Alvito
Nota: Para outros significados, veja Alvito (desambiguação).
Castelo e Pelourinho de Alvito | |
Gentílico | Alvitense |
Área | 264,85 km² |
População | 2 504 hab. (2011) |
Densidade populacional | 9,5 hab,/km² |
N.º de freguesias | 2 |
Presidente da câmara municipal | António Valério (CDU) |
Fundação do município (ou foral) | 1280 |
Região (NUTS II) | Alentejo |
Sub-região (NUTS III) | Baixo Alentejo |
Distrito | Beja |
Província | Baixo Alentejo |
Orago | Nossa Senhora da Assunção |
Feriado municipal | Quinta-feira de Ascensão |
Código postal | 7920 |
Sítio oficial | cm-alvito.pt |
Municípios de Portugal |
Alvito é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, com cerca de 1 250 habitantes.[1]
É sede de um município com 264,85 km² de área[2] e 2 504 habitantes (2011),[1][3] subdividido em 2 freguesias.[4] O município é limitado a norte pelo município de Viana do Alentejo, a este por Cuba, a sul e oeste por Ferreira do Alentejo e a oeste por Alcácer do Sal.
O nome Alvito provém de Olivetto, que significa olival, facto comprovado pelas oliveiras milenares que se encontram no concelho.
Índice
População[editar | editar código-fonte]
Número de habitantes [5] | ||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |||||||||
2 850 | 3 465 | 2 968 | 2 650 | 2 688 | 2 504 |
(Obs.: Número de habitantes que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Por decreto de 03/04/1871, a freguesia de Torrão, que pertencia ao concelho de Alvito, passou a fazer parte do de Alcácer do Sal, do distrito de Setúbal. Por decreto de 17/10/1876, a freguesia de Odivelas, também pertencente ao concelho de Alvito, passou a fazer parte do concelho de Ferreira do Alentejo.
Número de habitantes por Grupo Etário [6] | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 975 | 1 436 | 1 356 | 1 545 | 1 838 | 1 661 | 1 278 | 840 | 569 | 444 | 350 | 325 |
15-24 Anos | 548 | 669 | 749 | 845 | 1 043 | 970 | 908 | 435 | 397 | 288 | 355 | 261 |
25-64 Anos | 1 362 | 1 766 | 1 590 | 1 808 | 2 403 | 2 393 | 2 289 | 1 760 | 1 434 | 1 256 | 1 249 | 1 212 |
= ou > 65 Anos | 220 | 237 | 277 | 280 | 333 | 367 | 375 | 430 | 568 | 662 | 734 | 706 |
> Id. desconh | 2 | 16 | 6 | 1 | 2 |
(Obs.: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no concelho à data em que eles se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.)
Freguesias[editar | editar código-fonte]
O concelho de Alvito está dividido em 2 freguesias: |
História[editar | editar código-fonte]
Os testemunhos mais antigos que se conhecem da presença humana no concelho remontam ao Neolítico, existindo vários vestígios que asseguram a presença do Homem durante a Idade do Cobre, do Bronze e do Ferro.
A ocupação intensa levada a cabo pelos romanos fez-se sentir logo no início do século I, subsistindo ainda vários testemunhos desta presença, de que são exemplos as villae de S. Romão, de S. Francisco e Malk Abraão. Também visigodos e muçulmanos ocuparam estas antigas villae, dando continuidade à ocupação romana.
Conquistada pelos portugueses em 1234, a povoação de Alvito é doada a D. Estêvão Anes em 1251, chanceler-mor do reino, por D. Afonso III e pelos Pestanas de Évora. A partir desta data, sobretudo através da ação do chanceler, procede-se ao seu repovoamento, passando Alvito a ser uma povoação com dimensões consideráveis para a época.
Em 1279 morre D. Estêvão Anes, ficando a vila em testamento para a Ordem da Santíssima Trindade, a qual lhe concede carta de foral, idêntica à de Santarém, a 1 de agosto de 1280. Tal documento viria a ser confirmado por D. Dinis, em 1283. Em 1387, D. João I doa Alvito a D. Diogo Lobo, em troca dos bons serviços prestados na batalha de Aljubarrota (1385) e na conquista de Évora aos espanhóis (1387), ficando a vila ligada à história desta família ao longo de todo o período que durou o regime monárquico.
A 24 de abril de 1475, D. Afonso V concede ao Dr. João Fernandes da Silveira, marido de D. Maria de Sousa Lobo, o título de Barão, passando Alvito a ser o «cérebro» da primeira baronia instituída em Portugal. Nesta época, já a povoação desfrutava de um crescimento acentuado, fruto da conjuntura favorável em que o reino se encontrava e que permitiu um forte crescimento populacional em todo o país. Tal crescimento teve fortes repercussões na economia da vila, dado que Alvito passa a ser um dos principais centros político-económicos de todo o Alentejo, durante o período moderno, tendo quase 1700 habitantes e 364 fogos, segundo as estatísticas do censo de 1527. Este facto justifica o esplendor que se pode observar em muitos monumentos: o castelo, a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de Nossa Senhora das Candeias, bem como na representatividade da arte manuelina de Alvito.
Na época de transição do século XVIII para o século XIX, o crescimento e prosperidade de Alvito estagnam, começando o seu declínio a partir de meados do século XX, sobretudo durante as décadas de 60 e 80.[7]
Gastronomia[editar | editar código-fonte]
As iguarias típicas que podem ser provadas em qualquer um dos restaurantes do concelho são:
- Açorda de Cação
- Migas
- Ensopado de Borrego
- Sopa de Beldroegas
- Feijão com Catacuzes
- Carrasquinhas
Destaca-se, também, a doçaria regional (pastéis de chila e grão), os licores e, na freguesia de Vila Nova da Baronia, os enchidos da Baronia e os vinhos da Herdade das Barras.
