domingo, 13 de dezembro de 2020

EMENDA CONSTITUCIONAL DO TECTO DOS GASTOS PÚBLICOS - BRASIL - 2016 - 13 DE DEZEMBRO DE 2020

 

Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos

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Emenda Constitucional n.º 95, também conhecida como a Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, alterou a Constituição brasileira de 1988 para instituir o Novo Regime Fiscal.[1][2] Trata-se duma limitação ao crescimento das despesas do governo brasileiro durante 20 anos, alcançando os três poderes, além do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União. Durante o processo legislativo recebeu diversas denominações: PEC do TetoPEC 241 na Câmara dos Deputados e PEC 55 no Senado Federal. Seus opositores cunharam para ela o epíteto de PEC da Morte.[3]

As despesas e investimentos públicos ficaram limitadas aos mesmos valores gastos no ano anterior, corrigidos pela inflação[4] medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Tratou-se de uma proposta de alteração no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), com validade inicialmente prevista para os próximos 20 anos, sendo que a partir do décimo ano, o Presidente da República que estiver exercendo o poder poderá alterar essa correção das despesas públicas, por meio de Projeto de Lei Complementar. No ano de 2017, não houve alterações para as áreas da Saúde e Educação.[5] Ambas as áreas tinham um limite mínimo obrigatório de gastos correspondentes a um percentual da Receita Corrente Líquida da União determinada pela Constituição Federal. A partir de 2018, os pisos passaram a serem reajustados pelo valor do ano anterior corrigido pelo IPCA.[6][7] Críticos da medida alegaram que os pisos constitucionais iriam cair ao longo do tempo caso a arrecadação passasse a crescer mais que a inflação nos próximos anos.[8]

Eficácia e viabilidade

O governo federal constatou, no início de 2019, que os gatilhos que acionam as medidas de ajuste fiscal — como a proibição de conceder aumento salarial ao funcionalismo e criar novas despesas obrigatórias — jamais irão disparar, pois o poder ou órgão pode ir reduzindo progressivamente suas despesas não-obrigatórias (investimentos públicos e verbas de custeio) para acomodar o aumento dos gastos obrigatórios. Esta situação está levando o governo a reduzir cada vez mais os gastos discricionários (não-obrigatórios) sem que os gastos obrigatórios sejam afetados. Poderá reduzir esses gastos até zero, ou seja, até eliminar o espaço para os investimentos e o custeio, o que resultará na paralisação da atividade do Poder ou órgão. Se o Teto não for alterado, haverá o que os economistas chamam de shutdown.[9][10]

Contexto

Proposta de Emenda Constitucional foi apresentada no contexto da crise de 2014. Seu objetivo foi evitar o crescimento da relação dívida pública/PIB por meio da contenção das despesas públicas. Foi apresentada no ano de 2016, terceiro seguido de déficit primário. Em 2014, houve um déficit de 17,24 bilhões de reais, em 2015, um déficit fiscal de 114,98 bilhões de reais e, em 2016, um déficit recorde de 154 bilhões de reais.[11] Mesmo considerando a PEC em vigor, a estimativa para 2017 era de um déficit de 139 bilhões de reais.[12][13] O superávit primário tem se mantido estável com 2,3% no governo FHC, 3,7% no governo Lula e 3,7% no governo Dilma, apesar do aumento do endividamento.[14] A saúde constitucionalmente recebia antes da aprovação da lei 18 por cento da receita tributária anual mínima, sendo uma área com pouco lobby político.[15]

O então ministro da FazendaHenrique Meirelles, disse que a regra do teto de gastos públicos iria garantir uma grande contenção no aumento dos gastos. Desde 1991, as despesas do governo têm crescido a taxas superiores à média do produto interno bruto (PIB). O gasto público federal saltou de cerca de 10,8 por cento do PIB em 1991 para 19,5 por cento em 2015.[16] A previsão era que esse percentual chegasse a 20 por cento em 2016.[12] Ainda segundo Meirelles, sem uma reforma da previdência social, entre 2016 a 2060, a despesa do INSS passaria de 8 para 17,2 por cento do PIB.[16] Antes da aprovação da lei, o governo Temer reajustou em até 41,4 por cento a remuneração dos servidores do judiciário federal brasileiro, que estavam há 10 anos sem reposição inflacionária em sua remuneração, observando-se que o último reajuste concedido a esta categoria fora objeto da Lei 11.416 do ano de 2006, sendo este dividido em 6 parcelas[17] e até 20,25 por cento a remuneração dos funcionários da Câmara dos Deputados.[18]

Tramitação legislativa

Proposta de Emenda Constitucional tramitou na Câmara dos Deputados como PEC 241[19] e, no Senado Federal, como PEC 55.[20]

Em 10 de outubro de 2016, foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados por 366 votos a favor, 111 contrários e duas abstenções.[21][22] Em 25 de outubro de 2016, foi aprovada em segundo turno na Câmara por 359 votos a favor, 116 contrários e duas abstenções.[23]

