Primeiro-ministro chinês afastado da liderança do Partido Comunista
Li Keqiang, o primeiro-ministro da China e principal defensor das reformas económicas no país, está entre quatro dos sete membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista (PCC) que vão ser afastados.
Li Keqiang, o primeiro-ministro da China e principal defensor das reformas económicas no país, está entre quatro dos sete membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista (PCC) que vão ser afastados.
O seu nome não constava na lista do novo Comité Central, uma espécie de parlamento do Partido Comunista Chinês com cerca de 200 membros.
A lista foi aprovada no sábado, durante a sessão de encerramento do 20.º Congresso do PCC, que durou uma semana e definiu a liderança e a agenda política do país para os próximos cinco anos.
Apenas membros do Comité Central podem servir no Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China.
Os outros três membros que foram afastados são o secretário do Partido Comunista no município de Xangai, Han Zheng, o chefe do órgão consultivo do Partido, Wang Yang, e Li Zhanshu, um antigo aliado de Xi e presidente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China.
O PCC aprovou também uma emenda à sua carta magna que eleva o estatuto de Xi Jinping como líder indiscutível da China.
Xi emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976.
Um terceiro mandato de Xi quebra um limite não oficial de dois mandatos, que foi instituído para tentar evitar os excessos do poder absoluto que marcaram o reinado de Mao.
O texto da emenda não foi divulgado imediatamente, mas, antes da sua aprovação, um locutor referiu os motivos por detrás da decisão, mencionando repetidamente Xi e os seus "feitos" na modernização das Forças Armadas e da economia e no reforço da autoridade do Partido.
Nos seus breves comentários finais, Xi apontou que a revisão "estabelece requisitos claros para manter e fortalecer a liderança geral do Partido".
No congresso anterior, em 2017, o PCC elevou já o estatuto de Xi ao consagrar as suas ideias -- conhecidas como "Pensamento de Xi Jinping" -- na sua carta magna.
A elevação do seu pensamento ideológico torna qualquer crítica às diretrizes de Xi num ataque direto ao Partido e sinaliza amplo apoio ao líder chinês entre a elite política do país, segundo observadores.