quinta-feira, 28 de novembro de 2019

GUARDA - FERIADO - 28 DE NOVEMBRO DE 2019

Guarda

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Guarda
Brasão de GuardaBandeira de Guarda
GuardaCathedral2.jpg
Catedral - Sé da Guarda
Localização de Guarda
GentílicoGuardense;
Egitaniense[1]
Área712,1 km²
População42 541 hab. (2011)
Densidade populacional59,7  hab./km²
N.º de freguesias43
Fundação do município
(ou foral)
1199
Região (NUTS II)Centro
Sub-região (NUTS III)Beiras e Serra da Estrela
DistritoGuarda
ProvínciaBeira Alta
OragoNossa Senhora da Assunção
Feriado municipal27 de Novembro (Foral)
Código postal6300 e 6301
Sítio oficialwww.mun-guarda.pt
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg
Guarda é a mais alta cidade portuguesa (1056m de altitude), com 26 565 habitantes no seu perímetro urbano, capital do distrito da Guarda, situada na região estatística do Centro e sub-região das Beiras e Serra da Estrela. É sede de um município com 712,1 km² de área e 42 541 habitantes (censos de 2011), subdividido desde a reorganização administrativa de 2012/2013 em 43 freguesias.[2] O município é limitado a nordeste pelo município de Pinhel, a leste por Almeida, a sudeste pelo Sabugal, a sul por Belmonte e pela Covilhã, a oeste por Manteigas e por Gouveia e a noroeste por Celorico da Beira. O seu distrito tem uma população residente de 173 831 habitantes. Situada no último contraforte Nordeste da Serra da Estrela, a 1056 metros de altitude, sendo a cidade mais alta de Portugal.
Possui acessos rodoviários importantes, como a A25, que a liga a Aveiro e ao Porto, bem como à fronteira, dando ligação direta a Madrid; a A23, que liga a Guarda a Lisboa e ao Sul de Portugal, bem como o IP2, que liga a Guarda a Trás-os-Montes e Alto Douro, nomeadamente a Bragança.
A nível ferroviário, a cidade da Guarda possui a linha da Beira Baixa (encerrada para obras de modernização com abertura prevista para o ano 2020) e a linha da Beira Alta, que se encontra completamente eletrificada, permitindo a circulação de comboios regionais, nacionais e internacionais, constituindo "o principal eixo ferroviário para o transporte de passageiros e mercadorias para o centro da Europa", com ligação a Hendaye (França, via Salamanca-Valladolid-Burgos).
O ar, historicamente reconhecido pela salubridade e pureza, foi distinguido pela Federação Europeia de Bioclimatismo em 2002, que atribuiu à Guarda o título de primeira "Cidade Bioclimática Ibérica". Além de ser uma cidade histórica e a mais alta de Portugal, a Guarda foi também pioneira na rádio local, sendo mesmo a Rádio Altitude considerada a primeira rádio local de Portugal. As suas origens prendem-se com a existência de um sanatório dedicado à cura da tuberculose.
Toda a região é marcada pelo granito, pelo clima contrastado de montanha e pelo seu ar puro e frio que permite a cura e manufatura de fumeiro e queijaria de altíssima qualidade. É também a partir desta região que vertem as linhas de água subsidiarias das maiores bacias hidrográficas que abastecem as três maiores cidades de Portugal: para a bacia do Tejo que abastece Lisboa, para a Bacia do Mondego que abastece Coimbra e para a bacia do Douro que abastece o Porto. Existe mesmo na localidade de Vale de Estrela (a 6 km da cidade da Guarda) um padrão que marca o ponto triplo onde as três bacias hidrográficas se encontram.

