quinta-feira, 30 de julho de 2020

DIA MUNDIAL CONTRA O TRÁFICO DE MSERES HUMANOS - 30 DE JULHO DE 2020


Tráfico de pessoas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Tráfico humanoː países de origem a vermelho, e países de destino a azul, conforme dados de 2006 do United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC)

tráfico humano é o comércio de seres humanos, mais comumente para fins de escravidão sexual, trabalho forçado ou exploração sexual comercial, tráfico de drogas ou outros produtos;[1][2]para a extração de órgãos ou tecidos,[3][4] incluindo para uso de barriga de aluguel e remoção de óvulos;[5] ou ainda para cônjuge no contexto de um casamento forçado.[6]

O tráfico humano deu mais de 31,6 bilhões de dólares do comércio internacional por ano em 2015[7] e é pensado para ser uma das atividades de maior crescimento das organizações criminosas transnacionais.[8] O tráfico de pessoas é condenado como uma violação dos direitos humanos por convenções internacionais e está sujeito a uma diretiva da União Europeia.[9]

Visão geral[editar | editar código-fonte]

Definição[editar | editar código-fonte]

Embora o tráfico humano possa ocorrer em diversos níveis e locais, há implicações transnacionais, como reconhecido pelas Nações Unidas no Protocolo para a Prevenção, Repressão e Punição ao Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças (também referida como o Protocolo do Tráfico), um acordo internacional no âmbito da ONU Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, que entrou em vigor em 25 de Dezembro de 2003. o protocolo é um dos três que completam o tratado.[10] O Protocolo do Tráfico é o primeiro instrumento global legalmente vinculativo sobre o tráfico há mais de meio século, e é o único com uma definição consensual sobre o tráfico de pessoas. Um dos seus objetivos é facilitar a cooperação internacional na investigação e repressão desse tipo de tráfico além de proteger e assistir às vítimas do tráfico humanos, com pleno respeito pelos seus direitos, conforme estabelecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O Protocolo do Tráfico, possui 166 partes,[11] e define o tráfico humano como:

(a) [...] o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, rapto, fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou de situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra, para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração por prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexualtrabalho forçado ou serviços, escravidão ou práticas análogas à escravidão, servidão ou a remoção de órgãos;

(b) O consentimento de uma vítima do tráfico de pessoas para a exploração descrito na alínea (a), do presente artigo é irrelevante quando qualquer um dos meios previstos na alínea (a) têm sido utilizados;
(c) O recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de uma criança para fins de exploração serão considerados "tráfico de pessoas", mesmo que isso não envolva qualquer um dos meios referidos na alínea (a), do presente artigo;

(d) “Criança” entende-se qualquer pessoa com menos de 18 anos de idade.[12]

Receita[editar | editar código-fonte]

Em 2004, a receita total anual do tráfico de pessoas foi estimada entre US$ 5 bilhões e $9 bilhões.[13]

Em 2005, Patrick Belser da OIT estimou um lucro anual global de 31,6 bilhões dólares.[14] Em 2008, as Nações Unidas estimaram que cerca de 2,5 milhões de pessoas de 127 países diferentes estão sendo traficadas para 137 países ao redor do mundo.[15] Em 2012 a Organização Internacional do Trabalho estimou que 20,9 milhões de pessoas são vítimas de trabalho forçado[16]

Tráfico de crianças[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Tráfico de crianças

O tráfico de crianças envolve o recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de crianças para fins de exploração. A exploração sexual comercial de crianças pode assumir muitas formas, inclusive forçando uma criança à prostituição[17] ou de outras formas de atividade sexual ou através de pornografia infantil. A exploração infantil também pode envolver trabalho ou serviços forçados, escravidão ou práticas similares à escravidão, a servidão, a remoção de órgãos, adoção internacional ilegal, o tráfico para casamento precoce, recrutamento como soldados, para uso na mendicância ou como atletas (como jogadores de futebol), ou o recrutamento para cultos.

