sexta-feira, 16 de outubro de 2020

FURACÃO OPHELIA(2017) - 16 DE OUTUBRO DE 2020

 


Furacão Ophelia (2017)

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Furacão Ophelia
cat3
Furacão Ophelia no pico de intensidade ao sul dos Açores, em 14 de outubro
Formação9 de outubro de 2017
Dissipação
  • 19 de outubro de 2017 (extratropical após 16 de outubro)
Ventos mais fortessustentado 1 min.: 215 km/h (130 mph)
Pressão mais baixa960 hPa (mbar); 28.35 inHg
Fatalidades3 diretas, 47 indiretas
DanosUS$ 1,18 bilhão
Áreas afectadas
Parte da
temporada de furacões no Atlântico de 2017
temporada de tempestades de 2017 e 2018 no Reino Unido e Irlanda

Furacão Ophelia (conhecido como Tempestade Ophelia na Irlanda e Reino Unido, enquanto tempestade extratropical) foi o maior furacão do Atlântico oriental em registro, caracterizando-se como o décimo furacão consecutivo e o sexto maior da temporada de furacões no Atlântico de 2017. Sua origem se deu por fatores não tropicais devido a uma frente fria em formação no dia 6 de outubro de 2017. Localizando-se dentro de um ambiente favorável, a tempestade se fortaleceu continuamente nos dois dias seguintes, a deriva do norte de pois para o sudeste, antes de se tornar furacão em 11 de outubro de 2017.[1] Depois de se tornar furacão em categoria 2 e mudar de intensidade em um dia, Ophelia se intensificou em 14 de outubro de 2017 na região de Açores, causando fortes chuvas e fortes ventos na região. Pouco depois de atingir o pico, enfraqueceu-se ao acelerar para o norte da Grã-Bretanha e Irlanda. Em 16 de outubro, fez uma transição para tempestade extratropical no Reino Unido e Irlanda. Em 17 de outubro de 2017, o ciclone atravessou o Mar do Norte e atingiu o oeste da Noruega, com rajas de vento de até 70 quilômetros por hora (43 nós) em Rogaland. Atualmente, é um ciclone extratropical fraco que afeta a Rússia, depois de ter atravessado a NoruegaSuécia e Finlândia.[2][3]

A partir de 19 de outubro de 2017, a catástrofe causou pelo menos 50 mortes. 47 destas foram causadas pelo furacão devido a incêndios na Península Ibérica. De três mortes diretas, todas ocorridas na Irlanda, um homem e uma mulher foram mortos distintamente após a caída de uma árvore nos carros das vítimas. Outro homem foi morto enquanto cortava uma árvore com motosserra que bloqueava uma estrada.[4] O dano foi estimado em US$ 1,18 bilhão de dólares, tornando-se uma das tempestades mais catastróficas já registradas no Reino Unido e Irlanda.

Histórico meteorológico

Mapa traçando o caminho e a intensidade da tempestade, de acordo com a escala de furacões de Saffir-Simpson

Em 6 de outubro de 2017, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos começou a monitorar o final da cauda de uma frente fria em decomposições para o possível surgimento de uma ciclogênese tropical ou subtropical.[5] No mesmo dia, uma circulação de ar se desenvolveu. Logo depois, uma ciclogênese não-tropical derivou para o sudeste antes de se tornar estacionária.[5][6] O sistema de ar aderiu características subtropicais no dia seguinte, e as chances da formação de uma ciclogênese aumentaram. Após uma perda na convecção do ar, continuou a organizar-se com constância e desenvolveu um centro de circulação bem definido em 9 de outubro, no momento em que a convecção atingia o centro. Às 9 horas (UTC), surgiu uma depressão tropical intitulada Depressão Tropical Dezessete com cerca de 1.410 km a oeste-sudeste do arquipélago dos Açores.[7][8]

Depressão Tropical Dezessete em formação no Oceano Atlântico em 9 de outubro

Apesar das temperaturas superficiais quentes da superfície do mar, com cerca de 26 graus Celsius, os efeitos da temperatura abaixo da média em relação ao vento permitiram com que Ophelia se fortalecesse.[9] Isso gerou, com maior proeminência, uma flutuação do vento para o norte, com correntes de vento. O grande contraste entre as temperaturas causou instabilidade no furacão e o deu mais força, apesar de estar acima das áreas mediamente mornas.[10] Uma pequena degradação da estrutura da tempestade resultou no enfraquecimento da catástrofe em 11 de outubro.[11] Atualizou-se, às 21 horas (UTC), que Ophelia tinha se tornado o décimo furacão consecutivo durante a temporada de furacões de 2017.[12][13] Ao atingir uma constância quase estacionária, intensificou-se em um furacão de categoria 2 na escala Saffir-Simpson em 12 de outubro, à medida em que o centro se tornava mais denso, nublado e mais definido.[14]

