quinta-feira, 25 de março de 2021

FESTA DA ANUNCIAÇÃO DO SENHOR - 25 DE MARÇO DE 2021

 


Anunciação

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Anunciação (desambiguação).
Ave-Maria, cheia de graça!
Por Botticelli, no Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque

Anunciação, também conhecida como Anunciação da Virgem Maria, é a celebração cristã do anúncio pelo Arcanjo Gabriel para a Virgem Maria que ela seria a mãe de Jesus Cristo. Apesar da Virgindade perpétua de Maria, Maria milagrosamente conceberia uma criança, que seria chamada de Filho de Deus. Gabriel também disse à Maria que deveria chamar a criança de Jesus ("Salvador"). Muitos cristãos celebram este evento na festa da Anunciação, em 25 de março, exatamente nove meses antes do Natal. De acordo com a Bíblia (em Lucas 1:26), a Anunciação ocorreu no "no sexto mês" da gravidez de Isabel, a prima de Maria e mãe de João Batista.

Tanto a Igreja Católica como a Igreja Ortodoxa mantêm que o evento ocorreu em Nazaré, mas discordam da localização precisa. A Basílica da Anunciação marca o lugar segundo a primeira, enquanto que a Igreja Grega Ortodoxa da Anunciação está no lugar preferido pela segunda.

A Anunciação é também um dos mais importantes temas da arte cristã em geral, particularmente durante a Idade Média e o Renascimento.

Anunciação

Uma descrição mais detalhada da Anunciação é feita no Evangelho de São Lucas (Lucas 1:26-38):

26. Quando Isabel estava no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27. a uma virgem prometida em casamento a um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria. 28. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo”. 29. Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30. O anjo, então, disse: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. 31. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. 33. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?” 35. O anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, 37. pois para Deus nada é impossível”. 38. Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se.
 

Outra, mais breve, está no Evangelho de São Mateus (Mateus 1:18-21):

18. Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. 19. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. 20. Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. 21. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados.
 

O texto da Anunciação como relatado nos Evangelhos serviu de base para a criação da oração da Ave Maria, que se inicia com a saudação feita por Gabriel à Maria ("Ave Maria, cheia de graça O Senhor é convosco!" - Ave Maria, gratia plena, Dóminus tecum). A oração depois continua com o trecho da Visitação.

Celebração

Anunciação
por Leonardo da Vinci, na Galeria Uffizi, em Florença

Tradições ocidentais

No calendário litúrgico das Igrejas CatólicaAnglicana e Luterana, a data da festa é alterada sempre que ela cair na Semana Santa ou num domingo. Para evitar o domingo antes da Semana Santa, o dia seguinte (26 de março) será o dia da celebração. Em anos como 2008, quando 25 de março caiu na Semana Santa, a Anunciação foi comemorada na segunda após a oitava da Páscoa, que é o domingo após a Páscoa.[1]

Quando o sistema calendário do Anno Domini foi introduzido pela primeira vez por Dionísio Exíguo em 525 d.C., ele marcou o início do ano novo no dia 25 de março, pois, de acordo com a teologia cristã, a nova era de graça divina começou com a Encarnação de Cristo, da qual a Anunciação é o primeiro ato.

No rito latino da Igreja Católica, a Anunciação é um Mistério Gozoso do Santo Rosário.

Tradições orientais

No cristianismo oriental, Maria é chamada de Teótoco ("Mãe de Deus"). O tropário tradicional (hino do dia) da Anunciação remonta à época de Atanásio de Alexandria.[2]

A Festa da Anunciação é uma das Grandes Festas do ano litúrgico. Sendo o primeiro ato da Encarnação de Jesus, a Anunciação tem tanta importância na teologia oriental que a Liturgia Divina Festiva de São João Crisóstomo é sempre celebrada no dia 25 de março, independente de quando este dia cair, mesmo se for no dia da Pascha, uma coincidência que é chamada de Kyriopascha.[3] É também a única possibilidade da Divina Liturgia ser celebrada na Grande e Sagrada Sexta é se ela cair no dia 25 de março. Por conta disso, o ritual de celebração desta festa é um dos mais complicados de toda a liturgia da Igreja Ortodoxa.

Origens da Festa

Esta festa era observada já muito cedo pelos calendários cristãos. Segundo Talley, liturgista anglicano, a data baseia-se na tradição judaica e pensamento rabínico. Ele observa que o nascimentos e mortes, inícios e finais, já eram celebrados em uma data específica. Dada a suprema importância de 14 Nisan, a data da Páscoa judaica, era uma escolha óbvia para os novos cristãos marcar o início de sua história, ou seja, a Anunciação da vinda de Jesus Cristo.

