Batalha de Tarento
Batalha de Tarento | |||
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Segunda Guerra Mundial | |||
A base naval de Tarento após um ataque. | |||
Data | 11 – 12 de Novembro de 1940 | ||
Local | Tarento, Itália | ||
Desfecho | Vitória Aliada
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Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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A Batalha de Tarento ou Taranto foi uma batalha naval que ocorreu na noite de 11 – 12 de Novembro de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial. A Marinha Real Britânica lançou a primeira batalha naval totalmente combatida por aviões da história, voando um pequeno número de aviões de um único porta-aviões no Mediterrâneo e atacando a frota Italiana em Tarento.
Em 1939 as operações italianas no Norte de África, centradas na Líbia, necessitavam de fornecimentos da Itália, enquanto as operações britânicas, centradas no Egipto, tinham mais dificuldade em receber fornecimentos, devido a terem de atravessar todo o Mar Mediterrâneo, e em seguida dos armazéns em Gibraltar. Deixavam assim à frota italiana numa excelente posição para cortar os fornecimentos às forças britânicas. Fato que beneficiava a frota marítima italiana no corte dos suprimentos às tropas inglesas.
Os especialistas de torpedos das marinhas modernas pensavam anteriormente que ataques de torpedo contra navios necessitavam de ser lançados em águas profundas, pelo menos com 30 metros de profundidade. Tarento tinha uma profundidade de apenas 12 metros. Contudo, a Marinha Real Britânica tinha utilizado torpedos modificados, e também os tinha lançado a uma altitude muito baixa, quase rente ao nível da água. Este aspecto do ataque serviu como um fator muito importante para o planejamento do ataque Japonês a Pearl Harbor, de modo que peritos e oficiais japoneses estudaram o ataque intensivamente.
No dia 11 de novembro de 1940, o porta-aviões HMS Illustrious, fazendo uso de biplanos Swordfish realizou um ataque ao porto italiano de Taranto. A Operação Julgamento, como foi denominada, tornou-se o primeiro ataque aéreo lançado de um porta-aviões na história mundial.
Para proteger suas principais armas, a Itália conteve seus navios a salvo no porto, a espreita das operações britânicas no Mediterrâneo.
O Porto de Taranto, dividido em duas seções diferentes, Mare Pícolo e Mare Grande, contava com 6 navios de batalhas italianas, 7 cruzadores pesados e 2 cruzadores leves e 8 destroyers.
Os britânicos, sabendo da possibilidade de ataque a sua linha de abastecimento, planejaram a operação Julgamento, que viria se revelar um ataque surpresa à Base de Taranto. Para tal missão, enviariam o porta-aviões HMS Illustrious a se unir com o porta-aviões HMS Eagle, da frota do Almirante Cunningham. O Illustrious recebeu os aviões do Eagle e partiu para o ataque, escoltado por apenas 2 cruzadores pesados, 2 cruzadores leves e 4 destroyers.
Voos de reconhecimento confirmaram a existência da frota italiana, mas para total certeza, os ingleses remeteram um avião Sunderland na noite de 11 de novembro, pouco antes da frota se posicionar no Mediterrâneo, a 170 milhas do porto – cerca de 300 km -, próxima a ilha de Cefalônia. O voo de reconhecimento mostrou aos italianos que algo iria acontecer, mas como não detinham radares, nada puderam fazer. Porém, um torpedeamento, que era o que pretendiam os britânicos, precisaria de águas profundas, acima de 30 metros, o que complicava a operação, já que o porto de Tarento possuía no máximo 12 metros de profundidade. Mas, a Marinha Britânica usou torpedos modificados e ainda os lançou a baixa altitude – quase na linha da água.
O primeiro grupo de 12 Swordfish armados com torpedos partiu do Illustrious pouco após as 21 horas, seguidos por outro grupo de 9 aeronaves uma hora depois. O primeiro grupo se aproximou do porto às 22h58min e se dividiu em dois agrupamentos, um atacando os navios no porto mais próximo da saída da baía – Mare Grande – e o outro agrupamento voando sobre a cidade para atacar o porto interno da baía – Mare Pícolo. O segundo grupo atacou pelo noroeste sobre a cidade uma hora depois. Durante os ataques, o couraçado Littorio foi acertado por 3 torpedos, enquanto o Conte di Cavour e o Caio Duilio foram acertados por um torpedo cada. Um cruzador em Mare Pícolo ficou danificado por ações de bombas.
Apesar dos sinalizadores jogados pelos aviões para poderem ver os alvos no escuro, fato que melhorou a visibilidade dos artilheiros italianos, apenas dois Swordfish foram derrubados.
A frota italiana ficou quase que toda destruída e no dia seguinte, os navios ilesos foram movidos para um porto ao norte.
O Littorio foi reparado em 4 meses e o Caio Duilio em 6 meses, mas o Conte di Cavour necessitou de grandes reparos e não voltou a ativa até a rendição italiana em 1943. A frota italiana ficou sem metade de sua força de combate naquela noite, e seu objetivo de pressionar a frota inglesa apenas em potencial, mantendo seus navios no porto foi um desastre, permitindo a marinha britânica manter todas as operações navais no Mediterrâneo.