De modo ligeiro, o furacão enfraqueceu-se à medida que houve aquecimento das nuvens,[15] fortalecendo o olho. Causou, posteriormente, maior definição e as partes superiores das nuvens que o formaram sofreram arrefecimento após o deslocamento para o nordeste. O Centro Nacional de Furacões mudou as informações da tempestade para um grande furacão de categoria 3 ou superior, às 15 horas (UTC) de 14 de outubro. Momentos depois da atualização, sua intensidade atingiu ventos de até 185 km/h e uma pressão mínima de 960 nós, localizando-se a 375 km do sudeste dos Açores.[16][17] Houve cisalhamento e surgimento de ar seco após o pico de intensidade. Em 15 de outubro, o furacão voltou a enfraquecer devido a sua transição para tempestade extratropical.[18] Às 3 horas (UTC) do dia seguinte, classificou-se o furacão como tempestade extratropical.[19]

Preparação e impacto

Açores

O Instituto Português do Mar e Atmosfera emitiu alertas de nível vermelho para as chuvas fortes que aconteciam no Arquipélago dos Açores, mais precisamente as ilhas de São Miguel e Santa Maria, a 14 de outubro, das 17 horas e 59 minutos (UTC) às 23 horas e 59 minutos (UTC).[20] Posteriormente, emitiram-se alertas de nível amarelo e vermelho para as ilhas de TerceiraGraciosaSão JorgePico e Faial. O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, o tenente-coronel Carlos Neves, anunciou que não houve danos sérios. No entanto, os ventos fortes da tempestade derrubaram quatro árvores em São Miguel, três no concelho de Ponta Delgada e uma árvore no concelho da Povoação. Além disso, houve registo de algumas inundações e derrocadas.[20][1]

Península Ibérica

Imagem de satélite representando a fumaça dos incêndios do norte de Portugal e do noroeste da Espanha em 15 de outubro, antes da chegada do Furacão Ophelia

A partir de 15 de outubro de 2017, os ventos do furacão Ophelia provocaram a propagação dos incêndios florestais em Portugal e Espanha. Os incêndios ceifaram a vida de pelo menos 47 pessoas, 43 em Portugal e 4 na Espanha. Apesar do trabalho árduo de 4 mil bombeiros na região portuguesa, dezenas de pessoas ficaram feridas por conta dos mais de 150 incêndios registados.[21][22][23][24][25][26]

Irlanda

Desenvolvimento do ciclone extratropical na Irlanda em 16 de outubro

O Serviço Nacional de Meteorologia da Irlanda, Met Éireann, informou, em 12 de outubro, que a tempestade chegaria na região irlandesa. Em 14 de outubro, emitiu-se um aviso de nível vermelho devido ao aumento da categoria da tempestade[27] O aviso foi feito com antecedência de 48 horas, mas sem nenhum precedente.[28][29] Em 15 de outubro, o Centro Nacional de Coordenação de Emergências e o Met Éireann se reuniram para dar assistência ao público em relação à tempestade extratropical que atingiria o país. Às 20 horas e 15 minutos (UTC) de 15 de outubro,[30] o alerta de nível vermelho foi repassado para toda a Irlanda e cessaram-se as aulas.[31]

O Departamento de Educação e Habilidades confirmou que todas as creches, escolas primárias e secundárias seriam fechadas em 16 e 17 de outubro.[32][33] Outros serviços públicos foram cessados, como os serviços tribunais, a Universidade de Limerick e o Instituto de Tecnologia de Waterford.[34] A empresa de viação área Aer Lingus confirmou que uma série de cerca de 50 vôos do Aeroporto de Cork e do Aeroporto de Shannon seriam cancelados.[35] Os transportes públicos foram cessado, incluindo viagens de ônibus, trens e ferrovias. Os ônibus escolares pararam de funcionar após a emissão do alerta de nível vermelho, afetando as regiões de WexfordWaterfordCorkKerryClareMayo e Galway.[36] O Departamento de Habitação, Planejamento e Governo Local pediram que os cidadãos não realizassem nenhuma viagem sem urgência, reiterando o risco potencial preocupante para a vida das pessoas.[37]