Talley, no tratado 'De solstitiia et aequinoctia conceptionis et nativitatis domini nostri iesu Christi et iohannis baptista', toma por base o fato do anjo Gabriel ter aparecido para Zacarias, marido de Isabel e pai de João Batista, quando este servia no Santíssimo Altar do Templo de Jerusalém, quando este servia como Sumo Sacerdote durante a Festa do Yom Kipur, o que coloca a concepção de João Batista na Festa dos Tabernáculos e seu nascimento nove meses após, próximo ao solstício de verão (do hemisfério norte). Como o Evangelho de São Lucas afirma que a Anunciação ocorreu no sexto mês de gravidez de Isabel, ele deve ter ocorrido próximo ao equinócio da primavera, ou seja, da Festa da Páscoa judaica.

As primeiras alusões à festa encontram-se no cânon do Décimo Concílio de Toledo (656). O Concílio de Constantinopla (692) proibiu a celebração de festas durante a Quaresma, excetuando-se os domingos (Dia do Senhor) e a Anunciação. Uma origem ainda mais antiga já foi alegada para ela, alegando que a festa foi citada nos sermões de Atanásio de Alexandria e de Gregório Taumaturgo, mas ambos os documentos são hoje considerados espúrios. O Sínodo de Worcester, na Inglaterra, em 1240, proibiu todo o trabalho servil nesta data.

Anunciação na arte

A Anunciação é um dos mais frequentes temas da arte cristã, tanto no oriente quanto no ocidente, principalmente durante a Idade Média e o Renascimento, e figura no repertório de quase todos os grandes mestres. As imagens da Virgem Maria e do Anjo Gabriel, emblemáticas da pureza e da graça, eram o tema favorito na arte mariana católica romana. Obras sobre o tema foram criadas por artistas como Sandro BotticelliLeonardo da VinciCaravaggioDuccio e Murillo, entre outros. Os mosaicos de Pietro Cavallini em Santa Maria in Trastevere (1291), o afresco de Giotto na Capela Scrovegni em Pádua (1303), o afresco de Domenico Ghirlandaio na igreja de Santa Maria Novella (1486) e a escultura dourada de Donatello na Basílica de Santa Croce (1435), ambas em Florença, são exemplos famosos.

Galeria

Ver também

Referências

quarta-feira, 24 de março de 2021

CICLONE CATARINA - 2004 - 24 DE MARÇO DE 2021

 


Ciclone Catarina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Furacão Catarina)
Disambig grey.svg Nota: Não confundir com Furacão Katrina.
Ciclone/Furacão Catarina
Categoria 2
Cyclone Catarina 2004.jpg
Ciclone Catarina, em 24 de março de 2004.
Formação24 de março de 2004
Dissipação28 de março de 2004
Ventos mais fortessustentado 1 min.: 175 km/h (110 mph)
Pressão mais baixa972 hPa (mbar)[1]
Fatalidades3-11 de forma direta
DanosUS$ 470 milhões
Áreas afectadasSanta Catarina e Rio Grande do Sul
 Brasil

Ciclone ou Furacão Catarina[nota 1] foi um ciclone tropical do Atlântico Sul extremamente raro, sendo a única tempestade já registrada com força de furacão nessa região Oceano Atlântico. Catarina atingiu a região Sul do Brasil com intensidade máxima, com o equivalente a ventos sustentados com a força de um furacão de Categoria 2, em 28 de março de 2004.

A tempestade se desenvolveu a partir de um ciclone extratropical de núcleo-frio praticamente estacionário em 12 de março. Quase uma semana depois, no dia 19 de março, a perturbação remanescente seguiu na direção leste-sudeste, mas em 22 de março, a formação de uma crista de alta pressão deixou o sistema novamente quase estacionário. A perturbação se instalou numa região com excelentes condições meteorológicas, cisalhamento do vento e com a temperatura da superfície do mar acima da média. A combinação dos dois fatores levou a uma lenta transição do sistema de um ciclone extratropical para um ciclone subtropical em 24 de março.

