quinta-feira, 15 de novembro de 2018

DIA DA LINGUAGEM GESTUAL - 15 DE NOVEMBRO DE 2018

Língua gestual portuguesa

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Língua Gestual Portuguesa
Utilizado em:Portugal
Total de usuários:100 000[1]
Família:
Códigos de língua
ISO 639-1:-
ISO 639-2:sgn
ISO 639-3:psr
Lista de Língua de Sinais
Língua Gestual Portuguesa (LGP) é a língua gestual (no Brasillíngua de sinais) através da qual grande parte da comunidade surda, em Portugal, comunica entre si. É processada através de gestos sistematizados e a sua captação é visual. É usada pela comunidade surda, de cerca de 30 000 indivíduos[2], e também por toda a comunidade envolvente, como familiares de surdos, educadores, professores, técnicos, entre outros.[1]

Porque é uma língua[editar | editar código-fonte]

Alfabeto Manual LGP.jpg
A expressão "língua gestual", ao invés de "linguagem gestual", refere-se à língua materna de uma comunidade de surdos. As línguas gestuais são línguas naturais, que surgem e se desenvolvem naturalmente, como as línguas orais. Esta língua é produzida por movimentos das mãos, do corpo e por expressões faciais e a sua recepção é visual. Tem um vocabulário e gramática próprios.
Uma língua é um sistema de comunicação específico e exclusivo do ser humano, sendo gerido por regras particulares. Assim como as línguas orais, a LGP possui as características das línguas naturais:
  • é composta, maioritariamente por símbolos arbitrários;
  • é um sistema linguístico;
  • é partilhada por uma comunidade de pessoas que a utilizam como sua forma de expressão mais natural;
  • possui propriedades como a criatividade e a recursividade;
  • possui aspectos contrastivos;
  • é um sistema em constante renovação e evolução: apresenta o fenómeno da dinâmica linguística.
Existe a crença de que língua gestual, é universal. Essa ideia é incorreta. Assim como as línguas orais, as línguas gestuais desenvolveram-se naturalmente, e assim sendo, cada comunidade possui a sua. Existem países com diversas línguas gestuais e em todo o mundo existem dezenas de línguas gestuais diferentes. Além disso, os surdos sentem as mesmas dificuldades que os ouvintes quando necessitam comunicar com outros que utilizam uma língua gestual diferente.[3] Assim sendo, cada país (e, por vezes, região dentro de um país, como acontece no Québec onde é usada a Língua Gestual Quebequiana ao invés da Língua Gestual Americana como no resto do país) terá a sua própria língua gestual. Por exemplo, no Brasil existe a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Para acrescentar, como qualquer língua oral, a LGP possui variantes dentro do seu próprio órgão (idioma), alterando, relativamente, de região para região e dependendo do grau de instrução e das profissões dos surdos, em cada uma das regiões. Existem, por isso, dialetos e regionalismos.[4]

História[editar | editar código-fonte]

No século XIX, o rei D. João VI chamou a Portugal Per Aron Borg, um sueco que tinha fundado no seu país um instituto para educação de surdos e logo em 1823 é criada a primeira escola portuguesa com essa valência. Assim embora o vocabulário da LGPortuguesa e da LGSueca seja diferente, o alfabeto das duas línguas revela a sua origem comum[5].
Nos termos da alínea h) do n.º 2 do artigo 74.º da Constituição da República Portuguesa, «na realização da política de ensino incumbe ao Estado (...) proteger e valorizar a língua gestual portuguesa, enquanto expressão cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades». Deste modo, desde 1997, a Língua Gestual Portuguesa passou a ser uma das línguas oficiais de Portugal, junto com a Língua Portuguesa e o Mirandês.
Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa comemora-se a 15 de Novembro.[6] A comemoração deste dia foi originou-se dos esforços da Comissão Para o Reconhecimento e Protecção da Língua Gestual Portuguesa e Defesa dos Direitos Das Pessoas Surdas.

