terça-feira, 14 de agosto de 2018

EXPRESSO

PAULO LUÍS DE CASTRO
 
“Não o vejo fazer isso com o futebol”. O contra-ataque de António Saraiva às críticas de Costa à política salarial nas empresas
Boa tarde.
Os ecos da grande entrevista que António Costa deu ao Expresso, publicada na íntegra na edição impressa de sábado, continuam a fazer-se sentir. O primeiro-ministro criticou a política salarial das empresas, dizendo não ser aceitável a grande disparidade entre os salários de topo, dos administradores, e os salários mais baixos e médios, e acrescentando ser “fundamental as empresas alterarem radicalmente” esta política.
Em resposta, em declarações recolhidas pela Sónia Lourenço, o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal fala de “afirmações simplistas” por parte de Costa. E António Saraiva sublinha: “Não vejo ninguém falar dos salários que se pagam no futebol e noutras áreas, a pessoas com muito menos qualificações. Num clube de futebol, um roupeiro ganha, se calhar, o salário mínimo, o que compara com os salários dos jogadores, mas não vejo o senhor primeiro-ministro fazer essas comparações”.
João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, aponta no mesmo sentido: “As administrações respondem perante os acionistas e não o Governo.”
Ainda a entrevista de Costa: para quem vai haver mais dinheiro no Orçamento do Estado do último ano desta legislatura? E o que se segue no ano político que antecede as próximas legislativas? A entrevista deixa muitas pistas: no que diz e que no deixa por dizer. Pedro Santos Guerreiro, Hugo Franco, Elisabete Miranda e João Silvestre fazem a análise às declarações do primeiro-ministro e secretário-geral do PS.
Dominado o incêndio que durante oito dias consumiu cerca de 27 mil hectares de floresta na zona da Serra de Monchique, o poder político depressa rumou até ao Algarve para fazer o rescaldo de uma semana que todos assumem ter sido “difícil” e uma “batalha” que está longe de estar extinta. Marcelo recusou “triunfalismos” e entregou-se a Deus. Costaprometeu um novo programa de apoio. O ministro Cabrita falou em “grande vitória” e teve de emendar a mão, porque se esqueceu... dos bombeiros. Leia a análise de Rosa Pedroso Lima.
Ainda Monchique: Robert Lucia salvou os os seus cinco burros do incêndio, depois de lhe terem fugido pela estrada. Mais tarde, a GNR foi bater-lhe à porta: “Onde está a canábis? Onde está a canábis?”. Alguns segundos de um vídeo gravado por este alemão mostram os militares, com alguma agressividade, a impedi-lo de continuar a filmar. Contactada pela Marta Gonçalves, a GNR assegura que está a “averiguar o que se passou”.
Outros assuntos que pode ler também nesta edição:
A caminho do Sol: a ousadia de um homem de 91 anos
Eugene Parker estuda o Sol desde os primórdios da corrida ao espaço. Há mais de 60 anos que este astrofísico norte-americano vive convicto de que vale a pena ir espreitar de perto o astro-rei. Esse seu sonho começou a concretizar-se este domingo, com o lançamento da sonda solar Parker, aqui recordada por Margarida Mota. As primeiras notícias devem chegar em dezembro.
Afrin, um enclave de paz na Síria que se mudou 60 quilómetros para sudeste depois de ter deixado de o ser
Há seis meses a guerra em Afrin parou, porque os curdos deste enclave pacífico no norte da Síria não aguentaram mais opor-se ao Exército turco que os invadiu. Milhares fugiram para as regiões rurais à volta de Alepo e é lá, em campos de refugiados numa zona destruída pelo Daesh, que estão a reconstruir as suas vidas. O espírito liberal dos curdos de Afrin foi transplantado e está a crescer a 60 quilómetros da sua casa espiritual, como escreve a Ana França.
Metade das empresas portuguesas não tem dívidas ao banco
Autores de estudo do Banco de Portugal que conclui este dado alertam que ter um baixo nível de endividamento bancário não é necessariamente bom sinal. A indústria é o sector onde mais se recorre à banca para financiar a atividade. Já o imobiliário está no polo oposto, conforme dá conta a Elisabete Miranda.
Crise cambial turca provoca quebra nas bolsas mundiais
A onda vermelha nos mercados financeiros provocada pela crise da lira turca provocou esta segunda-feira estragos avultados na Ásia e na Europa. Os analistas começam a temer que seja mais um fator de perturbação na zona euro, onde a Itália é o elo mais fraco. O Jorge Nascimento Rodrigues analisa este momento e escreve que o risco de uma nova crise como as de 1994 e 1997 nas economias em desenvolvimento vem de novo à memória.
A coluna de Opinião de hoje está por conta de Daniel Oliveira, que também se debruça sobre os incêndios: “Estranho é haver quem defenda que a polícia pode pôr em perigo a vida de alguém para defender um bem material mas não deve usar a força para salvar quem, num momento de desespero, se está a entregar à morte para defender a sua casa ou a sua terra”.
Boas leituras.
Future
 
  
A Inteligência Artificial vai ajudar-nos a desenhar o mapa do cérebro
O cientista de origem coreana concluiu o doutoramento em Harvard e é atualmente investigador no departamento de Neurociências de Princeton e professor no MIT. Seung quer conseguir uma proeza até agora inimaginável: traçar o mapa completo de ligações do nosso cérebro.
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TRABALHO
Saraiva lamenta críticas de Costa aos salários nas empresas: “Não o vejo fazer isso com o futebol”
Primeiro-ministro disse ao Expresso que não é aceitável a grande disparidade entre os salários mais baixos e mais altos nas empresas. Presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal fala em “afirmações simplistas”. Patrões do comércio consideram que faz sentido discutir a questão mas sublinham que são os acionistas que decidem
ANÁLISE Nove coisas sobre política e orçamento que Costa diz nas entrelinhas – e mais uma sobre a PGR
Para quem vai haver mais dinheiro no Orçamento do Estado? E o que se segue no ano político que antecede as próximas legislativas? A entrevista de sábado de António Costa ao Expresso deixa muitas pistas: no que diz e no que deixa por dizer
MONCHIQUE GNR averigua alegada agressão de militares a visado por busca de canábis
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Daniel Oliveira
A polícia não serve para salvar vidas?
 
INCÊNDIOS
Deus, vitória e tiros nos pés: os políticos foram aos fogos
SÍRIA
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ECONOMIA
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“Ele partiu mas deixou-nos muitas lições de amor e humanidade”: Phil Mendrix 1947-2018

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