sábado, 26 de novembro de 2022

Adepta do Irão confrontada pela segurança por segurar camisola com o nome de Mahsa Amini, a jovem que morreu depois de ser detida no país - 26 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Adepta do Irão confrontada pela segurança por segurar camisola com o nome de Mahsa Amini, a jovem que morreu depois de ser detida no país

História de Rita Meireles • Ontem às 15:49
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Este é um Mundial marcado pelas proibições que o Catar e a FIFA continuam a fazer a qualquer protesto a favor dos direitos humanos. Desta vez foi uma adepta do Irão que foi abordada pela segurança do estádio por ter consigo uma camisola com o nome de Mahsa Amini, cuja morte levou às manifestações que acontecem no país

Adepta do Irão confrontada pela segurança por segurar camisola com o nome de Mahsa Amini, a jovem que morreu depois de ser detida no país
Adepta do Irão confrontada pela segurança por segurar camisola com o nome de Mahsa Amini, a jovem que morreu depois de ser detida no país© Matthias Hangst

Depois da morte de Mahsa Amini, o Irão entrou num período de protestos nas ruas. A jovem iraniana de 22 anos foi presa a 13 de setembro por ter o hijab mal colocado. Três dias depois, perdeu a vida no hospital. As autoridades do país informaram mais tarde que a morte estaria relacionada com uma doença cerebral, mas vários grupos de ativistas defendem que foi na sequência do espancamento por parte das forças de segurança.

O caso e as consequentes manifestações que têm acontecido no Irão em defesa da liberdade e dos direitos das mulheres já levaram o país a impor penas de morte, algo que recebeu a maioria dos votos a favor no parlamento. Estima-se que cerca de 14 mil pessoas tenham sido presas pelas forças de segurança e que outras 320 tenham morrido em resultado das ações da polícia sobre as multidões.

Terá sido tudo isto a levar a seleção de futebol a não cantar o hino antes do primeiro jogo do Mundial, algo que entretanto já mudou depois de serem fortemente criticados pelo governo. Mas não foram os únicos. Vários adeptos iranianos têm usado o torneio, visto em todo o mundo, como plataforma de alerta para o que está a acontecer no Irão. O problema é que este é o Mundial do Catar e de uma FIFA que insiste em recusar qualquer protesto pelos direitos humanos.

Fotografias das bancadas do jogo entre o Irão e o País de Gales, desta sexta-feira, mostram uma adepta a ser confrontada pela segurança do estádio. A adepta tem lágrimas vermelhas, como se fossem sangue, pintadas no rosto e nas mãos uma camisola com o nome de Mahsa Amini. Ao lado está um homem com uma bandeira iraniana e uma camisola onde se lê “women, life, freedom” (mulheres, vida, liberdade).

Adepta do Irão confrontada pela segurança por segurar camisola com o nome de Mahsa Amini, a jovem que morreu depois de ser detida no país
Adepta do Irão confrontada pela segurança por segurar camisola com o nome de Mahsa Amini, a jovem que morreu depois de ser detida no país© Fantasista

Ambos foram fotografados nas bancadas, mas ainda não foi possível confirmar se após serem abordados pelo segurança lhes foi retirada a camisola com o nome de Mahsa Amini.

A participação do Irão no Mundial é, então, sobre muito mais do que apenas o futebol. Mehdi Taremi afirmou na passada quinta-feira que a equipa não está “sob qualquer pressão”, mas a verdade é que recuaram na decisão de não cantar o hino. A pressão política parece inevitável, assim como a montanha russa de emoções que vivem estes jogadores e adeptos que só querem defender os direitos das mulheres do seu país.

Londres proibiu anúncios do Catar em transportes, agora o país vai rever investimentos na capital britânica - 26 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Londres proibiu anúncios do Catar em transportes, agora o país vai rever investimentos na capital britânica

História de Mara Tribuna • Há 1 hora
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A proibição deve-se às preocupações sobre os direitos da comunidade LGBT+ e os direitos dos trabalhadores migrantes no Catar, país que acolhe o Mundial 2022

Londres proibiu anúncios do Catar em transportes, agora o país vai rever investimentos na capital britânica
Londres proibiu anúncios do Catar em transportes, agora o país vai rever investimentos na capital britânica© Chris J Ratcliffe

Depois de Londres ter decidido proibir os anúncios do Catar dos autocarros, táxis e rede de metro da cidade, o país do Médio Oriente que está a acolher o Mundial 2022 lançou uma revisão dos seus investimentos na capital britânica, escreve o jornal “Financial Times”.

A proibição levada a cabo pela Transport for London (órgão responsável pelos serviços de transporte em Londres) deve-se às preocupações sobre os direitos da comunidade LGBT+ e os direitos dos trabalhadores migrantes no Catar. Estas são, aliás, duas das principais críticas que têm sido apontadas ao país anfitrião da Copa do Mundo da FIFA 2022, a decorrer em Doha.

Em reação às proibições aos anúncios nos transportes londrinos, o Catar adiantou que está “a rever os seus investimentos atuais e futuros” na capital britânica e “a considerar oportunidades de investimento em outras cidades e nações do Reino Unido”, segundo uma fonte envolvida na revisão dos investimentos, citada pelo “FT”.

A decisão de banir a publicidade “foi interpretada como uma mensagem do gabinete do presidente da câmara [de Londres] de que o negócio do Qatar não é bem-vindo em Londres”, de acordo com a mesma fonte.

Não é certo o impacto que esta proibição pode ter nos negócios entre os dois países. Mas como aponta o jornal económico britânico, o Catar tornou-se um dos maiores investidores em Londres nos últimos 20 anos.

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