sábado, 3 de março de 2018

EXPRESSO

1114
02 MAR 2018
José Cardoso
POR JOSÉ CARDOSO
Editor Adjunto
 
Uma adjudicação do Estado. Um prejuízo que pode não ser mau. Uma pressão nas Maurícias. Uma entrevista ao sr. @Pontifex
Boa tarde,

Abrimos o Expresso Diário desta sexta-feira com uma notícia do Miguel Prado: a Segurança Social vai gastar mais 3 milhões de euros em programas informáticos da Oracle, empresa que em 2014 realizou uma conferência nos EUA para a qual foram convidados vários dirigentes da administração pública. A entidade do Estado responsável por este negócio foi presidida por um atual quadro da Oracle.

Presidente das Maurícias está a ser pressionada a demitir-se por causa das ligações ao empresário luso-angolano Álvaro Sobrinho. O Hugo Franco conta os contornos do caso nesta edição.

Os partidos chegaram a uma nova versão do decreto-lei do financiamento dos partidos, e discutiram-na hoje no plenário da Assembleia da República. A Mariana Lima Cunha esteve lá a acompanhar os trabalhos – e conta que nem tudo foi pacífico, com deputados a contestarem as regras que os seus partidos tinham acabado de aprovar.

EDP teve um prejuízo inédito, o primeiro desde que António Mexia passou a liderar a empresa, há 12 anos. O Miguel Prato explica porque é que e isso não é necessariamente mau.

O ministro do Ensino Superior propôs que sejam cortadas vagas em Lisboa e no Porto, proposta essa que vai ser discutida na próxima semana. No Expresso Diário desta sexta-feira publicamos um artigo da Isabel Leiria que mostra como a concentração de estudantes nas duas cidades é “assustadora” e não tem paralelo na Europa.

criador do Twitter oficial do Papa, Gustavo Entrala, está por cá – e o Helder Martins entrevistou-o. Sobre as redes sociais diz, entre outras coisas, que “talvez tenhamos contribuído para criar um monstro”, porque “os algoritmos não têm critério moral para julgar”. E defende que o Facebook e o Google “devem pagar os conteúdos de qualidade que difundem, porque se não o fizerem o jornalismo desaparece”.

Itália vai no domingo a votos, mas encontrar o próximo primeiro-ministro poderá não ser tarefa fácil, já que não há uma maioria qualificada à vista. Mas, como diz a Joana Azevedo Viana no seu artigo, os italianos estão “demasiado deprimidos para se preocupar”.

No último dos cinco textos sobre os filmes nomeados pela Academia pela melhor canção original, a Mariana Lima Cunha mostra de quem é e como se faz sentir a omnipresença subtil que perpassa por todo o filme “Call me by your name”.

Na sua crónica mensal, o ex-árbitro Duarte Gomes insta os videoárbitros a saírem da sua redoma de rigidez. Para quê? Para proteger essa “ferramenta extraordinária” que é o VAR.

Na opinião, o Bernardo Ferrão escreve sobre “O euromilhões de Assunção Cristas”, o Daniel Oliveira diz que A democracia é o espaço da diversidade, não da uniformização” e oHenrique Raposo discorre sobre “As armas do pós-verdade”.

Boas leituras, um bom resto de dia e um excelente fim de semana, sem monstros nas redes nem gritos de fora o árbitro… ou videoárbitro
LER O EXPRESSO DIÁRIO
CONTRATOS PÚBLICOS
Estado adjudica mais €3 milhões a empresa que pagou viagens a funcionários da Segurança Social
Segurança Social vai gastar mais €3 milhões nos próximos dois anos em soluções da Oracle, tecnológica que em 2014 realizou uma conferência nos EUA para a qual foram convidados vários dirigentes da administração pública. Entidade do Estado responsável por este negócio foi presidida por um atual quadro da Oracle
EDP teve um prejuízo inédito... e isso não é necessariamente mau
A elétrica teve um prejuízo trimestral pela primeira vez desde que António Mexia passou a liderar o grupo, há 12 anos. Uma pedra no sapato de um dos gestores mais bem pagos do país? Talvez não
ENSINO SUPERIORConcentração de estudantes em Lisboa e no Porto é “assustadora” e não tem paralelo na Europa
ENSINO SUPERIORConcentração de estudantes em Lisboa e no Porto é “assustadora” e não tem paralelo na Europa
Bernardo Ferrão
O euromilhões de Assunção Cristas
 
