quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

É uma prática que tem de ser combatida “radicalmente”, diz a ASAE. Hipermercados alteram preços entre a prateleira e a caixa. Tudo fica mais caro - 21 DE DEZEMBRO DE 2022

 

É uma prática que tem de ser combatida “radicalmente”, diz a ASAE. Hipermercados alteram preços entre a prateleira e a caixa. Tudo fica mais caro

História de Henrique Magalhães Claudino • Há 4 horas
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Quando vai às compras a uma grande cadeia de hipermercados tenha atenção. O preço dos produtos que vê exposto na prateleira é muitas vezes diferente do que terá de pagar na caixa. 

É uma prática que tem de ser combatida “radicalmente”, diz a ASAE. Hipermercados alteram preços entre a prateleira e a caixa. Tudo fica mais caro
É uma prática que tem de ser combatida “radicalmente”, diz a ASAE. Hipermercados alteram preços entre a prateleira e a caixa. Tudo fica mais caro© TVI24

Os grandes super e hipermercados mudam “reiteradamente” o preço entre um momento e o outro e sempre no mesmo sentido: é várias vezes mais caro quando chega o momento de o pagar. Quem o diz é Pedro Portugal Gaspar, inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que sublinha à CNN Portugal que os produtos chegam a ser quase 70% mais caros. 

Nos últimos meses, a ASAE fiscalizou 562 operadores económicos e abriu 26 processos-crime pela prática de especulação de preços que atingem quase unicamente bens alimentares, como massas, cereais, leite, ovos, carne e atum. “Isto merece alguma reflexão principalmente por as situações acontecerem em grandes grupos económicos, o que significa que este desvio não deve ser visto como um ato singular, mas sim multiplicado pelo cashflow diário do produto”, afirma Pedro Paulo Gaspar.

Ou seja, quando a ASAE identifica que um produto tem um preço mais alto quando é pago na caixa do que o valor a que estava exposto, a realidade tem de ser multiplicada pelo volume de compras diário desse produto.  “Se multiplicarmos pelo volume das vendas, temos um exponencial relativamente preocupante”, afirma o responsável.

A maior variação de preços (65,5%) foi detetada na venda de massas em super e hipermercados e este aumento, embora exponencial, pode ser difícil de detetar quando vai às compras. Primeiro, porque pode ter um carrinho cheio e não identificar que a sua conta ficou alguns cêntimos mais cara do que devia, por outro, porque esse aumento pode estar mascarado pela inflação que tornou tudo mais caro. 

“A perceção é que o consumidor não faz esse cruzamento ao pormenor. Por vezes são cêntimos, mas esse desvio é relevante quando chega ao limite de quase 70%”, afirma Pedro Paulo Gaspar. 

É propositado ou apenas falta de atenção por parte dos grandes grupos económicos? “Não posso afirmar que seja intencional, mas, quer dizer, é uma situação relativamente objetiva, por isso tem de se encontrar aqui algum tipo de justificação e tirar algumas ilações sobre isto, porque ela ainda por cima é reiterada”, afirma o inspetor-geral da ASAE.

Para Pedro Paulo Gaspar a análise destas práticas tem de ter em conta que estes crimes estão a ser cometidos por grandes players no setor da distribuição, com mais “robustez” para lidar com problemas de equipamento informático ou de falta de acompanhamento, em oposição a um comerciante de menor escala. “Pode ser negligência, mas então os erros deveriam ter sido corrigidos para que não voltassem a acontecer, ou então é um tipo de prática que tem de ser combatido radicalmente”, acrescenta.

As irregularidades detetadas pela ASAE acontecem na mesma altura em que as empresas de distribuição têm visto as suas receitas e lucros aumentar. Olhando para os resultados das duas maiores cadeias de supermercados portugueses, Modelo/Continente e Pingo Doce, por exemplo, verifica-se que, com a pandemia e em ano de inflação histórica, registaram lucros muito maiores do que em 2019. De janeiro a setembro as receitas das duas cadeias de distribuição ultrapassaram 8.400 milhões de euros e a Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, registou mais 120 milhões de euros em lucros do que antes da pandemia. Já a Sonae, que controla as lojas Continente, fez mais 39 milhões do que em 2019.

Para detetar as infrações, a ASAE conta com fontes de verificação no terreno que depois cruza com fontes abertas e relatórios exaustivos sobre um cabaz alimentar alargado com cerca de 30 produtos, que abrange desde produtos frescos, à carne e ao peixe. Durante as ações de fiscalização aos super e hipermercados, os inspetores fazem uma verificação do preço a que o produto se encontra afixado relativamente ao preço a que é registado na caixa.