A tempestade continuou a obter características tropicais e se tornou um ciclone tropical no dia seguinte, enquanto os ventos se intensificavam gradativamente. Em 26 de março de 2004, a tempestade alcançou ventos máximos sustentados com velocidades de até 180 quilômetros por hora, definida como de categoria 2 na escala de furacões de Saffir-Simpson. Neste dia o ciclone ganhou informalmente o nome "Catarina" e também passou a ser o primeiro registro oficial de um ciclone tropical no Atlântico Sul. As condições excepcionalmente favoráveis e extremamente incomuns no Atlântico Sul persistiram e o Catarina continuou a se intensificar, atingido o seu pico de intensidade em 28 de março. O centro da tempestade atingiu a costa brasileira mais tarde naquele dia, na altura entre as cidades de Passo de Torres e Balneário Gaivota, no estado de Santa Catarina. O Catarina se enfraqueceu rapidamente sobre terra firme e dissipou-se no dia seguinte.

Pelo Catarina ter se formado em uma região que nunca (de acordo com registros confiáveis) tinha registrado a presença de ciclones tropicais anteriormente, os danos causados acabaram por ser muito severos, pois nunca um ciclone tropical tinha sido observado tão ao sul. O furacão Catarina destruiu cerca de 1 500 residências e danificou outras 40 mil casas. Os prejuízos econômicos atingiram mais de 400 milhões de dólares (aproximadamente 1,2 bilhões de reais) e atingiram especialmente a agricultura de banana, que perdeu 85% da produção, e de arroz, que perdeu 40% das plantações. Mais de 14 municípios decretaram estado de calamidade pública. Apesar da inexistência de uma estrutura de alertas e de avisos específica para ciclones tropicais no país, as autoridades brasileiras conseguiram evacuar a população litorânea com rapidez. O furacão matou 11 pessoas e deixou 518 feridos, um número considerado razoavelmente baixo em comparação ao de outros países afetados por ciclones tropicais.[3]

História meteorológica

Formação e trajetória da tempestade até sua chegada ao litoral brasileiro.

Um núcleo-frio estacionário cavado formou-se ao longo do dia 19 de março de 2004 na costa do sul do Brasil e deslocou-se a leste-sudeste, até o dia 22 de março, quando uma crista ao seu sudeste o manteve estacionário. Com ventos excepcionalmente favoráveis e incomuns, pouco acima da média,[4] e as águas do litoral ligeiramente quentes — entre 24-26 °C —, a perturbação atmosférica desenvolveu-se gradualmente, assemelhando-se a uma tempestade subtropical durante o dia 24 de março. Localizada a 1 010 quilômetros a leste-sudeste do município de Florianópolis, ela dirigia-se lentamente para o oeste e apareceu para se tornar uma tempestade tropical no dia 25 de março.[2]

Como uma tempestade compacta, continuou dirigindo-se para o oeste, enquanto progressivamente se intensificava. A estrutura da tempestade continuou a se fortificar e, devido a uma determinada característica do olho mostrada em satélites, a tempestade iria atingir a força equivalente a de um furacão em 26 de março.[5] Um jornal brasileiro então fez uma manchete que dizia que "Um furacão ameaçava Santa Catarina". Em parte devido a este título, a tempestade passou a ser oficialmente chamada de Catarina. A tempestade continuou a encontrar condições favoráveis e atingiu ventos de até 180 quilômetros por hora durante a manhã do dia 27, o que tornou a tempestade o equivalente a um furacão de categoria 2 na escala Saffir-Simpson.[2]

Nomenclatura

O ciclone Catarina visto da Estação Espacial Internacional em 26 de março de 2004
Imagem de satélite do Catarina no dia 27 de março de 2004

Os meteorologistas brasileiros chamaram a tempestade de "Catarina" por sua proximidade com a costa do estado de Santa Catarina, embora os meteorologistas do governo inicialmente tenham negado que a tempestade, que claramente tinha um olho aberto e várias outras morfologias de tormentas tropicais, fosse um furacão. Mais de um ano após a tempestade ter atingido o litoral do país, os meteorologistas brasileiros finalmente classificaram a tempestade como um ciclone tropical.[6]

Os meteorologistas estadunidenses, no entanto, tão surpresos quanto os brasileiros, consideraram que esta tempestade era um furacão imediatamente após a observação das provas provenientes de imagens satélite. Uma vez que a tormenta tinha a estrutura do olho claramente delimitada por profundas convectivas e características tropicais notadas pelas faixas centrais densas bem definidas, espirais exteriores, estrutura de escoamento, temperatura da água quente em 26 °C, pouco cisalhamento e um núcleo-quente baixo, além de ter ocorrido em março (equivalente ao setembro do Hemisfério Norte, o pico da temporada de furacões), ela foi classificada como um furacão pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.[7][8]

