quinta-feira, 30 de junho de 2016

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!

Enquanto dormia

Duas notícias de saúde. 40,05% dos médicos do Centro têm sinais de exaustão e um quarto deles obteve uma pontuação elevada na escala de depressão, segundo dados de um estudo. No Norte, os Cuidados de Saúde estarão em "colapso financeiro", tendo já falhado pagamentos relativos a meios complementares de diagnóstico.

David Cameron já tem uma candidata oficial para lhe suceder. É Theresa May, atual ministra do Interior do Reino Unido, que promete unir os britânicos.

Em Espanha, Mariano Rajoy inicia hoje os contactos para a formação de um novo Governo. Já estendeu a mão ao PSOE e também ao Ciudadanos para um acordo alargado.


Euro 2016
20h00, Marselha. Dia M para Portugal? Dia de passagem às Meias-finais do Europeu? É isso que seleção joga hoje frente à Polónia. Numa equipa cheia, mas cheia de jovens (junto a uns quantos avôzinhos), há Renato Sanches, mas também William, João Mário, Rafa e Guerreiro. A evolução dos miúdos da seleção desde a vitória no Euro-2003 de sub-17 até hoje garante um futuro risonho. Mas garantirá o caneco? (vá lá, pelo menos a meias, ok?)

Fernando Santos está seguro de si. Diz que tem a situação bem estudada. Que não vai em cantilenas, na canção do bandido, de que a Polónia é mais fraca do que a Croácia. (dê-nos boa música então, mister)

Em Marselha, o Diogo Pombo descobriu um segurança que andou a separar a pancadaria entre russos e ingleses. E que bate na madeira para dar sorte a Portugal.

Não são de madeira (isso é de outros tempos), mas sim de ferro. Falo dos postes e das barras das balizas que neste Euro já travaram 25 remates. Normal? Aliada ao futebol, a ciência explica esta 'casualidade acidental'. Palavra do físico Carlos Fiolhais.

Ainda a Islândia. Porque vale a pena conhecer 10 curiosidades sobre a equipa sensação do Euro

Informação relevante
Alarme, aviso, ameaça ou simples polémica? Afinal, o que disse Wolfgang Schäuble, o controverso (há quem prefira incendiário, sobretudo à esquerda) ministro das Finanças alemão que pôs Portugal e os mercados em ebulição? As primeiras notícias, da conceituada Bloomberg, começaram por atribuir-lhe uma frase definitiva (a de que Portugal tinha pedido um novo resgate e que ia tê-lo). Foi o alarme. Depois vieram os esclarecimentos, do próprio primeiro e a seguir do seu porta-voz. Tratava-se afinal de um aviso. O de que se Portugal não cumprir as regras orçamentais vai ser mesmo obrigado a um novo programa.  O Governo desmentiu, Marcelo falou em ameaça. Schäuble é, de fcato, um homem de muitas polémicas. Mas haverá fogo ou é só fumo?

A Helena Garrido escreve sobre as probabilidades de se confirmarem os vatícinios de Schäuble.

O balanço dos atentados em Istambul é, como não podia deixar de ser, trágico. 42 mortos confirmados, 239 feridos. Mas o que se sabe de facto sobre estes ataques? E como está a Turquia a lidar com o terror que, em 13 meses, já fez 278 mortos e 1300 feridos no país?

Depois do Conselho Europeu, o debate do Brexit aqueceu internamente no Parlamento inglês. Na Câmara dos Comums, Cameron, demissionário, pediu a Corbyn, resistente no cargo, que lhe seguisse o exemplo: "Por amor de Deus, vá-se embora, homem!", disse o (ainda) primeiro-ministro conservador ao líder trabalhista. Foi mais um dia pós-Brexit em que seguimos os acontecimentos de manhã à noite neste liveblog.

De Angola chegou a notícia tão esperada por alguns, mas tão inesperada para a maioria. Os ativistas detidos há mais de um ano sob acusação de rebelião para derrubar o regime -- entre eles o luso-angolano Luaty Beirão -- foram libertados e vão aguardar julgamento em liberdade. Só para recordar, foram acusados de estar a preparar um golpe de estado contra José Eduardo dos Santos por estarem a ler o livro "Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura". Sairam à rua a cantar 'liberdade'.