História[editar | editar código-fonte]

Porta do Sol
Nos primeiros séculos da romanização da Península Ibérica habitavam a região da Guarda povos lusitanos. Entre os quais os igeditanos, os lancienses opidanos e os transcudanos. Estes povos unidos sob uma autêntica federação viriam a resistir à romanização durante dois séculos. Ao contrário dos latinizados, estes povos não consumiam vinho, mas antes cerveja de bolota. A sua arma de eleição era a falcata - uma espada curva - que facilmente quebrava os gládios romanos devido à sua superioridade metalúrgica. Os seus deuses pagãos diferiam também dos romanos, podem ainda hoje encontrar-se algumas inscrições religiosas lusitanas em santuários como o Cabeço das Fráguas.
Paço Episcopal
Durante muito tempo os historiadores julgaram que a Cividade dos Igeditanos (Egitânia) se localizava na Guarda mas mais recentemente chegou-se à certeza que tal localização era em Idanha-a-Velha. Daqui que o gentílico de egitanienses se enraizou. No entanto, existe dúvida se a Guarda foi realmente Egitânia. Confinando com os terrenos dos igeditanos, a norte estavam os dos lancienses opidanos cuja capital, a Cividade Lância Opidana, foi referida a curta distância da atual localização da Guarda.
Esta teoria foi defendida acerrimamente pelo General João de Almeida (influente militar português, herói das campanhas de África, natural da Guarda), o que levou alguns críticos a menosprezá-la, no entanto, todas as pesquisas seguintes indicam a sua veracidade. Já o nome de Guarda terá sido uma derivação de um castro sobranceiro ao Rio Mondego, o Castro de Tintinolho.
Após o período romano seguiram-se períodos de ocupação por parte dos visigodos, mais tarde pelo reino das Astúrias e também pela civilização islâmica. Só após o processo da reconquista é atribuído o foral, reconfirmando definitivamente a importância da cidade e da região.
O rei Dinis I e D. Isabel estiveram na cidade mês e meio após casarem. O rei sancionou os «Costumes da Guarda» e viria a preparar a guerra com Castela, resolvida com o tratado de Alcanizes.

«A cidade dos 5 F's»[editar | editar código-fonte]

A explicação mais conhecida e consensual do significado do epíteto de «cidade dos 5 F's» diz que estes significam Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa.[3][4][5][6][7] A explicação destes efes tão adaptados posteriormente a outras cidades é simples:
  1. Forte: a torre do castelo, as muralhas e a posição geográfica demonstram a sua força;
  2. Farta: devido à riqueza do vale do Mondego;
  3. Fria: a proximidade à Serra da Estrela e o facto de estar situada a uma grande altitude explicam este F;
  4. Fiel: porque Álvaro Gil Cabral – Alcaide-Mor do Castelo da Guarda e trisavô de Pedro Álvares Cabral – recusou entregar as chaves da cidade ao Rei de Castela durante a crise de 1383-85. Teve ainda fôlego para combater na batalha de Aljubarrota e tomar assento nas Cortes de 1385 onde elegeu o Mestre de Avis (D. João I) como Rei;
  5. Formosa: pela sua natural beleza.
Ainda relativamente ao «4º F» da Cidade, é sintomática a gárgula voltada em direção a nascente (ao encontro de Espanha): um traseiro, em claro tom de desafio e desprezo. É comum ver turistas procurando essa Gárgula específica, recentemente apelidada de "Fiel".

População[editar | editar código-fonte]

Número de habitantes[8]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
33 00636 28040 20541 91044 01041 90943 31447 86251 46848 99439 74140 36038 76543 82242 541
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário[9]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos14 18114 81614 17714 67815 79915 61714 23311 1059 0287 2826 8095 833
15-24 Anos7 9018 1287 5638 2538 8519 8148 3996 1957 2195 7896 1264 409
25-64 Anos17 01618 26717 31617 65920 06021 83622 07617 45518 15518 84622 72123 426
= ou > 65 Anos2 1722 3372 4622 9723 1143 9024 2864 4905 9586 5858 1668 873
> Id. desconh408621292209
(Obs.: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.)

