sábado, 6 de outubro de 2018

AMÁLIA RODRIGUES - Morte em 1998 - 6 DE OUTUBRO DE 2018

Amália Rodrigues

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Amália Rodrigues
GCSE • GCIH
Amália Rodrigues em Amesterdão1964
Informação geral
Nome completoAmália da Piedade Rodrigues
Também conhecido(a) comoRainha do Fado[1]
Nascimento1 de julho de 1920 [nota 1]
OrigemPt-lsb1.png Lisboa
PaísPortugal Portugal
Morte6 de outubro de 1999 (79 anos)
Género(s)Fado
Período em atividade1940 – 1999
Outras ocupaçõesAtriz
Página oficialamalia.com/
Rodrigues Amalia.gif
Amália da Piedade Rodrigues GCSE • GCIH (Fundão1 de julho de 1920[2] – Lisboa6 de outubro de 1999) foi uma cantoraactriz e fadista, portuguesa, geralmente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.
Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado[3] e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, italiana, mexicana e brasileira). Marcante contribuição sua para a história do Fado, foi a novidade que introduziu de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois de musicados, de que é exemplo a lírica de Luís de Camões ou as cantigas e trovas de D. Dinis. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão FerreiraPedro Homem de MelloJosé Carlos Ary dos SantosAlexandre O'Neill ou Manuel Alegre. Rodrigues falava e cantava em castelhanogalegofrancêsitaliano e inglês.
Em 1943 iniciou sua carreira internacional, actuando no Teatro Real de Madrid. Entre 1944 e 1945, ficou 8 meses em cartaz no Casino Copacabana. Sua estreia no cinema deu-se em 1947, com o filme Capas Negras, considerado um marco no cinema europeu e latino, tendo ficado mais de um ano em cartaz e sendo o maior sucesso do cinema lusitano até hoje.[4] A canção "Coimbra", atingiu a segunda posição da tabela Billboard Hot 100, da revista estadunidense Billboard, em 1952.[5] Em maio de 1954, Amália foi capa da mesma revista estadunidense, pois o álbum Amália in Fado & Flamenco atingiu a primeira posição entre os mais vendidos nos Estados Unidos.[6] Neste mesmo ano, actuou no Radio City Music Hall em Nova Iorque por 4 meses.[7] Na década de 1970, embora estivesse no auge da sua fama internacional, sua imagem em Portugal foi afetada por falsos rumores de que Amália tinha ligações com o regime do ditador António de Oliveira Salazar. Na verdade, o ditador censurou muitos de seus fados. Amália reconquistou a popularidade com o povo português, cantou o hino da Revolução dos Cravos, a canção "Grândola Vila Morena" e deu dinheiro para o Partido Comunista Português clandestinamente.[8]
Até à sua morte, em outubro de 1999, 170 álbuns haviam sido editados com seu nome em 30 países,[9] vendendo mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo, número 3 vezes maior que a população de Portugal.[10][11]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância[editar | editar código-fonte]

Filha de Albertino de Jesus Rodrigues (Castelo BrancoCastelo Branco, 6 de Agosto de 1888 - 13 de Maio de 1962), um músico sapateiro que, para sustentar os quatro filhos e a mulher Lucinda da Piedade Rebordão (São Martinho, Fundão, 2 de Maio de 1892 - Graça, Lisboa, 23 de Novembro de 1986), tentou a sua sorte em Lisboa.[12] Amália nasceu a 1 de Julho de 1920, porém apenas foi registada dias depois, tendo no seu assento de nascimento como nascida às cinco horas de 23 de Julho de 1920, na rua Martim Vaz, na freguesia lisboeta da Pena. Amália pretendia, no entanto, que o aniversário fosse celebrado a 1 de Julho ("no tempo das cerejas"), e dizia: Talvez por ser essa a altura do mês em que havia dinheiro para me comprarem os presentes. Catorze meses depois, o pai, não tendo arranjado trabalho, volta com a família para o Fundão. Amália fica com os avós na capital.
A sua faceta de cantora cedo se revela. Amália era muito tímida, mas começa a cantar para o avô e os vizinhos, que lhe pediam. Na infância e juventude, cantarolava tangos de Carlos Gardel e canções populares que ouvia e lhe pediam para cantar.
Aos 9 anos, a avó, analfabeta, manda Amália para a escola, que tanto gostava de frequentar. Contudo, aos 12 anos tem que interromper a sua escolaridade como era frequente em casas pobres. Escolhe então o ofício de bordadeira.
Aos 14 anos decide ir viver com os pais, que entretanto regressam a Lisboa. Mas a vida não é tão boa como em casa dos avós. Amália tinha que ajudar a mãe e aguentar o irmão mais velho, autoritário. Trabalha como bordadeira, engomadeira e tarefeira.[13]
Aos 15 anos vai vender fruta para a zona do Cais da Rocha, e torna-se notada devido ao especialíssimo timbre de voz. Integra a Marcha Popular de Alcântara (nas festividades de Santo António de Lisboa) de 1936. O ensaiador da Marcha insiste para que Amália se inscreva numa prova de descoberta de talentos, chamada Concurso da Primavera, em que se disputava o título de Rainha do Fado. Amália acabaria por não participar, pois todas as outras concorrentes se recusavam a competir com ela.
Conhece nessa altura o seu futuro marido, Francisco da Cruz (c. 1915 - ?), um guitarrista amador, com o qual casará em 1940. Um assistente recomenda-a para a casa de fados mais famosa de então, o Retiro da Severa, mas Amália acaba por recusar esse convite, e depois adiar a resposta, e só em 1939 irá cantar nessa casa.

