quarta-feira, 18 de novembro de 2020

PRIMEIRA BATALHA DO SOMME - FRANÇA (I GUERRA MUNDIAL) - (1916) - 18 DE NOVEMBRO DE 2020

 


Batalha do Somme

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Batalha do Somme
Frente OcidentalPrimeira Guerra Mundial
British infantry Morval 25 September 1916.jpg
Data1 de julho a 18 de novembro de 1916
LocalRegião do Rio Somme, nordeste da França.
DesfechoSem vencedor definido
  • Tropas britânicas avançam 9,7 km no Somme, em uma frente de 26 km;
  • Favorecimento tático e estratégico aos Aliados (controverso);[1][2][3]
  • Posteriormente, forças alemãs recuam 64 km até a Linha Hindenburg entre fevereiro e março de 1917;[4]
Beligerantes
Reino Unido Império Britânico
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg França
Flag of Germany (1867–1919).svg Império Alemão
Comandantes
Reino Unido Douglas Haig
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg Joseph Joffre
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg Ferdinand Foch
Reino Unido Henry Rawlinson
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg Émile Fayolle
Reino Unido Hubert Gough
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg Joseph Alfred Micheler
Flag of Germany (1867–1919).svg Príncipe Rodolfo
Flag of Germany (1867–1919).svg Erich von Falkenhayn
Flag of Germany (1867–1919).svg Max von Gallwitz
Flag of Germany (1867–1919).svg Fritz von Below
Forças
1 de julho
Flag of the United Kingdom.svg 390 000 em 13 divisões
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg 330 000 em 11 divisões

Novembro
Flag of the United Kingdom.svg 1 530 000 em 50 divisões
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg 1 440 000 em 48 divisões
1 de julho
Império Alemão 315 000 em 10 divisões



Novembro
Império Alemão 1 500 000 em 50 divisões
Baixas
Flag of the United Kingdom.svg 456 000 mortos, feridos ou capturados[5]
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg 200 000 mortos, feridos ou capturados[6]
Império Alemão 450 000 mortos, feridos, desaparecidos ou capturados[7]

Batalha do Somme, também conhecida como Ofensiva do Somme, foi uma enorme batalha travada durante Primeira Guerra Mundial, com os exércitos do Império Britânico e da França lutando contra as forças da Alemanha. Aconteceu entre 1 de julho e 18 de novembro de 1916 em ambas as margens superiores do rio Somme, no nordeste da França. O objetivo da ofensiva era finalmente dar vitória aos Aliados e romper o impasse da luta de trincheiras. Acabou sendo uma das maiores batalhas travadas na Frente Ocidental, com mais de três milhões de homens na linha de frente.[8]

Em dezembro de 1915, na Conferência de Chantilly, o alto-comando militar francês e britânico haviam acordado que uma grande ofensiva seria lançada na região do Somme. Nos primeiros dois anos de guerra, os Aliados haviam desperdiçado suas tropas e recursos em ataques individuais ao longo da linha de frente, com pouca ou nenhuma coordenação entre as nações da aliança. Para 1916, os Aliados se comprometeram a combinar estratégias e ações contra as Potências Centrais, com os russos atacando pelo leste, os italianos no sul, e os exércitos franco-britânicos atacando no oeste, na área do rio Somme. Os planos iniciais vislumbravam ao menos 42 divisões francesas na linha de frente, apoiados no flanco norte pelo 4º Corpo de Exército da Força Expedicionária Britânica (a BEF). Porém, quando o exército imperial alemão começou sua própria ofensiva, a Operação Gericht, no rio Meuse, em 21 de fevereiro de 1916, os franceses mandaram várias divisões que estavam sendo preparadas para o Somme em direção ao sul com o propósito de manter a cidade de Verdun a todo o custo e os britânicos, que, em sua maior parte, apenas seriam "coadjuvantes" na ofensiva do Somme acabaram virando os protagonistas. Com a luta em Verdun se intensificando, os franceses pediram aos ingleses que antecipassem o ataque no Somme, porém o comandante Douglas Haig sabia que o momento não era oportuno, porém a fragilidade da situação da França, comprometendo tantas tropas na região de Verdun-sur-Meuse, o fez reconsiderar e ele concordou que um ataque na oportunidade mais próxima poderia finalmente quebrar as linhas alemãs e acabar com a guerra ainda em 1916. As tropas britânicas reunidas no Somme eram uma mistura do experiente exército regular pré-guerra do Reino Unido e uma força de voluntários recém treinados (conhecidos como Kitchener's Army). Para muitos destes jovens soldados, a batalha no Somme seria sua primeira experiência em combate.[9]