No dia 16 de outubro, registraram-se 191 km/h de rajadas de vento na região do condado de Cork, tornando-se as maiores velocidades já atingida na Irlanda. A velocidade do vento sustentou, durante 10 minutos, 111 km/h, com rajadas de até 115 km/h nas regiões de Roches Point e Cork.[38] A companhia de eletricidade irlandesa ESB Group anunciou que mais de 360 mil clientes estavam sem energia por conta da tempestade.[39][40] Um homem em Dundalk e uma mulher em Aglish morreram após a caída de uma árvore em seus carros.[41][42] No Condado de Tipperary, um homem morreu após cortar uma árvore com motosserra durante a tempestade.[43] Em 17 de outubro, estimava-se que o furacão havia causado danos de até US$ 1,18 bilhão na Irlanda.[44][45]

Reino Unido

Poeira e fumaça do deserto do Saara no Reino Unido em 16 de outubro

O serviço nacional de meteorologia do Reino UnidoMet Office, emitiu as primeiras advertências de cunho severo acerca do furacão em 12 de outubro.[46] O aviso meteorológico recebeu status de nível amarelo, devido a presença na região da Irlanda do NorteInglaterraPaís de Gales, o sudoeste da Inglaterra e o sul e o este da Escócia, entre as 12 horas (GMT) às 23 horas e 55 minutos (GMT) de 15 de outubro.[46] Em 13 de outubro, emitiu-se um novo aviso para o sul da Escócia, Irlanda do Norte e o norte da Inglaterra, entre 00 horas e 5 minutos (BST) e 15 horas (BST) de 17 de outubro.[46]

A chegada do Ohpelia levou poeira do deserto do Saara para o Reino Unido, dando um tom amarelo ao céu e uma aparência vermelha ao sol.[47] Na região de Devon, registrou-se um cheiro estranho de "queimado", posteriormente atribuído ao pó e fumaça dos incêndios florestais de Portugal e Espanha.[48] Os ventos de até 115 km/h foram observados em Orlock Head e no Condado de Down. Aproximadamente 50 mil famílias perderam a eletricidade em suas casas na Irlanda do Norte. Os pedidos de seguro na Irlanda do NortePaís de Gales e Escócia estão estimados entre 5 a 10 milhões de libras esterlinas, equivalente a US$ 13,2 milhões.[49]

Ocorrência e aquecimento global

Nota-se que os anos de 18781887 e 1893 também presenciaram dez furacões consecutivos. No entanto, os dados não são confiáveis devido a possível perda do registro de tempestades tropicais. Por outro lado, o climatólogo Reindert Haarsma, do Instituto Royal de Meteorologia dos Países Baixos, disse que as mudanças climáticas provavelmente levarão a Europa a passar por mais furacões semelhantes ao Ophelia, à medida em que as águas oceânicas se aqueçam.[50]

