sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Míssil lançado pela Coreia do Norte podia chegar ao território continental dos EUA - 18 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Míssil lançado pela Coreia do Norte podia chegar ao território continental dos EUA

Filipe Santos Costa - Há 3 horas
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O míssil disparado esta sexta-feira de manhã (madrugada em Portugal) pela Coreia do Norte tinha alcance suficiente para alcançar o território continental dos Estados Unidos, informou o ministro da defesa do Japão, Yasukazu Hamada. Numa conferência de imprensa em Tóquio, o governante informou que, de acordo com os cálculos feitos pelos militares nipónicos, o projétil tinha capacidade para percorrer até 15.000 km de distância.

Coreia do Norte (Associated Press)
Coreia do Norte (Associated Press)© CNN Portugal

Segundo o Estado-Maior-General das Forças Armadas da Coreia do Sul, tratou-se de um míssil balístico intercontinental (ICBM), o oitavo míssil deste tipo disparado pelo Norte. O projétil foi lançado da costa oeste da Coreia do Norte, de uma base perto de Pyongyang, e caiu no Mar do Japão, dentro da Zona Económica Exclusiva do Japão. O ponto de impacto terá sido a cerca de 200 quilómetros a oeste da ilha de Oshima-Oshima, que pertence à prefeitura de Hokkaido, no norte do país.

Hirokazu Matsuno, que tem no governo japonês um cargo semelhante ao de ministro da Presidência do Conselho de Ministros, adiantou que o míssil norte-coreano foi lançado em "trajetória elevada": saiu da atmosfera, atingindo uma altitude de 6 mil quilómetros, tendo depois reentrado e caído a cerca de mil quilómetros do local de lançamento.

Este tipo de lançamentos tem sido comum por parte da Coreia do Norte. A partir destes dados, os militares japoneses estimaram que, se fizesse uma trajetória normal, em distância e não tanto em altura, o ICBM poderia ter percorrido os tais 15 mil quilómetros até a América continental.

As autoridades japonesas chegaram a lançar um alerta às embarcações que estavam ao largo de Hokkaido, e aos aviões que estivessem nesse espaço aéreo, avisando para o perigo de poderem ser atingidas pelo míssil ou por destroços. No entanto, não há qualquer notícia de danos.

A base aérea de Misawa, que acolhe tropas japonesas e norte-americanas no norte do Japão, chegou a emitir uma ordem para que as tropas procurassem abrigo. 

Condenação e mais sanções

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, condenou mais este lançamento e disse que os repetidos lançamentos de mísseis do Norte não podem ser tolerados. 

Também o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, também condenou o disparo do ICBM e prometeu trabalhar com a comunidade internacional para uma resposta coordenada aos repetidos lançamentos de mísseis do Norte - o que será pouco provável, tendo em conta que a China e a Rússia têm bloqueado novas ações contra a Coreia do Norte no Conselho de Segurança da ONU. Entretanto, Yoon deu ordem ao seu gabinete para que sejam definidas novas e fortes sanções de Seul contra Pyonyang.

Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional sul-coreano, Yoon também apelou à prontidão das Forças Armadas e a implementação de um nível de dissuasão alargada reforçado para combater as ameaças do Norte.

Voo de 69 minutos 

O ministro japonês Matsuno Hirokazu deu conta de que o míssil terá caído por volta das 11h23 da manhã, tendo completado um voo de cerca de 69 minutos. Disse também que o Japão decidiu não intercetar o míssil.

Segundo as chefias militares da Coreia do Sul, o projétil percorreu cerca de 1.000 quilómetros e atingiu uma altitude máxima de cerca de 6.100 quilómetros, com uma velocidade máxima de Mach 22, ou seja, 22 vezes mais rápida que o som.

Na quinta-feira, a Coreia do Norte já havia disparado um míssil balístico de curto alcance, depois de o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Choe Son Hui, ter prometido "respostas militares mais ferozes" em retaliação por os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul estarem a intensificar a sua cooperação militar.