Em 1 de julho de 1916, o exército britânico, protegidos por um intenso bombardeio de artilharia, lançou-se contra as posições defensivas alemãs, atacando da região de Foucaucourt-en-Santerre, ao sul do Somme, até Maricourt, na margem norte, com uma força de apoio avançando pela estrada AlbertBapaume, perto de Gommecourt. As forças britânicas sofreram pesadas perdas devido ao enorme aparato defensivo alemão. No primeiro dia do Somme, os britânicos sofreram mais de 57 mil baixas (incluindo 19 240 mortos em combate), fazendo deste o "pior dia na história do exército britânico". Pouquíssimas tropas inglesas conseguiram chegar as linhas alemãs, com as treze divisões britânicas vendo companhias inteiras sendo estraçalhadas ou dispersadas. Os alemães haviam adotado uma postura defensiva a partir de 1914 e, ao contrário dos Aliados, haviam gastado muitos recursos fortificando suas trincheiras, adotando a estratégia de defesa em profundidade, cavando buracos fundos e bunkers reforçados de concreto, dando a eles uma enorme vantagem. Em comparação, os Aliados haviam feito trincheiras relativamente mal preparadas, já que a mentalidade da Entente era de "ofensiva a todo o custo", considerando manter grandes defesas como um desperdício de tempo e recursos. Ambos os lados utilizaram centenas de aviões, sendo uma das primeiras vezes na história que grandes ataques terrestres eram coordenados com o poderio aéreo. Os britânicos também utilizaram, em setembro, pela primeira vez sua nova arma, o tanque de guerra, buscando sobrepujar, à força, as trincheiras alemãs. O tanque, apesar de causar um forte impacto psicológico, acabou não sendo decisivo, com os alemães se adaptando rapidamente. Falhas mecânicas eram comuns e a maioria dos tanques utilizados no Somme foram destruídos ou abandonados, mas o conceito da guerra mecanizada permaneceu e evoluiu ao longo do tempo.[10]

A ofensiva do Somme durou 140 dias, com quase um milhão de homens sendo mortos ou feridos (somadas as perdas de ambos os lados), fazendo desta batalha uma das mais sangrentas da história das guerras.[11] No final, as forças britânicas e francesas haviam avançado 10 km dentro do território ocupado pelos alemães. Foi sua maior conquista territorial desde setembro de 1914, na Primeira Batalha do Marne. A luta no Somme também desviou algumas divisões alemãs que combatiam em Verdun, aliviando a situação dos franceses por lá. Contudo, os principais objetivos táticos da batalha não foram atingidos e as linhas alemãs na Frente Ocidental não quebraram. Cidades chave, como Péronne e Bapaume, não foram tomadas. Embora, no final de novembro, todas as novas ofensivas planejadas tivessem sido canceladas, combates pela região prosseguiriam até o começo de 1917. Historiadores e acadêmicos continuam debatendo a respeito da necessidade da batalha, sua significância e importância, e se as perdas sofridas valeram a pena de alguma forma.[12]

Antecedentes

A estratégia dos aliados para o ano de 1916 foi amplamente formulada durante uma conferência em Chantilly, realizada entre 6 e 8 dezembro de 1915. Foi decidido que ofensivas simultâneas seriam montadas pelos russos, no leste, os italianos (que haviam recentemente se unido à Entente), nos Alpes, e os anglo-franceses sobre a Frente Ocidental, comprimindo assim as potências centrais de todos os lados.

No final de dezembro de 1915, o general Douglas Haig substituiu o General Sir John French como Comandante-em-Chefe da Força Expedicionária Britânica (BEF).

Haig era favorável a uma ofensiva britânica na região do Flandres, uma vez que os inúmeros canais e portos da região poderiam favorecer o abastecimento das tropas. Sua ideia inicial era neutralizar os alemães a partir da costa do Mar do Norte, na Bélgica, local de onde os submarinos alemães partiam para afundar os navios que se dirigiam às Ilhas Britânicas.

