terça-feira, 15 de maio de 2018

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Pedro Santos Guerreiro
PEDRO SANTOS GUERREIRO
DIRETOR
 
A palavra exacta, que nunca ilude
14 de Maio de 2018
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O FC Porto é o campeão desta época, Sérgio Conceição é o homem do ano, Pinto da Costa é a personalidade de uma era.

A era do presidente do clube não tinha afinal terminado, ao contrário do que se escreveu nos últimos quatro anos: se tivesse terminado, o Benfica era hoje penta e Pinto da Costa estaria a receber prémios-carreira. Quando recebeu este sábado a medalha de honra da cidade do Porto, "o Porto que eu amo", tinha a taça de campeão ao lado. Foi o momento mais bonito da noite nos Aliados, entre os cânticos na avenida e os foguetes no céu, "o céu mais azul". Os dois discursos da noite, ambos curtos e não lidos, de Rui Moreira e Pinto da Costa, foram sobretudo sobre o Porto. Não o clube, mas a cidade. Porque o clube faz maior a cidade que é maior do que o clube. "Tornar maior esta cidade" é o desejo inscrito no poema de Pedro Homem de Mello que Pinto da Costa citou. Não por acaso, o poema chama-se "Aleluia".

Benfiquistas, sportiguistas e outros istas desligam a televisão nestes momentos, porque a euforia dos vencedores contrasta com os seus insucessos. Na noite em que os atletas voltaram 19 anos depois à câmara de onde foram desalojados por Rui Rio, e em que nos Aliados se montou uma festa como não havia memória, o batimento cardíaco depende da cor do coração, mas a forma como uma cidade vive é nítida aos olhos de todas as cores. Não se trata de identificação de uma cidade com o seu maior clube, mas da identidade da própria cidade, que celebra como quem vive em família e faz de uma vitória no futebol uma festa da sua própria existência comunitária e cidadania. O Porto só se conhece por dentro e a sorte dos de fora é que a mesa tem sempre um lugar vago para quem queira entrar com autenticidade. "Porto - palavra exacta, nunca ilude", escreve Pedro Homem de Mello.

Pode ler tudo na Tribuna Expresso, da noite de sábado no Porto à tarde de domingo em Lisboa e aos "cômputos" habituais no final de cada época. O Benfica ganhou na Luz e conquistou o segundo lugar no Funchal, onde o Sporting perdeu o jogo e o acesso à Champions. As consequências na próxima época serão evidentes no orçamento (e portanto na qualidade esperada) do plantel. Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho (que deu uma longa entrevista no sábado ao Expresso) irão agora atacar os meandros desta época. Pinto da Costa é campeão. O Porto é campeão.
 
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Há frases feitas para pintar nas paredes das ruas, outras sintetizam confrontações sociais. Se uma sociedade se deslaça, revolta-se ou desiste. Na Argentina, as lojas de câmbios parecem postos de turismo, escreve o Estado de São Paulo, com milhares de fotografias não a paisagens mas ao câmbio do dólar, perante uma nova intervenção do FMI no país. Na Grécia, sucessivos programas de intervenção para salvar a economia devastaram a sociedade. Em Espanha, múltiplos escândalos de corrupção partidária e nos bancos, e o fosso aberto entre Madrid e a Catalunha, levam à aceleração da dissolução da estrutura de poder das últimas décadas.

Uma sondagem de hoje do El Pais revela uma queda histórica do PP (19,5%) e do PSOE (19%), com o auge do Ciudadanos (29,1%) e do Unidos Podemos (19,8%). É a primeira vez que estes dois partidos ultrapassam aqueles que governaram Espanha nos últimos 35 anos. Mais: 65% dos eleitores do PP preferem outro candidato a Mariano Rajoy. E quanto aos socialistas, "tudo indica que a sua renovação não consegue convencer, o que empurra o país para uma hegemonia do centro-direita liderada por um Albert Rivera que segue arrebatando votos", escreve o editorial do jornal espanhol.

E em Portugal? Após uma década escândalos na banca e de uma intervenção externa, seguem-se quantos anos de investigação judicial a bancos e políticos? Não é só Salgado, Sócrates, Pinho e Lino, é a estrutura de poder que mandou em Portugal. Ou a resolução de casos como estes resgata a confiança da sociedade nas suas instituições ou a democracia se dissipa através do aumento da abstenção. Mas quando lemos nas edições de hoje do DN e do JN que a diferença dos salários médios dos administradores das empresas cotadas é 46 vezes superior aos dos seus trabalhadores, pensamos de novo em justiça - em justiça social.

Como revelava o Expresso no sábado, três quartos dos quase 530 mil empregos criados em Portugal desde 2013 pagam menos de 900 euros por mês.