Em 29 de novembro de 2016, foi aprovada em primeiro turno no Senado Federal por 61 votos a 14.[24] Em 13 de dezembro de 2016, foi aprovada em segundo turno no Senado por 53 votos a 16.[25][26]

No dia 15 de dezembro de 2016, a PEC foi promulgada no Congresso. Com a promulgação, a PEC passou integrar o ordenamento jurídico como a Emenda Constitucional nº 95.[27][28]

Opiniões

Favoráveis

Antônio Delfim Netto, ex-ministro da fazenda, disse que a PEC representava um “sinal de uma antecipação da esperança da sociedade”.[29] Ainda na visão de Delfim, se alguma coisa muito próxima à PEC 241 não fosse aprovada, a sociedade brasileira pagaria um preço alto.[29]

Na opinião do economista Ricardo Amorim, a PEC 241 e a reforma previdenciária são importantes para reverter a crise econômica de 2014.[30] Para o especialista, era fundamental aprovar uma reforma que limitasse os gastos públicos e unificar a previdência em um sistema único, de forma que os onerosos privilégios do setor público sejam diminuídos. Segundo Ricardo, se o então Presidente Michel Temer não tivesse coragem de implementar a PEC, o processo de impeachment de Dilma Rousseff seria uma vitória pírrica.[31]

Para o ex-diretor do Banco CentralAlexandre Schwartsman, um dos pontos positivos da emenda é forçar a discussão entre os governantes sobre a repartição dos gastos. "Ela torna obrigatória a discussão sobre onde cortar daqui para frente e acredito que não há dúvida de que a Previdência deve ser a prioridade", disse Schwartsman.[32]

Um dos formuladores da proposta e ex-chefe da assessoria especial do Ministério da Fazenda Marcos Mendes afirmou que ela era fundamental para a reconstrução do realismo orçamentário por meio do equilíbrio de receitas e despesas. Em audiência pública no Senado Federal, ele argumentou que ao longo dos últimos anos, a receita tem sido sistematicamente superestimada e as despesas aumentadas, razão pela qual tem acontecido o contingenciamento bilionário de despesas. E acrescentou que, com o advento da PEC, os limites orçamentários  seriam respeitados.[33]

Para o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Marcos Lisboa, A PEC 241, embora fosse insuficiente para tirar o país da crise, é um ponto de partida indispensável no caminho rumo ao equilíbrio nas contas públicas.[34]

Em matéria feita pelo G1, a maioria dos analistas consultados sobre o tema concordaram que a rejeição da proposta pioraria o cenário econômico.[32] Em 2016, 366 congressistas aprovaram a PEC em primeiro turno.[35]

Contrárias

Críticos afirmaram que a medida seria uma ameaça ao Plano Nacional de Educação.[36] Pesquisadores da Fiocruz afirmaram que até 2036 a saúde irá perder de 400 bilhões de reais a mais de 430 bilhões e estes pesquisadores afirmaram que se o PT tivesse conseguido aprovar um congelamento de gastos desta natureza em 2003, a saúde teria perdido cerca de 135 bilhões de reais.[37] A PEC iria sobrecarregar a justiça e sobrecarregar os serviços públicos em Estados e Municípios[38] e o governo Temer já pensa em aprovar outra lei que impeça processos contra o sucateamento da saúde.[39] Uma pesquisa da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira afirmou que a educação perderia 24 bilhões de reais por ano com a medida.[40]

Em um ato contestado pelos opositores a PEC, o presidente Michel Temer preparou um jantar onde se gastou entre R$ 50,9 mil e R$ 56,6 mil reais para convidar pessoas do STF, da câmara dos deputados e do senado para diminuir a resistência a medida[41] e afirmou que nenhum movimento social poderia participar desse debate.[42]

Em 7 de outubro de 2016, a Procuradoria-Geral da República emitiu um parecer afirmando que a PEC 241 seria inconstitucional por afrontar a independência dos três poderes.[43]

Em outubro de 2016, economistas publicaram um estudo denominado "Austeridade e Retrocesso", no qual criticaram a PEC 241.[44][45]

Em 9 de dezembro de 2016, Philip Alson, Relator do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), declarou que a PEC do Teto, teria um impacto severo sobre os mais pobres e recomendou um "debate público apropriado" sobre a Proposta.[46]

Em 2016, o médico e cientista Drauzio Varella se manifestou contra a aprovação da medida afirmando que a medida vai acabar com o SUS.[47] A Sociedade Brasileira de Economia Política afirmou em nota que a PEC vai piorar a situação econômica do país, ampliando a desigualdade de acesso de oportunidades a população mais pobre.[48][49] O reitor da UFRJ também questionou o suporte jurídico da PEC, afirmando que é uma violação à constituição.[50] Segundo o professor de economia da universidade de Paris, o corte vai favorecer o setor privado que vai controlar quem terá acesso aos serviços básicos.[51]

Conselho Federal de Economia (Cofecon) lançou uma nota criticando a PEC em outubro.[52] Segundo o Conselho, da forma como foi discutida, o ajuste recai sobre as camadas mais carentes da sociedade. A nota apontou ainda que os investimentos públicos eram irrisórios, inferiores a 1% do PIB, e lembrou das altas despesas com juros da dívida pública, que correspondiam por cerca de 9% do PIB ao ano.[53]