Uma carreira que começa[editar | editar código-fonte]

Estreia-se no teatro de revista em 1940, como atracção da peça Ora Vai Tu, no Teatro Maria Vitória. No meio teatral encontra Frederico Valério, compositor de muitos dos seus fados.
Em 1943 divorcia-se a seu pedido. Torna-se então independente. Neste mesmo ano actua pela primeira vez fora de Portugal. A convite do embaixador Pedro Teotónio Pereira, canta em Madrid.
Em 1944 consegue um papel proeminente, ao lado de Hermínia Silva, na opereta Rosa Cantadeira, onde interpreta o Fado do Ciúme, de Frederico Valério. Em Setembro, chega ao Rio de Janeiro acompanhada pelo maestro Fernando de Freitas para actuar no Casino Copacabana. Aos 24 anos, Amália tem já um espectáculo concebido em exclusivo para ela. A recepção é de tal forma entusiástica que o seu contrato inicial de quatro semanas se prolongará por quatro meses. É convidada a repetir a turné, acompanhada por bailarinos e músicos.
É no Rio de Janeiro que Frederico Valério compõe um dos mais famosos fados de todos os tempos: Ai Mouraria, estreado no Teatro República. Grava discos, vendidos em vários países, motivando grande interesse das companhias de Hollywood.
Em 1947 estreia-se no cinema com o filme Capas Negras, o filme mais visto em Portugal até então, ficando 22 semanas em exibição. Um segundo filme, do mesmo ano, é Fado, História de uma Cantadeira que é outro grande sucesso.[3]
Amália é apoiada por artistas inovadores como Almada Negreiros e António Ferro. É esse que a convida pela primeira vez a cantar em Paris, no Chez Carrère, e a Londres, no Ritz, em festas do departamento de Turismo que o próprio organiza. Ricardo Espírito Santo também foi seu Mecenas.
A internacionalização de Amália aumenta com a participação, em 1950, nos espectáculos do Plano Marshall, o plano de apoio dos Estados Unidos à Europa do pós-guerra, em que participam os mais importantes artistas de cada país. O êxito repete-se por TriesteBernaParis e Dublin (onde canta a canção Coimbra, que, atentamente escutada pela cantora francesa Yvette Giraud, é popularizada por ela em todo o mundo como Avril au Portugal).
Amália Rodrigues, 1969
Em Roma, Amália actua no Teatro Argentina, sendo a única artista ligeira num espectáculo em que figuram os mais famosos cantores de música clássica.
Em Setembro de 1952 a sua estreia em Nova Iorque fez-se no palco do La Vie en Rose, onde ficou 14 semanas em cartaz. Ainda nos Estados Unidos, em 1953 canta pela primeira vez na televisão (na NBC), no programa de Eddie Fisher patrocinado pela Coca-Cola, que teve que beber e de que não gostara nada. Grava discos de fado e de flamenco. Convidam-na para ficar, mas não fica porque não quer.
