sábado, 21 de novembro de 2015

DESEMPREGO É CRIME? _- 21 DE NOVEMBRO DE 2015

Paulo de Morais
6 hPorto
Desemprego é Crime?
Para receberem o subsídio a que têm direito, os desempregados registados em Portugal passam autênticas provações. O Instituto de Emprego entretém-se a humilhá-los e trata-os como se fossem malandros que não querem trabalhar. Desde logo, os beneficiários do subsídio têm de atestar a permanência na sua morada oficial, como se fossem arguidos obrigados a termo de identidade e residência. Esta condição é atestada pelas juntas de freguesia, a que os desempregados acorrem num calvário burocrático, cansativo e inútil.
Para além do mais, os desempregados estão ainda obrigados à "procura ativa de emprego", devendo demonstrar que envidam esforços para conseguir emprego, missão que deveria ser responsabilidade do IEFP. Como não há criação de postos de trabalho, os cidadãos vítimas de desemprego limitam-se a ir às empresas implorar que estas atestem a sua candidatura a um lugar para o qual não têm apetência ou que nem sequer existe. Obtido o documento, segue o papel para o IEFP. Assim, finge-se a procura de emprego, as empresas fingem entrevistá-los e o IEFP finge que fiscaliza. Com este tipo de práticas, o IEFP falha completamente a sua missão. Não sabe lidar com o problema do desemprego, apenas sabe perseguir pessoas. O IEFP, bem como este sistema de gestão do desemprego, faliu.
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António Fonseca
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