Ao detetarem que o preço do produto foi alvo de especulação, os responsáveis pela cadeia alimentar que o vende estão sujeitos a penas que vão desde e seis meses a três anos e uma multa que, em caso de negligência, será menor. 

Partindo do pressuposto de que ninguém será privado da liberdade por causa deste tipo de crimes, a multa depende de “quanto tempo teve o preço de fixação, versus o preço em caixa, de quantas unidades foram vendidas do mesmo produto, da dimensão da empresa e se houve ou não ganhos ilegítimos”, explica o responsável pela ASAE.

Ao longo dos últimos meses, a ASAE abriu ainda 51 processos contraordenacionais a operadores na área de retalho. As infrações encontradas estão relacionadas com a falta de afixação de preços, o desrespeito pelas regras de anúncio de vendas com redução de preços, as práticas comerciais desleais, o incumprimento de práticas leais de informação e a prática de ações enganosas.

Tomada de reféns em esquadra termina com morte dos 33 sequestradores - 21 DE DEZEMBRO DE 2022

 

Tomada de reféns em esquadra termina com morte dos 33 sequestradores

História de Lusa • Ontem às 16:51
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Na operação morreram também dois membros das forças especiais e entre 10 a 15 outros ficaram feridos.

Tomada de reféns em esquadra termina com morte dos 33 sequestradores
Tomada de reféns em esquadra termina com morte dos 33 sequestradores© Muhammad Hasib

Os 33 elementos de um alegado grupo talibã paquistanês que mantinha várias pessoas como reféns numa esquadra de polícia em Bannu, noroeste do Paquistão, foram esta terça-feira mortos pelas forças especiais paquistanesas que conseguiram recuperar o controlo do posto policial.

Segundo o ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Muhammad Asif, na operação morreram também dois membros das forças especiais e entre 10 a 15 outros ficaram feridos.

"Todos os reféns foram libertados", acrescentou o ministro, sublinhando que a operação foi um "êxito".

No domingo, mais de 30 alegados membros do grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), presos por suspeita de terrorismo, apoderaram-se de armas pertencentes à polícia quando estavam a ser interrogados pelos agentes na esquadra de Bannu, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão, e fizeram vários reféns.

Asif indicou que as forças especiais intervieram quando surgiram divergências dentro do grupo sobre como lidar com os reféns, pelo menos oito, entre agentes da polícia e oficiais dos serviços secretos paquistaneses.

Os sequestradores exigiam uma passagem segura para o Afeganistão em troca da libertação dos reféns, disse, por seu lado, Muhammad Ali Saif, porta-voz do governo provincial de Khyber Pakhtunkhwa.

Escolas, escritórios e estradas localizadas naquela área foram esta terça-feira fechadas e postos de controlo foram montados nas imediações.

O TTP assumiu a responsabilidade pela tomada de reféns neste território localizado na fronteira com o Afeganistão, onde está mais radicado, e afirmou que dois agentes da polícia foram mortos.

Um porta-voz do movimento disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) que as forças especiais sofreram pesadas baixas e que não conseguiram invadir a esquadra.

As autoridades paquistanesas pediram ajuda às autoridades afegãs para libertar os reféns, de acordo com um alto funcionário do governo que pediu anonimato.

A 28 de novembro, o TTP, distinto dos talibãs afegãos, mas impulsionado pela mesma ideologia, pôs fim unilateralmente a um frágil cessar-fogo com Islamabad e prometeu realizar ataques em todo o Paquistão.

Cerca de 200 quilómetros ao sul de Bannu, na cidade de Wana, pelo menos 50 militantes dos talibãs paquistaneses também invadiram uma esquadra da polícia durante a noite de segunda-feira para terça-feira.

O grupo fez vários reféns entre os agentes da polícia e apoderou-se das armas antes do avanço da Guarda Fronteira do Paquistão, que ainda não recuperou o controlo da esquadra.

Tal como em Bannu, o TTP assumiu a responsabilidade pelo ataque, adiantando que dois dos agentes da polícia foram mortos.As autoridades paquistanesas ainda não reconheceram oficialmente o ataque em Wana.

Desde que foi criado, em 2007, e até 2014, o TTP cometeu inúmeros ataques que provocaram centenas de mortes no Paquistão. Depois de um período de enfraquecimento, o grupo voltou revitalizado à atividade há mais de um ano, galvanizado pelo regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão, em agosto de 2021.