Daniel Oliveira
A democracia é o espaço da diversidade, não da uniformização
 
Henrique Raposo
OPINIÃO
 
POLÉMICA
Presidente das Maurícias pressionada a demitir-se por causa de Álvaro Sobrinho
POLÍTICA
Financiamento partidário: deputados contestam regras que os seus partidos acabaram de aprovar
CRÓNICA MENSAL DE DUARTE GOMES
Para os videoárbitros: saiam dessa redoma de rigidez que só vos prejudica - é o vosso nome que é enxovalhado todas as semanas
ÓSCARES 2018 | UM TEXTO POR DIA
“A primeira vez que me tocaste... Estas maravilhas alguma vez cessarão?”
LEGISLATIVAS
Pão e circo nas eleições em Itália

REDES SOCIAIS
Gustavo Entrala, criador do Twitter do Papa: “Os algoritmos não têm critério moral para julgar”

sexta-feira, 2 de março de 2018

HYPE SCIENCE

Veja o interior da tumba de uma mulher egípcia poderosa, com mais de 4 mil anos

Por , em 5.02.2018
Arqueólogos do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito descobriram a tumba de uma antiga sacerdotisa nos arredores da cidade do Cairo, nos oferecendo uma rara visão da vida de uma mulher egípcia poderosa há mais de 4.000 anos.
O túmulo é ricamente decorado e pertence a Hetpet, que serviu como sacerdotisa para Hator, a deusa da fertilidade, da música e da dança.
Enquanto sacerdotisas não eram comuns no Antigo Egito, o sacerdócio de Hator incluía várias mulheres.
A tumba tem uma entrada que leva a um santuário em forma de L.

A tumba

Dentro da tumba, o nome e os títulos de Hetpet estão gravados em uma “bacia de purificação”.
O túmulo também é decorado com pinturas muito bem preservadas, incluindo Hetpet em cenas de caça e pesca, e representações de pessoas derretendo metal, fabricando artigos de couro e dançando.
Uma visão das pinturas bem conservadas e raras dentro do túmulo da sacerdotisa
Alguns dos desenhos mais surpreendentes são cenas incomuns contendo macacos, que eram mantidos como animais de estimação na época.
Uma das cenas mostra um macaco colhendo frutas e carregando uma cesta, e outra mostra um macaco dançando na frente de uma orquestra. Apenas uma outra pintura egípcia de um macaco dançante foi encontrada anteriormente, no túmulo de Kal-ber, do século XII, em Sacará.

História

Hetpet viveu durante a quinta dinastia do Egito, um período próspero da história egípcia– foi a grande era das construções de pirâmides, quando faraós governavam e erigiam dezenas de templos e palácios.
Mostafa Waziri inspeciona o local do túmulo
Seu nome apareceu pela primeira vez em antiguidades desenterradas no sítio arqueológico em 1909, e enviadas para a Alemanha.
A tumba em si só foi escavada em 2017, mais de um século depois, por uma equipe liderada por Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades.
A equipe espera fazer mais descobertas enquanto continua a escavar o sítio. [NatGeo]
1 Star2 Stars3 Stars4 Stars5 Stars (26 votos, média: 4,77 de 5)

