quarta-feira, 18 de julho de 2018

EXPRESSO


POR MARTIM SILVA
Diretor-Executivo
 
Louçã, Pureza e Daniel Oliveira escrevem sobre João Semedo
João Semedo
Boa tarde,
Pouco passam das oito da manhã. Ainda com a redacção a começar a carburar, o telefone toca e a notícia chega-nos como uma bomba. Morreu o João Semedo. É sempre assim para quem vive nas redacções. É sempre assim mas custa sempre e há dias em que até custa mais. Hoje, no Diário, temos vários textos sobre João Semedo. Uma evocação mais que justa

Francisco Louçã, colunista do Expresso e fundador e antigo líder do Bloco de Esquerda, escreve "Obrigado, João"
"Já sabíamos, mas como custa. O João percebeu que o cancro o tinha vencido, mas nunca desistiu da puxar pela vida e ainda há poucos dias acompanhou todo o debate sobre a lei de bases do Serviço Nacional de Saúde pela televisão, foi trocando comigo e imagino que com outros camaradas mensagens sobre como abrir portas e conseguir fazer proteger a jóia da democracia. Conseguir, ele era um homem de conseguir."

José Manuel Pureza: "Aquele em quem confiávamos"
"Conheci o João Semedo pela mão do Miguel Portas (tinha que ser…). E rapidamente ele se tornou num camarada, depois num amigo, e depois no meu irmão mais velho. Fiz todos os diálogos com o João, pedi-lhe todos os conselhos, todas as opiniões. O João esteve sempre lá, nunca me faltou."

Daniel Oliveira: "Nunca nos falhaste, João"
"Até ao último dia da tua vida, talvez para a morte perceber que cometia um grave erro em levar-te, nunca nos falhaste, João. Sempre decente, sempre combatente. Outros pegarão na luta a partir daqui"

Num perfil de João Semedo que assina nesta edição, o Paulo Paixão lembra quando , já doente e retirado da política, voltou a aparecer, de surpresa, nas Presidenciais de 2016, num comício de apoio a Marisa Matias
"A reaparição política de João Semedo em plena campanha presidencial de 2016 foi o mote para os seus últimos tempos de vida: fazendo das fraquezas (físicas) uma enorme força (dos argumentos e das suas convicções políticas). Com o socialista António Arnaut (considerado o pai do Serviço Nacional de Saúde), entretanto falecido, preparou os fundamentos de uma nova Lei de Bases da Saúde, cuja proposta o Bloco já apresentou no Parlamento e foi objeto de uma primeira discussão pelos deputados. Além disso, João Semedo foi fundamental na proposta que o BE levou à Assembleia da República sobre a morte assistida."


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Por hoje é tudo. Como vê, tem muitas e boas razões para parar no Expresso Diário. Amanhã, como sempre, voltamos a estar cá. Para si. Por si. Boas leituras
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