Dentre os críticos da proposta, merecem destaque os economistas Luiz Carlos Bresser Pereira,[54][55] Luiz Gonzaga Belluzzo,[56][57] Maria da Conceição Tavares[58] e Leda Maria Paulani.[59]

Dieese lançou uma nota técnica com criticas à proposta. Segundo a nota, a população seria afetada por uma provável redução nos serviços públicos nas áreas de saúde e educação.[60]

No Senado Federal tramita a Proposta de Emenda à Constituição n° 54 de 2019 para revogar a EC n° 95. O Projeto teve origem popular, a partir de uma sugestão cadastrada por uma cidadã do Distrito Federal no Portal e-Cidadania[61][62]

Protestos contrários

Estudantes e movimentos estudantis protestando contra a PEC em Brasília, em novembro de 2016.

FIOCRUZ afirmou que a expansão populacional e a necessidade de reposição de equipamentos da saúde pública vai fazer que a população se volte para o setor privado.[63][64] A Associação Brasileira de Economia da Saúde lançou uma nota com outros profissionais da área e instituições condenando a PEC[65][66] e o Conselho Nacional de Saúde lançou uma nota similar.[67] A autora da pesquisa sobre a PEC renunciou ao cargo do IPEA por pressão da organização mediante às criticas ao projeto de lei em uma pesquisa patrocinada pela própria instituição.[68][69]

A primeira instituição de ensino a ser ocupada foi a IFRN em outubro, se alastrando pela maioria dos CEFET do país e outras instituições secundaristas de ensino, dentre as localidades estão Minas GeraisParanáSão Paulo onde reuniu pelo menos 10 mil pessoas,[70] Rio Grande do NorteGoiásRio de JaneiroCearáRio Grande do SulMato GrossoEspírito Santo e Bahia.,[71] 5 mil pessoas manifestaram contra a PEC em Curitiba em outubro, dentre eles estudantes secundaristas.[72] Inicialmente os protestos eram contra o projeto Escola sem Partido, o governo Temer, o governo Alckmin e o governo Dilma[73] mas começaram a ganhar corpo.[71][72]

No Ceará, o movimento teve apoio da ADUFC, Sindicato dos Servidores do IFCE, Sindicato dos Docentes da Uece, Sindicato dos Docentes da Unilab, o Sindicato dos Trabalhadores da UFC, o Coletivo Graúna (de professores da UFC) dentre outras organizações menores.[74] Como resultado dos protestos, mais de mil escolas e quase 171 universidades[75] foram ocupadas ao redor do país até finais de outubro em 21 estados do país,[76] em novembro chegou a 172 universidades ocupadas[77] e a CNBB lançou em outubro de 2016 uma nota afirmando que a PEC era injusta e seletiva.[78] Em novembro começou a greve auto-convocada na UFSM, na UFMG, dentre outras.[79][80][81][82][83][excesso de citações] Houve manifestações também em Brasília durante a votação da PEC[84] Em dezembro do mesmo ano foi ocupada a Universidade Federal do Oeste do Pará, executada principalmente por estudantes indígenas e quilombolas.[85] Como resultado dos protestos, mais de mil escolas e quase 171 universidades[75] foram ocupadas ao redor do país até finais de outubro de 2016 em 21 estados do país.[76] Em dezembro do mesmo ano ocorreu a ocupação da Universidade Federal do Oeste do Pará, executada principalmente por estudantes indígenas e quilombolas.[85]