Os preparativos da ofensiva

Plano de ataque aliado, 1 de julho de 1916.

Como os franceses se comprometeram, a qualquer custo, defender Verdun, a sua capacidade para desempenhar as suas funções no Somme desapareceram, e os encargos da ofensiva recaíram, portanto, sobre os britânicos. A França contribuiria com três corpos para a abertura do ataque (o I Exército Colonial, o XX e o XXXV Corpo do Exército).

Assim, o Conselho Interaliado julgou adequado aprazar a nova ofensiva para fins de junho.

A estratégia do ataque

O plano que finalmente surgiu podia ser dividido em três fases: primeiro, uma tremenda barragem de artilharia para matar os alemães e destruir suas trincheiras, posições fortificadas e obstáculos de arame farpado; segundo, o avanço e captura dessas posições pela infantaria; e terceiro, uma grande carga da cavalaria, que seguiria para o norte, atacando as posições alemãs remanescentes.

Apesar disso, Férran e o General Péti Henry Rawlinson, comandante do 4º Exército britânico, tinham consideráveis dúvidas a respeito da capacidade profissional dos soldados do novo exército. Tanto os generais alemães quanto os britânicos consideravam que tais tropas estavam insuficientemente treinadas, devido ao curto espaço de tempo decorrido. Rawlinson temia que as unidades se rompessem e se desorganizassem se corressem pelo terreno. Conseqüentemente, ele ordenou às suas tropas que marchassem para a frente em formação de parada. Essa decisão teria um efeito devastador no desenrolar da batalha.[13]

Haig teria ao todo 27 divisões (750 000 homens), 14 das quais apenas no assalto inicial. A participação francesa se limitaria a 5 divisões que iriam atacar ao sul. A ideia que prevalecia, desde o simples soldado aos oficiais do Estado Maior, era que a infantaria só teria que ocupar e colher o fruto maduro.

O bombardeio

Canhão de 8 polegadas abrindo fogo perto de Mametz.

Nos dias 25, 26, 27 e 28 de junho, o bombardeio continuou ininterruptamente e a chuva intensa contribuiu também para o atoleiro em que se tinha transformado o campo de batalha. Aqui e ali as trincheiras desabavam, bloqueando largos setores e soterrando as entradas de muitos abrigos. Ao fim desse período, alguns setores da linha da frente estavam já irreconhecíveis, transformados em autêntica paisagem lunar.

Desde o dia 26, densas nuvens de cloro pairando sobre a terra de ninguém foram avistadas pelas sentinelas alemãs, deslocando-se na direção de SerreBeaumont e Fricourt. O gás, mais denso que o ar, descia por todos os buracos, como uma coisa viva e infiltrava-se em todas as aberturas.

Na ocasião, os ingleses lançaram mão os torpedos aéreos (obus).

O fatídico 1 de julho de 1916

corrida para o parapeito no início da ofensiva. 1 de julho de 1916

Na maior parte das Divisões foi servida uma refeição quente que contribuiu para reconfortar as tropas depois da friagem da noite. Por volta das 06h30m da madrugada eclodiu um bombardeio sem paralelo contra toda a frente, desde o norte do Ancre até ao sul do rio Somme. Na hora seguinte "parecia que todos os fogos do inferno tinham sido lançados para nos destruir".[14] Segundo a descrição de um soldado alemão. Às 7 horas algumas metralhadoras alemãs começaram a bater os parapeitos das trincheiras aliadas.

Uma massa de homens, cavalos e equipamentos em direção a Mailley-Maillet.

As sentinelas alemãs, espreitando pelos periscópios, puderam então ver uma massa de capacetes a crescer nas trincheiras aliadas. A batalha estava prestes a começar. E o seu primeiro ato seria a "corrida pelo parapeito", um desafio mortal que para os aliados começaria na sua linha de trincheiras e acabaria no outro lado da terra de ninguém. Para os alemães começaria no fundo dos abrigos e terminaria no topo dos degraus desses mesmos abrigos. Quem perdesse a corrida provavelmente morreria. Toda a infernal preparação de artilharia dos últimos sete dias visava, em última instância, impedir os alemães de ganhar a corrida.

