Quando eu era novo, muito mais novo do que sou hoje, nunca precisei da ajuda de ninguém para nada. Bom, pelo menos para nada além do habitual na existência de uma criança. Mas esses dias chegaram ao fim quando vi, certamente por engano, o filme “Indiana Jones e o Templo Perdido”. A coisa nem estava a correr mal, mas tudo descambou quando a fita chegou à cena em que o feiticeiro malvado arranca o coração de um pobre coitado que, apesar da biópsia forçada, continuou vivo. Durante vários dias estava plenamente convencido que aquilo podia de facto acontecer. Não foi fácil.
Pouco tempo depois, tive o azar de estar em frente à televisão quando a RTP decidiu transmitir “O Predador”, aquela aventura meio militar, meio sci-fi, em que Arnold Schwarzenegger teve de tratar da saúde a um ser vindo de outro planeta que tinha como divertimento maior caçar humanos. O bicho era feio, forte, tinha sangue que brilhava e uma arma cuja mira era composta por três pontos vermelhos. Juro que me fartei de ver esses mesmos pontos à minha frente durante algum tempo, sempre que as luzes se apagavam.
Eventualmente, passei a ver filmes deste género com gosto, mais ou menos assustadores, com mais violência ou mais dedicados ao terror. De repente, eram apenas filmes, só isso. Vai daí, quando esta semana o clássico “Halloween” regressou aos cinemas em mais uma sequela (diz quem sabe que esta vale bem a pena), dei por mim a recordar umas quantas cenas do original e a lembrar-me de outros títulos do género. E “Halloween”, que faz quarenta anos, é estreado quase em cima da Noite das Bruxas que lhe dá nome.
De 31 de outubro para 1 de novembro, a Noite das Bruxas é festejada também em Portugal, depois de ter chegado como importação pop vinda de terras americanas (pelo menos neste modelo, que nós já tínhamos os nossos desde há muitos anos). E se as origens estão relacionadas com coisas do além e do sobrenatural, a verdade é que a data é vivida mais ou menos como um carnaval, em que os disfarces não se ficam pelo mundo dos finados, diabos e outras criaturas igualmente amigáveis. Os filmes de terror continuam a ter nesta altura a sua época alta, mas o Halloween permite muito mais brincadeiras.
Foi por isso que o Mauro Gonçalves preparou uma lista de sugestões para que não faltem ideias de disfarces na próxima Noite das Bruxas. Ideias que podem até ser concretizadas com o que tiver no armário, se a ida à loja não der jeito, nem no tempo, nem na carteira. Se por acaso a sua vontade na noite de 31 de outubro for outra, pode experimentar um restaurante novo; abrir uma garrafa só porque sim; entregar-se ao terror com um dos filmes incluídos nesta lista catita; ou voltar a ver o “Indiana Jones e o Templo Perdido”; ou “O Predador”. Enfim, escolha você. Sem medos. Vai correr bem.
Até para a semana.
PARA FAZER
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