Ver também

Referências

  1.  «Novo Regime Fiscal»
  2.  «Teto dos gastos públicos cria condições para o Brasil crescer»Brasil.gov. Consultado em 15 de Novembro de 2017
  3.  «Emenda 95, o enfraquecimento do pacto social»jornal Brasil de Fato. 3 de outubro de 2018. Consultado em 17 de março de 2020
  4.  Janeiro, Boris Herrmann, Rio de (11 de novembro de 2016). «Schüler an die Macht» – via Sueddeutsche.de
  5.  Refinetti Guardia, Eduardo (dezembro de 2018). «Teto de gastos: O gradual ajuste para o crescimento do país» (PDF)Ministério da Fazenda. Consultado em 16 de junho de 2020
  6.  «PEC 241: tire dúvidas sobre a proposta que limita gastos públicos»G1. Globo.com. 11 de outubro de 2016. Consultado em 2 de novembro de 2016
  7.  Fern; G1, a CalgaroDo; Brasília, em (4 de outubro de 2016). «Relatório da PEC dos gastos eleva piso para a saúde em 2017»
  8.  «PEC do teto protege gastos com saúde e educação, diz Tesouro»
  9.  «Governo muda teto para acionar gatilhos»Subscrição paga é requerida. valor.globo.com. Consultado em 21 de Dezembro de 2019
  10.  «Problema de redação impede acionamento de gatilhos do teto de gastos». www.folhape.com.br. Consultado em 25 de Setembro de 2020
  11.  «Governo fecha 2016 com déficit primário histórico de R$ 154,2 bilhões - Economia»Estadão. Consultado em 1 de junho de 2020
  12. ↑ Ir para:a b «um teto para os gastos públicos». 23 de outubro de 2016. Consultado em 11 de novembro de 2016
  13.  Estevão Taiar (30 de setembro de 2016). «Sem PEC dos gastos, dívida chegará a 100% do PIB em 2024». Valor Econômico. Consultado em 11 de novembro de 2016
  14.  «Evolução Recente da Carga Tributária Federal» (PDF)
  15.  Bedinelli, Talita (18 de outubro de 2016). «PEC 241: o que vai mudar na saúde dos brasileiros»
  16. ↑ Ir para:a b Ministro Henrique Meirelles (12 de agosto de 2016). «O Desafio do Ajuste Fiscal Estrutural» (PDF). Ministério da Fazenda. p. 3. 22 páginas. Consultado em 11 de novembro de 2016
  17.  «Temer sanciona reajuste salarial de 41% para Judiciário e de 12% para MPF»
  18.  «Temer sanciona reajuste de salário de servidores da Câmara». EBC
  19.  «Aprovada na Câmara, PEC 241 passa a tramitar no Senado como PEC 55». 26 de outubro de 2016
  20.  «Senado Federal - Programa e-Cidadania - Consulta Pública»Senado Federal - Programa e-Cidadania
  21.  «PEC 241 aprovada em 1º turno: como votaram os deputados». Carta Capital. Consultado em 12 de novembro de 2016
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  24.  Gustavo Garcia (29 de novembro de 2016). «Senado aprova em primeiro turno texto-base da PEC do teto de gastos»G1. Globo.com. Consultado em 29 de novembro de 2016
  25.  Gustavo Garcia e Bernardo Caram. «PEC do teto de gastos é aprovada em 2º turno no Senado e será promulgada»G1. Globo.com
  26.  «Como a PEC do Teto aprovada no Congresso pode afetar sua vida». Uol. Consultado em 13 de dezembro de 2016
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  28.  EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 95, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2016, acesso em 27 de dezembro de 2016.
  29. ↑ Ir para:a b «aprovar a PEC 241 é urgente». Consultado em 11 de novembro de 2016
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  31.  «A hora da verdade de Michel Temer». Consultado em 11 de novembro de 2016
  32. ↑ Ir para:a b «PEC 241 é essencial, mas sozinha não garante ajuste, dizem analista». Consultado em 11 de novembro de 2016
  33.  «PEC dos gastos reconstrói realismo orçamentário, diz assessor econômico da Fazenda»
  34.  «PEC do teto de gasto é indispensável, mas insuficiente para sairmos da crise»
  35.  «Câmara aprova em 1º turno congelamento de gastos federais por 20 anos». Uol. 10 de outubro de 2016. Consultado em 26 de novembro de 2016
  36.  Talita Bedinelli (14 de outubro de 2016). «PEC 241: especialistas veem ameaça ao Plano Nacional de Educação». El Pais. Consultado em 26 de novembro de 2016
  37.  OS IMPACTOS DO NOVO REGIME FISCAL PARA O FINANCIAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E PARA A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE NO BRASIL
  38.  Talita Bedinelli (8 de junho de 2015). «Ajuste fiscal inibe investimentos na já sobrecarregada área de saúde». El Pais. Consultado em 26 de novembro de 2016
  39.  Bedinelli, Talita (25 de julho de 2016). «Governo atua para inibir ações a favor de pacientes do SUS e planos de saúde na Justiça»
  40.  «Estudo prevê perda de R$ 24 bi anuais para educação com PEC 241; MEC contesta»
  41.  «Por PEC 241, jantar de Temer custou ao menos R$ 50 mil - EXAME»exame.abril.com.br
  42.  «Movimento corporativo contra PEC 'não pode ser admitido', diz Temer». 9 de outubro de 2016
  43.  PGR diz em parecer que PEC do teto de gastos é inconstitucional, acesso em 3 de novembro de 2016.