O aparente otimismo logo seria substituído pela amarga desilusão. Poucos segundos depois foram recebidos por mortíferos fogos de metralhadora e, de um modo geral, aqueles poucos que conseguiram chegar às trincheiras alemãs, deparavam com grandes extensões de arame farpado ainda intacto e nele se emaranhavam perdendo o ímpeto, sendo logo a seguir ceifados pelos fogos das metralhadoras ou queimados pelos lança-chamas.

Os alemães contavam com 6 mil baixas entre mortos e feridos, de um total de 35 mil que guarneciam a frente.

O general Sir Douglas Haig, após o fracasso da ofensiva do dia anterior, resolveu abdicar de qualquer tentativa de surpresa e viu-se forçado a concentrar o fogo de artilharia em pequenos setores da trincheira que a infantaria ocuparia a seguir. Contudo os alemães rapidamente perceberam que teriam mais hipóteses de sobrevivência caso se abrigassem em crateras e buracos devidamente cobertos, em vez das trincheiras, nas quais se concentravam os fogos inimigos. Assim, quando os aliados avançavam eram logo colhidos por intensos e flanqueantes fogos de metralhadora e espingarda, oriundos dos locais mais diversos.

O primeiro dia de batalha viu 57 mil baixas britânicas. 19 240 morreram. Foi o dia mais sangrento da história militar britânica.[15]

A batalha continua

Regimento Cheshire entocado em um trincheira perto de La Boiselle.

No dia seguinte, um grande ataque logrou penetrar a 2ª linha alemã entre Ginchy e Contalmaison e, novamente, a cavalaria explorou em direcção a High Wood, mas os alemães contra-atacaram com êxito, e a frente ficou consolidada ao longo da linha Ovillers-Contalmaison-Hardecourt-Barleux-Berny-Lihons.

A 15 de julho, a Brigada Sul-Africana entrou na luta, atacando através do bosque de Delville. A brigada acabou dizimada numa luta particularmente selvagem que se estendeu até o fim do mês.

Os ataques ingleses e franceses sucederam-se de 15 a 17 de julho, tentando forçar as linhas na direção de Bapaume e Peronne. As perdas formam enormes uma vez que o emprego massivo e sistemático da artilharia precedendo cada nova ofensiva impedia qualquer exploração do efeito surpresa, apanhando sempre os alemães devidamente preparados. Em 16 de julho, começou a luta por Pozières. A aldeia foi investida novamente nos dias 22 e 25 de julho, sempre sem sucesso

No lado alemão, a 17 de julho, a frente do Somme foi dividida em duas e o setor norte desde o Somme até Monchy-au-Bois (cerca de 30 km) foi atribuído ao recém-formado 1º Exército, para onde transitou quase todo o QG do 2º Exército. O 2º Exército ficou com o sector sul.

No dia 19, a defesa alemã foi reorganizada, com a ala meridional formando um novo exército, o 1º, sob o general Max von Gallwitz. A batalha orientava-se agora em 3 direções: a NE em direção a Bapaume, a leste para a Peronne, e a Sudeste, em direção a Nelles. A 20 de julho foi lançada uma nova ofensiva aliada combinada, que obteve poucos ganhos e viria a parar 5 dias mais tarde.

As tropas ANZAC

As tropas neozelandesas sofreram 8 mil baixas em seis semanas - perto de 1% da população do país à época. Para se ter uma ideia da violência dos combates, essas perdas foram equivalentes às perdas sofridas nos oito meses em que os neozelandeses lutaram na Batalha de Gallipoli.

Os combates de setembro e a estreia do tanque de guerra

Progresso da Batalha do Somme - julho/novembro de 1916.

No fim de agosto o ritmo da ofensiva foi bastante reduzido pelo mau tempo. De qualquer modo, ao entrar setembro, as trincheiras alemãs haviam recuado o máximo de 8 km, no setor de Flaucourt, atribuído ao I Corpo Colonial, do 6º Exército Francês e encontravam-se agora sobre a linha Barleux-Villers-Carbonnel-Reugny. Do lado Alemão, Hindenburg havia sucedido a Falkenhayn em 29 de agosto.