Nos EUA editou o seu primeiro LP (as gravações anteriores eram em discos de 78 rotações). Amalia Rodrigues Sings Fado From Portugal and Flamenco From Spain, lançado em 1954 pela Angel Records, assinala a sua estreia no formato do long-play, a 33 rotações, criado apenas seis anos antes e, na época, ainda longe de conhecer a expressão de mercado que depois viria a conquistar. O álbum, que seria editado em 1957 em Inglaterra e, um ano depois, em França, nunca teve prensagem portuguesa.
Amália dá ao fado um fulgor novo. Canta o repertório tradicional de uma forma diferente, num sincretismo do que é rural e do que é urbano.
Canta os grandes poetas da língua portuguesa (CamõesBocage), além dos poetas que escrevem para ela (Pedro Homem de MelloDavid Mourão FerreiraAry dos SantosManuel AlegreO’Neill). Conhece também Alain Oulman, que lhe compõe várias canções.
O seu Fado de Peniche é proibido por ser considerado um hino aos que se encontram presos em Peniche, Amália escolhe também um poema de Pedro Homem de MelloPovo que lavas no rio, que ganha uma dimensão política. Cantou ainda a famosa canção "Barco Negro", que no original era "Mãe Preta" (dos compositores brasileiros Caco Velho e Piratini) com os conhecidos versos:
Enquanto a chibata batia no seu amor/Mãe preta embalava o filho branco do Senhor.
A letra foi proibida pela censura em Portugal. O poeta David Mourão-Ferreira escreveu, então, outra, um belo poema de amor - Barco Negro. Amália gravou a versão original em 1978, após a revolução de 25 de Abril de 1974.
A 26 de Abril de 1961, casa-se no Rio de Janeiro com o seu segundo marido, o engenheiro luso-brasileiro César Henrique de Moura de Seabra Rangel (Avelãs do CaminhoAnadia, c. 1920 - Brejão, Odemira, 11 de Junho de 1997), filho de Augusto César de Seabra Rangel (Casa dos Rangel, Avelãs de Caminho, Anadia, 16 de Abril de 1885 - idem, 28 de Outubro de 1929), sobrinho-neto do 1.º Barão de Mogofores, e de sua mulher Teresa de Seabra de Moura,[14] com quem fica até à morte deste, em 1997.
Em 1966, volta aos Estados Unidos, actuando no Lincoln Center, em Nova Iorque, com o maestro André Kostelanetz frente a uma orquestra, num programa essencialmente feito de canções do folclore português numa das noites e num outro, feito de fados (também com orquestra), na seguinte. O mesmo espectáculo foi encenado, dias depois, no Hollywood Bowl. Voltaria ao Lincoln Center em 1968.
Ainda em 1966, o seu amigo Alain Oulman é preso pela PIDE. Amália dá todo o seu apoio ao amigo e tudo faz para que seja libertado e posto na fronteira.
Em 1970, é editado o álbum Com Que Voz.
No ano de 1971, encontra finalmente Manuel Alegre, exilado em Paris.
Em 1974, grava o álbum Encontro - Amália e Don Byas com o saxofonista Don Byas.

Amália após o 25 de Abril[editar | editar código-fonte]