  44.  economistas-lancam-documento-com-criticas-pec-dos-gastos-publicos, acesso em 3 de novembro de 2016.
  45.  Documento desconstrói a PEC 241 e o discurso da austeridade, Consultado em 3 de novembro de 2016.
  46.  Relator da ONU diz que PEC do Teto terá impacto "severo" nos mais pobres, acesso 09 de dezembro de 2016.
  47.  «Em vídeo, Drauzio Varella se posiciona contra a PEC dos gastos - Portal Fórum». 10 de outubro de 2016
  48.  «Economistas lançam documento com críticas à PEC dos gastos públicos»
  49.  «Austeridade e Retrocesso»(PDF)
  50.  «'Não é só uma lógica econômica, é um horizonte para a formação humana no Brasil'» 🔗www.midias.epsjv.fiocruz.br
  51.  «A PEC 241 e a privatização»
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  53.  «Para Conselho Federal de Economia, PEC do teto de gastos amplia desigualdades»
  54.  Bresser-Pereira: Regra fiscal prevista pela PEC do gasto é 'absurda', acesso em 21 de setembro de 2017.
  55.  Bresser-Pereira: cortes atingem saúde e educação, mas não os Três Poderes, acesso em 21 de setembro de 2017.
  56.  Uma crítica aos pressupostos do ajuste econômico, acesso em 3 de novembro de 2016.
  57.  "Essa "PEC do Fim do Mundo" é uma insensatez. É uma coisa de hospício", afirma economista, acesso em 11 de janeiro de 2017.
  58.  "PEC 241 é um suicídio programado", diz Maria da Conceição Tavares, acesso em 27 de abril de 2017.
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  60.  «DIEESE lança Nota Técnica sobre a PEC 241, do teto dos gastos públicos. Confira:»Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Consultado em 1 de junho de 2020
  61.  «Proposta de Emenda à Constituição n° 54, de 2019 - Pesquisas - Senado Federal»www25.senado.leg.br. Consultado em 15 de outubro de 2019
  62.  «Senado Federal - Programa e-Cidadania - Ideia Legislativa»Senado Federal - Programa e-Cidadania. Consultado em 15 de outubro de 2019
  63.  «PEC 241 ou o fim do SUS e da escola pública»www.epsjv.fiocruz.br
  64.  OS IMPACTOS DO NOVO REGIME FISCAL PARA O FINANCIAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E PARA A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE NO BRASIL
  65.  «SUS PERDERÁ COM APROVAÇÃO DA PEC 241 - NOTA DE DESAGRAVO PÚBLICO - ABrES»abresbrasil.org.br. Consultado em 31 de outubro de 2016. Arquivado do original em 1 de novembro de 2016
  66.  «Entidades assinam Nota de Desagravo - ABrES»abresbrasil.org.br. Consultado em 31 de outubro de 2016. Arquivado do original em 1 de novembro de 2016
  67.  «Conselho Nacional de Saúde»conselho.saude.gov.br
  68.  @ricksenra, Ricardo Senra- (13 de outubro de 2016). «Alvo de críticas internas, autora de artigo contra PEC dos gastos deixa Ipea» – via www.bbc.com
  69.  «Autora de artigo contra PEC 241 sofre censura e deixa cargo». 14 de outubro de 2016
  70.  «Geplante Haushaltsbremse sorgt für erneute Proteste in Brasilien». 20 de outubro de 2016
  71. ↑ Ir para:a b «Secundaristas: a potência das novas ocupações»outraspalavras.net
  72. ↑ Ir para:a b «Primavera secundarista leva 5 mil manifestantes às ruas de Curitiba - Brasil de Fato». 10 de outubro de 2016
  73.  O governo do PT apesar de ter investido na construção de escolas e universidades, o ensino básico era de baixo nível, o foco do investimento eram nas federais e particulares, além do acesso do ensino superior ser limitado a elite, para saber mais, veja: Anhaltender Protest von Schülern und Studenten
  74.  «Manifestantes voltam a protestar contra a PEC 241 em Fortaleza». 25 de outubro de 2016
  75. ↑ Ir para:a b «Brasil: Temer propone reducir el gasto en educación y los estudiantes toman escuelas y universidades»
  76. ↑ Ir para:a b 24/7, Brasil. «Contra PEC 241, mais de mil escolas estão ocupadas em 21 estados do País»
  77.  «Governo Temer enfrenta 172 universidades e mais de mil escolas ocupadas em todo o Brasil». 8 de novembro de 2016
  78.  «CNBB lança nota afirmando que PEC 241 é "injusta e seletiva" - Brasil de Fato». 27 de outubro de 2016
  79.  Guerini, Cristina. «Instituto Humanitas Unisinos - IHU - Contra PEC 55 e reformas de Temer, estudantes ocupam prédios da UFSM»www.ihu.unisinos.br
  80.  TEMPO, O (11 de novembro de 2016). «Centrais sindicais realizam série de protestos em BH nesta sexta»
  81.  «Grupos protestam em 18 estados e no DF contra a PEC que limita gastos». 11 de novembro de 2016
  82.  «Acompanhe o quadro da greve nacional das Universidades Federais – Assufrgs»www.assufrgs.org.br
  83.  «Estudantes da UFSM decidem por greve e por manter ocupações». Consultado em 19 de novembro de 2016. Arquivado do original em 15 de novembro de 2016
  84.  «O povo contra a PEC 55, a polícia contra o povo. - Jornalistas Livres». 30 de novembro de 2016
  85. ↑ Ir para:a b «Contra a PEC 55, povos ancestrais ocupam universidade na Amazônia»

