terça-feira, 30 de outubro de 2018

OBSERVADOR

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360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia... 

... Jair Bolsonaro tornou-se o novo Presidente do Brasil
Venceu com 55% dos votos contra 45% de Fernando Haddad e tomará posse a 1 de JaneiroO militar que começou como piada, vai mesmo a liderar o maior país da América do Sul, que vira assim à direita.

Ainda uma outra notícia da noite: Um avião indonésio com 189 pessoas a bordo caiu ao mar 13 minutos depois de ter levantado voo em Jacarta. O aparelho parece ter acelerado antes da queda e não há ainda mais notícias sobre o acidente.





Outra informação relevante 
Entre esta tarde e amanhã discute-se vota-se na generalidade o Orçamento. No fim-de-semana, o PCP disse que votará sim mas quer "novos avanços" no IRS. Rio garantiu o não e criticou o PS por fazer um Orçamento "confortável" para chegar às eleições.

O Governo decidiu ocultar a lista de subvenções dos políticos por sua própria iniciativaO ministério da Segurança Social justificou a decisão com a nova lei da Proteção de Dados, mas esta diz que não foi chamada a pronunciar-se, noticia o JN (sem link).

A abertura das bolsas da Euronext está atrasada esta manhã devido a “problemas técnicos"O problema afecta países como Portugal, França, Holanda ou Bélgica.

As Finanças estão a travar a correção do IMI. Segundo o CM, os contribuintes estão a pagar um imposto mais elevado do que o real. A situação foi descoberta pelos senhorios, quando tentaram atualizar o valor da renda aos arrendatários e este foi recusado.

Marques Mendes considerou o governo "politicamente suspeito" no caso de TancosMas poupou Marcelo: disse que houve apenas uma entidade “que se portou bem” neste caso: o Presidente da República.

O novo ministro da Defesa disse que as "lições" de Tancos têm de ser aprendidas. E prometeu divulgar resultados da auditoria à PJ Militar nas próximas semanas.

O tribunal de Gondomar obrigou Primark a indemnizar cliente que humilhou. Em causa, conta o JN, um cliente detido pela PSP em frente à família suspeito de usar uma nota falsa.

No desporto, depois do Real Madrid ser goleado (5-1) em Barcelona foi o fim da linha para Julen Lopetegui. O senhor que se segue deve ser Antonio Conte. Para já, ficam os divertidos memes da Internet.

Em Inglaterra, o futebol chora a morte do dono do Leicester, cujo helicóptero se despenhou no fim do jogo com o West Ham. Vichai Srivaddhanaprabha comprou o clube na 2.ª Divisão, festejou o título da Premier League, falava mal inglês, mas percebeu como ninguém a cultura do futebol.

Por cá, o FC Porto venceu o Feirense por 2-0 e juntou-se ao Sp. Braga como líder da I Liga, depois da derrota do Benfica frente ao Belenenses.Valeu a ‘imaginación’ espanhola, como diz a Mariana Béu na crónica, e o ‘olá’ de Óliver Torres no mesmo dia do ‘adeus’ do seu mentor.

O Sporting também ganhou, batendo o Boavista por 3-0, com um bis de Nani. O Bruno Roseiro diz que por uma noite, o tempo voltou para trás e trouxe o que se perdeu. Um dos que mais viveu a nostalgia foi Nani.

A Fórmula 1 teve pela primeira vez um pentacampeão: Hamilton festejou o 5.º título no México, ao acabar no quarto lugar. É a história de um miúdo que lavou carros, serviu às mesas e sofreu bullying na escola.
Na política internacional, destaque para a Alemanha, onde Merkel continua em queda. Os partidos da sua coligação sofreram quedas importantes nas eleições em Hesse. E permitiram que a extrema-direita passasse a ter representação no parlamento regional.

Mais um grande parte da 'Marcha de Migrantes' hondurenhos rompeu a rede fronteiriça da Guatemala com o México e continua a caminho dos EUA.

