Tomada de reféns em esquadra termina com morte dos 33 sequestradores
Na operação morreram também dois membros das forças especiais e entre 10 a 15 outros ficaram feridos.
Os 33 elementos de um alegado grupo talibã paquistanês que mantinha várias pessoas como reféns numa esquadra de polícia em Bannu, noroeste do Paquistão, foram esta terça-feira mortos pelas forças especiais paquistanesas que conseguiram recuperar o controlo do posto policial.
Segundo o ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Muhammad Asif, na operação morreram também dois membros das forças especiais e entre 10 a 15 outros ficaram feridos.
"Todos os reféns foram libertados", acrescentou o ministro, sublinhando que a operação foi um "êxito".
No domingo, mais de 30 alegados membros do grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), presos por suspeita de terrorismo, apoderaram-se de armas pertencentes à polícia quando estavam a ser interrogados pelos agentes na esquadra de Bannu, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão, e fizeram vários reféns.
Asif indicou que as forças especiais intervieram quando surgiram divergências dentro do grupo sobre como lidar com os reféns, pelo menos oito, entre agentes da polícia e oficiais dos serviços secretos paquistaneses.
Os sequestradores exigiam uma passagem segura para o Afeganistão em troca da libertação dos reféns, disse, por seu lado, Muhammad Ali Saif, porta-voz do governo provincial de Khyber Pakhtunkhwa.
Escolas, escritórios e estradas localizadas naquela área foram esta terça-feira fechadas e postos de controlo foram montados nas imediações.
O TTP assumiu a responsabilidade pela tomada de reféns neste território localizado na fronteira com o Afeganistão, onde está mais radicado, e afirmou que dois agentes da polícia foram mortos.
Um porta-voz do movimento disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) que as forças especiais sofreram pesadas baixas e que não conseguiram invadir a esquadra.
As autoridades paquistanesas pediram ajuda às autoridades afegãs para libertar os reféns, de acordo com um alto funcionário do governo que pediu anonimato.
A 28 de novembro, o TTP, distinto dos talibãs afegãos, mas impulsionado pela mesma ideologia, pôs fim unilateralmente a um frágil cessar-fogo com Islamabad e prometeu realizar ataques em todo o Paquistão.
Cerca de 200 quilómetros ao sul de Bannu, na cidade de Wana, pelo menos 50 militantes dos talibãs paquistaneses também invadiram uma esquadra da polícia durante a noite de segunda-feira para terça-feira.
O grupo fez vários reféns entre os agentes da polícia e apoderou-se das armas antes do avanço da Guarda Fronteira do Paquistão, que ainda não recuperou o controlo da esquadra.
Tal como em Bannu, o TTP assumiu a responsabilidade pelo ataque, adiantando que dois dos agentes da polícia foram mortos.As autoridades paquistanesas ainda não reconheceram oficialmente o ataque em Wana.
Desde que foi criado, em 2007, e até 2014, o TTP cometeu inúmeros ataques que provocaram centenas de mortes no Paquistão. Depois de um período de enfraquecimento, o grupo voltou revitalizado à atividade há mais de um ano, galvanizado pelo regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão, em agosto de 2021.
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