Ligações externas

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OPERAÇÃO RED DWAN - CAPTURA DE SADDAM HUSSEIN - 2003 - 13 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Operação Red Dawn

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Operação Red Dawn
Guerra do Iraque
SaddamSpiderHole.jpg
O intérprete Samir, de 34 anos, junto com Saddam, minutos após ter sido retirado do buraco onde se escondia.
Data13 de dezembro de 2003
LocalAd-DawrIraque
DesfechoVitória americana
  • Captura do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein;
Beligerantes
 Estados UnidosFlag of Iraq (1991–2004).svg Saddam Hussein e apoiadores
Comandantes
Estados Unidos Raymond T. Odierno
Estados Unidos James Hickey
Flag of Iraq (1991–2004).svg Saddam Hussein
Forças
600 soldados3
Baixas
Nenhuma3 capturados

Operação Red Dawn ("Amanhecer Vermelho") foi uma missão executada pelas forças armadas dos Estados Unidos a 13 de dezembro de 2003. Feita na cidade de ad-Dawr (perto de Ticrite), no norte do Iraque, terminou com a captura do ex-líder iraquiano Saddam Hussein. A operação foi encabeçada e executada pela 1ª brigada de combate da 4ª divisão de infantaria americana, comandada pelo general Raymond Odierno e pelo coronel James Hickey, apoiados por forças especiais.[1][2]

A operação

Após a bem sucedida invasão, feita por forças anglo-americanas, o Iraque foi ocupado por tropas dos Estados Unidos e de países aliados. O líder iraquiano, Saddam Hussein, abandonou a capital Bagdá enquanto esta era tomada pelas forças aliadas. Saddam fugiu então para os arredores de Ticrite (a mesma cidade onde ele nasceu). Ele se estabeleceu em uma pequena casa, com dois guarda-costas, no município de Ad-Dawr, com maletas cheias de dólares e alguns fuzis AK-47. O exército americano iniciou uma implacável busca por Hussein, prendendo vários colaboradores e ex integrantes do seu regime (incluindo os filhos do ex ditador, Uday e Qusay, que foram mortos).[1]

Após receber informações do possível paradeiro do ex líder iraquiano, militares dos Estados Unidos lançaram a chamada Operação Red Dawn, na cidade de Ad-Dawr, perto de Ticrite, na noite de 13 de dezembro de 2003. Militares da 4ª Divisão de Infantaria do exército, apoiados pela Força-Tarefa 121 (forças especiais), foram enviados para capturar ou matar Saddam. No total, foram reunidos 600 soldados para a operação. A força chegou em um pequeno vilarejo em Ad-Dawr e começou a fazer buscas na região.

Enquanto vasculhavam a área ao redor de uma suspeita casa, dois homens (mais tarde identificados como guarda-costas de Saddam) foram capturados mas não deram muitas informações. O comandante americano ordenou uma nova busca, vasculhando uma pequena casa no meio do vilarejo.[3] Do lado de fora do casebre havia um buraco camuflado cavado no chão. Este buraco tinha entre 1,8 e 2,4 metros de profundidade, grande o bastante para um homem se esconder nele confortavelmente. O homem dentro do buraco era Saddam Hussein e ele foi tirado de lá sem resistir. Supostamente, ele teria dito aos seus captores enquanto era apreendido: "Eu sou Saddam Hussein, Presidente do Iraque, e quero negociar".[4]

Três anos após a sua captura, Saddam Hussein foi levado a julgamento e posteriormente executado por crimes contra a humanidade perpetrados durante o seu regime.[5]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b "Operation RED DAWN nets Saddam Hussein". Página acessada em 11 de abril de 2015.
  2.  Freeman, Colin (16 de dezembro de 2003). «From lavish palaces to a hole in the ground»The Scotsman. Consultado em 19 de maio de 2011. Arquivado do original em 16 de outubro de 2007
  3.  "Map and satellite imagery showing ad-Dawr and capture site. GlobalSecurity.org". Página acessada em 11 de abril de 2015.
  4.  «Saddam 'caught like a rat' in a hole». CNN. 14 de dezembro de 2003. Consultado em 12 de abril de 2015
  5.  «Saddam Hussein executed, ending era in Iraq»MSNBC. 29 de dezembro de 2006. Consultado em 11 de abril de 2015

BATALHA DO RIO DA PRATA (2ª GUERRA MUNDIAL) - 1939 - 13 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Batalha do Rio da Prata

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Batalha do Rio da Prata
Segunda Guerra Mundial
HMS Achilles (70).jpg
Dezembro de 1939, o HMS Achilles visto do HMS Ajax durante a Batalha do Rio da Prata.
Data13 de dezembro de 1939
LocalAtlântico Sul, fora do Estuário do Rio da Prata
DesfechoVitória tática Alemã

Vitória Estratégia Aliada

Beligerantes
Flag of the United Kingdom.svg Reino UnidoWar Ensign of Germany (1938–1945).svg Alemanha
Comandantes
Flag of the United Kingdom.svg Henry HarwoodWar Ensign of Germany (1938–1945).svg Hans Langsdorff
Forças
1 cruzador pesado
2 cruzadores leves
1 encouraçado
Baixas
1 cruzador pesado fortemente danificado

2 cruzadores leves danificados
72 mortos

28 feridos
1 encouraçado danificado

36 mortos

60 feridos

Batalha do Rio da Prata foi a primeira grande batalha naval da Segunda Guerra Mundial, foi travada entre as marinhas inglesa e alemã. O combate aconteceu no Atlântico Sul em 13 de dezembro 1939, próximo ao estuário do rio da Prata.