Aspetos linguísticos[editar | editar código-fonte]

Ao realizar a LGP, o gestuante terá uma 'mão dominante', cujo desempenho poderá diferir da 'mão não dominante'. Ao realizar o gesto, este deverá atender aos 5 parâmetros da LGP:
  • Configuração das mãos;
  • Local de articulação;
  • Movimento das mãos;
  • Orientação das mãos;
  • Componente não manual (expressão e movimento corporal).
Ao ser alterado um destes parâmetros, usualmente, o gesto ou perde o sentido.
Na LGP, a marcação do género ocorre unicamente no caso dos seres animados e geralmente o mesmo só é marcado quando ocorre no feminino, recorrendo-se ao gesto MULHER, como prefixo.
A fim de se marcar o número, na LGP existem vários métodos: por repetição, por redobro (realização do gesto por ambas as mãos) ou por incorporação (recurso a um numeral ou determinativo).
Relativamente à ordem dos elementos na frase em LGP, esta usa uma estrutura específica, não acompanhando a mesma ordem das frases da língua portuguesa. Não existe consenso quanto a qual a ordem predominante: alguns linguistas afirmam que pode ser 'sujeito-objeto-verbo' (S-O-V),[1] outros que é 'objeto-sujeito-verbo' (O-S-V).[7] Nas frases interrogativas, recorre-se à expressão facial, combinada com o recurso a pronomes interrogativos, que ocorrem no final da frase. As frases negativas pode ser elaboradas de diversas maneiras, por exemplo, recorre-se à expressão corporal, especialmente o movimento da cabeça, ou executa-se o gesto NÃO ou ainda utilizando uma forma específica de verbo na forma negativa, como por exemplo NÃO QUERER.[1]
Na LGP não existe discurso indireto. As mudanças do discurso indireto para o direto fazem-se através da expressão corporal, mais especificamente, à deslocação do gestuante no espaço, transferindo para cada uma das posições, papeis diferentes.[4]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d BALTAZAR, Ana Bela - Dicionário de Língua Gestual Portuguesa. Porto Editora. 2010
  2. Ir para cima Associação Portuguesa de Surdos. «Comunidade surda em Portugal». Consultado em 11 de novembro de 2014.
  3. Ir para cima Para uma Gramática de Língua Gestual Portuguesa, pág. 54.
  4. ↑ Ir para:a b MESQUITA e SILVA, Guia Prático de Língua Gestual Portuguesa, Editora Nova Educação, 2007, Braga - Portugal.
  5. Ir para cima O que todos devíamos saber sobre língua gestual (em dez pontos), Mariana Correia Pinto, Público, 14/11/2017, Fonte: Escola Virtual de Língua Gestual Portuguesa
  6. Ir para cima Educamais.com. «Dia Nacional da LGP». Consultado em 11 de novembro de 2014.
  7. Ir para cima AMARAL, Maria Augusta et alPara uma Gramática de Língua Gestual Portuguesa (Colecção Universitária, série Linguística). Portugal, 1994. Editora Caminho. ISBN 972-21-0981-2.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

