terça-feira, 28 de agosto de 2018

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João Silvestre
JOÃO SILVESTRE
EDITOR DE ECONOMIA
 
Não têm pão? Comprem ouro
28 de Agosto de 2018
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Bom dia,

Há poucos números sobre a crise da Venezuela que impressionam tanto como a estatística que diz que, em 2017, os venezuelanos perderam, em média, 11,2 quilos. Não é uma dieta, é um país a passar fome. Muita fome. Uma situação que se tem agravado drasticamente nos últimos meses e que tem motivado uma crise migratória que, dizem alguns, quase só é equiparável a países em guerra. Com uma diferença extraordinária para Portugal: vivem lá muitos milhares portugueses e luso-descendentes. O Financial Timesescrevia, na semana passada, que uma comparação com o êxodo de refugiados na Síria já não é rebuscada. O Chile, por exemplo, revelou que entraram no país – o quarto mais procurado pelos migrantes venezuelanos – 147.429 pessoas, quase tantas como as 177347 em todo o ano passado.

Ricardo Hausmann, economista venezuelano que está em Harvard nos EUA, explicava ontem no Financial Times porque não pode funcionar o plano de Maduro a que, na última semana, a revista The Economist chamava “árvore mágica do dinheiro”.Escreve Hausman que a Venezuela tem essencialmente dois problemas: falta de divisas (dólares nomeadamente) e inexistência de mecanismos económicos básicos. É isso que deixa as prateleiras vazias nas lojas, faz disparar os preços e deixa a moeda Venezuela fortemente penalizada a cada dia que passa.

Aparentemente alheado à gravidade dos problemas, Maduro deixa a receita aos venezuelanoscomprem barras de ouro. É uma espécie de Maria Antonieta em versão sul-americana. E vai avançando com medidas para tentar que o programa funcione. Ontem, emitiu uma ordem a obrigar os bancos a adotarem o petro – a criptomoeda que criou ligada às receitas petrolíferas – como unidade de conta.

O novo presidente da Colômbia anunciou que vai pedir a saída do país da União de Nações da América do Sul por considerar que a organização serviu “os propósitos de uma ditadura”.

Ontem, no Expresso DiárioHenrique Raposo criticava a esquerda portuguesa que sempre foi ao beija-mão ideológico de Chavez. O eurodeputado Paulo Rangel, no Público de hoje, considera “incompreensível que diante de uma crise desta natureza, o Estado português não tenha desenvolvido uma política sistemática de identificação das situações de necessidade e de construção de um programa de apoio”.

Discussões ideológicas e críticas políticas à parte, não parece haver grandes dúvidas sobre a gravidade da crise Venezuelana que, com elevada probabilidade, continuará a trazer más notícias nos próximos tempos. Porque as crises não se acabam por decreto e porque os estragos na economia venezuelana não se recuperam da noite para o dia.
 
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OUTRAS NOTÍCIAS 

Cá dentro 

Passaram três dias mas o discurso de reentrée de António Costa em Caminha continua a animar o debate político. A começar na proposta de IRS reduzido para atrair portugueses que emigraram até 2015, avançada pelo Expresso no último sábado, que não está a entusiasmar os restantes partidos políticos. O PSD, no entanto, diz estar disponível para apoiar a proposta se for alargada a outros emigrantes e o PCP pede que quem ficou não seja prejudicado.

Ainda a propósito do discurso de reentrée do secretário-geral socialista aproveite para espreitar fact-checking que o Expresso Diário publicou ontem. São “quatro falsidades e alguns assim-assim” em 14 declarações de Costa analisadas onde entram temas orçamentais, mas também afirmações sobre rendimento das famílias e salários (linkpara assinantes).

O ministério das Finanças publicou ontem os dados da execução orçamental até julhoque revelou uma melhoria nas contas de 1100 milhões de euros. O grande empurrão veio da receita que cresceu mais de 5% em termos homólogos e que duplicou o ritmo de crescimento da despesa. E as cativações estão a abrandar, escreve hoje o Jornal de Negócios.

E, já que estamos a falar de contas públicas nada como dar um saltinho à peça que o Miguel Prado ontem publicou no Expresso Diário sobre o Leixões. À custa de dívidas ao Fisco e à Segurança Social – juntos representam cerca de 75% das dívidas –, o histórico clube está neste momento nas mãos do Estado. 