Precisamente nos EUA, Jeff Sessions, o Procurador-Geral dos EUA, quer pena de morte para o autor do massacre na sinagoga de Pittsburgh"Todos os Judeus devem morrer", publicou Robert Bowers duas horas antes do ataque que fez 11 mortos.




Os nossos EspeciaisJosé Rodrigues dos Santos acaba de publicar "A Amante do Governador"Numa entrevista ao Bruno Horta, falou do novo livro e dos críticos. Do jornalismo e do trabalho na RTP. Das transformações na televisão e das aulas na universidade. Da política e dos políticos. Ficam duas frases fortes: “Se há pessoas que acham que não é assim que se escreve, elas que escrevam” e "Se tivesse 50 milhões teria ido para as Caraíbas".




A nossa opinião
  • Luís Rosa escreve "O novo livro de Cavaco e o Porsche de Pedro Nuno": "O gosto pelo secretismo é algo que uma parte dos políticos adoram. Têm sempre medo da palavra-chave da democracia: transparência. Daí as críticas a Cavaco -- que deu o seu contributo para a História".
  • Helena Matos escreve "A reacção não canta. Só inventa": "O boato era a arma da reacção. Agora são as fake news. O povo só vota à direita porque é enganado?".
  • Paulo Trigo Pereira escreve Setúbal e o Sado: sol na eira e chuva no nabal?: "Não é para mim clara a necessidade estratégica na rede nacional e europeia de transporte de mercadorias do afundamento do canal do Sado, pelo que seguir com o projeto me parece imprudente e temerário".
  • Alberto Gonçalves escreve "Notícias do meu (ai, ai) país": "Se tomarmos os espécimes à exacta medida do que valem, tudo o que envolve o dr. Louçã e o prof. Freitas – “intelectuais” na perspectiva de um maquinista da CP – contém inegável potencial humorístico".
  • Inês Domingos escreve "A grande viragem": "Nesta legislatura, as empresas pagaram cada vez mais impostos e cada vez mais impostos em percentagem dos seus lucros, fruto das políticas deste Governo e de uma ideologia contra a iniciativa privada".
  • P. Gonçalo Portocarrero de Almada escreve "Universidade Católica: Bis In Idem!": "A sociedade precisa de profissionais competentes e, sobretudo, de mulheres e homens que saibam fazer da sua profissão um serviço ao bem comum".




Notícias surpreendentes É uma das incongruências deste Orçamento. Há uma descida do IVA dos espetáculos para 6%, mas que deixa de fora o cinema e os festivais de rock. Explicando com um exemplo: ver Ed Sheeran na Luz custa mais do que na Altice Arena.

Lembra-se quando a Blue Note mudava o mundo? Uma segunda fornada da série económica "5 Original Albums" traz nomes fundamentais do jazz das décadas de 50 e 60, em pequenas caixas que juntam discos históricos e raridades fora de catálogo.

É possível controlar a nossa vida digital e evitar que dados privados sejam do conhecimento de quem não queremosÉ preciso seguir um Data Detox Kit de oito dias. A Ana Brasil experimentou-o, diz que funciona e explica como.

É o politicamente correcto: Meghan Markle tem guarda-costas mulheres. E, tal como ela, também Kate Middleton e Camila Parker-Bowles. Diz-se que foi o príncipe Carlos que tomou esta decisão quando Kate e William ficaram noivos



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(e fica a nota do regresso dos The Cure a Portugal: são a primeira confirmação para o Nos Alive)
 
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EXPRESSO

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Joana Pereira Bastos
JOANA PEREIRA BASTOS
EDITORA DE SOCIEDADE
 
A coisa lá está preta
29 de Outubro de 2018
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Bom dia,

É oficial: o maior país de toda a América Latina e a maior nação de língua portuguesa do mundo será governado por um capitão de extrema-direita que apregoou na campanha um discurso de apelo ao ódio, racista, misógino e homofóbicoabertamente saudoso da ditadura militar e declaradamente defensor da tortura. Não é por acaso que a Amnistia Internacional vê "um enorme risco" na eleição de Jair Messias Bolsonaro, de 63 anos, que ontem se tornou o novo presidente do Brasil.

