quinta-feira, 17 de novembro de 2022

TAD revoga castigo de dois jogos à porta fechada ao Boavista - 17 DE NOVEMBRO DE 2022

TAD revoga castigo de dois jogos à porta fechada ao Boavista

Lusa - Há 2 horas
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O clube do Bessa tinha sido sancionado em 14 de junho, na sequência de um processo disciplinar por incidências verificadas durante o empate na receção ao Estoril Praia (1-1), em 27 de setembro de 2021.

TAD revoga castigo de dois jogos à porta fechada ao Boavista
TAD revoga castigo de dois jogos à porta fechada ao Boavista© Photo and Co

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) revogou na quarta-feira o castigo de dois jogos à porta fechada determinado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol ao Boavista, da I Liga, face a conduta discriminatória.

O clube do Bessa tinha sido sancionado em 14 de junho, na sequência de um processo disciplinar por incidências verificadas durante o empate na receção ao Estoril Praia (1-1), em 27 de setembro de 2021, da sétima jornada da edição 2021/22 do principal escalão.

Segundo o acórdão divulgado no seu sítio oficial na Internet, o TAD assume que a claque Panteras Negras "levou a cabo atitudes racistas", entoando "sons a imitar macacos", mas "não ficou provado" que a SAD "tenha promovido, consentido ou tolerado tais cânticos".

Esse incidente ocorreu aos 70 minutos do encontro, quando adeptos "identificados com sinais distintivos" do Boavista na bancada sul "entoaram durante cerca de 10 segundos o som a imitar macacos" para o luso-cabo-verdiano Chiquinho, então avançado do Estoril.

Aos 90+1 minutos, quando Romário Baró estava prestes a entrar em campo para render Bruno Lourenço, atual jogador 'axadrezado', outro adepto afeto ao clube da casa proferiu na bancada poente "insultos racistas e xenófobos" na direção do médio luso-guineense.

O órgão federativo invocou a infração do 113.º artigo do regulamento disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional para aplicar dois duelos à porta fechada e uma multa de 38.250 euros ao Boavista, que teve desfecho inverso sobre outro processo idêntico.

Na semana passada, os 'axadrezados' viram o TAD manter o castigo de uma partida à porta fechada, acrescido de uma coima de 2.040 euros, pelo incumprimento de deveres nos confrontos realizados no Estádio do Bessa, no Porto, perante o Moreirense (1-0), em 19 de dezembro de 2021, da 15.ª jornada, e o Vizela (2-2), em 06 de fevereiro, da 21.ª.

Dugin aconselha o Kremlin? A Rússia é um Estado fascista? Sete perguntas e respostas para entender a ideologia russa - 17 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Dugin aconselha o Kremlin? A Rússia é um Estado fascista? Sete perguntas e respostas para entender a ideologia russa

Catarina Maldonado Vasconcelos - Ontem às 12:59
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A Constituição da Rússia proíbe diretamente a existência de uma ideologia oficial dominante, mas a unificação ideológica já chega às escolas e às universidades e a guerra na Ucrânia destacou a Rússia entre os Estados autoritários. Entre uma “democracia imperfeita” e o “neofascismo”, afinal onde se situa a Rússia no espectro da ausência de liberdades e garantias? Os analistas ouvidos pelo Expresso explicam, desvelando as bases da política do Kremlin

Aleksandr Dugin
Aleksandr Dugin© KIRILL KUDRYAVTSEV

É através dos princípios da ideologia do Kremlin que os meios usados internamente e na Ucrânia são justificados pelo regime comprometido com os fins do “mundo russo”. A ideocracia da Rússia de hoje conjuga reaproveitamento de velhos saberes, exaltação do passado histórico, culto da personalidade e pensamentos emergentes. Pensadores e filósofos ultraconservadores têm o hábito de visitar o Kremlin e mantêm reuniões privadas com as autoridades do Governo de Putin. Os últimos meses, com uma guerra em curso, não foram exceção. Alguns visitantes têm influenciado o Governo e contribuem para o mapa conceptual do Kremlin.

Que papel desempenha Aleksandr Dugin, conhecido como o “cérebro de Putin”?

figura de Aleksandr Dugin esteve sempre envolta em grande controvérsia. Os analistas que se dedicam a estudar a Rússia divergem quanto ao grau de influência do filósofo político eurasianista, que é um dos ideólogos mais proeminentes do chamado “mundo russo”. A ideia que começou por definir a solidariedade dos russos no estrangeiro com os seus compatriotas que se mantinham no país de origem evoluiu para um apelo à rejeição total dos valores “decadentes” do Ocidente. A promoção da ideia da União Eurasiática - órgão geopolítico que absorveria os países que em tempos formaram a URSS - por Dugin remonta a 2000. O objetivo da união seria uma oposição clara ao Ocidente e a tudo o que aquele polo significa. O filósofo francês Bernard-Henri Lévy chegou a considerar que as ideias de Dugin são essencialmente fascistas.

Uma fonte próxima da liderança do partido Rússia Unida, ouvida pelo site de notícias russo “Meduza”garante que Aleksandr Dugin chegou a trabalhar com o Kremlin algumas vezes, nomeadamente pouco antes de 2010, quando o gabinete presidencial era chefiado por Vladislav Surkov [um estratega russo considerado “o feiticeiro” de Putin por aconselhar o Presidente ao longo de mais de 20 anos e que foi um dos ideólogos da anexação da Crimeia]. As ligações de Dugin com o Kremlin não são consensuais, e mesmo aqueles que as defendem acreditam que os contactos não eram regulares. No entanto, analistas ouvidos pelo Expresso admitem que a morte da filha do ultraconservador russo, Darya Dugina, foi um divisor de águas. A mensagem de Dugin estará a imiscuir-se cada vez mais na ideologia nacional, e as palavras de Putin confundir-se-ão com o discurso do filósofo.

Andrei Kolesnikov, jornalista russo que já foi editor geral do “Novaya Gazeta” e investigador do think tank Fundo Carnegie para a Paz Internacional que estuda a política russa, acredita que há razões para acreditar que Aleksandr Dugin se aproximou mais do Kremlin após a morte de Darya Dugina. “Ele apareceu num evento público, e, na retórica ideológica dos líderes, o seu estilo pathos [de paixão e sofrimento] tornou-se perceptível." O jornalista acredita que até ao momento o papel de Dugin tinha sido sobrevalorizado no Ocidente, mas a sua influência será crescente. “Até agora os contactos que mantém são com o Departamento de Políticas do Kremlin. Cabe a esse departamento decidir quais das suas ideias usar. Mais do que nas ideias, a influência revela-se no tom e no estilo, que são importantes.” Mais especificamente, "o pathos e a tradução do discurso para o plano quase religioso da luta entre as forças do bem e Satanás”.

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