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b «Passagem de furacão sem ocorrências graves»Açoriano Oriental
  2.  SE, Windyty,. «Windy as forecasted»
  3.  http://www.met.fu-berlin.de/de/wetter/maps/Analyse_20171017.gif
  4.  Merrit Kennedy (16 de outubro de 2017). «At Least 3 Killed As Historic Storm Ophelia Hits Ireland, Turns U.K. Skies Red». NPR. Consultado em 17 de outubro de 2017
  5. ↑ Ir para:a b «Two-Day Graphical Tropical Weather Outlook». National Hurricane Center. 6 de outubro de 2017. Consultado em 9 de outubro de 2017
  6.  «Two-Day Graphical Tropical Weather Outlook». National Hurricane Center. 6 de outubro de 2017. Consultado em 9 de outubro de 2017
  7.  «Two-Day Graphical Tropical Weather Outlook». National Hurricane Center. 8 de outubro de 2017. Consultado em 13 de outubro de 2017
  8.  Stewart, Stacy (9 de outubro de 2017). «Tropical Storm Ophelia Discussion Number 2»National Hurricane Center. Consultado em 13 de outubro de 2017
  9.  Cangialosi, John (9 de outubro de 2017). «Tropical Storm Ophelia Discussion Number 5»National Hurricane Center. Consultado em 13 de outubro de 2017
  10.  Dennis Mersereau (12 de outubro de 2017). «Hurricane Ophelia is one extremely weird storm». Popular Science. Consultado em 15 de outubro de 2017
  11.  Brown, Daniel (11 de outubro de 2017). «Tropical Storm Ophelia Discussion Number 8»National Hurricane Center. Consultado em 13 de outubro de 2017
  12.  Zelinsky, David (11 de outubro de 2017). «Hurricane Ophelia Discussion Number 11»National Hurricane Center. Consultado em 13 de outubro de 2017
  13.  Astor, Maggie (11 de outubro de 2017). «10 Weeks, 10 Hurricanes, and a 124-Year-Old Record Is Matched»The New York Times
  14.  Zelinsky, David (12 de outubro de 2017). «Hurricane Ophelia Discussion Number 15»National Hurricane Center. Consultado em 14 de outubro de 2017
  15.  Brennan, Michael (13 de outubro de 2017). «Hurricane Ophelia Discussion Number 18»National Hurricane Center. Consultado em 14 de outubro de 2017
  16.  Avila, Lixion (14 de outubro de 2017). «Hurricane Ophelia Discussion Number 22»National Hurricane Center. Consultado em 14 de outubro de 2017
  17.  Philip Klotzbach [philklotzbach] (14 de outubro de 2017). «Ophelia is now a major hurricane - the farthest east (26.6°W) an Atlantic major hurricane has existed on record»(Tweet). Consultado em 14 de outubro de 2017 – via Twitter
  18.  Avila, Lixion (15 de outubro de 2017). «Hurricane Ophelia Discussion Number 26»National Hurricane Center. Consultado em 17 de outubro de 2017
  19.  Berg, Robbie (16 de outubro de 2017). «Post-Tropical Cyclone Ophelia Discussion Number 28»National Hurricane Center. Consultado em 17 de outubro de 2017
  20. ↑ Ir para:a b «Critérios de Emissão dos Avisos Meteorológicos (Weather Warnings Emission Criterias»IPMA)
  21.  «Portugal forest fires death toll rises to 43»France 24 (em inglês). 19 de outubro de 2017. Consultado em 19 de outubro de 2017
  22.  Limited, Bangkok Post Public Company. «39 dead in 'terror-arson' fires in Portugal, Spain»Bangkok Post. Consultado em 16 de outubro de 2017
  23.  Badcock, James. «At least 27 dead as Ophelia winds fan wildfires in Portugal»Telegraph. Consultado em 16 de outubro de 2017
  24.  «At least 30 killed as Ophelia winds fan wildfires in Portugal and Spain»The Guardian. The Guardian. Consultado em 16 de outubro de 2017
  25.  Minder, Raphael. «Deadly Fires Sweep Portugal and Northern Spain»New York Times. New York Times. Consultado em 16 de outubro de 2017
  26.  Vonberg, Judith. «Portugal and Spain wildfires kill at least 35 people»cnn.com. Consultado em 16 de outubro de 2017
  27.  «Met Éireann Weather Warning System Explained». Met Éireann
  28.  Salmon, Natasha (14 de outubro de 2017). «Hurricane Ophelia: Ireland issues highest possible 'status red' weather warning»The Independent
  29.  «Hurricane Ophelia warning at highest level Status Red - Northern Ireland braced for impact»Belfast Telegraph. 14 de outubro de 2017
  30.  Byrne, Luke; McDonnell, Mary (15 de outubro de 2017). «'This is not the remnants of a hurricane, this IS a hurricane' - Red weather warning extended nationwide as Hurricane Ophelia barrels in»Irish Independent
  31.  «All schools and colleges and creches to remain closed today, Department of Education confirms»Irish Independent. 15 de outubro de 2017
  32.  «All schools and colleges and creches to remain closed Monday, Department of Education confirms - Independent.ie»Independent.ie(em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2017
  33.  Bruton, Richard (16 de outubro de 2017). «Following careful consideration by the National Emergency Coordination Group, the Department of Education and Skills, has decided that all schools will remain closed tomorrow #Ophelia»@RichardbrutonTD(em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2017
  34.  «Schools shut, court sittings cancelled over Ophelia». RTÉ.ie. 15 de outubro de 2017
  35.  «A number of flights on Mon 16 Oct are cancelled due to severe weather»Aer Lingus
  36.  «Bus Éireann cancels school buses over Hurricane Ophelia». RTE.ie. 14 de outubro de 2017. Consultado em 14 de outubro de 2017
  37.  Kiernan, Eddie (15 de outubro de 2017). «Statement from the National Emergency Coordination Group on Severe Weather» (Nota de imprensa). Department of Housing, Planning and Local Government
  38.  Siggins, Lorna (18 de outubro de 2017). «Storm Ophelia: Facts and figures of the strongest east Atlantic hurricane in 150 years»Irish Times. Consultado em 20 de outubro de 2017
  39.  «Storm Ophelia: 360,000 customers without electricity». thejournal.ie
  40.  Samenow, Jason. «Former Hurricane Ophelia rocks Ireland with 100-mph wind gusts»washingtonpost.com. The Washington Post. Consultado em 16 de outubro de 2017
  41.  Feeney, Oisin. «BREAKING: Man passes away after car hit by tree in Dundalk | Buzz.ie»Buzz.ie. Consultado em 16 de outubro de 2017
  42.  «Irish Times Live Blog». Irish Times. 16 de outubro de 2017
  43.  News, Today FM (16 de outubro de 2017). «Second fatality from Ophelia»@TodayFMNews (em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2017
  44.  Ruairi Cotter (17 de outubro de 2017). «Ireland heads into financial storm as the cost of Hurricane Ophelia could hit €1BILLION». The Sun. Consultado em 17 de outubro de 2017
  45.  Joe Brennan (20 de outubro de 2017). «Storm Ophelia insurance costs unlikely to exceed €111m»Irish Times. Consultado em 20 de outubro de 2017
  46. ↑ Ir para:a b c «Weather warnings»Met Office. 16 de outubro de 2017
  47.  «Red sun phenomenon 'caused by Hurricane Ophelia'»BBC News. 16 de outubro de 2017
  48.  «This is why the sky is strange and you can smell burning in Devon and Cornwall»Plymouth Herald. 16 de outubro de 2017
  49.  Rachel Martin (20 de outubro de 2017). «Ophelia: NI and GB damage estimated to cost up to £10m». AgriLand. Consultado em 20 de outubro de 2017
  50.  Reindert Haarsma (16 de outubro de 2017). «The future will bring more hurricanes to Europe». RTE. Consultado em 20 de outubro de 2017