Tráfico sexual[editar | editar código-fonte]

O tráfico sexual afeta 4,5 milhões de pessoas no mundo e 98% das vítimas são mulheres e crianças.[16] A maioria das vítimas se encontram em situações de coação ou abusivas de modo que a fuga é difícil e perigosa.[18] O tráfico de escravas brancas continua a todo vapor em Israel, onde cerca de duas mil jovens originárias da ex-URSS foram levadas à força nos últimos anos e obrigadas a prostituir-se.[19]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  Unodc.org, ed. (2011). «UNODC on human trafficking and migrant smuggling». Consultado em 16 de janeiro de 2015
  2.  «Anti-People Smuggling and Other Measures Bill 2010». Amnesty.org.au. 22 de junho de 2010. Consultado em 16 de janeiro de 2015. Arquivado do originalem 5 de abril de 2015
  3.  Nações Unidas, ed. (2009). «Trafficking in organs, tissues and cells and trafficking in human beings for the purpose of the removal of organs» (PDF). Consultado em 16/12015 Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4.  «Human trafficking for organs/tissue removal». Fightslaverynow.org. Consultado em 16 de janeiro de 2015
  5.  Hedva Eyal (31 de março de 2004). Councilforresponsiblegenetics.org, ed. «Reproductive trafficking». Consultado em 16 de janeiro de 2015
  6.  ECPAT, Child Trafficking for Forced Marriage Arquivado em 18 de julho de 2013, no Wayback Machine., 2008
  7.  Jeremy Haken. «Transnational Crime In The Developing World»(PDF). Global Financial Integrity. Consultado em 16 de janeiro de 2015
  8.  Louise Shelley (2010). Cambridge University Press, ed. Human Trafficking: A Global Perspective. [S.l.: s.n.] p. 2ISBN 978-1-139-48977-5
  9.  «DIRECTIVE 2011/36/EU OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL of 5 April 2011 on preventing and combating trafficking in human beings and protecting its victims, and replacing Council Framework Decision 2002/629/JH» (PDF). Eur-lex.europa.eu
  10.  Unodc.org (ed.). «Convention on Transnational Organized Crime». Consultado em 16 de janeiro de 2015
  11.  UNTC
  12.  «United Nations Convention Against Transnational Organized Crime And The Protocols Thereto» (PDF). Consultado em 16 de janeiro de 2015
  13.  «Economic Roots of Trafficking in the UNECE Region - Regional Prep. Meeting for Beijing». Unece.org. 15 de dezembro de 2004. Consultado em 22 de março de 2011
  14.  «Forced Labor and Human Trafficking: Estimating the Profits». Cornell University ILR School. 1 de março de 2005. Consultado em 16 de janeiro de 2015
  15.  Un.org, ed. (6 de fevereiro de 2006). «UN-backed container exhibit spotlights plight of sex trafficking victims». Consultado em 25 de junho de 2011
  16. ↑ Ir para:a b «ILO 2012 Global estimate of forced labour - Executive summary» (PDF) (em inglês). Organização Internacional do Trabalho. Consultado em 9 de novembro de 2014
  17.  Williams, Rachel (3 de julho de 2008). «British-born teenagers being trafficked for sexual exploitation within UK, police say». Londres. Consultado em 4 de maio de 2010
  18.  Kara, Siddharth, "Sex Trafficking: Inside the Business of Modern Slavery," Columbia University Press, 2009.
  19.  «Tráfico de escravas brancas continua a todo vapor em Israel». Jornal do Commercio, Recife. 10 de janeiro de 1999

SÃO PEDRO CRISÓLOGO - 30 DE JULHO DE 2020

Pedro Crisólogo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Disambig grey.svg Nota: Para outros santos chamados de "São Pedro", veja São Pedro (desambiguação).
São Pedro Crisólogo
Pedro Crisólogo
Bispo de RavenaConfessorDoutor da Igreja
Nascimentoc. 380 em ÍmolaImpério Romano
Morte31 de julho de 450 (70 anos) em ÍmolaImpério Romano
Festa litúrgica30 de julho
Gloriole.svg Portal dos Santos

Pedro Crisólogo (em gregoἍγιος Πέτρος ὁ Χρυσολόγοςtransl.: Petros Chrysologos , "Pedro das palavras de ouro"; em latimPetrus Chrysologus)[1] foi bispo de Ravena de 433 até sua morte.[2] Venerado como santo por católicos e ortodoxos, é autor de belas homilias e daí ser "Crisólogo", isto é, "Palavra de Ouro".[3] Foi também proclamado Doutor da Igreja pelo papa Bento XIII em 1729.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Pedro nasceu em Ímola, onde Cornélio, bispo da cidade, o batizou, educou e ordenou diácono. Por influência do imperador romano do ocidente Valentiniano III, tornou-se arcediago até que, finalmente, Sisto III nomeou-o bispo de Ravena (é possível que tenha sido arcebispo) por volta de 433, desprezando o candidato proposto pela população da cidade. O relato tradicional, que aparece no "Breviário Romano", é que Sisto teria tido uma visão de São Pedro (o primeiro papa) e Santo Apolinário de Ravena (o primeiro bispo da cidade) que lhe mostraram um jovem rapaz que seria o próximo bispo de Ravena. Quando o grupo de Ravena chegou, incluindo Cornélio e seu arcediago (Pedro), Sisto reconheceu-o como sendo o jovem de sua visão e consagrou-o bispo.[4]