Orago[editar | editar código-fonte]

Virgem da Assunção é a Padroeira da Guarda.
Não é por acaso que:
  • Por cima da entrada principal, ao centro, está a estátua da Virgem da Assunção, ladeada pelas torres sineiras com a heráldica de D. Pedro Vaz Gavião.
  • O altar-mor (da Sé Catedral), atribuído a João de Ruão e mandado fazer ca. 1553 pelo bispo D. Gregório de Castro, é composto por um retábulo com uma centena de figuras esculpidas (do Antigo e do Novo Testamento) em pedra de Ançã. Um dos painéis centrais é ocupado por uma estátua invocando Nossa Senhora da Assunção.
  • Segundo Adriano Vasco Rodrigues, é uma "“imagem em granito da Senhora da Assunção, padroeira da Guarda.”
(Fonte: ‘A Catedral da Guarda, motivo de orgulho!’, de Adriano Vasco Rodrigues, em GuardaViva Boletim Municipal, Nº 1, página 21)
  • “Fachada principal virada a oeste, sendo visível um primitivo remate em pena angular, sendo rasgada por portal em arco abatido, com cogulhos internos, que se entrelaçam, dando origem a uma nicho com mísula e baldaquino, onde se integra a imagem de Nossa Senhora da Assunção; é ladeado por dois colunelos finos, assentes em bases altas com toros e escócias, surgindo, nos intercolúnios, mísulas ornadas por folhagem protegidas por baldaquinos; o colunelo exterior prolonga-se sobre o nicho da Virgem, em arco canopial, com cogulhos internos e externos, sendo flanqueado por dois possantes gigantes, constituídos por amplas bases, de onde saem feixes de colunas torsas, rematando em pináculos também torsos e com florão.”
  • “Na Estatística Paroquial, é referido que a paróquia da Sé, de Nossa Senhora da Assunção, era um priorado apresentado pelo bispo local.”
  • "...no centro a Virgem da Assunção, padroeira da cidade da Guarda.”
(Fonte: MONOGRAFIA ARTÍSTICA DA GUARDA, Adriano Vasco Rodrigues, 2ª edição, 1977, página 98, 2º parágrafo)
  • Diocese da Guarda (Diœcesis Ægitaniensis) - Padroeiro: Nª Senhora da Assunção
  • "Num nicho central, vê-se a imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Guarda."
(Fonte: Património & Turismo, Distrito da Guarda 1999 [(REGISTOS: Ministério da Justiça, Empresa Jornalística Nº 222033, ICS (Titularidade) Nº 122034] , página 46)
  • "Paróquia: Guarda; Orago: Nossa Senhora da Assunção"

Cronologia[editar | editar código-fonte]

Lendas[editar | editar código-fonte]

Segundo uma lenda, no tempo da Reconquista, havia uma jovem Ana apaixonada por Alfonso III das Astúrias que seguiu o rei, vestida de soldado. Depois duma batalha, o rei descobriu o segredo de Ana e emocionado, mandou construir um castelo para Ana viver, tornando-se a guardiã daquelas terras.

Geografia[editar | editar código-fonte]

A Guarda é sobranceira ao Vale do Mondego, insere-se no último contraforte Norte da Serra da Estrela é a cidade mais alta de Portugal, quanto à altitude da área urbana do município, com altitude máxima de 1.056 metros.
Fruto desta altitude é também o curioso facto de esta região pertencer a três bacias hidrográficas - Mondego, Douro e Tejo, contribuindo desta forma para os recursos hídricos das regiões de Lisboa, Porto e Coimbra. O Ponto de confluência das três bacias localiza-se na povoação de Vale de Estrela nas imediações da Guarda.

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima na cidade da Guarda é temperado, com influência mediterrânica, visto que no verão há uma curta estação seca. O mês mais quente é Julho, com temperatura média de 19,7 °C, e o mês mais frio é Janeiro, com média de 4 °C. O mês mais chuvoso é Dezembro, com pluviosidade média de 150,6 mm, e o mês mais seco é Agosto, com média de escassos 10,4 mm. A temperatura média anual é de 11,1 °C e a pluviosidade média anual é de 914,2 mm. É considerada uma das cidades mais frias de Portugal, experimentando algumas vezes por ano precipitações de neve.
As temperaturas inferiores a -10 °C ocorrem com alguma frequência, havendo inclusivamente registos históricos datados de Janeiro de 1829 que parecem indicar temperaturas inferiores a -20 °C (ver secção cronologia).
[Esconder]Dados climatológicos para Guarda (1981-2010)
MêsJanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDezAno
Temperatura máxima recorde (°C)15,217,623,024,530,833,738,334,636,027,021,317,138,3
Temperatura máxima média (°C)6,88,611,412,416,421,225,125,021,115,010,07,815,1
Temperatura média (°C)4,05,57,78,412,316,219,719,516,311,47,55,311,15
Temperatura mínima média (°C)1,22,33,74,67,711,314,013,911,98,35,02,97,2
Temperatura mínima recorde (°C)-10,8-6,2-8,8-4,5-1,81,24,44,91,8-0,6-7,5-6,7-10,8
Precipitação (mm)104,871,259,486,786,333,918,210,458,2107,4127,1150,6914,2
Dias com neve0100000000001
FonteInstituto Português do Mar e da Atmosfera (1981–2010)[11](Records: 1971-2010) 26 de fevereiro de 2013
Fonte 2: Climate Zone (Dias de neve - média 2010 a 2014) [12] 26 de fevereiro de 2013