JÚLIO DINIS - NASCEU EM 1839 - 14 DE NOVEMBRO DE 2018

Júlio Dinis

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Joaquim Guilherme Gomes Coelho
Monumento a Júlio Dinis, no Porto, sua cidade natal.
Nascimento14 de novembro de 1839
PortoReino de Portugal Portugal
Morte12 de setembro de 1871 (31 anos)
PortoReino de Portugal Portugal
OcupaçãoMédicoescritor e professor
Género literárioRomancista
MovimentoliterárioRomantismo
Magnum opusOs fidalgos da casa mourisca
Joaquim Guilherme Gomes Coelho (Porto14 de novembro de 1839 — Porto12 de setembro de 1871) foi um médico e escritor português. É mais conhecido pelo seu pseudónimo Júlio Dinis.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Joaquim Guilherme Gomes Coelho, que no período mais brilhante da sua carreira literária usou o pseudónimo de Júlio Dinis, nasceu no Porto, Portugal, a 14 de Novembro de 1839, e faleceu na mesma cidade, na Rua Costa Cabral, numa casa que já não existe, em 12 de Setembro de 1871.
Júlio Dinis era filho de José Joaquim Gomes Coelho, cirurgião, natural de Ovar, e de Ana Constança Potter Pereira Gomes Coelho, de ascendência anglo-irlandesa, e vitimada pela tuberculose quando Júlio Dinis contava apenas seis anos de idade. Frequentou a escola primária em Miragaia. Aos catorze anos de idade (1853), concluiu o curso preparatório do liceu. Matriculou-se na Escola Politécnica, tendo, em seguida, transitado para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, cujo curso completou a 27 de Julho de 1861, com alta classificação. Posteriormente a sua saúde foi-se agravando, pelo que foi obrigado a recolher-se em Ovar e depois para a Madeira e a interromper a possibilidade de exercer a sua profissão. Durante esses tempos dedica-se à literatura. Mais tarde (1867), foi incluído como demonstrador e lente substituto no corpo docente desta mesma Escola.
Já então sofria da doença da tuberculose pelo que, esperançado em encontrar cura no ambiente mais salutar da província, se transferiu temporariamente para Grijó e posteriormente para Ovar, para casa de uma sua tia, Rosa Zagalo Gomes Coelho, que vivia no Largo dos Campos. E foi ainda esperançado numa cura de ares, que esteve duas vezes na ilha da Madeira, além de outras peregrinações que terá feito através do país. Simplesmente, o mal de Júlio Dinis não tinha cura. E com quase trinta e dois anos apenas, morria aquele que foi o mais «suave e terno romancista português, cronista de afectos puros, paixões simples, prosa limpa». De resto, essa terrível doença, que já havia vitimado a mãe, em 1845, foi a causa da morte de todos os seus oito irmãos.
O romance «As Pupilas do Senhor Reitor» foi publicado em 1867 em livro (depois de ter sido publicado em folhetins do Jornal do Porto em 1866)[2], tendo sido desde então várias vezes representado, cinematizado e televisionado sob a forma de adaptações . Um ano antes, tinha sido dado a público «Uma Família Inglesa» e, em 1870, veio a público «Serões da Província».[3]
No ano do seu falecimento, 1871 (com apenas 31 anos de idade), publicou-se o romance «Os Fidalgos da Casa Mourisca». Só depois da sua morte se publicaram «Inéditos» e «Esparsos», em dois volumes, assim como as suas «Poesias», dadas à estampa entre 1873 e 1874. Encontra-se sepultado num jazigo de família com o n.º 58, no cemitério privado da Ordem Terceira de S. Francisco, em Agramonte.
Foi o criador do romance campesino e as suas personagens, tiradas, na sua maioria, de pessoas com quem viveu ou contactou na vida real, estão imbuídas de tanta naturalidade que muitas delas nos são ainda hoje familiares. É o caso da tia Doroteia, de «A Morgadinha dos Canaviais», inspirada por sua tia, em casa de quem viveu, quando se refugiou em Ovar, ou de Jenny, para a qual recebeu inspiração da sua prima e madrinha, Rita de Cássia Pinto Coelho.
Júlio Dinis viu sempre o mundo pelo prisma da fraternidade, do optimismo, dos sentimentos sadios do amor e da esperança. Quanto à forma, é considerado um escritor de transição entre o romantismo e o realismo.
Além deste pseudónimo, Júlio Dinis usou também o de Diana de Aveleda, com que assinou pequenas narrativas ingénuas como «Os Novelos da Tia Filomena» e o «Espólio do Senhor Cipriano», publicados em 1862 e 1863, respectivamente. Foi com este pseudónimo que se iniciou nas andanças das letras, tendo, com ele, assinado também pequenas crónicas no Diário do Porto. Ao nível das publicações periódicas, também se encontram colaborações suas nas revistas Semana de Lisboa[4] (1893-1895) e Serões[5] (1901-1911).
A casa onde Júlio Dinis nasceu, foi demolida com a abertura da Rua Nova da Alfândega, e aquela onde morreu, deu lugar à construção de uma casa de espectáculos cinematográficos.

Obras de Júlio Dinis[editar | editar código-fonte]

BIBLIOGRAFIA CRITICA SELECTA:
Liberto Cruz - Julio Dinis, uma biografia .Lisboa, Quetzal, 2002.
Carmen Matos Abreu - Julio Dinis, o romance portugues de raiz inglesa .Salvador, EDUFBA, 2015.
M.A.G. Arala Chaves - O Porto de Julio Dinis. Porto, Afrontamento, 2016.

Adaptações da obra[editar | editar código-fonte]

Adaptações cinematográficas[editar | editar código-fonte]

Adaptações televisivas[editar | editar código-fonte]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

  • 71 localidades de Portugal possuem uma ou mais artérias com o nome de Júlio Dinis.[7]
  • Maternidade Júlio Dinis - Instituição hospitalar no Porto, dedicada à prestação de cuidados de saúde à mulher e à criança.
  • Monumento, no Porto, sua cidade natal
  • Escola Básica Júlio Dinis, Gondomar. - Escola inaugurada a 13 de novembro de 2015 com o intuito de preservar e homenagear o autor.

Referências

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