Embora ela seja mais comumente conhecida como Catarina, todos os nomes para esta tempestade são "não-oficiais", visto que nenhuma agência meteorológica filiada da Organização Meteorológica Mundial atribuiu um nome à tormenta. (Nomes de ciclone tropicais são predeterminados por um comitê internacional da Organização Meteorológica Mundial).[9] Ela também foi extra-oficialmente chamada de "Aldonça"[10] e seus nomes consultivos foram "01T-ALPHA" para o Met Office do Reino Unido e "50L-NONAME" para o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, que a mantém fora designação normal, que começam em 1L para tempestades nomeadas e usa 90L a 99L para possíveis tempestades.[2]

Pela raridade do fenômeno, não há convenção de nomenclatura oficial para o termo meteorológico de ciclones tropicais com ventos de pelo menos 119 km/h na bacia do Atlântico Sul; apesar disso, por ter sido no Hemisfério Sul, é geralmente considerado Ciclone Catarina, por "ciclone" ser o termo predominante para ciclones tropicais do Hemisfério Sul.[2] Desde 2011, no entanto, a Marinha do Brasil começou oficialmente a utilizar a escala de furacões do oceano Atlântico Norte para medir a intensidade dos sistemas tropicais e subtropicais no Atlântico Sul e também designar nomes para aquelas tempestades que alcancem 63 km/h.[11]

Formação rara

Trajetória e intensidade de ciclones tropicais ao redor do mundo entre 1985 e 2005 (em francês). O Catarina é o único registrado no Atlântico Sul nesse período.

Normalmente, os ciclones tropicais não se formam no sul do Oceano Atlântico, devido ao forte cisalhamento de nível superior, águas de temperaturas frias e pela falta de uma zona de convergência de convecção. Ocasionalmente, porém, como visto em 1991 e no início de 2004, as condições podem tornar-se ligeiramente mais favoráveis para a formação deste tipo de fenômeno. Para o Catarina, houve uma combinação de anomalias climáticas e atmosféricas. A temperatura da água no trajeto de Catarina era de 24 a 25 °C, um pouco menos do que a temperatura de 26,5 °C de um ciclone tropical normal, mas suficiente para uma tempestade de origem baroclinia.[5]

Até aquele momento, nenhum ciclone tropical observado via imagens de satélite havia alcançado a força de um furacão no sul do Atlântico, imagens que começaram a ser registradas em meados dos anos 1970.[12] Embora o Catarina tenha se formado em uma área incomum, sua relação com o aquecimento global ou qualquer outro tipo de mudança climática global ainda está em debate. A Sociedade Brasileira de Meteorologia atribuiu a formação da tempestade a "mudanças climáticas e anomalias atmosféricas",[6] enquanto outros pesquisadores têm indicado que ela poderia ser o resultado do Modo Anular do Hemisfério Sul ou de outras variações sazonais no tempo dentro do Hemisfério Sul, também ligadas às mudanças no clima mundial.[13] No entanto, mais pesquisas na área ainda são necessárias para que se chegue a uma conclusão.[13]

Impacto

O Catarina próxima ao litoral em 26 de março

Assim como os ciclones tropicais normais, o Catarina trouxe fortes inundações com ele. Apesar da incerteza sobre o trajeto e potência da tempestade, as autoridades brasileiras tomaram as medidas adequadas para garantir a segurança dos moradores que viviam ao longo da costa. A evacuação da população ao longo da costa foi executada com sucesso, embora algumas pessoas tenham decidido enfrentar a tempestade por conta própria e em suas casas.[5] A tempestade danificou cerca de 40 mil casas e destruiu outras 1 500; 40% da safra de arroz também foi perdida. Os danos totais foram estimados em 850 milhões de reais (cerca de 430 milhões de dólares). Ela também matou pelo menos três pessoas e feriu pelo menos outras 75. Pelo menos duas mil pessoas ficaram desabrigadas após a tempestade.[14][15]

Em Passo de Torres, muitos estaleiros foram destruídos, pois eles não foram projetados para suportar as diferenças de pressão causadas pelos ventos do Catarina; danos generalizados em telhados também foram relatados neste município.[16]