Organização administrativa[editar | editar código-fonte]

Até 2013, a cidade da Guarda era oficialmente constituída pelas freguesias urbanas da São Vicente e São Miguel, entretanto unidas numa só (Freguesia da Guarda), embora efetivamente a malha urbana abarque também as freguesias de Vale de EstrelaMaçainhasAlvendreArrifanaCasal de Cinza e Panoias de Cima (estas últimas apenas parcialmente).

Freguesias[editar | editar código-fonte]

Freguesias do concelho da Guarda.
Desde a reorganização administrativa de 2012/2013,[2] o concelho da Guarda está dividido em 43 freguesias:
Até 1 de janeiro de 2002, fazia também parte do município a freguesia do Vale de Amoreira, a qual entretanto foi transferida para o vizinho concelho de Manteigas.

Cidades geminadas[editar | editar código-fonte]

Política[editar | editar código-fonte]

Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]

Data%V%V%V%V%V%V
PSCDS-PPPPD/PSDAPU/CDUADPSD-CDS
197633,56331,22221,6624,89-
197954,284ADAD3,00-37,173
198257,3454,15-32,812
198552,44431,7533,53-
198952,8146,47-33,4332,67-
199352,3445,30-34,4933,25-
199756,2944,08-32,1232,98-
200147,6542,97-42,4631,98-
200552,5144,55-33,8431,78-
200955,7955,15-28,3322,68-
201330,392PPD/PSDCDS-PP3,89-51,435
201723,3525,59-61,2052,11-

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Data%
CDSPSPSDPCPUDPADAPU/CDUFRSPRDPSNBEPANPàF
197632,1330,3218,643,551,23
1979AD36,73APU0,8249,515,49
1980FRS0,7851,234,8235,15
198318,7846,2023,270,344,84
198516,4630,2827,440,825,1513,00
19875,4429,4153,28CDU0,253,152,12
19915,4236,2948,612,390,811,80
199510,4952,6230,690,412,120,35
199910,3547,7133,223,441,45
20029,8639,8342,502,351,79
20056,8951,7927,273,004,71
200911,4836,4430,783,5510,99
201113,3428,5941,353,894,680,81
2015PàF33,83PàF4,1110,231,5141,73

Património arquitetónico e arqueológico[editar | editar código-fonte]

Igreja da Misericórdia (centro da cidade)
A cidade tem vários monumentos arquitetónicos, na sua maioria situados no centro histórico:
Sé da Guarda e estátua de D. Sancho I
No centro histórico da Guarda encontram-se vários edifícios com marcas mágico-religiosas: um estudo de Novembro de 2006, editado pela Sociedade Pólis Guarda e pela autarquia local, identifica 48 marcas cruciformes em edifícios da zona da Judiaria.