De 3 a 14 de Setembro os Aliados desencadearam duas ofensivas que levaram a batalha a Barleux e Bouchavesnes-Bergen, sendo esta última capturada.

Um tanque Mark I, setembro 1916.

A 20 de Setembro os alemães contra-atacaram em Bouchavesnes-Bergen, mas foram repelidos e a 26 os ingleses entraram em Combles, um formidável reduto fortificado em cujos subterrâneos foram encontrados mais de 2 mil cadáveres alemães.

Os ingleses haviam abandonado a ofensiva, e essa data - 17 de Novembro – se convencionou como o fim da 1ª Batalha do Somme.

Conclusões

Do lado inglês, as baixas do Somme, tiveram um efeito a longo prazo sobre a mentalidade dos britânicos, que perceberam, aturdidos, que a guerra que sempre tinham visto ao longe, podia ameaçar de morte todos os seus filhos.

Mais tarde, já durante a 2ª Guerra Mundial, numa ocasião em que o General Marshall se encontrava na Inglaterra apresentando lógicos e convincentes argumentos a favor de uma invasão imediata do continente, Lord Cherwell retorquiu-lhe: "não vale a pena, o senhor está a argumentar contra as baixas de Somme".[16]

O futuro ditador alemão, Adolf Hitler, na época soldado da 6ª Divisão Bávara da reserva, lutou na Batalha do Somme e foi ferido com um tiro na perna em 7 de outubro de 1916.[17]

Para a maioria dos analistas, o avanço aliado de 9,7 km não justificou, nem de longe, as enormes perdas sofridas. Assim, a batalha que seria o ponto de virada da guerra em favor dos anglo-franceses acabou terminando em um impasse estratégico. Os alemães também sofreram muito. Ao fim de 1916, o general Erich von Falkenhayn foi substituído por Paul von Hindenburg e Erich Ludendorff no comando do exército imperial alemão.[18]

Referências

  1.  Gilbert, Martin (2006). The Somme: Heroism and Horror in the First World War. [S.l.]: Henry Holt and Company. p. 243. ISBN 0-8050-8127-5 - Os Aliados ganharam perto de 10 km de novos terrenos ao termino da batalha.
  2.  Williams, John Frank (1999). ANZACS, The Media and The Great War. [S.l.]: UNSW Press. p. 162
  3.  Sheffield 2003, p. 156
  4.  Griffith, Paddy (1994). Battle Tactics of the Western Front; The British Army's Art of Attack 1916–1918. [S.l.]: Yale University Press. p. 84. ISBN 0-300-05910-8
  5.  Sheffield, G. (2011). The Chief: Douglas Haig and the British Army. Londres: Aurum Press. ISBN 978-1-84513-691-8
  6.  Doughty, R. A. (2005). Pyrrhic Victory: French Strategy and Operation in the Great War. Cambridge, Massachusetts: The Belknap Press of Harvard University. ISBN 0-67401-880-X
  7.  Wendt, H. L. (1931). Verdun 1916 Die Angriffe Falkenhayns im Maasgebiet mit Richtung auf Verdun als strategisches Problem. Berlim: Mittler. OCLC 503838028.
  8.  Hirst, Andrew (3 de julho de 2016). «Battle of the Somme was probably worst ever military disaster»examiner.co.uk. Consultado em 9 de agosto de 2016
  9.  Philpott, W. (2009). Bloody Victory: The Sacrifice on the Somme and the Making of the Twentieth Century. Londres: Little, Brown. ISBN 978-1-4087-0108-9
  10.  «The Battle of the Somme: 141 Days of Horror». Consultado em 23 de agosto de 2019
  11.  Frum, David (1 de julho de 2016). «The Lessons of the Somme»The Atlantic. Consultado em 1 de setembro de 2018
  12.  Doughty, R. A. (2005). Pyrrhic Victory: French Strategy and Operation in the Great War. Cambridge, Massachusetts: The Belknap Press of Harvard University. ISBN 0-67401-880-X
  13. http://www.clubesomnium.org/arquivos/militaria/batalhas/Batalha_do_Somme.pdf)
  14.  KEEGAN, Jonh, O Rosto da Batalha, Editorial Fragmentos,Ltda.
  15.  «Encontrado diário da I Guerra Mundial perdido que narra a trágica Batalha do Somme»
  16.  KEEGAN,Jonh,O Rosto da Batalha,Editorial Fragmentos ,Lda.
  17.  William L. ShirerThe Rise and Fall of the Third Reich, (Simon & Schuster, 1960), p. 30.
  18.  Prior, R.; Wilson, T. (2005). The Somme. Yale University Press. ISBN 0-300-10694-7.
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Bibliográfia