O ciclone Catarina em terra firme

Próximo ao rio Mampituba, uma casa foi destruída cerca de 50 metros rio acima e acabou parando, literalmente, em outro estado: ela havia sido inicialmente construída no município de Torres, no Rio Grande do Sul, mas acabou em Passo de Torres, no interior de Santa Catarina. Nas áreas rurais, os campos de milhobanana e arroz foram os mais danificados, embora os produtores de arroz tenham sido capazes de recuperar parcialmente as suas perdas, visto que haviam colhido parte da produção antes de Catarina atingir a costa.[16]

No geral, cerca de 36 mil residências foram danificadas como resultado do ciclone; destas, 993 ruíram completamente. O setor comercial foi ligeiramente menos afetado, já que apenas 2 274 edifícios foram danificados e 472 entraram em colapso. Finalmente, 397 edifícios públicos foram danificados e três foram destruídos. Estes eram responsáveis por 26% dos edifícios totais na região e os danos materiais atingiram os 320 milhões de dólares.[16]

Quatro quintos das casas danificadas tiveram algum tipo de falha ou colapso do telhado. A maioria dos danos foi atribuída à baixa qualidade da construção; em residências de tijolo geralmente faltavam gessovigas ou colunas, por exemplo. As áreas as mais afetadas foram as habitadas por famílias de baixa renda, geralmente com salários familiares de menos de 400 dólares por ano.[16]

Ver também

EXXON VALDEZ - NAVIO PETROLEIRO ENCALHOU EM 1989 - 24 DE MARÇO DE 2021

 


Exxon Valdez

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Exxon Valdez
Exxon Valdez em 1989.
Carreira
ProprietárioHong Kong Bloom Shipping Ltd. (2008-2012)
SeaRiver Maritime (1989-2008)
Exxon (1986-1989)
Data de encomenda1 de agosto de 1984
EstaleiroNational Steel and Shipbuilding Company
San DiegoCalifornia
Lançamento14 de outubro de 1986
EstadoVendido para o desmantelamento
Destino2 de agosto de 2012
Outro(s) nome(s)Exxon Valdez (1986-1989)
Exxon Mediterranean
 (1990-1993)
Sea River Mediterranean (1993-2005)
S/R Mediterranean (1993-2005)
Mediterranean (2005-2008)
Dong Fang Ocean (2008-2011)
Oriental Nicety (2011-2012)
Características gerais
Tipo de naviopetroleirograneleiro
ClasseVLCC
Deslocamento214 861 t[1]
Tonelagem240 291 t[1]
Largura987 pé (300 m) total[1]
Boca166 pé (51 m)[1]
Calado88 pé (27 m)[1]
Velocidade16,25 nós
Tripulação21
Carga1,48 milhões barris (235 000 m³) de óleo cru[1]
Notas
[2]

Exxon Valdez foi um navio petroleiro que ganhou notoriedade em 24 de março de 1989, quando ~ 40 900 a 120 000  (equivalente a 257 000 a 750 000 barris) de petróleo que transportava foram lançadas ao mar, após uma colisão contra rochas submersas, causando um rasgo no fundo do petroleiro. O acidente aconteceu na costa do Alasca, depois de o navio encalhar na Enseada do Príncipe Guilherme (Prince William Sound) .

Continuam sendo estudadas as consequências do acidente sobre a fauna e flora marinha da região atingida. As indenizaçóes e custos com limpeza assumidos pela Exxon acumulam mais de quinhentos milhões de dólares.[3]

Desastre ambiental

Limpeza da costa, durante a maré negra provocada pelo Exxon Valdez.

Centenas de milhares de animais morreram nos meses seguintes ao vazamento do óleo. De acordo com as estimativas, morreram 260 000 pássaros marinhos, 2 800 lontras marinhas, 250 águias e 22 orcas, além da perda de bilhões de ovos de salmão. Foi o segundo maior derramamento de petróleo da história dos Estados Unidos. Na época, o navio pertencia à ExxonMobil.[4]

Graneleiro

Em 2002, a União Europeia proibiu a utilização de navios petroleiros de casco simples e o “Valdez”, renomeado “Mediterranean”, foi enviado para as águas da Ásia. O Mediterranean em 2007 foi convertido em navio graneleiro transportador de minérios e renomeado como “Dong Fang Ocean”. No ano de 2011, com o nome de “Oriental Nicety”, o navio foi vendido a uma companhia de sucata da Índia, Priya Blue Industries, e no ano seguinte foi desmantelado.[5]

Referências

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