Maria Lamas
Maria Lamas | |
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Nome completo | Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas |
Pseudónimo(s) | Serrana d'Ayre, Rosa Silvestre |
Nascimento | 6 de outubro de 1893 Torres Novas, Portugal |
Morte | 6 de dezembro de 1983 (90 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | portuguesa |
Cônjuge | Teófilo José Pignolet Ribeiro da Fonseca (1910-1921, 2 filhas)
Alfredo da Cunha Lamas (1921-1936, 1 filha)
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Ocupação | Escritora, tradutora, jornalista e interventora política. |
Magnum opus | Mitologia geral: o mundo dos deuses e dos heróis |
Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas OSE • GOL (Torres Novas, 6 de Outubro de 1893 — Lisboa, 6 de Dezembro de 1983) foi uma escritora, tradutora, jornalista, e conhecida activista política feminista portuguesa[1].
Índice
Biografia[editar | editar código-fonte]
Maria Lamas nasceu a 6 de Outubro de 1893 em Torres Novas, distrito de Santarém, filha de Maria da Encarnação Vassalo e Silva (1869-1922) e de Manuel Caetano da Silva, irmã mais velha de 4 irmão, dos quais Manuel António Vassalo e Silva.
Fez os seus estudos na escola primária do Conde Ferreira e completou os seus estudos no Colégio Religioso Jesus, Maria, José, em Torres Novas.
Casou pela primeira vez em 1911 com Teófilo José Pignolet Ribeiro da Fonseca (1886), um oficial da Escola Prática de Cavalaria de Torres Novas. Nesse ano partem para Capelango, Angola, onde viria a nascer a primeira filha, Maria Emília. Em 1913 nasce Maria Manuela (em Torres Novas) num momento de ruptura do casal. O divórcio foi sentenciado em 1920[2].
Em 1921 casou em segundas núpcias com o jornalista Alfredo da Cunha Lamas de quem teve uma filha, Maria Cândida. Divorcia-se outra vez em 1936.
Simpatizante do PCP, esteve ligada à Oposição Democrática durante o Estado Novo. Entre 1962 e 1969 viveu em Paris como exilada política, habitando o Grand Hotel Saint-Michel, no Quartier Latin, onde conheceu Marguerite Yourcenar, e onde desenvolveu intensa actividade política e de apoio a portugueses refugiados em oposição ao regime fascista.
Nas suas obras utilizou diversos pseudónimos como por exemplo "Serrana d’Ayre" e "Rosa Silvestre".
São especialmente dignas de nota as suas obras no âmbito da literatura infantil e no da etnologia, As Mulheres do Meu País.
Como jornalista trabalhou em diversos jornais e revistas como O Almonda, A Joaninha, A Voz, Correio da Manhã, o suplemento do jornal o Século intitulado "Modas e Bordados" e na revista Mulheres, da qual foi directora.[3].
Intervenção política[editar | editar código-fonte]
- Fez parte da direcção do MUD onde combateu o regime fascista de Salazar.
- Em 1946 participou no congresso que daria origem à Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM).
- Participou diversas vezes nos Congressos Mundiais da Paz.
- em 1947 foi presidente da direcção do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas.
- Em 1958 participou em Copenhaga no Congresso Internacional de Mulheres.
- Em 1975 participou em Berlim no VII Congresso da FDIM.
- Em 1949 esteve encarcerada no Forte-prisão de Caxias, tendo sido posteriormente presa por mais duas vezes, em 1953 e em 1962.
- Entre 1962 e 1969, esteve exilada em Paris.
- Filiação no Partido Comunista Português após o 25 de Abril.
Obras publicadas[editar | editar código-fonte]
- Humildes (poesia) (1923).
- Diferença de Raças (romance) (1924).
- O Caminho Luminoso (romance) (1928).
- Maria Cotovia (livro infantil) (1929).
- As Aventuras de Cinco Irmãozinhos (livro infantil) (1931).
- A Montanha Maravilhosa (livro infantil) (1933).
- A Estrela do Norte (livro infantil) (1934).
- Brincos de Cereja (livro infantil) (1935).
- Para Além do Amor (romance) (1935).
- A Ilha Verde (livro infantil) (1938).
- A Lenda da Borboleta (texto para projecto ilustrado de Roberto Araújo) (1940).[4]
- O Vale dos Encantos (livro infantil) (1942).
- O Caminho Luminoso (1942).
- As Mulheres do Meu País (1948).
- A Mulher no Mundo (1952).
- O Mundo dos Deuses e dos Heróis, Mitologia Geral (1961).
- Arquipélago da Madeira (1956).
Traduções[editar | editar código-fonte]
- Memórias de Adriano (de Marguerite Yourcenar)
- Obras de Frank Baum, Frances Burnett, Condessa de Ségur, Charles Dickens, etc.
Prémios e homenagens[editar | editar código-fonte]
- 1934 - Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 1 de Agosto.[5]
- 1975 - Presidente honorária do Movimento Democrático de Mulheres (MDM).
- 1980 - Grande-Oficial da Ordem da Liberdade a 30 de Junho.[5]
- 1982 - Distinção de Honra do Movimento Democrático de Mulheres
- 1982 - Medalha de Ouro do concelho de Torres Novas
- 1983 - Medalha Eugénie Cotton, atribuída pela Fédération Démocratique Internationale des Femmes.
Em Torres Novas, em 1989, foi dado o nome da escritora à Escola Industrial de Torres Novas, na comemoração dos 50 anos da sua existência, passando a designar-se por "Escola Secundária Maria Lamas", e a uma praceta em outubro de 1987.
Espólio documental[editar | editar código-fonte]
O espólio documental de Maria Lamas encontra-se na Biblioteca Nacional de Portugal[6].
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