sábado, 29 de setembro de 2018

OBSERVADOR

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Desporto

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
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O poder é tramado. Ou a simples percepção desse poder. E esta última semana foi o máximo exemplo disso mesmo.
Com o país chocado com o crime que envolveu um triatleta amador, quase passou despercebida a guerra surda que se passou no Parlamento entre o secretário de Estado do Desporto e o ex-presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), com o Benfica como mesa do braço-de-ferro entre ambos. É verdade que Augusto Baganha saiu quando não queria, de forma perfeitamente legal, e pode estar, digamos assim, como que descontente. Mas as acusações que fez contra João Paulo Rebelo são graves, muito graves mesmo. Estamos a falar de ter dito aos deputados, no Parlamento, que recebeu pressões de um membro do governo por causa da possível interdição do Estádio da Luz, devido às claques ilegais.
Baganha falou mesmo num telefonema, e depois num SMS para a sua vogal, com o número do advogado do Benfica, com quem deveria reunir-se. Dito só por ele, podia ser uma simples vingança, um ataque contra quem o despediu. Mas não. No dia seguinte, o próprio governante confirmou a mensagem telefónica. Fê-lo ingenuamente, explicando não ser nada demais, dizendo apenas que ao ter sido contactado pelo clube decidiu encaminhar o caso para quem o podia realmente resolver.
Ora aqui é que entra a tal percepção de poder. João Paulo Rebelo até pode não o ter percebido, pode não ter tido intenção. Mas uma indicação de um superior a quem lhe depende, não é um mera indicação, é uma ordem. E quando já existiam precedentes, como as suspeitas de espionagem aos computadores do IPDJ no caso e-toupeira, a acção do secretário de Estado tinha de ser mais cuidadosa. Assim dá legitimidade a Baganha, que até vai pedir a reabertura desse processo de possível roubo de dados informáticos.
Mas se não foi pelas claques, talvez seja pelo mau comportamento dos adeptos. A verdade é que o Benfica pode mesmo ter de jogar à porta fechada, depois de o Conselho de Disciplina da FPF confirmar um jogo de castigo ao clube (tal como ao Sp. Braga). Se perder o recurso, é o clássico com o FC Porto de dia 7 que ficará sem adeptos na bancada. Isto depois de um amargo empate em Chaves, onde nem um Rafa em grande lhe valeu.
Para se precaver de tantos casos, o melhor foi mesmo recorrer ao poder. Neste caso aos poderosos. Por isso contratou três dos principais criminalistas do país para a sua nova equipa jurídica. É que mais vale prevenir…
Volto ao poder do futebol, porque ele esteve também bem presente na gala The Best da FIFA. Dos três concorrentes a melhores jogadores do mundo, Mohamed Salah teria de ficar imediatamente de fora. As coisas correram-lhe mal na fase final da época. Acontece. Deram-lhe como prémio de consolação o golo do ano, ignorando desde logo a trivela de Quaresma no Mundial e aquela inesquecível bicicleta de Ronaldo contra a Juventus na Champions.
Já comparando Ronaldo e Modric, o croata só levava vantagem sobre o português num ponto: tinha chegado mais longe no Mundial. Mas perdia em tudo o resto. Golos, jogos, exibições. Cristiano foi de longe o melhor jogador de 2018. Porque venceu Modric? Por causa do poder do Real, de onde Ronaldo foi corrido. E porque a FIFA não queria desempatar a contenda Messi/CR7, os dois extraterrestes da bola na última década. Apenas isso. Poderes.
Para o fim, caso tenha perdido, ficam só estas pequenas notas:

EU, A TV E UM COMANDO

O JOGO EM PALAVRAS

PÓDIO

  1. 1

    O maestro que pôs fim ao reinado de 10 anos

    Não marca muitos golos, é pequeno, não é um dos 25 jogadores mais bem pagos do mundo e nenhuma marca o patrocina. Luka Modric, o último dos maestros, acabou com o reinado de Messi e Ronaldo.
  2. 2

    Luisão. O gigante pendurou as botas e a braçadeira

    Chegou no verão quente de 2003, num ano de viragem para o Benfica. 538 jogos, 20 títulos e sete treinadores depois, Luisão deixa a Luz e termina a carreira. Mas não abandona Lisboa nem o clube.
  3. 3

    Sevilha vence Real Madrid com bis de André Silva

    No Estádio Sánchez Pizjuán, o ponta de lança português inaugurou o marcador aos 17 minutos e quatro minutos depois bisava, tornando-se no melhor marcador do campeonato de Espanha.

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