Homenagem ao Fado, a Amália e a Lisboa
Em 1976, é editado o disco Amália no Canecão gravado no Brasil. No mesmo ano, é lançado o álbum Cantigas da boa genteFandangueiro e Cantigas numa Língua Antiga são lançados em 1977.
No ano de 1980, é lançado o disco Gostava de Ser Quem Era. Em 1982, é lançado o Maxi-singleSenhor Extraterrestre com dois temas de Carlos Paião. É editado o álbum Amália Fado com temas de Frederico Valério.
Em 1983, é editado o álbum Lágrima, a que se segue Amália na Broadway, em 1984.
Em 1985, a colectânea O Melhor de Amália: Estranha forma de vida obtém grande sucesso. É lançado um novo volume: O Melhor de Amália, vol. 2: Tudo isto é fado.
Ao mesmo tempo, atravessa dissabores financeiros que a obrigam a desfazer-se de algum do seu património.
Ao longo dos anos que passam, vê desaparecer o seu compositor Alain Oulman, o seu poeta David Mourão-Ferreira e o seu marido, César Seabra, com quem era casada há 36 anos, e que morre em 1997.
Em 1997, é editado pela Valentim de Carvalho o álbum Segredo com gravações inéditas realizadas entre 1965 e 1975.[3] É ainda publicado o livro (Versos) com os seus poemas. É-lhe feita uma homenagem nacional na Exposição Mundial de Lisboa (Expo 98).[1]
Em Abril de 1999, Amália desloca-se pela última vez a Paris, sendo condecorada na Cinemateca Francesa, pelos muitos espectáculos que deu naquela cidade e, por dever-se a ela o facto da França começar a apreciar o fado. Já ligeiramente debilitada, agradeceu aos franceses o facto de se ter começado a projectar no mundo, pois foi a partir de França que os seus discos se começaram a espalhar.
Túmulo de Amália, no Panteão Nacional
6 de Outubro de 1999, Amália Rodrigues morre, em sua casa, repentinamente, ao início da manhã, com 79 anos, poucas horas depois de regressar da sua casa de férias, no litoral alentejano. Imediatamente, o então primeiro-ministroAntónio Guterres, decreta Luto nacional por três dias. No seu funeral, centenas de milhares de lisboetasdescem à rua para lhe prestar uma última homenagem. Foi sepultada no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Dois anos depois, a 8 de Julho de 2001, o seu corpo foi trasladado para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa (após pressão dos seus admiradores e uma modificação da lei que exigia um mínimo de quatro anos antes da trasladação), e onde repousam personalidades consideradas expoentes máximos da nacionalidade.
Amália Rodrigues representou Portugal em todo o mundo, de Lisboa ao Rio de Janeiro, de Nova Iorque a Roma, de Tóquio à União Soviética, do México a Londres, de Madrid a Paris (onde actuou tantas vezes no prestigiadíssimo Olympia).

Discografia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de álbuns de Amália

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Filmografia de Amália Rodrigues

Na cultura popular[editar | editar código-fonte]

Desenho de Amália, numa rua em Lisboa
Módulo em homenagem a Amália, Presépio Cavalinho, Natal de 2015.
Bruno de Almeida realizou quatro filmes sobre Amália: Amália, Live in New York City(um filme-concerto de 1990 de um espectáculo em (Nova Iorque no Town Hall - auditório da cidade), Amália - uma estranha forma de vida (um documentário de cinco horas, em formato de série), Amália - Expo'98 (a respeito de um dia dedicado a Amália Rodrigues, por ocasião da Exposição Mundial de 1998 em (Portugal), e A Arte de Amália (documentário de 90 minutos, pensado para uma audiência internacional, que se estreou no Cinema Quad, em Nova Iorque, em Dezembro de 2000).
Amália, o Filme, a primeira biografia ficcionada da diva do fado, estreia-se a 4 de Dezembro de 2008. A rodagem do filme começou em Junho de 2008. Com realização de Carlos Coelho da Silva, tem argumento de Pedro Marta Santos e de João Tordo. É produzido pela Valentim de Carvalho Filmes e conta com a participação financeira da RTP. Amália é encarnada pela actriz Sandra Barata Belo.[15]
Filipe La Féria encenou dois musicais inspirados em Amália e na sua história de vida, o primeiro em 1999, intitulado Amália e protagonizado por Alexandra.[16] Em 2012 La Féria encena o musical intitulado Uma Noite em Casa de Amália, protagonizado por Vanessa Silva, onde retrata uma das tertúlias que Amália fazia em sua casa.[17][18]
O álbum Amália Hoje foi lançado em 2009 pelo projecto português Hoje com fados de Amália Rodrigues à luz da sonoridade pop actual. [19]

Condecorações[editar | editar código-fonte]

Ordens honoríficas portuguesas:[20]
Ordens estrangeiras:[21]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Ir para cima Amália terá nascido a 1 de julho, sendo a data que a própria atribuía como o seu aniversário, mas só foi registada dia 23.
  2. Ir para cima Vitor Pavão dos Santos indica 1970 como data de entrega por Américo Thomaz.[21]
  3. Ir para cima Vitor Pavão dos Santos indica 1980 como data de entrega por Ramalho Eanes.[21]
  4. Ir para cima Data, em particular ano 1998, necessita esclarecimento.
  5. Ir para cima Grau não referido.