OBSERVADOR

Logo Observador

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
INCÊNDIOS 
O que tem de fazer para limpar os seus terrenos? De quem são as responsabilidades? Que eficácia tem esta medida? Pode simplificar-se? Guia para perceber a lei da limpeza dos matos.
UNIVERSIDADES 
Ex-primeiro-ministro recebeu convites de três instituições de ensino superior, duas públicas e uma privada. Passos vai ensinar economia e administração pública.
FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS 
Esta é a dimensão da divergência de interpretação entre a Autoridade Tributária e os partidos sobre o direito à restituição do IVA, nos últimos cinco anos. Há 40 processos que estão pendentes na AT.
SPORTING 
Jorge Jesus convocou 19 jogadores para o encontro desta noite no Dragão com o FC Porto. Gelson, castigado, e Petrovic, despenalizado, ficam ambos de fora, tal como Dost e Piccini. E há outra ausência.
VATICANO 
Uma carta que demorou 4 meses a ter resposta e um telefonema noturno que o apanhou de surpresa. No dia dos primeiros 140 caracteres, Gustavo Entrala estava ao lado do Papa. E conta como tudo começou.
IGREJA CATÓLICA 
Porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa diz ao Observador que não tem conhecimento de casos semelhantes em Portugal, e defende que as freiras "devem receber o que é justo pelo seu trabalho".
CRIANÇAS 
As técnicas usadas por Teresa Paula Marques no programa SuperNanny foram colocadas em causa no segundo dia do julgamento. Apresentadora fala ainda hoje.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 
A polícia norte-americana está a investigar um tiroteio numa residência estudantil da Central Michigan University. Duas pessoas morreram mas não são estudantes.
PRESIDENTE TRUMP 
Ao anunciar novas taxas alfandegárias nas importações de aço e alumínio, Trump alimentou os receios de que vem aí uma "guerra comercial", algo que, para Trump, "seria bom". O que está em causa?
COMISSÃO EUROPEIA 
Se fazes 18 anos podes viajar gratuitamente pela Europa. A Comissão Europeia vai avançar com um programa que oferece aos jovens bilhetes para um Interrail. Uma oportunidade para abrir horizontes.
ÓSCARES 
A PwC, responsável pelos envelopes dos Óscares, preparou um esquema de seis passos para evitar que erros como o do ano passado voltem a assombrar à cerimónia. Até o presidente está envolvido.
Opinião

José Manuel Fernandes
A estreia de Fernando Negrão não foi memorável, mas ele nem tem culpa. Quando um partido da oposição acha que a sua missão é ser antes um partido da colaboração perde o Parlamento e perde a democracia

Filomena Martins
Como é que quase nada se sabe de um negócio como este? Qual é o interesse (nacional) que o Governo vê nele? Estão a fazer Misericórdia com quem? A quem vai sair o Euromilhões? Quem vai pagar? Quando?

Maria João Avillez
No Trindade interpreta e encena a partir de amanhã uma peça de Yasmine Reza. Não conheço a peça, conheço-o a ele. No palco ou no écran Diogo Infante é um acontecimento. Amanhã também.

Miguel Pinheiro
Até há pouco tempo, Angola dava o dinheiro e Portugal fornecia a impunidade. Agora, há muito nervosismo da classe política e dos ex-governantes portugueses que se transformaram em homens de negócios.

Helena Garrido
O Novo Banco deverá precisar de um novo aumento de capital. O Montepio caminha discretamente para ter como accionista a Santa Casa. O crédito malparado continua a ser um problema que se vai resolvendo
Mais pessoas vão gostar da Hora de fec

Hotel Saraiva de Carvalho e outros disparates in OBSERVADOR


El-Rei D. Sebastião desapareceu em Alcácer do Sal e outros disparates dos alunos de História. O que tem que mudar?