História

Em 21 de agosto de 1939, o Admiral Graf Spee deixou o porto de Wilhelmshaven, na costa do mar do Norte, com ordens secretas de atacar a navegação comercial no Atlântico Sul. As quais deveriam ser executadas, após a declaração oficial de guerra. A estratégia de Adolf Hitler faria com que antes da declaração de guerra o navio pudesse navegar em águas internacionais sem problema. Com esta estratégia, quando a declaração fosse feita o navio já estaria abaixo da linha do Equador. Durante três semanas, o navio navegou em oceano aberto a leste do Brasil. Finalmente em 20 de setembro de 1939, o Admiral Graf Spee foi liberado para executar suas ordens.

As ordens seriam para que o encouraçado pudesse atacar como um corsário, nos locais mais inesperados a fim de manter as esquadras aliadas dispersas, principalmente a Home Fleet,[1] facilitando o desenvolvimento de outras ações navais contra a Inglaterra.

Neste contexto, o Admiral Graf Spee ficou com o sul do Equador como zona de operações, ficando o Deutschland com o Atlântico Norte.[2]

Ataques

Mapa dos ataques

Em 30 de setembro de 1939, o Admiral Graf Spee começou a sua caçada, afundando o cargueiro Clement, na altura de Alagoas. Logo após o encouraçado abandonou a área, dirigindo-se ao meio do oceano. Em 7 de outubro de 1939, afundou duas embarcações britânicas, o Newton Beach e o Ashlea. Em 10 de outubro, afundaria o Huntsman e o Trevasnion em 22 de outubro de 1939. Todos os marinheiros capturados eram trazidos a bordo e logo após o encouraçado abandonava área como de costume. O fato de tantos navios não chegarem aos portos levantou a suspeita da Marinha Britânica, que emitiu um aviso de alerta a todas as embarcações que navegavam no Atlântico Sul.

Logo o capitão Hans Langsdorff, marinheiro experiente, utilizaria táticas de pirataria para confundir o inimigo. Entre estas técnicas, estava a modificação da aparência do navio, com falsas placas de madeira e lonas, criando estruturas diferentes das de um navio de guerra. A pintura de nomes e utlização de bandeiras confundiam os navios comerciais, tomando-o como um navio mercante. Uma destas modificações fazia com que parecesse com seu irmão gêmeo, o Deutschland, que deveria a estar operando no Atlântico Norte. Isto confundiu a armada britânica várias vezes.

Desta forma a Marinha Britânica, destacou para o Atlântico Sul a Força de Caça G, com a finalidade de proteger os navios que operavam principalmente na região do rio da Prata. Local que era responsável por 40% dos produtos primários embarcados ao Reino Unido. Esta força era composta por dois cruzadores pesados ( Cumberland e o Exeter ) e dois cruzadores leves (Achilles e o Ajax). Esta força-tarefa, seria chefiada pelo comodoro inglês Henry Harwood, tendo como navio-capitânia do HMS Exeter, e como base Port Stanley, nas ilhas Malvinas

Em 2 de dezembro de 1939, o cargueiro Doric Star foi capturado ao largo da costa da África. Porém, antes, conseguiu emitir o sinal de rádio "RRR" (ataque de corsário), indicando que estava sob ataque do Admiral Graf Spee. Quando o comodoro Harwood, da Força de Caça "G", composta pelo AchillesAjax e Exeter, recebeu as notícias do Doric Star, concluiu que o Graf Spee a seguir cruzaria o Atlântico Sul em direção à América do Sul, para evadir-se à perseguição que certamente se seguiria. Harwood sempre acreditara que, cedo ou tarde, o comandante Langsdorff seguiria para a área do rio da Prata, para tirar vantagem do intenso tráfego mercante dos portos de Buenos Aires e Montevideo. A seguir emitiu ordens para que a Força G viesse a concentrar-se nas imediações do rio da Prata.

A marinha inglesa sabia que o Admiral Graf Spee não resistiria à tentação ao grande número de navios mercantes que demandavam do centro comercial do rio da Prata e deslocou três cruzadores no seu encalço: o Ajax, o Achilles e o Exeter, ficando ainda o Cumberland como reserva nas ilhas Malvinas (Falklands), complementando um conserto.

A batalha

Mapa da batalha

Após o último encontro com o seu reabastecedor, o navio-tanque Altmark, o Admiral Graf Spee ( 6 de dezembro) seguiu para o rio da Prata, onde fez a sua última presa, o Streonshalh.

Durante a noite de 12 de dezembro, os navios ingleses iniciaram sua tática para um possível confronto, navegariam em formação cerrada, onde teriam contato visual e na eventualidade de um ataque, concentrar seu poder de fogo. Outro fato seria: ao amanhecer navegar a favor do sol para dificultar a visibilidade do navio alemão, que teria o sol de proa. A marinha britânica sabia que num confronto direto com o cruzador alemão, sairiam perdendo. Devido ao alto poder de fogo de seus canhões de 280 mm (11 pol. x 6) os quais inviabilizava qualquer confronto direto a curta distância.