Património natural[editar | editar código-fonte]

Centro da cidade da Guarda com um nevão
Encontram-se classificadas como árvores de interesse nacional:
Jardim José Lemos, um dos espaços verdes da cidade.
Mais património natural da região:
  • Cão da Serra da Estrela - sem dúvida um dos mais interessantes canídeos de Portugal
  • Teixos da Serra da Estrela
  • Lobo Ibérico - as últimas alcateias livres a sul do Douro situam-se nesta região
  • Vale Glaciar de Manteigas
  • Orografia granítica, com afloramentos frequentes e por vezes com dimensões monumentais
  • Carvalhais de Carvalho Negral
  • Soutos e Castinçais
  • Possível cratera de 35 km de diâmetro[10]
  • Linha de festo tago-duriense que define as vertentes das bacias hidrográficas do Tejo e do Douro, na freguesia de Panoias de Cima[14]
O Concelho encontra-se parcialmente inserido no Parque Natural da Serra da Estrela

Associações recreativas e desportivas[editar | editar código-fonte]

Durante muitos anos, o principal clube desportivo da cidade, com notório ecletismo, foi a Associação Desportiva da Guarda que entretanto se extinguiu. Em seu lugar apareceu o clube Guarda Desportiva Futebol Clube, que se dedicou apenas ao futebol.
Estádio Municipal da Guarda
Outros clubes que se têm destacado neste desporto são o Mileu-Guarda Sport Clube e o NDS (Núcleo Desportivo e Social), este sobretudo nas camadas jovens. Clubes que se têm destacado fora do âmbito do futebol são o Clube de Montanhismo da Guarda, e o Centro de Desporto e Cultura do Pinheiro no atletismo.
A cidade tem ainda diversas associações culturais e recreativas, dentre as quais, a Associação de Desenvolvimento Carapito S. Salvador.
Existe ainda o Grupo Desportivo e Recreativo das Lameirinhas (GDRL) que se destaca no âmbito do futsal, no escalão nacional de seniores, possuindo também uma equipa B e escalões de iniciação. O clube tem também escalões juvenis de basquetebol feminino.

Infraestruturas e acessibilidades[editar | editar código-fonte]

O Concelho é servido por uma boa rede viária:

Ferrovias[editar | editar código-fonte]

Na Guarda passam ainda as seguintes linhas ferroviárias:
Após o abandono do projeto do TGV português devido à crise económica mundial, o governo português anunciou em 2011 a requalificação da linha da beira alta para bitola europeia de forma a permitir a circulação de mercadorias em velocidade alta a partir dos portos do norte de Portugal para o centro da Europa.

Plataforma logística e outras[editar | editar código-fonte]

No Concelho existe a PLIE - Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial, uma área infraestruturada de raiz com cerca de 100 hectares, de cariz logístico-industrial onde a atividade de armazenagem e produção tem condições ótimas do ponto de vista da distribuição Ibérica, não só pela confluência das várias vias rodoviárias e ferroviárias, mas também pela posição intermédia entre Lisboa-Madrid e Aveiro-Madrid, sendo de todas as passagens fronteiriças aquela que proporciona o menor e mais rápido trajeto em direção ao centro da Europa.
No Concelho existe a barragem do Caldeirão, importante infraestrutura para o abastecimento de água e produção de energia. A barragem foi também feita com o intuito de ser um pólo de atração turística.

Economia[editar | editar código-fonte]

Antes do 25 de Abril, a grande maioria da população do concelho habitava em aldeias e vivia da agricultura de subsistência. Com a democracia, começou a haver uma deslocalização dos meios rurais para a cidade e as pessoas começaram a trabalhar no sector dos serviços e da indústria. Houve grandes fábricas, como a Renault e a Gartêxtil, ambas já desaparecidas.
Os 14 municípios do distrito da Guarda possuirão um total de 15 521 empresasdas quais 4 189 estarão sediadas no concelho da Guarda.[15]
Atualmente (2010), a crise paira na indústria desta cidade gerando milhares de desempregados: a principal empregadora a Delphi, fechou em 31 de dezembro de 2010,despedindo os últimos 321 trabalhadores (chegou a ter cerca de 3 mil trabalhadores). No entanto existem outras empresas do mesmo sector que poderão absorver alguns desses trabalhadores. Outros exemplos de empresas relevantes são a GELGURTECoficabDura AutomotiveSODECIA metalurgia entre outras.
A boa situação geográfica do concelho e as boas acessibilidades fazem da Guarda um excelente local para o armazenamento e transporte de mercadorias de Portugal para o resto da Europa (e vice-versa), nesse sentido entidades privadas em conjunto com a Câmara Municipal criaram a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) que é uma plataforma transfronteiriça que procura dinamizar a economia regional e a captação de fluxos e investimentos industriais.