CONSAGRAÇÃO DA BASILICA DE SÃO PEDRO EM ROMA - (1626) - 18 DE NOVEMBRO DE 2020

 


Basílica de São Pedro

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Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Basílica de São Pedro (desambiguação).
Basílica de São Pedro
Basílica Sancti Petri
Basilica di San Pietro
Basílica de São Pedro em dia ensolarado.
Estilo dominanteRenascentista e Barroco
ArquitetoDonato Bramante
Construção1506-1626
Inauguração1626 (394 anos)
ReligiãoIgreja Católica
DioceseRoma
Local Vaticano

Basílica de São Pedro (em latimBasilica Sancti Petri, em italiano Basilica di San Pietro) é uma basílica no Estado do Vaticano. Trata-se do maior e mais importante edifício religioso do catolicismo e um dos locais cristãos mais visitados do mundo.[1][2][3] Cobre uma área de 23 000 m² ou 2,3 hectares (5,7 acres) e pode albergar mais de 60 mil devotos (mais de cem vezes a população do Vaticano). É o edifício com o interior mais proeminente do Vaticano, sendo a sua cúpula uma característica dominante do horizonte de Roma, adornado com 340 estátuas de santosmártires e anjos.[4] Situada na Praça de São Pedro, a sua construção recebeu contribuições de alguns dos maiores artistas da história da humanidade, tais como BramanteMichelângelo,[5] Rafael e Bernini.

Especificamente classificada pela UNESCO, catalogada e preservada como Património Mundial da Humanidade, a Basílica de São Pedro foi considerada o maior projecto arquitectónico da sua época e continua a ser um dos monumentos mais visitados e celebrados do mundo. Foi provado que sob o altar da basílica está enterrado São Pedro[nt 1] (de onde provém o nome da basílica) um dos doze apóstolos de Jesus e o primeiro Papa e, portanto, o primeiro na linha da sucessão papal. Por esta razão, muitos Papas, começando com os primeiros, têm sido enterrados neste local.[6] Sempre existiu um templo dedicado a São Pedro em seu túmulo, inicialmente extremamente simples, com o passar do tempo, os devotos foram aumentando o santuário, culminando na atual basílica. A construção do atual edifício, no local da antiga basílica erguida pelo imperador Constantino, começou em 18 de abril de 1506 e foi concluída em 18 de novembro de 1626,[7] sendo consagrada imediatamente pelo Papa Urbano VIII. A basílica é um famoso local de peregrinação, pelas suas funções litúrgicas e associações históricas e uma das sete igrejas de peregrinação de Roma.

A Basílica de São Pedro é uma das quatro basílicas patriarcais de Roma, sendo as outras a Basílica de São João de LatrãoSanta Maria Maior e São Paulo Extramuros. Contrariamente à crença popular, São Pedro não é uma catedral, uma vez que não é a sede de um bispo.[8] Embora a Basílica de São Pedro não seja a sede oficial do Papado (que fica na Basílica de São João de Latrão), certamente é a principal igreja que conta com a participação do Papa, pois a maioria das cerimónias papais são lá realizadas devido às suas dimensões, à proximidade com a residência do Papa e a localização privilegiada no Vaticano.

Localização e aspecto geral

Igrejas no Vaticano em 1748
Basílica de São Pedro
San Pellegrino
Sant'Anna
Santo Stefano degli Abissini
Santa Maria della Pietà
Santi Martino e Sebastiano degli Svizzeri
San Salvatore in Ossibus
Igrejas demolidas
Santo Stefano degli Ungheresi
Santa Marta