Exeter era o único cruzador pesado, da classe York, que tinha como armamento principal seis canhões de 203 mm e secundário de oito canhões de 102 mm, os cruzadores leves possuíam canhões de 152 mm. Diante disto Harwood sabia que seria difícil causar danos a superestrutura de um encouraçado, então sua estratégia seria dividir a atenção do Graf Spee. O Ajax e o Achilles iriam por um lado e o Exeter atacaria por outro, dificultando a concentração dos alemães, em responder ao ataque.

Em 13 de dezembro, o vigia do Admmiral Graf Spee às 06h00 avistou duas antenas no horizonte, e enviou o alerta, logo, toda a tripulação tomou os postos de combate. Esta informação parecia confirmar que era um barco comercial britânico. Mas minutos mais tarde quando o sol já estava mais alto, foi possível identificar que realmente se tratava de três barcos de guerra britânicos. A demora na identificação por parte do Admiral Graf Spee permitiu a aproximação dos ingleses, ficando desta forma ao alcance de todos os seus canhões e, muito importante, ficando abaixo do ângulo de tiro dos poderosos canhões de 280 mm do Spee.

As 06h17 o Admiral Graf Spee disparou contra o Exeter, pois sabia ser o mais poderoso da frota. Logo a seguir o Exeter devolveu a salva com uma sequência de disparos. Enquanto o combate inicial era travado entre os grandes navios, os cruzadores leves, mais rápidos, iniciaram a manobra de pinça, tentando cercar o cruzador alemão entre dois flancos. Esta manobra visava dividir a artilharia do Admiral Graf Spee, dificultar o enquadramento dos seus disparos e, principalmente dificultar os cálculos dos disparos.

Uma sequência de disparos dos navios ingleses, atingiram o Admiral Graf Spee acima da linha de flutuação, abrindo um enorme rombo no casco, além de diversos outros danos. Umas das opções do capitão do Admiral Graf Spee foi manter o Exeter sob fogo dos canhões de 280 mm e concentrar o fogo dos canhões de 105 mm nos cruzadores leves. Manobra difícil de ser executado, principalmente em movimento de aproximação. Após a primeira parte da batalha o Exeter ficou fora de combate, pois o sistema de direcionamento de tiro e as torres dos canhões de maior calibre haviam sido danificados. Sem alternativa, o Exeter abandona o campo de batalha em meio a uma nuvem de fumaça utilizado para camuflagem. Ficando desta forma em combate somente os cruzadores leves e o Admiral Graf Spee.

Afundamento do Admiral Graf Spee

Às 07h00 o Admiral Graf Spee, sob fogo cerrado, repentinamente abandonou a zona de combate. O que se seguiu após este evento, permanece até hoje como um dos maiores mistérios da Segunda Guerra Mundial. Historiadores militares, declaram que o Admiral Graf Spee, embora avariado tinha condições de combate frente aos cruzadores leves, pois seus poderosos canhões ainda disparavam. No entanto a decisão do capitão Hans Langsdorff foi a de refugiar-se no porto de Montevidéu para efetuar reparos. O Uruguai, bem como os demais países latino-americanos estavam neutros na guerra, o que permitiria que qualquer barco com problemas solicitasse permissão para atracar e realizar reparos.

Desta forma, o navio atracou no porto solicitando conserto. O que se seguiu a partir daí, foi uma sequência de fatos que até hoje permanece envolta em mistério.

Não conseguindo os reparos necessários e pressionado pela política internacional, o comandante foi obrigado a deixar o porto. Mas a armada inglesa estava a sua espera na saída do estuário e assim que deixasse águas territoriais uruguaias ele seria novamente atacado. Desta forma, o capitão Langsdorff deu ordens de afundar o navio, o que se fez logo na saída do estuário.

O capitão e sua tripulação se dirigiram então à Argentina, país com grande concentração de imigrantes alemães o que possibilitaria auxilio. Então, na tarde de 19 de dezembro de 1939, após enterrar seus mortos e encaminhar os feridos ao hospital, o capitão se suicidou.

Referências

  1.  Denominação tradicional da frota da Marinha Real Britânica
  2.  Nesta classe de navios a proposta da Alemanha seria de fabricar 5 unidades, mas somente 3 foram efetivamente terminadas e lançadas ao mar: o DeutschlandAdmiral Scheer e o Admiral Graf Spee. Coleção 70º da Segunda Guerra Mundial- Abril, 2010 - Fascículo 07

Bibliografia

  • La Batalla del Rio de La Plata , History Channel Latin America
  • {lang|es|Centro de Estudios Navales y Maritimos}} , MontevidéuUruguai
  • Eugen, Millington-Drake. A Batalha do Rio da Prata, Flamboyant - 1967
  • Coleção 70º Aniversário da II Guerra Mundial , Abril- 2009
  • Salinas, Juan; De Nápoli, Carlos - Ultramar Sul. A Última operação secreta do III Reich- Editora Civilização Brasileira, 2010

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