É o primeiro militar a chegar ao poder pelo voto direto desde 1945. Bolsonaro conseguiu uma vitória folgada na segunda volta das Presidenciais, conquistando 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad, que concorreu pelo PT. Entre a comunidade brasileira em Portugal, a diferença foi ainda maior.

Dito de outra forma, quase 57,8 milhões de eleitores brasileiros votaram no capitão na reforma, mais 10,7 milhões do que conseguiu Haddad. Os votos brancos e nulos bateram recordes, atingindo o valor mais alto desde a restauração da democracia no país. No total, cerca de 11 milhões de brasileiros – mais do que a população de Portugal inteiro - foram às urnas mas não escolheram nenhum dos candidatos. O número é superior à diferença de votos que separou Bolsonaro de Haddad.

No discurso de vitória, Bolsonaro deixou de lado a retórica extremista e raivosa e vestiu a pele de cordeiro, prometendo um "Governo constitucional e democrático" que terá como "princípio fundamental" a liberdade - "liberdade de andar na rua, liberdade política e religiosa, de formar e ter opinião". Jurou pacificar o Brasil, que saiu desta campanha eleitoral mais polarizado do que nunca, e garantiu que "não existem brasileiros do sul ou do norte" - "somos todos um só país, uma só nação democrática", proclamou. O presidente eleito assumiu-se como enviado numa missão divina e comprometeu-se a seguir "os ensinamentos de Deus ao lado da Constituição brasileira". "O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", rematou.

A imposição de uma forte agenda moral de inspiração evangélica é, aliás, uma das consequências previsíveis da eleição de Bolsonaro, assim como o reforço dos poderes policiais, a redução dos direitos humanos e sociais e o ataque à proteção ambiental.

Fernando Haddad, que se recusou a cumprimentar Bolsonaro por não considerar o adversário civilizado, apelou aos brasileirospara não terem medo e pediu coragem para o que vai seguir nos próximos quatro anos.

As eleições mais polémicas da história recente do Brasil deixaram o país partido ao meiodividindo famílias inteiras e abrindo feridas que serão difíceis de sarar. Logo a seguir à divulgação dos resultados registaram-se protestos em São Paulo e no Rio de Janeiro, com manifestantes anti-Bolsonaro a envolver-se em confrontos com a polícia.

A vitória de Bolsonaro, ultraconservador nos costumes e ultraliberal na economia, teve repercussão na imprensa de todo o mundo. O The New York Times sublinha tratar-se do presidente mais à direita de toda a América Latina, onde recentemente foram eleitos líderes conservadores na Argentina, Chile, Peru, Paraguai e Colômbia. O militar vem, assim, engrossar as fileiras da extrema-direita que tem estado a crescer um pouco por todo o mundo, incluindo na Europa, juntando-se, por exemplo, a Matteo Salvini, de Itália, ou a Viktor Orbán, da Hungria. Mas nenhum teve um discurso tão abertamente anti-democrático como Bolsonaro – pelo menos até ontem à noite.

Chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, de Donald Trump a Nicolas Maduro, cumprimentaram o novo presidente eleito do Brasil. Portugal não foi excepção. Marcelo felicitou ontem Bolsonaro, sublinhando os "laços de fraternidade" que unem os dois países. Também o primeiro-ministro António Costa cumprimentou o novo presidente do Brasil, salientando a relação bilateral "intemporal", assente numa língua comum e em "fortes laços históricos, económicos e culturais".

Resta saber que Bolsonaro governará o Brasil a partir de 2 de janeiro, quando tomar posse. Se o que ontem jurou respeitar a Constituição e a democracia ou o que na campanha ameaçou a liberdade de imprensa e prometeu "fuzilar a petralhada" e "banir da pátria" os adversários políticos.