Turismo e gastronomia[editar | editar código-fonte]

turismo é também uma aposta da Guarda. Os principais pontos turísticos da cidade são:
Atualmente, o concelho tem vários hotéis que aproveitam a proximidade com a Serra da Estrela, com as Aldeias Históricas e com a região do vinícola do Douro que posicionam a Guarda como base ideal para a descoberta desses destinos. A gastronomia do concelho é muito diversificada, com destaque para o Caldo de Grão, o Bacalhau à Conde da GuardaBacalhau à Lagareiro, o Cabrito Assado, as Morcelas da Guarda e o Arroz Doce.

Política[editar | editar código-fonte]

Presidentes da Câmara após o 25 de Abril:

Guardenses ilustres[editar | editar código-fonte]

O concelho da Guarda foi o berço de várias personalidades, entre as quais:

Filhos adotivos da Guarda[editar | editar código-fonte]

A Guarda, ao longo dos tempos, foi acolhendo individualidades que, pela sua relevância e ligação à Cidade, perduram na alma Guardense.

Educação[editar | editar código-fonte]

Na Guarda, existem vários estabelecimentos de ensino, entre os quais:
Ensino superior
  • IPG (Instituto Politécnico da Guarda) (público)
  • Instituto Superior de Administração, Comunicação e Empresas (privado)
Ensino secundário
  • Escola Secundária c/ 3º CEB da Sé
  • Escola Secundária Afonso de Albuquerque
Ensino privado
  • Ensiguarda
  • Instituto de S. Miguel
  • Colégio da Cerdeira
  • Conservatório de Música de S. José da Guarda
A cidade da Guarda tem um total de 21 escolas.

Gentílico[editar | editar código-fonte]

Alguns autores acham que o gentílico da Guarda não é guardense, mas egitaniense. A palavra deriva de Egitânia, o nome latino de Idanha, e tem a ver com o facto de a diocese da Idanha (atualmente a pequena aldeia de Idanha-a-Velha, concelho de Idanha-a-Nova), ter sido transferido para a Guarda.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Guarda
Wikcionário
Wikcionário tem o verbete Guarda.

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

FERNANDO VALLE - MÉDICO E POLÍTICO - MORREU EM 200'4 - 28 DE NOVEMBRO DE 2019

Fernando Valle

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Fernando Valle
Nascimento30 de julho de 1900
Arganil
Morte27 de novembro de 2004 (104 anos)
Coimbra
CidadaniaPortugal
Ocupaçãomédicopolítico
PrêmiosGrã-Cruz da Ordem do Mérito, Grande-Oficial da Ordem da Liberdade
Fernando Baeta Cardoso do Valle (ArganilCerdeira30 de julho de 1900 — Coimbra27 de novembro de 2004) foi um médico e político portuguêsrepublicano, membro da Maçonaria e um dos fundadores do Partido Socialista português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Arganil, numa família de médicos onde já estavam enraizados os ideais republicanos e socialistas. Estudou e fez-se médico tal como os seus pais, e rapidamente enveredava, também, pela política, destacando-se na oposição ao Estado Novo e ajudando a fundar, ainda na clandestinidade, o Partido Socialista (PS). Marcou presença no Reviralho e nas campanhas de Norton de Matos e Humberto Delgado à Presidência da República e, por várias vezes, escondeu em sua casa foragidos que eram procurados pela PIDE.
Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, viria a ter um papel discreto no pós-revolução, como governador civil do Distrito de Coimbra de 1976 a 1980, onde terá tido um papel importante na contenção de alguns distúrbios aquando do Verão Quente de 1975. Terá, depois disso, regressado para Arganil, onde continuou a exercer como médico e onde deixou trabalho feito na área do associativismo local. Veio a ser, após a morte de Tito de Morais, presidente honorário do partido que ajudou a fundar, demonstrando em algumas ocasiões a sua desconfiança e incómodo com a liderança do partido, então nas mãos de José Sócrates. Apoiou Manuel Alegre na corrida às Presidenciais em que este participou.
A 14 de abril de 1982, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade e a 28 de julho de 1989 com o grau de Grã-Cruz da Ordem do Mérito.[1]

