Bom dia,
O título desta newsletter remete para os três assuntos que maior destaque merecem hoje.
As eleições gerais, totalmente imprevisíveis, que se aproximam em Espanha; a
conferência do clima em Paris; e a
discussão política interna, agora com a preparação do OE para 2016 como prato forte.
1. Orçamento de Estado e outras contasCom o novo Governo já em funções, a preparação do Orçamento de Estado para o próximo ano centra atenções. No fim de semana o DN disse que o documento podia só chegar a Belém a tempo de ser promulgado pelo próximo Presidente da República (o que seria uma espécie de derradeira afronta a Cavaco), que entra em funções a 9 de Março. Costa já veio dizer que essa data não faz grande sentido e Mário Centeno prometeu um documento o mais breve possível. Hoje, o
assunto volta a ser notícia (e daquela politicamente picantes, para dar mais polémica com a anterior maioria):
“Governo de Costa encontra OE 2016 sem nada feito”. Os novos governantes queixam-se de que mesmo trabalho administrativo e técnico básico, como as previsões de despesa salarial ou de investimento, não estão feitos nesta altura.
Hoje é dia de
reunião semanal entre os três partidos à esquerda e há muita pedra para partir, como a solução para a devolução da sobretaxa (que no sábado o
Expresso dizia poder passar por uma devolução mais rápida para quem menos ganha). Pessimista (what’s new?), Sousa Tavares acredita que a
carga fiscal sobre a classe média se prepara para voltar a subir.
Ao mesmo tempo, os partidos da coligação que já não é de governo
vão decidir se avançam ou não com uma moção de rejeição ao Governo PS no Parlamento. Há quem ache que sim, e quem ache que nem por isso. O debate é amanhã e depois.
Ainda em matéria de números, o
DE de hoje conta que as reformas antecipada terão um corte superior a 13% no próximo ano. No público como no privado. Motivo? O chamado factor de sustentabilidade, que está ligado à esperança média de vida, que continua a aumentar no país.
2. Eleições em EspanhaEm Espanha, ontem foi
dia de debate na luta para se saber quem sucede a Rajoy a
20 de dezembro como presidente do governo espanhol. Pablo Iglesias, Alberto Rivera e Pedro Sanchez, do Podemos, Ciudadanos e PSOE, respetivamente, esgrimiram argumentos. Por vezes de
forma dura. Quem faltou ao debate organizado pelo El Pais e transmitido via web foi o quarto aspirante a suceder a Rajoy: o próprio Mariano Rajoy. O El Pais afirma que o confronto consolidou as opções de mudança política no país. O líder do PP não foi ao debate, mas está activo e até se propõe
pagar a criação de emprego no seu país (por exemplo, com subvenções às empresas que criem postos de trabalho). O assunto é destaque do El Mundo de hoje.
Acredite que o que se passa em Espanha nos diz respeito. E muito. Vale mesmo a pena olhar para o que se passa politicamente no país vizinho.
Com uma democracia da idade da nossa, o país nunca foi governado por uma coligação e agora esse cenário é uma possibilidade bem real, tal a proximidade nas sondagens. Ciudadanos e Podemos baralharam mesmo o tradicional panorama político dominado por PSOE e PP.
3. ClimaVerdadeiro dinamite cerebral são estes artigos sobre a conferência do clima, que decorrem em Paris. O primeiro, do New York Times, traz “respostas simples para questões difíceis” e é um óptimo be-à-bá para ficar a perceber
do que é que estamos a falar (qual o aumento da temperatura do planeta? Quais as implicações? Que podemos fazer? etc etc). Aqui do
Expresso, sugiro o artigo da Carla Tomás, que há anos acompanha as temáticas ambientais, e que acredita poderem vir sinais positivos de Paris. O
Público faz o resumo do que mais importante por lá se passa. Para os que gostam de seguir o assunto com mais detalhe, o Le Monde propõe um
minuto a minuto com tudo o que aconteceu no primeiro dia da Cimeira.
No encontro estão chefes de Estado e de governo. Mas também figuras influentes (ou melhor, mais influentes que os próprios chefes de Estado e de governo). Como o multimilionário Bill Gates, que com outros super-ricos vai criar um
fundo de energias limpas, no valor de quase dois mil milhões de dólares.
Finalmente, sobre o mau clima que o encontro do clima gerou em Portugal. “Um incidente burocrático, normal nas transições de governo”. Foi desta forma que ontem António Costa colocou ponto final na
polémica sobre a acreditaçãodo primeiro-ministro na conferência do clima, em Paris. O tema andou a ser discutido todo o dia, com versões de um lado e do outro.
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