Na política interna, notícia para o facto de Costa ter contrariado as previsões económicas de Centeno e para a discussão parlamentar que gerou o chumbo às audições externas à CGD pedidas por PSD e CDS. Acabou com um deputado do PS a fazer uma constatação relevante: "Os cidadãos estão fartos de nós até ao tutano".

Ah, claro, ainda não houve entendimento sobre o fim da obrigação quinzenal de apresentação para desempregados proposto pelo Bloco. O Governo apenas promete rever o modelo. Outro modelo para rever, ou melhor, avaliar, é o da reposição das freguesias, pedido não só por Bloco como também pelo PCP que hoje vai a debate.

Na Justiça, imagine, já há data marcada para a leitura do acórdão BPN. (lembra-se, o caso começou há cinco anos?). Acontecerá (não se apresse, tem tempo) a 28 de abril de 2017. (sim, é isso, leu bem, daqui a um ano). Isto se não houver, claro, mais nenhum impedimento até lá. O principal arguido, Oliveira Costa, ex-secretário de Estado de Cavaco Silva, tem agora 81 anos. O caso já custou aos cofres públicos, pelo menos, 5 mil milhões de euros.

Entretanto, Macário Correia, ex-presidente da Câmara Municipal de Tavira, conheceu ontem a sentença pelos quatro crimes de prevaricação de titular de cargo público de que estava acusado. Foi condenado a quatro anos e meio de prisão, com pena suspensa por igual período. O processo era de 2009.



Os nossos Especiais

O Reino Unido votou a saída dos 28, mas os problemas não acabaram na União Europeia. Agora a 27, como é que a UE se vai desenvencilhar desta crise? Os 5 grandes dilemas que a Europa vai ter de resolver (já) vão desde questões políticas, a mais austeridade e mais segurança, até à luta demográfica de velhos vs. jovens, como foram verificar a Catarina Falcão e a Margarida Peixoto.



Notícias surpreendentes
Já marcou férias? Paciência, fica para a próxima. Ainda não? Então vai a tempo. A U.S. News & World Report escolheu os 25 melhores sítios para visitar em 2016/2017. Agora escolha.

Férias e calor rimam, claro, com um bom visual. Por isso a Ana Dias Ferreira escolheu 25 looks para este verão quente. Para dar mais uma ajudinha, fica este guia de maquilhagem só com os dedos.

Ainda agora acabou a sexta temporada e já se fala da sétima. Quer saber o que aí vem? Falo, claro, da série Guerra dos Tronos.

Mais mudanças no Facebook. Pois é, lá vem Zukerberg baralhar tudo outra vez. Uma é simples: um botão de like renovado. Outra nem tanto: o feed de notícias vai ordenar os posts de forma a que primeiro aparecem família e amigos, só depois notícias de jornais.

O melhor é mesmo ter o Observador como amigo no Facebook e em todas as outras redes sociais. E ir passando regularmente pelo nosso site onde encontrará toda a informação atualizada. Hoje, já sabe, é dia M, dia de Portugal a caminho das Meias do Europeu. Veja toda a cobertura que preparámos para si do Portugal-Polónia.

Um dia feliz e produtivo e bom jogo. Força Portugal 

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Portugal, os Euros e a alieNação

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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Miguel Cadete
Por Miguel Cadete
Diretor-Adjunto
 
30 de Junho de 2016
 
Portugal, os Euros e a alieNação
 
Portugal joga mais logo contra a Polónia a qualificação para as meias finais do Euro 2016.

Se ganhar fica entre as quatro melhores equipas do torneio. Em caso de derrota, fica interrompida uma caminhada que começou a 14 de junho. O país voltará à dita normalidade.

A partida anterior, contra a Croácia, foi vista, só num canal, por mais de três milhões de espectadores. Se juntarmos os outros canais em que foi transmitida, mais os emigrantes que estão lá fora, é natural que esse número cresça para os quatro milhões de portugueses.

Mas a mancha de visibilidade da seleção é muito maior: nos canais de televisão, rádio, jornais, revistas e na internet, nas redes sociais e nas conversas do dia-a-dia, o espaço dedicado a Cristiano Ronaldo e seus camaradas é muito mais vasto que o dos jogos propriamente ditos.

Como se ouviu num dos relatos radiofónicos do golo frente à Croácia, trata-se um país com “fome de glória”. Outros já disseram que se tratava de alienação, ou de alguém que não tem nada no plano económico e, sobretudo, político com que se orgulhar. “O futebol, pelo menos, são 90 minutos de fantasia onde os portugueses ainda acreditam no talento, no esforço e até na benevolência do destino”, disse João Pereira Coutinho.