BIBLIOTECA ALEXANDRINA - INAUGURADA EM 2002 - 16 DE OUTUBRO DE 2020

 

Bibliotheca Alexandrina

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مكتبة الإسكندرية
(Biblioteca de Alexandria)
edifício atual da Biblioteca de Alexandria.
País Egito
Estabelecida2002
LocalizaçãoAlexandria
Websitewww.bibalex.org

Bibliotheca Alexandrina (latim para "Biblioteca de Alexandria", em árabe: مكتبة الإسكندرية) foi construída em 2002[1] e é a maior do Egito. Ao custo de 65 milhões de dólares, tornou-se referência no norte da África. Não somente um mero local de armazenamento de livros, a edificação abriga museus, auditórios, laboratórios e um planetário. Seu design arquitetônico foi internacionalmente elogiado e é considerado uma das mais belas edificações da cidade de Alexandria, abrigando a maior coleção de livros na África e a maior coleção de livros em francês no mundo árabe.[2]

As discussões em torno da construção de uma nova biblioteca começaram em 1974, quando membros da Universidade de Alexandria propuseram uma nova biblioteca que pudesse refletir o esplendor da antiga, transformando a cidade novamente em um centro de saber de excelência e de reconhecimento internacional.[3] Com o apoio da UNESCO e de outras organizações — tanto egípcias quanto de outros países — além do, então presidente, Hosni Mubarak, houve uma competição entre arquitetos de todo o mundo para desenhar a nova biblioteca. O concurso foi ganho pelo estúdio arquitetônico norueguês Snøhetta, que, entre mais de 1400 concorrentes, destacou-se pelo projeto ousado e grandioso. A construção começou em 1995 e durou sete anos, com diversas personalidades da comunidade egípcia presentes na sua inauguração, incluindo o Presidente e membros do seu gabinete. [4]

A biblioteca conta com um vasto espaço, sendo que somente a sala de leitura principal se estende por mais de 20 mil metros quadrados, totalmente coberta por um impressionante domo de vidro com 120 metros de diâmetro. O design em concreto e vidro, com as paredes exteriores marcadas com caracteres de diferentes línguas encontradas em mais de 120 manuscritos antigos, foi muito elogiado pela comunidade arquitetônica. [5] A biblioteca abriga uma extensa coleção de livros raros (doados por governos internacionais e por diversos intelectuais), pinturas e esculturas, com mais de 15 exibições permanentes e quatro museus; estes, a exemplo da antiga biblioteca, têm em suas coleções obras que compassam todas as vertentes do saber. Os quatro museus são: o Museu de Antiguidades, o Museu de Manuscritos, o Museu de Sadat e o Museu da Ciência.[6] A construção de uma nova biblioteca, entretanto, sofreu críticas devido aos altos custos da obra frente à situação de calamidade em que os setores públicos do Egito encontravam-se na época, o que gerou um forte debate em torno da relação custo-benefício da obra. [7]

Não há como negar, no entanto, o grande simbolismo que a construção de uma nova biblioteca traz, pois muito além da suntuosidade de sua coleção ou a grandiosidade de seu design, tal edificação busca difundir o saber, guardar as memórias do homem e desenvolver a ciência do futuro, restaurando, assim, a antiga glória de Alexandria como um extraordinário centro do saber. [8]

Em 2013 recebeu o Prémio Calouste Gulbenkian - Direitos Humanos (Portugal)[9].