Certo é que estamos perante a mais radical viragem política no Brasil desde a redemocratização do país. É um “salto no escuro”, escreve o Estadão: “Se há um ano alguém dissesse que Jair Bolsonaro tinha alguma chance de se eleger presidente da República, provavelmente seria ridicularizado. Até pouco tempo atrás, o ex-capitão do Exército era apenas um candidato folclórico, desses que de tempos em tempos aparecem para causar constrangimentos nas campanhas – papel cumprido mais recentemente pelo palhaço Tiririca, aquele que se elegeu dizendo que “pior do que está não fica”.

ânsia de repudiar o PT e Lula da Silvafalou mais alto do que qualquer consideração de caráter político. Infelizmente para o Brasil, adianta o jornal de São Paulo, quem se “apresentou para essa missão com sucesso não foi a oposição tradicional, organizada e responsável”, mas um “obscuro parlamentar portador de um discurso raivoso e vazio”, que apelou aos sentimentos mais primáriosde uma parte significativa da sociedade.

“O problema é que ninguém sabe quais são as ideias do presidente eleito, admitindo-se que ele as tem”, remata o Estadão.

Pode ser que lá na terra continue a haver “muito samba, muito choro e rock'n'roll”, mas, como cantava Chico Buarque (durante a ditadura militar), “meu caro amigo”, a coisa lá está preta.
 
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OUTRAS NOTÍCIAS

Na Indonésia, um avião despenhou-se com 189 pessoas a bordo, 13 minutos depois de ter descolado do aeroporto de Jacarta.

Por cá, a proposta de Orçamento de Estado para 2019 começa hoje a ser debatida na generalidade. Ontem, no encerramento do congresso do PSD nos Açores, Rui Rioclassificou a proposta como um "engano" que "não tem nada a ver com o que o país precisa", mas com o que o "PS precisa para tentar chegar a uma posição confortável" nas legislativas do próximo ano. Mas ao mesmo tempo que considerou a proposta eleitoralista, o líder social-democrata criticou a criação de uma nova taxa de proteção civil e considerou que "é tempo de dizer: Basta de impostos!".

Na resposta, o primeiro-ministro afirmou que os sociais-democratas não podem começar o debate de hoje no Parlamento sem decidirem afinal o que acham da proposta. "Uns dias ouvimos o PSD a dizer que este orçamento é despesista e eleitoralista e nos outros a dizer que é preciso satisfazer todas as reivindicações que nos são apresentadas aumentando a despesa, baixando os impostos, como se fosse possível reduzir o défice desta forma", defendeu Costa.

À margem de uma cerimónia militar ocorrida ontem em Guimarães a propósito do Dia do Exército, o novo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, garantiu que "foram aprendidas lições" com o polémico caso Tancos, que levou à demissão do seu antecessor Azeredo Lopes, e prometeu que no "próximo par de semanas" serão divulgados os resultados da auditoria à atuação da Polícia Judiciária Militar.

No futebol, depois da derrota do Benfica no sábado à noite frente ao Belenenses, o FC Portorespondeu ontem com uma vitória por 2-0 sobre o Feirense e igualou o Sp. Braga na liderança do campeonato. Em Alvalade, o Sporting venceu o Boavista por 3-0 e está agora a dois pontos do primeiro lugar.

Em Espanha, mudou a hora e o treinador do Real Madrid. Lopetegui perdeu cinco dos últimos sete jogos - estacionou a equipa no nono lugar do campeonato - e não resistiu à goleada sofrida num El Clássico atípico sem Messi (que está lesionado) nem Ronaldo (que está na Juventus). O jogo mais importante do futebol espanhol foi ganho pelo Barcelona: com três golos de Suárez, o Barça trucidou o rival com uma "manita"Florentino Pérez perdeu a paciência e hoje deverá apresentar Antonio Conte.

Fora dessa casa turbulenta que é o Real está Cristiano Ronaldo, que sábado conseguiu a sua melhor exibição em Itália, marcando os dois golos da vitória por 2-1 sobre o Empoli. Desde que o português chegou, a Juventus, que lidera o campeonato, soma 12 vitórias e um empate, ao contrário dos madridistas, que apresentam um saldo negativo de 6 vitórias, 3 empates e 5 derrotas.