01 Março 2018475
Hotel Saraiva de Carvalho. Marquês de Pombal Presidente. E um general Inverno.Dois professores coleccionaram as respostas mais disparatadas dos alunos de História, que tem das piores médias. Porquê?
A pergunta era daquelas de algibeira e vinha num teste de História: “Qual a batalha em que desapareceu D. Sebastião?” A resposta está parcialmente correta e parcialmente… confusa. “D. Sebastião desapareceu quando estava a combater os mouros na cidade marroquina de Alcácer do Sal.” Não, o facto de esta batalha, memorável batalha, ter ocorrido no distante ano de 1578 não explica a (imemorial) troca do aluno de “Quibir” por “Sal”.
Mas esta é apenas uma das muitas, mesmo muitas respostas “disparatadas” que Isabel Moreira de Brito, há duas décadas professora de História, recolheu e publica agora no livro “D. Sebastião desapareceu em Alcácer do Sal?”. São sobretudo respostas em testes do Ensino Básico ou do Secundário. Mas outras há que surgiram também nos Exames Nacionais do 12.º ano. A explicação dos equívocos, acredita Isabel Moreira de Brito, é muitas vezes a ansiedade decorrente das provas e a falta de estudo do próprio aluno. Mas o atual programa de História, demasiado extenso sobretudo no Secundário, também pode contribuir para que haja tantos (e tão divertidos quanto inenarráveis) enganos.
“O próprio exame de História também é um problema, porque englobava apenas a matéria do 12.º ano e, agora, engloba a matéria de três anos, o que tornou o exame bastante difícil. E muitas vezes o que é lecionado nos programas de História não vai ao encontro da realidade que estão a viver e acaba por se tornar pouco apelativo. Eles começam [no Secundário] pela civilização grega e só depois, no 12.º, chegam à História contemporânea. É evidente que, no início, não é fácil que um aluno de 14 anos, ainda algo imaturo pela idade que tem, se interesse pela Idade Média ou pelas instituições medievais.E o professor tem de encontrar estratégias para despertar a curiosidade – mas nem sempre é fácil”, explica ao Observador a professora do Agrupamento de Escolas de Alpendorada, em Marco de Canaveses.
Voltando a D. Sebastião e a Alcácer-Quibir. Um outro livro agora lançado — sim, há dois –, “História de Portugal em Disparates”, de Luís Mascarenhas Gaivão, outrora professor de História e hoje aposentado, reúne igualmente respostas (pouco conseguidas, claro) sobre esta famigerada batalha. Ou melhor, opiniões. Uns alunos opinam que, “como não tinha homens”, D. Sebastião “não devia ter ido para a guerra”. Mas o que é que aconteceu em Marrocos? “Era burro [D. Sebastião] e borrou-se, armando-se em bom”. Outro estudante, incrédulo, é mais parco em palavras na hora de responder: “Foi tudo tão mal organizado e tão absurdo que contado ninguém acredita.”
“Sinto que os alunos chegam mal preparados ao Ensino Básico”, lamenta Luís Mascarenhas Gaivão. “E vão para o Secundário com falhas graves na língua portuguesa. Tudo se complica na História, claro, porque muitas vezes os textos que servem de base às perguntas são, por exemplo, medievais e por aí fora, longe da linguagem dos alunos hoje. E como é que os alunos, que mal sabem ler, vão saber interpretar e escrever? Não vão. Então, a disciplina torna-se mal-amada”.
É verdade que os Abba venceram na Eurovisão com “Waterloo”. Mas Napoleão foi derrotado na batalha — e era a isso que se referia a pergunta (Créditos: Hulton Archive/Getty Images)
Há enganos que dificilmente podem ser explicados pela extensão do programa lectivo. Durante um teste, e à pergunta “refira a importância da Batalha de Waterloo para a História da Europa”, respondeu o aluno, ignorando que a batalha ocorreu em 1815 e resultou na derrota (e fim da hegemonia) de Napoleão Bonaparte: “Waterloo foi muito importante para a Europa, pois com este tema os Abba venceram o Festival Eurovisão da Canção”. Uma resposta com potencial para levar o general prussiano Gebhard von Blücher e o Duque de Wellington a voltarem-se no túmulo às gargalhadas.
“Também há alunos que vão para o exame sem estudar. E estas situações mais descabidas acabam por acontecer. Vão para exame sem estudar porque nem precisam da nota da disciplina. Fazem lá as contas deles, sabem que têm um 12 ou um 13 na frequência, a nota do exame é 30% da nota final, e não se preocupam. E depois acontecem situações como esta. É preocupante”, explica Isabel Moreira de Brito.
Preocupantes são igualmente as respostas a perguntas relacionadas com a religião, por exemplo. No livro “História de Portugal em Disparates”, de Luís Mascarenhas Gaivão, e à pergunta “o que é a Era Cristã”, há respostas (e equívocos) de bradar aos céus. “Os cristãos são todos os que acreditam num só Deus: Alá.” Haverá certamente um teólogo ou outro que discorde do aluno em causa. Mas dificilmente deixará de se rir da seguinte resposta: “Era Cristã era uma palavra que os cristãos usavam muito: era Cristã”.

