quarta-feira, 9 de novembro de 2022

O dia das 8 mil milhões de pessoas na Terra está a chegar - 9 DE NOVEMBRO DE 2022

 

O dia das 8 mil milhões de pessoas na Terra está a chegar

SIC Notícias - Ontem às 11:32
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A população mundial continua a crescer mas a taxa global está a diminuir, segundo as projeções da ONU.

Em 2050, a Índia deverá ser o país mais populoso, à frente da China.
Em 2050, a Índia deverá ser o país mais populoso, à frente da China.© Rajanish Kakade

A população mundial ultrapassa a 15 de novembro a marca simbólica de 8 mil milhões, segundo a ONU.

O marco é simbólico para chamar a atenção para um planeta em transformação e para a adaptação necessária às consequências do aquecimento global e para questões em torno do consumo dos recursos da Terra.

Este crescimento sem precedentes deve-se ao aumento gradual da longevidade humana, consequência das melhorias na saúde pública, nutrição, higiene pessoal e da medicina. É também o resultado de níveis elevados e persistentes de fecundidade em alguns países.

Embora a população mundial tenha levado 12 anos para passar de 7 para 8 mil milhões, levará aproximadamente 15 anos – até 2037 – para chegar a 9 mil milhões, um sinal de que a taxa de crescimento geral da população global está a diminuir.

Ritmo de crescimento da população a diminuir

Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) estima que a meio de novembro seremos 8 mil milhões de pessoas a viver na Terra (sete das quais estão na realidade fora do planeta), mais do triplo dos 2,5 mil milhões de seres humanos em 1950.

Mas a taxa de crescimento da população mundial caiu drasticamente desde o auge da década de 1960. Esse crescimento caiu de 2,1% entre 1962 e 1965 para menos de 1% em 2020 e pode cair ainda mais para cerca de 0,5% em 2050.

9,7 mil milhões em 2050

Dado o número de pessoas em idade fértil e o aumento da esperança de vida, a população continuará a crescer, com cerca de 8,5 mil milhões em 2030, 9,7 mil milhões em 2050, antes de um “pico” de 10,4 mil milhões na década de 2080 e estagnação até ao final do século, segundo projeções da ONU.

Fecundidade em baixa

Em 2021, a taxa média de fecundidade era de 2,3 filhos por mulher, acima dos cerca de 5 em 1950, segundo a ONU, que prevê 2,1 em 2050.

Cada vez mais velhos

Um fator chave no crescimento populacional é a expectativa média de vida, que está a aumentar: 72,8 anos em 2019, nove anos a mais do que em 1990. E a ONU prevê 77,2 anos em 2050.

Aliado à queda da fecundidade, a proporção de pessoas com mais de 65 anos deve passar de 10% em 2022 para 16% em 2050.

Um envelhecimento que tem efeitos no mercado de trabalho, nos regimes de pensões, nos cuidados aos idosos.

Diversidade demográfica sem precedentes

Mais da metade do crescimento populacional até 2050 virá de apenas 8 países, segundo a ONU: República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia.

A média de idades também ilustra essa diversidade: 41,7 anos na Europa contra 17,6 anos na África Subsaariana.

Índia vai ultrapassar a China

Outra mudança de tendências: os dois países mais populosos, China e Índia, vão trocar de lugar no pódio a partir de 2023, segundo a ONU.

A população da China e os seus 1,42 mil milhões de habitantes em 2022 começarão a diminuir, caindo para 1,3 mil milhões em 2050. E apenas 800 milhões até o final do século.

A população da Índia de 1,41 mil milhões em 2022, continuará a crescer, com a previsão de 1,66 mil milhões em 2050.

Em 2050, a Índia deverá ser, portanto, o país mais populoso à frente da China. No terceiro lugar do pódio, estarão ainda os Estados Unidos, mas empatados com a Nigéria, com 375 milhões de habitantes.

As "USF tipo C" deixaram Catarina Martins "zonza" e o ministro da Saúde espantado com a "agressividade" do BE Cláudia Évora - Ontem às 20:20 - 9 DE NOVEMBRO DE 2022

 

As "USF tipo C" deixaram Catarina Martins "zonza" e o ministro da Saúde espantado com a "agressividade" do BE

Cláudia Évora - Ontem às 20:20
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As "USF tipo C" deixaram Catarina Martins "zonza" e o ministro da Saúde espantado com a "agressividade" do BE
As "USF tipo C" deixaram Catarina Martins "zonza" e o ministro da Saúde espantado com a "agressividade" do BE© TVI24

Catarina Martins Senhor ministro, peço desculpa, não sei se percebi bem. O senhor ministro equaciona a possibilidade de se legislar para se criarem USF tipo C?

Manuel Pizarro Equaciono.