Na Fórmula 1Lewis Hamilton nem precisou de ir ao pódio no GP do México para fazer a festa. O britânico conquistou o quinto título de campeão do mundo e igualou o argentino Juan Manuel Fangio.

MANCHETES DE HOJE:

Público: “Bolsonaro chega à Presidência num Brasil dividido”

Jornal de Notícias: “Governo decidiu sozinho ocultar pensões de políticos”

Correio da Manhã: “Fisco trava correcção do IMI”

I: “O capitão que chega a Presidente”

Diário de Notícias (versão digital): “Brasil. Bolsonaro Presidente”

FRASES:

"O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos"
Jair Bolsonaro

"Não tenham medo. Nós estaremos aqui. Nós estamos juntos. Coragem, a vida é feita de coragem. Viva o Brasil"
Fernando Haddad


O QUE ANDO A LER

A Espécie Humana de Robert Antelme

Durante a segunda Guerra Mundial, o poeta e escritor Robert Antelme, uma das grandes paixões de Marguerite Duras, integrou a Resistência Francesa contra a ocupação alemã, acabando por ser preso pela Gestapo em junho de 1944. A Espécie Humana relata o "inimaginável" que viveu ao longo de oito meses de detenção e tortura em campos de concentração alemães - primeiro em Buchenwald, depois em Gandersheim e finalmente em Dachau.

O relato é cru, direto, quase despojado de adjetivos: "A chaminé do crematório deitava fumo ao lado da chaminé da cozinha. Antes de nós chegarmos tinha havido ossos de mortos na sopa dos vivos e o ouro da boca dos mortos há muito que era trocado pelo pão dos vivos. A morte era arrastada, terrivelmente, no circuito da vida quotidiana".

A organização imposta pelos nazis em alguns campos de concentração ditava que os presos políticos fossem comandados por prisioneiros alemães de delito comum - "assassinos, ladrões, burlões, sádicos ou traficantes" - que, para impressionar as SS e com isso ganhar regalias, só tinham de agravar a crueldade do tratamento dado aos resistentes, elevando ao limite "a obscuridade, a falta absoluta de referências, a solidão, a opressão constante, o aniquilamento lento".

"A força da nossa luta não foi mais do que a reivindicação furiosa, e quase sempre solitária, de permanecermos, até ao fim, homens. Não acreditamos que os heróis que conhecemos da História ou da literatura, quer eles tenham apregoado o amor, a solidão, a angústia de ser ou não ser, a vingança, quer eles se tenham insurgido contra a injustiça e a humilhação, tenham sido levados alguma vez a exprimir, como única e derradeira reivindicação, um sentimento último de pertença à espécie".

A 29 de abril de 1945, as tropas norte-americanas libertaram Dachau. Antelme foi descoberto quase sem vida no meio de uma pilha de cadáveres. O processo de libertação arrastou-se durante semanas. Nesse período, François Miterrand visitou o campo em representação do Governo francês e conseguiu identificar o amigo Antelme, moribundo e praticamente irreconhecível.Pesava 38 quilosDeram-lhe algumas horas, no máximo três dias de vida. Miterrand acompanhou-o na viagem de regresso a Paris, onde o esperava Marguerite Duras, a mulher com quem Antelme casara seis anos antes. Em A Dor, uma das mais pungentes obras da literatura do século XX, Duras relata a angústia insuportável dessa espera.

Ninguém consegue explicar como Antelme se agarrou à vida. Morreu quase meio século depois, em 1990. Publicou A Espécie Humanaem 1957 para que nunca a História esqueça o horror que pode ser causado pelo Homem.

Por hoje é tudo. Desejo-lhe uma ótima semana.
 

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Posted: 28 Oct 2018 04:00 AM PDT
Manami Ito perdeu o braço em 2004 e desde então vem se superando em suas próprias habilidades. Além de tocar violino, é nadadora paraolímpica e a primeira enfermeira com braço protético do Japão
 

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