Francisco Rodrigues da Cruz
Padre Cruz | |
---|---|
Retrato icónico do Padre Cruz. | |
Venerável | |
Nascimento | 29 de julho de 1859 em Alcochete, Portugal |
Morte | 1 de outubro de 1948 (89 anos) em Lisboa, Portugal |
Veneração por | Igreja Católica |
Beatificação | (processo em curso) |
Principal templo | Capela-Jazigo do Cemitério de Benfica, Lisboa |
Padroeiro | dos sacerdotes; dos devotos do Imaculado Coração de Maria |
Portal dos Santos |
O Padre Francisco Rodrigues da Cruz, dito o Padre Cruz[1] (Alcochete, 29 de julho de 1859 — Lisboa, 1 de outubro de 1948) foi um sacerdote católico português, que alcançou uma enorme fama de santidade em vida ao ponto de ser conhecido popularmente como o Santo Padre Cruz.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Formou-se em Teologia em Coimbra em 1880, e ordenou-se sacerdote em 1882. Por alturas das perseguições religiosas da Primeira República Portuguesa, esteve preso durante alguns dias e foi interrogado pelo próprio Ministro da Justiça de então, Afonso Costa, após o qual foi libertado. Era extremamente respeitado por todos, até por elementos mais radicalmente anticlericais, devido à caridade que exercia e pela santidade de vida que já então demonstrava, chegando a ser durante alguns anos o único sacerdote que se atrevia a usar a sotaina em público, ao arrepio do que estava estabelecido na lei. Desenvolveu um intenso apostolado e uma caridade sem limites junto dos presos, dos mais pobres e dos infelizes.
Devotíssimo do Imaculado Coração de Maria, um dos seus principais carismas foi em redor do sacramento da confissão, confessando o maior número de pessoas que conseguisse em qualquer lugar que fosse. A conversão do grande filósofo Leonardo Coimbra a ele se deve, uns dias antes de este morrer num acidente de automóvel.
Foi também um notável pregador e um ardente propagador das visitas ao Sagrado Lausperene.
Deu a Primeira Comunhão a Lúcia de Jesus Rosa dos Santos, a principal vidente de Nossa Senhora de Fátima, visitou o local das aparições na companhia dos três pastorinhos e com eles rezou, então, o terço do Santo Rosário.
Entrou na Companhia de Jesus em 1940, satisfazendo assim o desejo que acalentara havia 60 anos, por um privilégio concedido pelo Papa Pio XII que o isentava de um ano de noviciado e de residir em casas dessa ordem religiosa. Faleceu santamente em Lisboa no dia 1 de outubro de 1948. Por ordem expressa do Cardeal Patriarca de então, D. Manuel Gonçalves Cerejeira as suas exéquias foram realizadas na Sé Patriarcal "excepionalmente, como excepcional fora o querido morto", segundo uma nota sua.
O seu funeral foi uma verdadeira apoteose, tendo sido sempre acompanhado por uma massa imensa de povo desde a sua saída da Sé Patriarcal de Lisboa até ao Cemitério de Benfica, no outro extremo da cidade, onde ficou sepultado em jazigo da Companhia de Jesus.
Processo de beatificação[editar | editar código-fonte]
O processo informativo de beatificação começou em Lisboa a 10 de Março de 1951. A sua alma vivia de intenso amor de Deus e do próximo. Sensível a todas as misérias humanas, principalmente espirituais, devorado pelo zelo da glória de Deus e da salvação das almas, a vida do santo missionário foi um contínuo peregrinar por todo o Portugal, a rezar, a pregar, a abençoar. Mas o seu ministério predilecto foi junto dos humildes, dos presos das cadeias, dos doentes, dos pobres e necessitados, e dos pecadores. Devotíssimo do seu irmão em religião, São Francisco Xavier, a cuja intercessão confiava as suas preces, atribuía-lhe as inúmeras graças que Deus lhe concedia a favor dos que a ele recorriam nas suas necessidades materiais e espirituais.
O Secretariado da Vice-postulação da Causa para a beatificação do Padre Cruz encontra-se situada na Rua da Madalena, 179, r/c, em Lisboa, Portugal. Em frente, no Largo Adelino Amaro da Costa (ou Largo do Caldas), situa-se o edifício onde o próprio viveu desde o dia 13 de novembro de 1927 e onde morreu a 1 de outubro de 1948.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Maria Joana Mendes Leal; O «Santo» Padre Cruz. Ano: 2003 (8ª edição), 592 pp., Editorial Apostolado da Oração, Braga.
- Dário Pedroso, S.J.; Odisseia de Amor – Vida do «Santo» Padre Cruz. Ano: 2003, 144 pp., Editorial Apostolado da Oração, Braga.
Referências
- ↑ «Lisboa: Túmulo do Padre Cruz enche-se de flores e velas no dia dos finados». Sapo Notícias. 31 de outubro de 2011