Catarina Martins E o senhor ministro equaciona a possibilidade de generalizar para todos os médicos em saúde familiar o pagamento do tipo USF de tipo B?

Manuel Pizarro: Sim.

Parecia uma linguagem de código entre o Governo e o Bloco de Esquerda (BE) durante uma audição nas comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Saúde, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2023, mas não é. É só uma mudança de opinião repentina do PS em relação às Unidades de Saúde Familiar (USF) que deixou a coordenadora do Bloco "zonza". Pizarro ficou surpreendido com a "agressividade". 

Vamos primeiro à explicação. Unidades de Saúde Familiar de modelo C são entidades com autonomia organizacional e financeira e com um contrato-programa com as ARS (administrações regionais de saúde) que, nas palavras de Catarina Martins, não é nada mais nada menos do que "a privatização dos cuidados primários de saúde".

"O pagamento dos médicos de família e de todos os profissionais da área familiar tipo B é uma forma de remuneração com incentivo que é considerada muito atrativa e, normalmente, quando existe não há falta de médicos, nem falta de quem concorra a essas vagas. Uma USF tipo C é outra coisa. É algo que a lei diz que é possível existir mas na verdade nunca foi legislado (…) e isto não é nem mais nem menos do que a privatização dos cuidados primários de saúde. É a entrega a empresas dos cuidados primários de saúde", detalhou a bloquista.

E porque é que isto é novidade? Porque a antecessora de Manuel Pizarro, Marta Temido, sempre disse que não equacionava este modelo. Agora, o discurso é outro: "Se e quando o ministério da Saúde entender que a forma de melhorar o acesso dos doentes que não têm médico de família (…) for criar uma USF modelo C, colocamos obviamente o problema dessas pessoas à frente de qualquer solução", justificou o ministro.

Apesar de tudo, Catarina Martins disse gostar "da clareza" de Manuel Pizarro porque "até há pouco tempo tínhamos um discurso um pouco de surdos", no qual o PS e a antiga ministra da Saúde, diz, nunca admitiam que a estratégia socialista passava por privatizar aos poucos o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Mas a deputada fez questão de deixar claro que se trata de uma má estratégia e citou um estudo publicado na revista científica The Lancet que mostra que, no Reino Unido, por cada 1% de privatização do serviço público de saúde aumentou em 0,38% a taxa de mortalidade por causas tratáveis. "Os estudos foram feitos. É uma péssima ideia", concluiu. 

"Não vale a pena agitar um fantasma porque eu estou de acordo consigo"

Dadas as expressões faciais, Manuel Pizarro parecia estar estupefacto com o tom da coordenadora do Bloco. "Eu até percebo que a senhora deputada esteja um pouco traumatizada com o PS mas é mal dirigida essa agressividade, porque não foi o PS que decidiu o resultado das últimas eleições, em função das opções do Bloco em transformar o PS no alterego dos adversários do Bloco de Esquerda. É uma atitude que eu tenho dificuldade em compreender." 

O ministro explicou que respondeu "com franqueza" à pergunta que lhe foi inicialmente colocada - "O senhor ministro equaciona a possibilidade de se legislar para se criarem USF tipo C?" - e Catarina Martins decidiu transformar isso numa mentira.

"A senhora deputada transforma isso [a resposta] em: 'o PS vai privatizar os cuidados de saúde primários'. Ó senhora deputada, pode repetir isso as vezes que quiser que isso não é verdade. Eu repito aqui para ficar claro: o nosso modelo para a reforma dos cuidados de saúde primários é a criação de USF modelo A, a transformação dessas USF em modelo B, em que os profissionais são pagos de acordo com o desempenho, é esse o nosso modelo. Num período transitório, em que há falta de médicos de família para resolver o problema de algumas comunidades, claro que eu equaciona a possibilidade [do modelo C]. Mas com uma condição que posso já adiantar: a acontecer, elas terão um contrato temporário."

Pizarro, depois ter mencionado "o trauma político" de Catarina Martins, concordou com o estudo que esta elencou: "Não vale a pena agitar um fantasma porque eu estou de acordo consigo. A senhora deputada citou o estudo (…) que a privatização resultou em piores cuidados de saúde e eu estou de acordo consigo". 

A deputada do Bloco utilizou esse argumento para responder aos contratos temporários: "Eu sei que o senhor ministro não tem essa ingenuidade, como também não tem ingenuidade de achar que se tiver prazo não é privatização. Mas, sabe, a ANA Aeroportos foi privatizada com prazos para os aeroportos ou os CTT para o serviço universal postal. Depois de privatizado perdeu-se o serviço público. E é isso que o senhor ministro faz quando equaciona as USF privatizadas entregues a empresas do chamado modelo C".

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