A Basílica de São Pedro é uma igreja do estilo renascentista localizada em Roma a oeste do Rio Tibre, perto da colina Janículo e do Mausoléu de Adriano. É através da Praça de São Pedro que a basílica é abordada, onde se destacam duas estátuas de 5,55 metros de altura dos apóstolos do século I Pedro e Paulo. A sua cúpula domina o horizonte de Roma, elevando-se a uma altura de 136,57 metros.[9][10] Apesar dos primeiros projectos desenvolvidos repercutirem para uma estrutura de planta centralizada, o que é ainda evidenciado na sua arquitectura, a basílica é cruciforme, com uma alongada nave de cruz latina. O espaço central é dominado tanto no interior como no exterior, por um dos maiores domos do mundo. A entrada é feita através de um nártex, que se estende por toda a frente do edifício.[9]

O interior abarca dimensões descomunais quando comparado com outras igrejas.[7] Um autor escreveu: "Gradualmente, a basílica alvorece sobre nós - enquanto observamos as pessoas aproximarem-se para este ou aquele monumento, estranhamente elas parecem encolher, pois elas são, evidentemente, ofuscadas pelo tamanho de toda a construção. Esta (basílica) por sua vez, esmaga-nos".[11]

A basílica em planta de cruz latina, possui três naves totalmente abobadadas, com pilares de apoio às abóbadas de berço. A nave principal é a mais alta de todas as igrejas. Estas são enquadradas por amplos corredores completados por um número de capelas a eles adjacentes. Em torno da cúpula existem também capelas, entre as quais fazem parte o Batistério, a capela da Apresentação de Nossa Senhora, a Capela Sistina, a capela do Papa Clemente I com o altar do Papa Gregório I, a Sacristia no transepto esquerdo com altares da Crucificação de São PedroSão José e São Tomé, o altar do Sagrado Coração de Jesus, a capela de Madonna de Colona, o altar de São Pedro e o Paralítico, a abside com a cátedra de São Pedro, o altar de Miguel Arcanjo, o altar de La Navicella; no transepto direito, com altares de Erasmo de Formia, Santos Processo e Martiniano, e de Venceslau I, o altar de São Basílio, a capela Gregoriana, com o altar de Nossa Senhora do Socorro, a capela maior do Santíssimo Sacramento, a capela de São Sebastião e a Capela de Pietà.[9] No coração da basílica, sob o altar-mor, está a Capela da Confissão, em referência à confissão de fé de São Pedro, que levou ao seu martírio. Duas escadarias curvas em mármore conduzem-nos a esta capela subterrânea ao nível da igreja constantiniana, onde logo acima se situa o túmulo de São Pedro.

Todo o interior da basílica está ricamente decorado com mármore, relevos, esculturas arquitectónicas, retábulos e ornamentos com acabamentos a ouro. A basílica contém um grande número de túmulos não só de papas como também de outras notáveis personalidades, muitos dos quais são considerados verdadeiras obras de arte reconhecidas mundialmente. Existem também uma série de esculturas em nichos e capelas, incluindo a Pietà de Miguel Ângelo. No entanto, a característica central é o baldaquino sobre o Altar Papal, projetado por Gian Lorenzo Bernini. O santuário culmina num conjunto escultural, também de Bernini que contém a simbólica Cátedra de São Pedro.[12]

História

No Império Romano

Planta do Circo de Nero, em comparação com a basílica de constantiniana e a basílica atual.

No início do Império Romano, pouco antes do nascimento de Jesus, o local era ocupado com algumas construções residenciais, erguidas em torno dos jardins imperiais da propriedade de Agripina Maior. O seu filho, Calígula (37-41 d.C.), construiu nesse local um circo privado, o Circo de Nero, cujo obelisco permanece ainda como um dos poucos monumentos comemorativos deixados daquela época. Neste circo e nos jardins a ele adjacentes, tiveram lugar os martírios de vários cristãos em Roma no templo do então imperador Nero (54-68). Um espaço imemorial que coloca o martírio do Apóstolo São Pedro personificado no recinto - entre os dois terminais (duas "metas") da "spina", onde no seu centro foi acrescentado o Obelisco do Vaticano. De acordo com a tradição católica, descrita nos livros apócrifos (como os Atos de Pedro), o apóstolo foi crucificado por volta do ano 65 d.C.. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo como gesto de humildade perante Cristo, uma vez que não se considerava digno de morrer como o Filho de Deus. No entanto, outra versão afirma que este gesto pode ter sido de uma crueldade adicional infligida deliberadamente pelos romanos.[13]

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