OUTRAS NOTÍCIASO terrorismo continua a marcar os nossos dias. Esta noite
Barack Obama fez um raro discurso ao país a justificar a sua estratégia anti-terrorista e o plano de ataque ao Daesh na Síria e no Iraque.
É uma importante intervenção sobre uma nova fase do terrorismo. O presidente americano referiu-se aos ataques da semana passada em San Bernardino e manteve a ideia de
não colocar tropas no terreno na Síria.
A manhã em
Londres é de alguma tensão e segurança muito reforçada, depois de um homem ter levado a cabo um ataque com uma faca numa estação na tarde de sábado.
Muhaydin Mire, de 29 anos,
já foi acusado de tentativa de homicídio pela Scotland Yard, mas o medo de ataques de “lobos solitários” instalou-se.
Hoje é a estreia oficial de
Mário Centeno no Eurogrupo. O novo ministro das finanças já fez um périplo informal pelas instituições europeias na semana passada, mas hoje é mesmo a sério. É a primeira vez que os seus colegas o vão ouvir. Vai ser interessante – e importante – ver o que o poderoso Wolfgang Schauble diz no fim da reunião.
Por cá, o Jornal de Negócios e o Correio da Manhã publicam uma
sondagem que mostra
como a ideia sobre a duração do novo governo está a mudar na cabeça dos portugueses. 31% dos inquiridos considera que o Executivo PS vai cumprir os
quatro anos da legislatura, 3,9% acha que vai durar três anos e 17,1% fala numa duração de dois anos. Ou seja, mais de 50% acredita que não cai na primeira curva.
O
Público traz hoje a primeira grande
entrevista com o novo primeiro-ministro. Há várias novidades, nomeadamente
a confirmação de que a sobretaxa não acaba toda em 2016. As negociações com os partidos à esquerda decorrem no Parlamento, sendo certo que a solução deverá assentar num modelo de progressividade.
Costa explica porque fez os acordos à esquerda, diz perceber que a direita esteja irritada e respeitar “
algum azedume”, avisa que a
Concertação Social não se pode transformar numa Câmara Alta e que os transportes de Lisboa e Porto vão mesmo ver as
privatizações revertidas.A entrevista é longa e vai dar que falar ao longo do dia.
O Diário de Notícias diz que o
Ministério Público vai ter uma ferramenta informática
com ligação direta a bancos e seguradoras. Qualquer operação suspeita passa assim a poder ser monitorizada em tempo real. Já havia comunicações bancárias obrigatórias, mas assim fica ainda mais rápido.
As escolas de gestão da
Universidade Católica de Lisboa, da Nova e do Porto
estão uma vez mais entre as melhores da Europa na lista do Financial Times. A Católica Lisbon School of Business and Economics ficou em 26.º lugar, a Nova School of Business and Economics em 28º e a Porto Business School surge em 62.º lugar. Pelo segundo ano consecutivo, a London Business School, da Universidade de Londres, fica em primeiro lugar.
No futebol os dias andam mais calmos, depois da agitação dos direitos televisivos. Esta semana há competições europeias e é para isso que os olhares se viram. Há um Benfica-Atlético Madrid e um Chelsea-Porto.
Ontem foi um dia muito agitado para o
ciclismo. Tudo porque o F. C. Porto
anunciou um acordo com a W52, que, dias antes, tinha sido anunciada como parceira do Sporting. Ou seja, enquanto alguém em Alvalade festejava o regresso ao ciclismo, esqueceu-se de pôr o cadeado e quando olhou para a bicicleta… já estava no Porto.
Antes de terminar esta parte, resta dizer que a
chuva regressou em força. Basta ir à janela para confirmar. Está um daqueles dias cinzentos e chuvosos, com ar de que não vai mudar. É a vida.
FRASES“
Percebo que a direita esteja irritada e respeito até algum azedume”.
António Costa, no Público, na sua primeira grande entrevista como primeiro-ministro
“
Fim da austeridade? O país não pode embarcar em facilitismos”.
Luís Amado, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros em entrevista ao Diário Económico
“
F.C. Porto antecipou falta de pedalada para o futebol”.
Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, sobre a forma como os portistas ‘roubaram’ a equipa de ciclismo que se preparava para fazer um acordo com os sportinguistas
O QUE EU ANDO A LEROs jornais internacionais já começaram com as habituais listas de melhores livros do ano. Por cá, essas listas ainda estão pouco consolidadas, pelo que deixo a literatura para o meu próximo Expresso Curto, ainda uns dias antes do natal.
É um exercício tão habitual como encher as ruas de comércio com luzes de natal. Olhar para trás e ver o que melhor se escreveu, compôs ou filmou faz parte da época e ajuda nalgumas prendas ou naqueles balanços mais introspetivos que todos fazemos antes das últimas badaladas do ano. Tenho que ler isto, mas como é que nunca ouvi isto, não é que este filme me escapou, etc…
Se quase todos os jornais, revistas e sites são bons a olhar para trás, há um nome que se estabeleceu como o melhor do mundo a olhar para a frente. A revista
The Economist já tem nas bancas a edição especial
The World in 2016. Como sempre, é fundamental para nos abrir os olhos para o que está mesmo ali ao virar da esquina, em mais um ano de enormes contradições.
Essa edição, que se encontra com facilidade nas nossas bancas ou em digital, caminha nessa tensão entre um mundo de inovação tecnológica e descobertas científicas e tendências imparáveis de guerra, refugiados, terrorismo, instabilidades de toda a ordem e ascensão das direitas nacionalistas e das extremas-esquerdas.
Essa tensão está bem sintetizada no texto da diretora da revista
Zanny Minton Beddoes,
“o lamento de uma liberal”, que apela a um “
radicalismo do centro”, como forma de enfrentar as agendas populistas e conservadoras (à direita e à esquerda) que se estão a instalar na ordem mundial.
Para terminar, e porque hoje é ponte, sugiro que vá ao cinema ver o magnífico
Que horas ela volta?, da brasileira
Anna Muylaert, a primeira mulher em 30 anos a ser pré-nomeada para o
Óscar de melhor filme estrangeiro. O filme recebeu o prémio do público no
Festival de Berlim e o de melhor atriz no
Festival de Sundance, uma extraordinária Regina Casé.
A crítica portuguesa tem sido menos entusiasta, mas
Que horas ela volta? é um filme poderoso e simples que provocou grande discussão no Brasil – onde já foi considerado o
filme da década – pela forma direta e bem disposta como olha para as diferenças sociais e tensões que atravessam o país de uma forma simples e poderosa. É muito bem filmado, com planos pouco habituais no cinema comercial, e melhor interpretado por um belíssimo naipe de atores, num filme que vai dar que falar.
Entre o trabalho, as compras e uma ida ao cinema, vá espreitando o
Expresso Online porque o mundo não para. E ao fim da tarde, já sabe, temos o
Expresso Diário com toda a atualidade bem arrumada, notícias em primeira mão e opinião exclusiva. O
Expresso Curto regressa quarta-feira. Até lá tenha um bom dia e, se puder, aproveite o feriado.
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