No nosso caso é bem possível que, dada a maneira de jogar do treinador Fernando Santos, exista um tempo extra e esses 90 minutos passem, pelo menos, a 120.

Foi assim no jogo dos oitavos de final. E será assim se mantivermos o mesmo desempenho dos jogos da fase de grupos, em que Portugal também não foi capaz de levar de vencida qualquer dos adversários nos 90 minutos regulamentares. Bem vistas as coisas, já levamos 360 minutos de tempo regulamentar sem conseguir derrotar os nossos adversários. E no jogo contra a Croácia, o golo milagroso surgiu apenas a três minutos do fim do prolongamento.

Mais ainda, durante os 390 minutos que Portugal esteve em campo, apenas se encontrou na posição de vencedor ao longo de uns míseros 23 minutos. Liderámos durante 5,9% do tempo de jogo, o que não é retumbante. Mas ainda estamos lá.

Os comentadores – que também são quase quatro milhões – exigem, na sua grande maioria, a entrada no onze titular de Renato Sanches, o médio de 18 anos que transporte a bola lá para a frente e anima as hostes com um futebol que a espaços é vistoso.

Mas o selecionador não tem ido em conversas. E sabe que quando entra Renato Sanches, nunca antes da segunda parte ter início, o meio campo de Portugal fica partido, perdem-se passes e a defesa começa a passar as passas do Algarve.

Se Renato entra de início ou não, é o tema que hoje interessa aos portugueses. Mas já se viu que o conservador Fernando Santos – “não vou em cantigas do bandido”, disse ontem - só o põe a jogar, tal como a Ricardo Quaresma, em caso de extrema necessidade.

Um mistério que só ficará resolvido pouco antes das 20h, quando for conhecida a equipa, mas tenho para mim que num jogo a eliminar como o de hoje jogam Rui Patrício, Raphael Guerreiro, Pepe, José Fonte, Cédric, William Carvalho, Adrien, João Mário, João Moutinho, Nani e Cristiano Ronaldo. É com eles que Fernando Santos, muito provavelmente, vai “acreditar na benevolência do destino”.

Porque, lá está, nos jogos que acontecem em Bruxelas, onde também se disputa a “benevolência do destino” de Portugal, continuamos a não ser tão bem vistos.

Em Berlim, Wolfgang Schaüble, o ministro das Finanças alemão, que nos faz tremer mais do que Lewandovski, disse que “Portugal cometeria um grave erro se não cumprisse os seus compromissos (anteriores)”. E acrescentou “Portugal precisaria então de pedir um novo resgate. Os portugueses não querem um novo programa de ajuda nem precisam dele se cumprirem as regras europeias”.

Claro que isto gerou um sururu maior do que aquele que João Pinto aprontou no Mundial de 2002 quando, durante um jogo contra a Coreia do Sul, deu um murro no árbitro.

Claro que as declarações de Schaüble vêm na sequência dos menos bons resultados da execução do Orçamento do Estado português, como sublinha João Vieira Pereira.

Claro que o primeiro-ministro tinha sossegado o país, vindo a público dizer dois dias antes que “não haverá medidas adicionais”. Claro que isto deixa nas pessoas a mesma segurança que as defesas sentem quando a seleção da Alemanha começa a massacrar as equipas adversárias.

Mas também é claro que o ministro germânico disse o que disse no dia em que o FMI constatou que a Alemanha precisa das mesmas reformas que gosta de fazer aplicar a outros países. Que a sua estrutura demográfica, demasiado envelhecida, requer cuidados intensivos. E que a escassez de força de trabalho está a conduzir o país a uma desaceleração do crescimento. Que são precisas mais mulheres a trabalhar a tempo inteiro, que a idade da reforma deve aumentar ou que a formação dos imigrantes de é essencial para inverter a situação.

Claro que as declarações de Schaüble também sucederam no dia em que se soube que a divisão norte-americana do Deutsche Bank (e o Santander) não passou, mais uma vez, nos testes de stress.

Claro que isto não é alienação, ao contrário de 22 tipos atrás de uma bola. Claro que precisamos de ganhar o jogo de hoje. Dê lá por onde der.
 

