segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Coração partido pode matar?

Publicado em 30.12.2016
Apenas um dia depois da morte de Carrie Fisher, fãs da atriz sofreram novamente ao saber da morte da mãe dela, Debbie Reynolds. A causa ainda não foi anunciada, mas a também atriz de 84 anos havia reclamado de problemas ao respirar, e foi resgatada por uma ambulância em Los Angeles.
Quando casais ou membros de uma família morrem em rápida sucessão, é comum atribuir a segunda morte ao coração partido. Mas é realmente possível que uma emoção seja tão forte ao ponto de matar uma pessoa?
“A síndrome do coração partido – que é, de fato, uma coisa real – é quando alguém fica sabendo de uma notícia muito forte, geralmente negativa, e há uma enorme liberação de hormônio de estresse na corrente sanguínea, e o coração é bombardeado com esses hormônios”, explica o psiquiatra Matthew Lober, do hospital Lenox Hill de Nova York.
Essa notícia forte pode ser a da morte de uma pessoa amada, e é daí que o nome “síndrome do coração partido vem”. Mas ela também pode ser a notícia de um divórcio ou até de uma demissão. Essa notícia pode até ser positiva, mas anunciada de maneira muito brusca.

Sintomas e pacientes

Os sintomas são dor intensa no peito, falta de ar e alterações profundas na pressão sanguínea. Quando os hormônios de estresse atingem o coração, eles causam mudança em seu ritmo, aumentando e diminuindo a velocidade do batimento. Isso causa dor e deixa a pessoa com dificuldade para respirar.
A síndrome geralmente acomete mulheres, com 90% dos casos. Além disso, pessoas com histórico de problemas neurológicos, como convulsões, e pessoas com histórico de doenças mentais também costumam sofrer com o problema.
A síndrome foi descrita pela primeira vez em 1990 por pesquisadores japoneses, e também é conhecida como Síndrome Takotsubo. Se o coração de uma pessoa que sofre com a síndrome for observado em um exame de raio-x, ele tem o formato semelhante ao takotsubo, uma armadilha japonesa para polvos.
Apesar de a hipótese do estresse ser o causador do problema, a causa precisa da síndrome ainda não é conhecida, de acordo com Kevin Campbell, cardiologista da Universidade de Carolina do Norte. A vítima da síndrome até pode exibir sintomas parecidos com os do ataque cardíaco, mas não há nenhum bloqueio no órgão. As artérias parecem completamente normais, mas o coração fica dilatado e muito frágil.

A boa notícia é que a maioria das pessoas que sofrem com a síndrome não morrem por conta dela. O tratamento é o mesmo de um ataque cardíaco, e normalmente não há danos que possam ser observados um ou dois meses depois do episódio.
[CNN]

Sem comentários:

Enviar um comentário

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue