 303 | 8,72 | ||||||||
Espinho | 1 105 | 41,34 | |||||||||
Marmeleira | 503 | 18,51 | |||||||||
? | Mortágua, Vale de Remígio, Cortegaça e Almaça | 3 992[8] | 52,10 | ||||||||
Pala | 1 016 | 48,86 | |||||||||
Sobral | 2 311 | 64,15 | |||||||||
?
| Trezói | 377 | 17,51 |
Património[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado em Mortágua
Geminações[editar | editar código-fonte]
Mortágua está geminada com:
- Figueira da Foz, Coimbra, Portugal (desde 1995)
- Wormeldange, Grevenmacher, Luxemburgo (desde 5 de Junho de 2004).
Figuras Ilustres[editar | editar código-fonte]
- Tomás da Fonseca (1877–1968), escritor.
- Branquinho da Fonseca (1905–1974), escritor e fundador do Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian.
Lista de Presidentes da Câmara Municipal (desde 1937)[editar | editar código-fonte]
- ?–1937: Manuel dos Santos Condeixa[nota 1][9]
- 1937–1944: António Lopes Fernandes de Abreu[9]
- 1944–1958: José de Abreu[9]
- 1958–1965: Artur de Gouveia Leitão[9]
- 1965–1973: António Monteiro Freire Beirão[9]
- 1973–1974: Políbio Carvalho[9][10]
- 1974–1974: Victor Hugo Miragaia[nota 1][9]
- 1974–1975: Albano Morais Lobo[nota 1][9]
- 1975–1976: José Augusto de Paiva Tomás[nota 1][9]
- 1977–1990: Bráulio Afonso Sousa (PPD-PSD)
- 1990–2013: Afonso Sequeira Abrantes (PS)
- 2013– : José Júlio Norte (Independente, eleito pelas listas do PPD-PSD)
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