Público escreve hoje, em manchete, que as novas regras para as matrículas nas escolas acabaram com as fraudes das moradas falsas. É o que dizem pais e diretores das principais escolas de Lisboa e Porto. O DN (link para assinantes) avança que os casos de sarampo estão a renascer na Europa e que, segundo a diretora-geral de Saúde, Portugal é exceção.

morte do triatleta Luis Grilo é, neste momento, um dos casos de polícia seguidos com maior atenção pelos portugueses. O atleta foi assassinado e encontrado perto da casa da família em Avis, mas longe da sua casa a mais de 100 quilómetros. Ao Expresso Diário de ontem, o treinador estranhava o treino daquela segunda-feira.

Santana Lopes deu uma entrevista à SICsobre o seu novo partido e onde diz que veio para ganhar ao PS e a António Costa. O partido está em processo de recolha de assinaturas e deverá ser criado na primeira metade de Setembro. Ontem, o Público avisava que, por causa do método de Hondt que é usado para atribuição dos deputados a partir dos resultados eleitorais, é possível que a Aliança possa ajudar Costa a chegar à maioria absoluta.

turismo português continua a bater recordes e, segundo os últimos dados da Organização Mundial do Turismo, encaixou 15 mil milhões de euros em receitas no ano passado, pela primeira à frente da Grécia.

Dois acidentes graves ontem Portugal: na A1, na Mealhada, houve seis feridos ligeiros e três mortos; no Montijo um despiste vitimou um homem e o filho de 11 meses.

Em Mourão, um incêndio deixou três militares feridos com gravidade. E em Melidesum caso de morte cerebral em despiste de bicicletas.

Sobre a transferência do ano no mercado televisivo – estamos a falar de Cristina Ferreira, claro, que assinou pela SIC – o Diário de Notícias analisou o mercado para tentar perceber o que justifica as movimentações que têm acontecido e encontrou algumas respostas.

“Ainda temos medo do lobo Mou?”,perguntava ontem de manhã o Pedro Candeias, editor de Desporto do Expresso, no título da nova newsletter semanal que a Tribuna Expresso que vai publicar todas as segundas-feiras de manhã. O arranque de campeonato não está a correr bem a José Mourinho. Já no sábado, o Expresso escrevia que “Mourinho está triste e ninguém sabe porquê”. E ontem a noite não foi meiga para o treinador português. Perdeu 3-0 em casa com o Tottenham e abandonou a conferência de imprensa a pedir respeito. “Respect, respect”. (Quase que parecia uma homenagem a Aretha que nos deixou na semana passada.)

Notícias rápidas:

Mota Engil e Vinci pagam 233 milhões para tirar participação da Lusoponte aos chineses

- Há cinco novos partidos que podem concorrer às europeias

- SAD do Benfica arguida no e-toupeira 

corpo de homem entre 60 e 70 anosencontrado no Cais das Colunas em Lisboa

Manchetes dos jornais: ”Novas regras para matrículas acabaram com fraude nas moradas falsas” (Público); “Encerrados 56 lares ilegais só neste ano”(JN); “Viúva do triatleta: ‘Já não acreditava que estivesse vivo’” (Correio da Manhã); “Guerra de bastidores: A pouco mais de um mês do fim de mandato de Joana Marques Vidal, aumentam as pressões sobre S.Bento e Belém”(i); “Centeno está a libertar verbas mais depressa” (Jornal de Negócios); “Plantel dos encarnados com incentivos de milhões: €4 milhões de prémio”(Record); “Jonas observado em Espanha”(A Bola); “Benfica SAD é arguida”(Jogo)

Lá fora 

Surpresa das surpresas, EUA e México preparam-se para fazer um novo acordo de comércio em substituição da NAFTA. Quem gostou da notícia – e não só - foram os mercados e o índice Nasdaq tocou num novo máximo histórico ao passar pela primeira vez a barreira dos 8000 pontos.

Donald Trump
 decretou que a bandeira seja colocada a meia haste até ao funeral de John McCain onde não irá estar. O ex-senador republicano deixou uma mensagem onde, entre outras coisas, garante que “nada é inevitável” e que se considera “a pessoa com mais sorte na Terra”. 

O Papa Francisco tem estado sob forte pressãodepois da revelação de novos casos de abusos sexuais de menores na Igreja Católica e, pior, depois de o ex-núncio do Vaticano nos EUA garantir que o Papa foi avisado. Francisco envolveu-se depois em nova polémica, na viagem de regresso da visita à Irlanda, quando recomendou psiquiatria aos pais de filhos com sinais de homossexualidade nos filhos que consultassem um psiquiatra. O Vaticano que acabou por retirar a palavra psiquiatria na transcrição das declarações.