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 por  


ANTÓNIO FONSECA

MARIA LAMAS - Nasceu em 1893 - 6 DE OUTUBRO DE 2018

Maria Lamas

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Maria Lamas
Nome completoMaria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas
Pseudónimo(s)Serrana d'Ayre, Rosa Silvestre
Nascimento6 de outubro de 1893
Torres NovasPortugal
Morte6 de dezembro de 1983 (90 anos)
LisboaPortugal
Nacionalidadeportuguesa
CônjugeTeófilo José Pignolet Ribeiro da Fonseca (1910-1921, 2 filhas)
Alfredo da Cunha Lamas (1921-1936, 1 filha)
OcupaçãoEscritoratradutorajornalista e interventora política.
Magnum opusMitologia geral: o mundo dos deuses e dos heróis
Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas OSE • GOL (Torres Novas6 de Outubro de 1893 — Lisboa6 de Dezembro de 1983) foi uma escritoratradutorajornalista, e conhecida activista política feminista portuguesa[1].

Biografia[editar | editar código-fonte]

Maria Lamas nasceu a 6 de Outubro de 1893 em Torres Novas, distrito de Santarém, filha de Maria da Encarnação Vassalo e Silva (1869-1922) e de Manuel Caetano da Silva, irmã mais velha de 4 irmão, dos quais Manuel António Vassalo e Silva.
Fez os seus estudos na escola primária do Conde Ferreira e completou os seus estudos no Colégio Religioso Jesus, Maria, José, em Torres Novas.
Casou pela primeira vez em 1911 com Teófilo José Pignolet Ribeiro da Fonseca (1886), um oficial da Escola Prática de Cavalaria de Torres Novas. Nesse ano partem para CapelangoAngola, onde viria a nascer a primeira filha, Maria Emília. Em 1913 nasce Maria Manuela (em Torres Novas) num momento de ruptura do casal. O divórcio foi sentenciado em 1920[2].
Em 1921 casou em segundas núpcias com o jornalista Alfredo da Cunha Lamas de quem teve uma filha, Maria Cândida. Divorcia-se outra vez em 1936.
Simpatizante do PCP, esteve ligada à Oposição Democrática durante o Estado Novo. Entre 1962 e 1969 viveu em Paris como exilada política, habitando o Grand Hotel Saint-Michel, no Quartier Latin, onde conheceu Marguerite Yourcenar, e onde desenvolveu intensa actividade política e de apoio a portugueses refugiados em oposição ao regime fascista.
Nas suas obras utilizou diversos pseudónimos como por exemplo "Serrana d’Ayre" e "Rosa Silvestre".
São especialmente dignas de nota as suas obras no âmbito da literatura infantil e no da etnologia, As Mulheres do Meu País.
Como jornalista trabalhou em diversos jornais e revistas como O Almonda, A JoaninhaA VozCorreio da Manhã, o suplemento do jornal o Século intitulado "Modas e Bordados" e na revista Mulheres, da qual foi directora.[3].

Intervenção política[editar | editar código-fonte]

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Humildes (poesia) (1923).
  • Diferença de Raças (romance) (1924).
  • O Caminho Luminoso (romance) (1928).
  • Maria Cotovia (livro infantil) (1929).
  • As Aventuras de Cinco Irmãozinhos (livro infantil) (1931).
  • A Montanha Maravilhosa (livro infantil) (1933).
  • A Estrela do Norte (livro infantil) (1934).
  • Brincos de Cereja (livro infantil) (1935).
  • Para Além do Amor (romance) (1935).
  • A Ilha Verde (livro infantil) (1938).
  • A Lenda da Borboleta (texto para projecto ilustrado de Roberto Araújo) (1940).[4]
  • O Vale dos Encantos (livro infantil) (1942).
  • O Caminho Luminoso (1942).
  • As Mulheres do Meu País (1948).
  • A Mulher no Mundo (1952).
  • O Mundo dos Deuses e dos Heróis, Mitologia Geral (1961).
  • Arquipélago da Madeira (1956).

Traduções[editar | editar código-fonte]

Prémios e homenagens[editar | editar código-fonte]

Em Torres Novas, em 1989, foi dado o nome da escritora à Escola Industrial de Torres Novas, na comemoração dos 50 anos da sua existência, passando a designar-se por "Escola Secundária Maria Lamas", e a uma praceta em outubro de 1987.

Espólio documental[editar | editar código-fonte]

O espólio documental de Maria Lamas encontra-se na Biblioteca Nacional de Portugal[6].

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