História

Ver artigo principal: Biblioteca de Alexandria
Fachada da Bibliotheca Alexandrina.

A biblioteca reconstruída foi aberta ao público em outubro de 2002, e contém por volta de 400 mil livros. Seu sofisticado sistema de computadores permite ainda ter acesso a outras bibliotecas. A coleção principal destaca as civilizações do Mediterrâneo oriental.

O projeto da biblioteca é da autoria de uma empresa de arquitetos noruegueses, a Snøhetta. A construção demorou sete anos e foi inaugurada em 2002, mas a ideia nasceu em 1974. Os principais financiadores da instituição foram a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo egípcio e o custo total da obra rondou os 200 milhões de euros.

Inicialmente, a ideia era dotar a biblioteca de oito milhões de livros, mas como foi impossível angariar essa quantidade ficou pela metade. Assim, foi dada prioridade à criação de uma biblioteca cibernética. No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio e 50 mil vídeo. No total podem trabalhar na Biblioteca de Alexandria cerca de 3500 investigadores, que têm ao dispor 200 salas de estudo.

Estrutura

Centro de Documentação do Patrimônio Cultural e Natural.
Planetário da biblioteca.

A reconstrução da famosa Biblioteca de Alexandria resultou numa estrutura de forma incomum. A construção principal da Bibliotheca Alexandrina parece um gigantesco cilindro inclinado. A ampla fachada do cilindro central, de granito cinza, tem letras de alfabetos antigos e modernos. Dispostas em fileiras, as letras representam apropriadamente as bases fundamentais do conhecimento.

A maior parte do interior do cilindro é ocupada por uma sala de leitura aberta, com o piso em vários níveis. No subsolo há espaço suficiente para 8 milhões de volumes. Há também espaços reservados para exposições, salas de conferências, biblioteca para cegos e um planetário — uma estrutura esférica, à parte, que lembra um satélite. Esse prédio moderníssimo inclui ainda sistemas sofisticados de computadores e de combate a incêndios.

estrutura integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições. A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo assim com sua antecessora.

A Biblioteca Tahan Hussein é especializada em cegos e invisuais, a dos Jovens é dedicada a pessoas entre os 12 e os 18 anos, a das crianças é para quem tem entre seis e 12 anos, e a Multimédia está dotada com CD, DVDcassetes áudio e vídeo, dispositivos e fotografias. Há ainda uma sala de microfilmes, uma de manuscritos e outra de livros raros. O telhado de vidro e alumínio tem quase o tamanho de dois campos de futebol, este teto da biblioteca é um disco com 160 metros de diâmetro reclinado, que parece em parte enterrado no solo. Ele é provido de clarabóias, voltadas para o norte, que iluminam a sala de leitura principal.

Os espaços públicos principais ficam no enorme cilindro com o topo truncado, cuja parte inferior desce abaixo do nível do mar. A superfície inclinada e brilhante do telhado começa no subsolo e chega a 30 metros de altura. Olhando à distância, quando a luz do Sol reflete nessa superfície metálica, a construção parece o Sol quando nasce no horizonte. A entrada é pelo Triângulo de Calímaco, uma varanda de vidro triangular, assim chamada em homenagem ao bibliotecário que sistematizou os 500 mil livros da antiga biblioteca.

A sala de leitura tem vinte mil  e é iluminada de forma uniforme por luz solar directa. Ao todo a biblioteca tem onze pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos, sustentados por 66 colunas de 16 metros cada uma. As paredes sem janelas revestidas a granito que sustentam a parte do círculo que fica à superfície têm incrustados os símbolos utilizados pela Humanidade para comunicar, como os caracteres dos alfabetos, notas musicais, números e símbolos algébricos, códigos das linguagens informáticas, etc.

Interior da biblioteca.

Ver também

Referências

Ligações externas

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Bibliotheca Alexandrina

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