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Espanha e França rejeitam entrada da Escócia no Reino Unido
. “Se o Reino Unido sai, a Escócia também sai”, disse Mariano Rajoy em Bruxelas precavendo os movimentos independentistas que tem na Catalunha ou no País Basco. François Hollande está com o recém vencedor das eleições legislativas em Espanha: “as negociações para a saída serão com o Reino Unido, não com uma parte do Reino Unido”. Ao mesmo tempo, Nicola Sturgeon, líder do SPN, o maior partido escocês, tentava convencer Jean-Claude Juncker a descolar a Escócia, onde 62% dos eleitores votaram a favor do “Remain”, do Brexit.

Rajoy quer governo de coligação com o PSOE. À segunda é de vez? O líder do PP, que ganhou pela segunda vez as eleições sem se vislumbrar uma solução de governo, vai oferecer a Pedro Sanchéz, líder do PSOE, um lugar no próximo executivo. Além das reformas genéricas (crescimento e emprego, pacto social, reforma fiscal, educação e administração pública) já apresentadas nas eleições de dezembro, Rajoy está disposto a discutir uma reforma constitucional na negociação com o PSOE.

Atentado no aeroporto de Istambul fez 41 mortos. A contagem das vítimas do atentado de Atatürk não parou de subir até ontem à noite: 41 mortos e 239 feridos. O “Libération” discute hoje, logo na primeira página, a segurança nos aeroportos e começa por considerar essa uma missão “impossível”. Nenhuma organização reivindicou até agora a autoria da carnificina.

António Ramalho no Novo Banco. O “Diário de Notícias” dá como certa, na primeira página, a substituição de Stock da Cunha (que regressa ao Lloyds Bank) por António Ramalho (ex-BCP, Infraestruturas de Portugal). Entretanto, o prazo para a apresentação de ofertas para a compra do Novo Banco termina hoje.

Alvin Toffler morreu. O autor de livros de enorme sucesso, como “A Terceira Vaga”, publicados na segunda metade do século XX morreu na segunda-feira, em Los Angeles, aos 87 anos. Toffler estimava que a convergência entre ciência, capital e comunicações iria transformar profundamente as nossas sociedades.

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A esse propósito vale a pena ver o 2:59 de Pedro Santos Guerreiro, Anabela Campos, Joana Beleza e João Roberto que procura responder à questão “De onde vem o dinheiro e o poder da princesa de África?” Indispensável.

Theresa May na corrida à liderança do Partido Conservador. É anunciada esta manhã a candidatura de Theresa May, atual responsável pelos assuntos internos de Inglaterra e do País de Gales, à liderança do Partido Conservador britânico, depois de conhecida a demissão de David Cameron. Boris Johnson, ex-presidente da Câmara de Londres, também irá divulgar a sua candidatura esta manhã.



FRASES
“Os portugueses estão fartos de nós até ao tutano”. Pedro Delgado Alves, deputado no Parlamento, a propósito da auditoria à CGD

“Não há mercado único à la carte”. Jean-Claude Juncker em Bruxelas

“Vá-se embora, homem”. David Cameron para Jeremy Corbyn, em Westminster

“É um caso político, eles não querem saber da lei”. Luaty Beirão em entrevista à SIC

“O melhor é entrarmos logo acordadinhos”. Fernando Santos na conferência de imprensa de ontem



O QUE ANDO A LER
A propósito de mais um relançamento em português de “Watchmen” (Levoir), não resisti a voltar a pegar na banda desenhada que, tenho para mim, é das mais importantes entre todas as que foram publicadas no último quartel do século passado.
Para o caso, nem tanto importa que a obra magna de Alan Moore tenha conhecido uma primeira edição ainda em 1986. Afinal, o que estava ali em causa era reverter toda a imagem infantilóide que, consciente ou inconscientemente, ela havia conquistado. E não me refiro apenas à famosa linha clara franco-belga.
A par de “O Regresso do Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller, e de “Killing Joke”, também com argumento de Alan Moore, “Watchmen” foi capaz de elevar o universo dos comics a um patamar inédito e, diria, único.
Não vale a pena tirar as medidas através do filme entretanto produzido. O portento de Alan Moore e Dave Gibbons só ganha a devida densidade em papel. Por várias razões e mais esta. Nunca se fez a auto-crítica (e aqui não me refiro ao batmobile) dos super-heróis como neste longo ensaio sobre anjos. Por vezes, caídos.

Por hoje é tudo. Toda a informação será atualizada em permanência no Expresso online. Às 18 horas chega o Expresso Diário. Tenha um bom dia

 
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