"António Costa prefere contratar funcionários públicos a aumentar salários", como titulava ontem a entrevista do primeiro-ministro ao Diário de Notícias. A frase prognostica a entrada de mais funcionários públicos, satisfazendo reivindicações de várias classes profissionais. Mas como ainda este sábado a secretário de Estado da Administração Pública dizia em entrevista ao Expresso que não é aceitável estar nove anos sem aumentos salariais, possivelmente assistiremos às duas coisas: contratações e aumentos no Estado. Em ano de eleições legislativas.

(Em eleições partidárias, António Costa foi reeleito, sem surpresa, secretário-geral do PSCom 96% dos votos.)

Quem criticou Costa pelas opor contratações a aumentos foi Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP criticou também o processo da EDP, defendendo que a empresa devia ser controlada pelo Estado Português. Só que pode vir a ser controlada pelo Estado chinês, se a OPA anunciada na sexta feira tiver sucesso. O Expresso, que deu a notícia em primeira mão, explicava tudo no sábado e vai continuar a acompanhar a operação, que durará provavelmente meses. Analistas citados pelo Negócios dizem que o preço oferecido é baixo, sendo que as ações dispararam 8% ao início da sessão de segunda feira, logo superando a oferta da CTG.

Está marcada para hoje a abertura oficial da embaixada dos EUA em Jerusalém, decisão de Donald Trump que sinaliza o reconhecimento da cidade como sendo a capital de Israel. A decisão foi amplamente criticada pela comunidade internacional e sobretudo pelos palestinianos.

(Israel venceu o festival da Eurovisão.)

Trump continua a abalar o mundo. "Obcecado em desmantelar o legado de Obama e em mudar o regime de Teerão, o atual presidente dos EUA deixou o Médio Oriente à beira de nova guerra, ao repudiar o acordo nuclear com o Irão", escreve a jornalista Margarida Santos Lopes. Trump "enfraqueceu também a aliança transatlântica, ao abandonar mais um compromisso internacional, ameaçando empresas europeias com sanções".

O autoproclamado Estado Islâmico foi anunciado como tendo sido destruído no Iraque, mas fora continua a matar. Reivindicou três atentados nas últimas horas, em França, Indonésia e no Afeganistão. No total, 23 pessoas morreram.

Xanana Gusmão consolidou a maioria absoluta em Timor-Leste nas eleições deste fim de semana.

Assunção Cristas aterra hoje em Luanda, onde nasceu. A líder do CDS tem uma agenda marcada por palestras e reuniões. Irá cruzar-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Azeredo Lopes, que está em Angola desde sábado.

Morreu Rosado Fernandes, fundador da CAP.

Em Fátima, o santuário encheu-se para a celebração do 13 de maio. O Papa Francisco enviou uma mensagem, um ano depois de ter estado ele próprio presente em Fátima.

Produzimos muito, importamos algum e bebemos bastante. Conheça aqui o retrato do vinho português.


FRASES
"Maior parte das pessoas que está a abandonar Sócrates não o faz por convicção, faz por calculismo"Marques Mendesna SIC.

"Há faculdades em condições muito más"António Sousa Pereira, novo reitor da Universidade do Porto, no JN.

"Não posso ser hipócrita e dar os parabéns a quem me tratou mal"Rui Vitóriasobre o FC Porto.

O QUE EU ANDO A LER
Hoje, quando for meio dia, celebram-se 70 anos da independência de Israel. Naquele 14 de maio de 1948, o novo Estado "fazia-o no meio de uma guerra já iniciada pelos países árabes à sua volta, que rejeitaram o plano de partição proposto pela ONU", escreve a jornalista Luciana Lerderfarb, enviada pelo Expresso a Israel. "O país passaria por várias guerras e várias vitórias, mas isso não o tornou um completo vencedor. 70 anos depois daquele dia inaugural, é um puzzle complexo ao qual ainda faltam peças".

reportagem da Luciana Lerderfarb está publicada na edição desta semana da revista E e a recomendação é mesmo lê-la, para perceber melhor o puzzle. Na edição do semanário, leia ainda a crónica do escritor israelita A.B. Yehoshua, intitulada "A quimera dos dois Estados", onde se reflete sobre o conflito israelo-palestiniano e sobre as dificuldades crescentes na sua resolução. Também este sábado iniciámos a oferta do livro "Jerusalém", de Simon Sebag Montefiore. E hoje, às 18 horas, leia uma edição especial do Expresso Diário sobre Israel, com análises, crónicas e muita informação para compreender melhor os contornos desta realidade tão complexa.

"O dia é curto e a tarefa imensa", diz o ditado judeu, citado na reportagem do Expresso.

Tenha uma excelente segunda-feira.
 
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