Referências

  1.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Fernando Baeta Cardoso do Valle". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 9 de julho de 2019
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SOARES DE PASSOS - POETA - NASCEU EM 1826 - 28 DE NOVEMBRO DE 2019

Soares de Passos

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Soares de Passos
Gravura de Soares de Passos, publicada em 1860.
Nome completoAntónio Augusto Soares de Passos
Nascimento27 de novembro de 1826
PortoPortugal
Morte8 de fevereiro de 1860 (33 anos)
PortoPortugal
NacionalidadePortugal Português
OcupaçãoPoeta
Magnum opusPoesias
António Augusto Soares de Passos (Porto27 de Novembro de 1826 – Porto, 8 de Fevereiro de 1860) foi um poeta, expoente máximo do Ultra-Romantismo em Portugal.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido no seio da média burguesia comerciante portuense, viveu largas temporadas da infância com o pai ausente, fugido às perseguições que lhe moveram durante as guerras civis pelas suas ideias liberais, o que terá marcado o temperamento algo soturno do jovem António Augusto. Tendo aprendido francês e inglês durante a juventude, ingressou na Universidade de Coimbra, em 1849, para cursar Direito.

Obra[editar | editar código-fonte]

Em Coimbra conviveu com outros estudantes do Porto, como Alexandre BragaSilva Ferraz e Aires de Gouveia, com quem fundou, em 1851, a revista Novo Trovador. Em 1854, já formado, regressou ao Porto e, depois de uma passagem pelo Tribunal da Relação do Porto, decide dedicar-se exclusivamente à literatura, colaborando activamente nos jornais de poesia O Bardo (1852-1854) e A Grinalda (1855-1869) e preparando a edição em volume das suas Poesias(eBook) (1856).
Para a sua celebridade contribuiu não apenas a sua imagem de misantropo e a frequência dos salões portuenses, como também o bom acolhimento dos críticos, nomeadamente de Alexandre Herculano que, em carta, considerou Soares de Passos como "o primeiro poeta lírico português deste século" (referindo-se ao século XIX).
Sua qualidade pode ser creditada ao fato de ter escrito com autenticidade, pois os sentimentos derramados em seu texto são os que realmente viveu, já que foi pessoa extremamente sofrida, por vezes dominada por uma doença que, reza a lenda, deixou-o preso por anos em seu quarto. Isso explica a proeza de ter trabalhado muito bem com clichês que nas mãos dos outros poetas são extremamente ridículos. Melhor exemplo disso é "O Noivado no Sepulcro ( )".
Seus poemas são fruto de uma angústia da sensação da proximidade da morte precoce mesclada ao desgosto pela situação em que se encontrava seu país. O incrível é que sabe alternar esses aspectos soturnos a momentos de extrema confiança na mudança das condições sociais. Essas oposições dramáticas talvez sejam a causa da visão trágica com que o poeta enxerga o mundo. Quando parte para a religião, enfoca a tragédia de Deus castigando todos; quando enfoca a História, mostra uma sucessão de episódios lastimosos; quando olha o cotidiano, enxerga somente a desgraça.
Sendo um poeta muito divulgado no seu tempo, morreu precocemente aos trinta e quatro anos, vítima da tuberculose, deixando um único livro – Poesias – onde confluem todas as tendências do imaginário poético seu contemporâneo. Foi sepultado no Cemitério da Lapa, no Porto.

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

O portal de entrada do Cemitério da Lapa, no Porto, onde o poeta Soares de Passos foi sepultado, exibe a seguinte inscrição, precisamente da autoria do escritor ultra-romântico:
«Eis ossos carcomidos, cinzas frias,
Em que paraõ da vida os breves dias,
Mortal se quanto vês te naõ abala
Ouve a tremenda voz que assim te falla,
" - Lembra-te homem que és pó, e que d'est arte
- Em pó ou cêdo ou tarde has-de tornar-te."»

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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