A população já conhecia Pedro, o "doutor das homilias", por seus breves e inspirados discursos. Conta o relato que ele os compunha curtos pois temia entediar sua audiência. Sua piedade e zelo lhe valeram admiração universal. Depois de ouvir sua primeira homilia como bispo, a imperatriz romana Gala Placídia teria supostamente chamado-o de Chrysologus, que significa "das palavras de ouro" e passou, a partir daí, a patrocinar diversos projetos de Pedro.

Em suas homilias sobreviventes, Pedro explica os textos bíblicos de forma breve e concisa. Nelas, ele condena o arianismo e o monofisismo como heresias e explica de forma muito bela o "Credo dos Apóstolos", o mistério da Encarnação e outros tópicos difíceis utilizando uma linguagem simples e clara. Pedro dedicou uma série de homilias a São João Batista e à Virgem Maria. Ele defendia que os fieis tomassem a Eucaristia diariamente e urgia seus ouvintes a confiar no perdão oferecido através de Cristo.[5][6][7] Ele era ainda um amigo pessoal do papa Leão Magno (r. 440-461), outro Doutor da Igreja.

Um sínodo realizado em Constantinopla em 448 condenou Eutiques por sua doutrina monofisita. Inconformado, ele apelou a Pedro Crisólogo, mas não conseguiu convencê-lo. Os atos do Concílio de Calcedônia (451) preservam o texto da carta que Pedro enviou com a resposta para Eutiques na qual ele admoesta-o por não aceitar as determinações do concílio e urge que ele obedeça ao bispo de Roma como sucessor de São Pedro.

O arcebispo Félix de Ravena, no início do século VIII, colecionou e preservou 176 de suas homilias. Depois disso, elas foram editadas e traduzidas por muitos autores e para diversas línguas.

Morte e veneração[editar | editar código-fonte]

Pedro Crisólogo morreu por volta de 450 durante uma visita a Ímola, sua cidade natal. A mais antiga referência literária afirma que a data era 2 de dezembro, mas uma interpretação mais moderna da "Liber Pontificalis Ecclesiae Ravennatis" (século IX) indica que ele morreu em 31 de julho.[8]

Em 1729, quando ele foi declarado Doutor da Igreja, sua festa, que ainda não constava no Calendário tridentino, foi inserido no Calendário de santos da Igreja Católica em 4 de dezembro. Em 1969, depois do Concílio Vaticano II, sua festa foi movida para 30 de julho, a mais próxima possível do dia de sua morte, 31 de julho, que já era a festa de Santo Inácio de Loyola.

Um retrato de São Pedro Crisólogo de sua época pode ser visto nos mosaicos da Igreja de São João Evangelista em Ravena, no qual ele aparece entre os membros das famílias imperiais do oriente e do ocidente, uma prova de sua extraordinária influência.

Referências

  1.  The Liturgy of the Hours, Vol. III, pp. 1562.
  2.  Michael Walsh, ed. "Butler's Lives of the Saints," New York: HarperCollins Publishers, 1991.
  3.  S. Pedro Crisólogo, bispo, Doutor da Igreja, +450, evangelhoquotidiano.org
  4.  «December 4»Breviário Romano. Confraternity of Ss. Peter and Paul. Consultado em 28 de junho de 2010. Arquivado do original em 24 de novembro de 2010
  5.  Sermão 58, "Sobre o Credo", par. 13
  6.  Sermão 30, "Sobre Mateus" 9:9ff, par. 5
  7.  Sermão 168 par. 3
  8.  "Calendarium Romanum" (Libreria Editrice Vaticana, 1969), p. 98

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Otto BardenhewerPatrologia, tr. Shanan, pp. 526 ff.
  • Dapper, Der hl. Petrus von Ravenna Chrysologus, Posen, 1871
  • Looshorn, Der hl. Petrus Chrysologus und seine Schriflen in Zeitschrift f. kathol. Theol., III, 1879, pp. 238 ff.
  • Wayman, Zu Petrus Chrysologus in Philologus, LV (1896), pp. 464 ff.
  • San Pietro Crisologo, Sermoni, dois volumes, Città Nuova, Roma 1997 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue