Bibliotheca Alexandrina
مكتبة الإسكندرية | |
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(Biblioteca de Alexandria) | |
O edifício atual da Biblioteca de Alexandria. | |
País | Egito |
Estabelecida | 2002 |
Localização | Alexandria |
Website | www.bibalex.org |
A Bibliotheca Alexandrina (latim para "Biblioteca de Alexandria", em árabe: مكتبة الإسكندرية) foi construída em 2002[1] e é a maior do Egito. Ao custo de 65 milhões de dólares, tornou-se referência no norte da África. Não somente um mero local de armazenamento de livros, a edificação abriga museus, auditórios, laboratórios e um planetário. Seu design arquitetônico foi internacionalmente elogiado e é considerado uma das mais belas edificações da cidade de Alexandria, abrigando a maior coleção de livros na África e a maior coleção de livros em francês no mundo árabe.[2]
As discussões em torno da construção de uma nova biblioteca começaram em 1974, quando membros da Universidade de Alexandria propuseram uma nova biblioteca que pudesse refletir o esplendor da antiga, transformando a cidade novamente em um centro de saber de excelência e de reconhecimento internacional.[3] Com o apoio da UNESCO e de outras organizações — tanto egípcias quanto de outros países — além do, então presidente, Hosni Mubarak, houve uma competição entre arquitetos de todo o mundo para desenhar a nova biblioteca. O concurso foi ganho pelo estúdio arquitetônico norueguês Snøhetta, que, entre mais de 1400 concorrentes, destacou-se pelo projeto ousado e grandioso. A construção começou em 1995 e durou sete anos, com diversas personalidades da comunidade egípcia presentes na sua inauguração, incluindo o Presidente e membros do seu gabinete. [4]
A biblioteca conta com um vasto espaço, sendo que somente a sala de leitura principal se estende por mais de 20 mil metros quadrados, totalmente coberta por um impressionante domo de vidro com 120 metros de diâmetro. O design em concreto e vidro, com as paredes exteriores marcadas com caracteres de diferentes línguas encontradas em mais de 120 manuscritos antigos, foi muito elogiado pela comunidade arquitetônica. [5] A biblioteca abriga uma extensa coleção de livros raros (doados por governos internacionais e por diversos intelectuais), pinturas e esculturas, com mais de 15 exibições permanentes e quatro museus; estes, a exemplo da antiga biblioteca, têm em suas coleções obras que compassam todas as vertentes do saber. Os quatro museus são: o Museu de Antiguidades, o Museu de Manuscritos, o Museu de Sadat e o Museu da Ciência.[6] A construção de uma nova biblioteca, entretanto, sofreu críticas devido aos altos custos da obra frente à situação de calamidade em que os setores públicos do Egito encontravam-se na época, o que gerou um forte debate em torno da relação custo-benefício da obra. [7]
Não há como negar, no entanto, o grande simbolismo que a construção de uma nova biblioteca traz, pois muito além da suntuosidade de sua coleção ou a grandiosidade de seu design, tal edificação busca difundir o saber, guardar as memórias do homem e desenvolver a ciência do futuro, restaurando, assim, a antiga glória de Alexandria como um extraordinário centro do saber. [8]
Em 2013 recebeu o Prémio Calouste Gulbenkian - Direitos Humanos (Portugal)[9].
História
A biblioteca reconstruída foi aberta ao público em outubro de 2002, e contém por volta de 400 mil livros. Seu sofisticado sistema de computadores permite ainda ter acesso a outras bibliotecas. A coleção principal destaca as civilizações do Mediterrâneo oriental.
O projeto da biblioteca é da autoria de uma empresa de arquitetos noruegueses, a Snøhetta. A construção demorou sete anos e foi inaugurada em 2002, mas a ideia nasceu em 1974. Os principais financiadores da instituição foram a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo egípcio e o custo total da obra rondou os 200 milhões de euros.
Inicialmente, a ideia era dotar a biblioteca de oito milhões de livros, mas como foi impossível angariar essa quantidade ficou pela metade. Assim, foi dada prioridade à criação de uma biblioteca cibernética. No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio e 50 mil vídeo. No total podem trabalhar na Biblioteca de Alexandria cerca de 3500 investigadores, que têm ao dispor 200 salas de estudo.
Estrutura
A reconstrução da famosa Biblioteca de Alexandria resultou numa estrutura de forma incomum. A construção principal da Bibliotheca Alexandrina parece um gigantesco cilindro inclinado. A ampla fachada do cilindro central, de granito cinza, tem letras de alfabetos antigos e modernos. Dispostas em fileiras, as letras representam apropriadamente as bases fundamentais do conhecimento.
A maior parte do interior do cilindro é ocupada por uma sala de leitura aberta, com o piso em vários níveis. No subsolo há espaço suficiente para 8 milhões de volumes. Há também espaços reservados para exposições, salas de conferências, biblioteca para cegos e um planetário — uma estrutura esférica, à parte, que lembra um satélite. Esse prédio moderníssimo inclui ainda sistemas sofisticados de computadores e de combate a incêndios.
A estrutura integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições. A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo assim com sua antecessora.
A Biblioteca Tahan Hussein é especializada em cegos e invisuais, a dos Jovens é dedicada a pessoas entre os 12 e os 18 anos, a das crianças é para quem tem entre seis e 12 anos, e a Multimédia está dotada com CD, DVD, cassetes áudio e vídeo, dispositivos e fotografias. Há ainda uma sala de microfilmes, uma de manuscritos e outra de livros raros. O telhado de vidro e alumínio tem quase o tamanho de dois campos de futebol, este teto da biblioteca é um disco com 160 metros de diâmetro reclinado, que parece em parte enterrado no solo. Ele é provido de clarabóias, voltadas para o norte, que iluminam a sala de leitura principal.
Os espaços públicos principais ficam no enorme cilindro com o topo truncado, cuja parte inferior desce abaixo do nível do mar. A superfície inclinada e brilhante do telhado começa no subsolo e chega a 30 metros de altura. Olhando à distância, quando a luz do Sol reflete nessa superfície metálica, a construção parece o Sol quando nasce no horizonte. A entrada é pelo Triângulo de Calímaco, uma varanda de vidro triangular, assim chamada em homenagem ao bibliotecário que sistematizou os 500 mil livros da antiga biblioteca.
A sala de leitura tem vinte mil m² e é iluminada de forma uniforme por luz solar directa. Ao todo a biblioteca tem onze pisos, sete à superfície e quatro subterrâneos, sustentados por 66 colunas de 16 metros cada uma. As paredes sem janelas revestidas a granito que sustentam a parte do círculo que fica à superfície têm incrustados os símbolos utilizados pela Humanidade para comunicar, como os caracteres dos alfabetos, notas musicais, números e símbolos algébricos, códigos das linguagens informáticas, etc.
Ver também
Referências
- ↑ «Bibliotheca Alexandrina»
- ↑ «Biblioteca Alexandrina - About»
- ↑ «Biblioteca Alexandrina - Manuscripts»
- ↑ «New York Times - Biblioteca Alexandrina»
- ↑ «Archdaily»
- ↑ «Biblioteca Alexandrina - Antiquities»
- ↑ «The Guardian - Biblioteca Alexandrina»
- ↑ «Biblioteca Alexandrina»
- ↑ https://gulbenkian.pt/noticias/premios/vencedores-premios-gulbenkian-2017/
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