CEO da UBER deu uma entrevista ao Financial Times onde diz que privilegia o crescimento ao lucro de curto prazo. “Penso que o verdadeiro trade-off vai ser entre rentabilidade e crescimento, principalmente como empresa cotsada”, refere Dara Khosrowshahi. A Uber é umas mais esperadas entradas em bolsa e, quando acontecer, será com estrando.

FRASES 

“Cá em Portugal, quem está na oposição, tem um temor reverencial com o doutor António Costa”, Pedro Santana Lopes em entrevista à SIC

“Não desesperem perante os desafios que hoje temos e acreditem sempre na promessa do poder da América. Nada há de inevitável. Os americanos não desistiem. Nós nunca nos rendemos. Nós não nos escondemos da História: forjamo-la.”John McCain, Ex-senador do Arizona nos EUA na carta de despedida

O QUE ANDO A LER 

Fronteiras. Uma palavra, tanto para dizer. Fronteiras que unem e separam. E por vezes a diferença é tão ténue. Neste primeiro número da Granta de língua portuguesa, onde escritores portugueses se cruzam com brasileiros ou africanos dos PALOP, a fronteira pode ser o que separa os rohingya da morte (quase) certa em condições sub-humanas, num retrato cru e bastante duro de Keane Shum. Shum que é, ele próprio, duma família de refugiados chineses que emigrou para a Indonésia no final dos anos 40 do século XX.

Fronteira é também o que separa uma filha de uma mãe no Rio de Janeiro, no relato da brasileira Adriana Lisboa. Ou a vida na fronteira entre homem e mulher, da Vissolela de José Eduardo Agualusa, que, como a própria diz: “Sou homem, sou mulher. Sou uma pessoa que gosta de homens, de cerveja, de leitão à Bairrada, de moda e de glamour. Sou uma pessoa que gosta de dançar, que gosta de carnaval. Sou uma pessoa que gosta de viajar. Sou uma pessoa que não gosta de fronteiras.”

Neste número da Granta pode também ler textos de Julian FuksTeresa Veiga e Valério Romão, entre outros.

Este Curto fica por aqui. Mas continue connosco no Expresso Online e às 18 horas confira os principais temas do dia no Expresso Diário. Tenha uma excelente terça-feira de agosto.







 

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ESPIRITUALIDADE
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A “Oração da Hora”: uma forma incrivelmente simples de manter-se perto de Deus

ESPIRITUALIDADE
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Dois conselhos que mudam o dia: Deus de manhã, Deus de noite!

RELIGIÃO
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Pe. Zezinho e o “púlpito que dói”: a palavra de Deus não está presa a ideologias

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Basílica de São Pedro: o esplendor e a beleza da Igreja Católica

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Natalia Bialobrzeska

Toda mãe é uma super-heroína

RELIGIÃO
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Papa Francisco sobre acusações de ex-núncio: “Tirem suas próprias conclusões”

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A mulher que ensinou Francisco a ter fé

PARA ELA
Silvia Costantini

Carta às mulheres que amamentam

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Como me tornei um guerreiro

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“Se quiser beijar o Céu, aprenda a ajoelhar”

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Ciência confirma a Igreja

Ciência confirma a Igreja


Posted: 27 Aug 2018 01:30 AM PDT
O Papa Gregório XIII implantou o calendário na sua forma atual
O Papa Gregório XIII implantou o calendário na sua forma atual
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









































Há mais de 430 anos que o mundo se rege pelo calendário “gregoriano”, uma das maiores conquista da civilização.

O nome de “gregoriano” vem do Papa Gregório XIII, que no século foi o príncipe italiano Ugo Buoncompagni, eleito como o 225º Papa da Igreja.

Gregório XIII decidiu adotar o novo calendário para substituir o antigo, conhecido como “Juliano”, que se utilizava desde o ano 46 a.C., tempos do imperador romano Júlio César.

Foi um contributo, e não dos menores, da Igreja Católica para a boa ordem da sociedade e das atividades humanas.

Também para a ciência, pois todo fenômeno científico se mede no tempo e no espaço.

Se a regra de medição do tempo for falha, os resultados ficam incertos e o conhecimento não pode progredir sobre eles.