O evento gastronómico de maior relevo é, desde 2007, o Ciclo Gastronómico "As Ervas da Baronia". Em Fevereiro e Junho realizam-se semanas gastronómicas em que participam os restaurantes do concelho, oferecendo pratos em torno de espargos, catacuzes e carrasquinhas (na 1ª semana) e beldroegas (na 2ª semana).[8]
Acessibilidades e infraestruturas[editar | editar código-fonte]
A sua situação geográfica de Alvito permite-lhe fácil acesso quer por rede rodoviária quer por rede ferroviária.
A linha ferroviária que serve o concelho disponibiliza os serviços de comboios intercidades e regional, que fazem a ligação entre Lisboa e Beja. Neste dois pontos cruzam-se outras linhas da rede ferroviária vindas de diversos pontos do país. Em Beja, faz-se a ligação à linha do Algarve, estabelecendo assim uma ponte de ligação a esta região.
Quanto às vias rodoviárias é de referir que a vila de Alvito se encontra localizada a 173Km de Lisboa, a 37Km de Beja, a 43Km de Évora, a 198Km de Faro e a 147Km de Badajoz (Espanha). O melhor percurso rodoviário vindo de Lisboa é pela A2 (Ponte 25 de Abril) ou pela A12 (Ponte Vasco da Gama), seguindo pela A6 em direção a Évora. Depois, deverá seguir pela EN254 até Viana do Alentejo, para finalizar com a passagem pela EN257 até Alvito.[9]
Cultura[editar | editar código-fonte]
- Biblioteca Municipal
- Centro Cultural de Alvito
- Centro Cultural de Vila Nova da Baronia
Património[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado em Alvito
- Castelo de Alvito
- Pelourinho de Alvito
- Pelourinho de Água de Peixes
- Solar de Água de Peixes ou Palácio de Água de Peixes
- Pelourinho de Vila Nova da Baronia
Política[editar | editar código-fonte]
Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]
Data | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PS | APU/CDU | AD | PPD/PSD | IND | PSD-CDS | |||||||
1976 | 48,99 | 3 | 43,61 | 2 | ||||||||
1979 | 13,39 | - | 49,74 | 3 | 34,22 | 2 | AD | |||||
1982 | 13,33 | - | 47,68 | 3 | 33,30 | 2 | ||||||
1985 | 39,90 | 2 | 55,45 | 3 | ||||||||
1989 | 24,39 | 1 | 33,39 | 2 | 37,83 | 2 | ||||||
1993 | 30,21 | 2 | 32,52 | 2 | 30,09 | 1 | ||||||
1997 | 33,82 | 2 | 45,00 | 3 | 14,12 | - | ||||||
2001 | 45,37 | 2 | 32,17 | 2 | 16,37 | 1 | ||||||
2005 | 21,77 | 1 | 20,85 | 1 | PSD-CDS | 33,76 | 2 | 20,30 | 1 | |||
2009 | 33,40 | 2 | 34,08 | 2 | 29,60 | 1 | ||||||
2013 | 31,14 | 2 | 45,20 | 2 | 19,14 | 1 | ||||||
2017 | 31,78 | 2 | 49,05 | 3 | 10,92 | - |
Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]
Data | % | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PCP | PS | PSD | CDS | UDP | APU/CDU | AD | FRS | PRD | PSN | BE | PAN | PàF | |
1976 | 40,86 | 25,86 | 11,68 | 6,79 | 1,81 | ||||||||
1979 | APU | 18,15 | AD | AD | 1,57 | 45,95 | 27,32 | ||||||
1980 | FRS | 1,08 | 43,02 | 31,06 | 17,83 | ||||||||
1983 | 24,86 | 15,96 | 6,19 | 0,88 | 45,09 | ||||||||
1985 | 15,06 | 25,30 | 1,48 | 0,90 | 38,40 | 12,36 | |||||||
1987 | CDU | 15,60 | 32,64 | 2,37 | 0,98 | 34,95 | 4,45 | ||||||
1991 | 24,75 | 36,40 | 1,82 | 26,88 | 0,81 | 0,75 | |||||||
1995 | 41,04 | 18,90 | 2,26 | 1,22 | 30,89 | ||||||||
1999 | 42,54 | 17,73 | 4,40 | 29,55 | 0,21 | 1,10 | |||||||
2002 | 40,02 | 24,09 | 5,05 | 24,01 | 1,71 | ||||||||
2005 | 47,08 | 15,62 | 3,28 | 24,54 | 4,07 | ||||||||
2009 | 32,15 | 18,87 | 7,62 | 27,79 | 8,27 | ||||||||
2011 | 29,12 | 27,84 | 9,25 | 22,41 | 2,63 | 0,93 | |||||||
2015 | 37,09 | PàF | PàF | 22,29 | 8,61 | 0,34 | 22,98 |
Personalidades[editar | editar código-fonte]
- Padre Luís Caldeira - jesuíta que nasceu em Alvito. Foi professor em Évora, deixando vários sermões religiosos.
- D. Luiz Cerqueira - bispo do Japão (Funai), (1598-1614).
- Mariana Mortágua - deputada do Bloco de Esquerda (BE)
Heráldica[editar | editar código-fonte]
Brasão: Escudo de prata com um castelo composto de um pano de muralha ladeado por duas torres circulares a azul. Em chefe, um ramo de oliveira e um ramo de azinheira, ambos a verde frutados de negro, cruzados em ponta e atados a vermelho. Em contra-chefe, duas faixas ondadas a azul entre um arco de ponte a negro realçada de prata. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com legenda a negro: "VILA DE ALVITO".[10] | |
Bandeira: De fundo azul. Cordões e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.[10] |
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