Republicanos 'em silêncio' nos EUA após recomendação de acusações criminais contra Trump - 21 DE DEZEMBRO DE 2022

 

Republicanos 'em silêncio' nos EUA após recomendação de acusações criminais contra Trump

História de Marta Moreira • Ontem às 17:44
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Washington, 20 dez 2022 (Lusa) - Várias figuras de relevo do Partido Republicano permanecem em silêncio após uma comissão parlamentar que investiga o ataque ao Capitólio norte-americano ter recomendado na segunda-feira várias acusações criminais contra o ex-presidente Donald Trump.

Trump campaigns for Senator Rubio in Florida
Trump campaigns for Senator Rubio in Florida© Fornecido por Lusa

No último verão, o Partido Republicano rapidamente se uniu a Trump logo depois de agentes federais terem apreendido documentos confidenciais na sua propriedade em Mar-a-Lago, na Florida.

Contudo, quatro meses depois, a intensidade e urgência parecem ter desaparecido - pelo menos por enquanto - depois de a comissão da Câmara dos Representantes que investigou durante 18 meses o ataque ao Capitólio de 06 de janeiro de 2021 acusar na segunda-feira o ex-presidente de vários crimes, incluindo incitamento à insurreição, conspiração para fraude e obstrução de ato do Congresso, encaminhando o processo ao Departamento de Justiça.

Os principais nomes dos Republicanos evitaram em grande parte comentar este encaminhamento criminal histórico na segunda-feira.

O líder Republicano do Senado, Mitch McConnell, foi uma das figuras do Partido que pediu “uma explicação imediata e completa” depois de o FBI executar o mandado de busca de agosto em Mar-a-Lago. 

Na segunda-feira, McConnell disse aos jornalistas que tinha apenas uma “observação imediata” sobre a recomendação criminal: “Toda a nação sabe quem é o responsável por aquele dia”. 

O senador Republicano Josh Hawley, que pediu a renúncia do procurador-geral Merrick Garland após a busca à mansão de Trump, ficou em silêncio sobre o encaminhamento da comissão, concentrando-se, em vez disso, nos supostos erros do FBI.

O governador de Maryland, Larry Hogan, um crítico de Trump que sugeriu que o ex-presidente provavelmente beneficiou - politicamente - da busca do FBI no verão, disse que Trump foi - pelo menos - parcialmente responsável pelo ataque mortal ao Capitólio.

“Nenhum homem está acima da lei”, disse Hogan à Associated Press pouco antes da votação da comissão.

As respostas divergentes são um sinal da rapidez com que o cenário político mudou para Trump quando enfrenta uma nova ameaça legal e monta uma terceira candidatura à Presidência norte-americana. 

É uma mudança marcante para um partido que nos últimos seis anos se definiu, acima de tudo, pela sua lealdade incondicional a Trump em toda e qualquer circunstância.

A audiência de segunda-feira da comissão parlamentar, composta por sete Democratas e dois Republicanos críticos de Trump, marca provavelmente a tentativa final do Congresso de responsabilizar o ex-presidente pelo ataque ao Capitólio por centenas dos seus apoiantes, enquanto várias autoridades trabalhavam para certificar a vitória do Democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020. 

O encaminhamento criminal, que não é vinculativo, é o culminar de uma investigação de um ano que incluiu mais de 1.000 testemunhas, 10 audiências públicas televisionadas e mais de um milhão de documentos analisados.

A comissão, que o líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, boicotou e classificou como um “processo fraudulento”, será formalmente dissolvida em 03 de janeiro, após os Republicanos terem conquistado a maioria na Câmara dos Representantes.

Sempre desafiador, Trump previu que o encaminhamento criminal acabaria por benefeciá-lo.

“Essas pessoas não entendem que, quando vêm atrás de mim, pessoas que amam a liberdade se reúnem ao meu redor. Isso fortalece-me. O que não me mata, fortalece-me”, disse Trump na sua rede social, condenando a denúncia criminal como “uma tentativa partidária" de o afastar a si e "ao Partido Republicano”.

A votação desta semana ocorre apenas um mês após Trump ter lançado formalmente a sua campanha para a Casa Branca em 2024. O ex-presidente esperava que o seu estatuto de candidato anunciado lhe pudesse dar uma nova vantagem em muitos dos casos legais, ao mesmo tempo em que afastava possíveis adversários Republicanos nas primárias.

Tais esperanças ainda não se materializaram. As primeiras sondagens sugerem que o ex-presidente de 76 anos não tem possibilidades de vencer a nomeação para 2024, enquanto rivais Republicanos se preparam para concorrer contra ele.

 

MYMM // PDF

Lusa/Fim

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