O Calendário Juliano era muito inexato e acumulava uma severa distorção.

Nós estamos acostumados à ordem plácida e imperturbável do calendário gregoriano.

Torre dei Venti. No fundo: cúpula da Basilica de São Pedro.
Torre dei Venti. No fundo: cúpula da Basilica de São Pedro.































E não fazemos ideia da confusão em que vivem os povos que se regem por outros sistemas, em geral inexatos e por vezes esdrúxulos.

A decisão da Igreja não foi arbitrária, mas fruto de consciencioso e demorado estudo.

Para atingir o objetivo visado, o Papa Gregório XIII mandou construir uma torre de 73 metros de altura, na qual se realizaram os testes e as medições definitivas.

Essa torre, a mais alta do Vaticano, só superada pela cúpula da Basílica de São Pedro, é conhecida como Torre dos Ventos e está situada muito perto da capela Sistina.

Na Sala do Meridiano dessa torre realizaram-se as experiências astronômicas. Embora fechada ao público, a sala foi aberta para uma reportagem do diário madrilense “El Mundo” e alguns outros jornalistas.

No chão da sala encontra-se a linha meridiana horizontal traçada pelo frade dominicano Pe. Ignazio Danti OP, matemático e astrônomo, cosmógrafo pontifício e membro da comissão para a reforma do Calendário Juliano, presidida pelo cardeal Sirleto.

O Pe. Danti fez um pequeno furo na parede sul da sala, a cinco metros de altura.

Torre dei Venti: experimento chave: o raio de sol deve bater exatamente no meridiano
Experimento chave: o raio de sol deve bater exatamente no meridiano








































Por aquele orifício, ao meio-dia entra um raio de sol. A Torre está decorada com magníficos afrescos de Nicolò Circignani (1520-1597), apelidado Pomarancio, representando episódios bíblicos relacionados com os ventos.

E o orifício foi feito para coincidir com a boca de um anjo que sopra.

Por sua vez, o anjo faz parte de um afresco que pinta Nosso Senhor Jesus Cristo na nau de Pedro agitada pela tempestade, no Mar da Galileia.

Gregório XIII subiu à Torre dos Ventos em 21 de março de 1581, dia do Equinócio de primavera, segundo o calendário até então em vigor.

Mas o raio de sol que filtrava pela boca do anjo não atingiu o meridiano do chão. Ele apresentou um erro de 60 centímetros.

Isso significava que, quando o Calendário Juliano dizia ser 21 de março, equinócio de primavera, na realidade não era. Ficou provado que havia discrepância entre o calendário em vigor, feito pelos homens, e o calendário astronômico ditado pelos astros. O equinócio de primavera acontecera dez dias antes.

O Papa não hesitou. Em 24 de fevereiro de 1582 promulgou a bula 'Inter Gravissimas', dispondo que o cômputo oficial daria um pulo, e que o dia 4 de outubro de 1582 passaria a ser 15 de outubro do mesmo ano.

Além do mais, estabeleceu que os anos terminados em 00 só serão bissextos se forem múltiplos de 400. Assim, 1700, 1800 e 1900 não foram anos bissextos, mas 2000 foi.

Torre dei Venti: no canto superior direito: o orifício por onde entra a luz
No canto superior direito: o orifício por onde entra a luz.
Nicolò Circignani (1520-1597) 'Pomarancio', na Torre dei Venti, Vaticano





O novo calendário entrou imediatamente em vigor na Itália, França, Espanha, Portugal, Polônia, Luxemburgo e outros países católicos.

Hoje ele é adotado pela quase totalidade dos países do mundo.

Mas os cismas – autodenominados igrejas ortodoxas – da Rússia, Servia e Jerusalém continuam se guiando pelo velho Calendário Juliano.

Por isso eles celebram 13 dias depois do resto do mundo festividades religiosas fundamentais como o Natal, comemorando-o não em 25 de dezembro, mas em 7 de janeiro. E a disparidade tende a crescer.

Essa singularidade, fruto da desobediência a Roma, faz também com que os cismáticos deixem de acompanhar os ritmos da natureza.

Mas desligar-se da natureza parece pouca coisa se comparado com o rompimento com o Vigário de Cristo, que é o máximo mal.

Os muçulmanos adotaram um calendário lunar que é fonte de inúmeras disputas entre eles, não se pondo de acordo nem para as principais festas do alcorão.



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