Washington, disse Choe, está a fazer uma "aposta de que se vai arrepender". O ministro norte-coreano condenou a cimeira trilateral que aconteceu no domingo passado, à margem da cimeira do G20, entre Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, que prometeram uma maior cooperação em matéria de segurança.

Pyongyang repudia em particular a promessa norte-americana de reforçar os compromissos de "dissuasão alargada" que tem com Tóquio e Seul, os seus principais aliados nesta região. "Dissuasão alargada" é o jargão utilizado para referir o compromisso dos EUA no sentido de utilizar todas as suas capacidades militares - incluindo armas convencionais, mas também nucleares - para defender a Coreia do Norte e o Japão.

Alegações finais do julgamento do jovem acusado de planear ataque a faculdade realizam-se hoje - 18 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Alegações finais do julgamento do jovem acusado de planear ataque a faculdade realizam-se hoje

Lusa, SIC Notícias - Há 48 minutos
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Defesa alegou que o estudante "não seria capaz de matar ninguém".

Alegações finais do julgamento do jovem acusado de planear ataque a faculdade realizam-se hoje
Alegações finais do julgamento do jovem acusado de planear ataque a faculdade realizam-se hoje© SIC Notícias

As alegações finais do julgamento do jovem acusado de planear um ataque terrorista à Faculdade de Ciências de Lisboa realizam-se esta sexta-feira, após nas sessões de julgamento a defesa alegar que o estudante "não seria capaz de matar ninguém".

As alegações finais iniciar-se-ão com a intervenção do Ministério Público sobre os atos praticados por João Carreira, de 19 anos, que, segundo a acusação, configuram dois crimes de terrorismo (um dos quais na forma tentada) e um crime de detenção de arma proibida.

O jovem, que sofre de autismo e está internado preventivamente no Hospital Prisional de Caxias, foi detido pela PJ, em fevereiro passado, na posse de facas, uma besta e cocktails molotov, entre outro material perigoso.

Apesar de toda a prova indiciária recolhida pelos agentes da PJ apontar para a iminência de um ataque terrorista dentro da faculdade, o advogado de defesa, Jorge Pracana, procurou demonstrar em julgamento, ao coletivo de juízes, que o arguido dificilmente passaria das palavras aos atos sanguinários contra os colegas de faculdade.

"Eras capaz de pegar numa faca e espetar num ser humano", questionou o advogado na audiência de julgamento, ao que João Carreira respondeu: "Acho que não".

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Anúncio - A Seguir "Suspeito de planear ataque na faculdade não é inimputável e poderá ser responsabilizado"
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Suspeito de planear ataque na faculdade não é inimputável e poderá ser responsabilizado
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A pergunta de Jorge Pracana incidiu sobre as facas porque, antes, o jovem tinha apontado, entre todos os objetos apreendidos, a faca como sendo "a arma mais eficaz".

Em tribunal foram também ouvidos dois inspetores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da PJ, tendo ambos confirmado ter sido o FBI a lançar o alerta sobre as intenções criminosas do jovem, após uma denúncia de que este teria anunciado num grupo restrito da internet o seu plano de provocar um atentado na universidade.

Ataque à Universidade de Lisboa: “Talvez fosse atirar cocktails molotov, disparar setas e esfaquear pessoas”
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O inspetor Arménio Pontes revelou que na vigilância efetuada na universidade se constatou que o jovem "não interagia com ninguém", andava "cabisbaixo" e que "a nível comportamental" indicava que algo ia acontecer. Alertou ainda para o plano criminoso "muito elaborado e disciplinado" encontrado na parede do quarto do jovem, observando que isso é "típico" de quem prepara meticulosamente estes atentados.

Segundo o plano desmantelado pela PJ, a ação terrorista estava marcada para 11 de fevereiro. Após ser detido, João Carreira ficou em prisão preventiva, tendo a medida de coação sido substituída por internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias.

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