O famoso “general” que é uma estação do ano

“Indique o nome da Aliança criada na Europa após a derrota de Napoleão Bonaparte”, pedia-se num teste. A resposta? “A Santa Aliança, da responsabilidade de Deus, do Filho e do Espírito Santo.” Não era bem, bem. Era uma “Santa Aliança”, sim, mas nada tinha a ver diretamente com a Santíssima Trindade da doutrina cristã. Tratou-se de um tratado político-religioso elaborado pelo czar russo Alexandre I, sendo assinado em Paris, em setembro de 1815, pelo czar, pelo rei da Prússia, Frederico Guilherme III, e pelo imperador da Áustria, Francisco I, e resultou da união dos três ramos da família cristã europeia: os ortodoxos russos, os protestantes prussianos e os católicos austríacos.
E à pergunta “quais as causas da derrota de Napoleão Bonaparte na Rússia?”, o que respondeu um aluno de Isabel Moreira de Brito? “Napoleão foi derrotado por um general chamado Inverno numa batalha ocorrida perto de Moscovo. O general Inverno, um dos mais importantes de toda a Rússia, conduziu os seus exércitos à vitória e obrigou Napoleão a retirar-se da Rússia.” Se a resposta era uma metáfora, está… meio correta. De facto, o Inverno, a estação e não um general, foi importante (fundamental na verdade) na derrota das tropas de Napoleão. Após a rejeição, por parte do czar Alexandre I, do Bloqueio Continental proposto por Napoleão, este último invadiu a Rússia. Isto em 1812. As tropas comandadas pelo general Mikhail Kutuzov recuavam queimando tudo à sua passagem, tática de guerra a que se chamaria de “terra queimada”. No dia 14 de setembro, o exército de Napoleão entrava em Moscovo. A cidade tinha sido também incendiada. Não tardaria, chegava o Inverno e 40 graus abaixo de zero. Os franceses bateram em retirada. Mas cerca de seiscentos mil soldados morreram durante a invasão napoleónica da Rússia.
A “Universidade Sénior” onde estudaram Platão ou Aristóteles? Na verdade, trata-se de um fresco de Rafael sobre a continuidade do pensamento filosófico (Créditos: Wikimedia Commons)
A professora também se diverte com as correções. E uma resposta disparatada que contenha um raciocínio correto é valorizada. Não é certamente o caso da resposta à pergunta “identifique o tema representado na obra A Escola de Atenas, de Rafael”. Trata-se, na verdade, de um dos frescos mais conhecidos do período renascentista, ilustra a Academia de Platão, e foi encomendado a Rafael pelo Papa Júlio II, que pretendia demonstrar a continuidade histórica do pensamento filosófico, sendo igualmente uma alegoria complexa ao conhecimento profano – pois estão nele representados, além de filósofos, matemáticos, astrónomos, humanistas ou artistas. O aluno não sabia a resposta de todo em todo. Então, resolveu “analisar” a pintura à sua maneira. “A obra representa uma espécie de Universidade Sénior da época. No centro do quadro, os homens representados são velhos, têm uma barba branca. Além disso, aparecem mais idosos, alguns com bengala e com livros na mão, por isso é que andam a estudar. A obra chama-se A Escola de Atenas, portanto, seriam idosos de Atenas e, provavelmente, estariam no intervalo de alguma aula. Vemos alguns sentados nos corredores a ler e a escrever, se calhar até estavam a copiar o trabalho para casa.”
Apesar de tudo, esta é talvez a resposta disparatada favorita de Isabel Moreira de Brito: “A capacidade imaginativa foi tão grande e a argumentação tão boa, que eu achei brilhante na altura a forma como ele explicou aquilo. Obviamente não tinha nada a ver com a obra. [Risos] Mas os pormenores da explicação, tudo o que viu no quadro… é delicioso. Claro que é um desconsolo para um professor uma resposta disparatada. Mas nos casos em que a resposta errada não é um disparate total, em que o aluno trocou a informação mas percebeu o essencial, o raciocínio é obviamente aproveitado e tido em consideração na avaliação”.
"Há necessidade de se reduzirem os programas de História A, nomeadamente os seus conteúdos ao que é essencial, acabando-se com a tal ‘ditadura dos conteúdos’, veiculada pelos manuais, que acabam, demasiadas vezes, a substituir-se aos programas disciplinares."
Miguel Monteiro de Barros, presidente da Associação de Professores de História
Rafael, tal como Miguel Ângelo, por exemplo, foi um dos mais importantes pintores do Renascimento. Donatello voltou-se sobretudo para a escultura. À pergunta “em que áreas artísticas se destacaram Rafael, Miguel Ângelo e Donatello?”, um aluno respondeu no teste: “Destacaram-se no cinema, nos filmes das Tartarugas Ninja”.
Mas voltando à pintura. É nesta (e na análise desta) que surgem as respostas mais “inspiradas”. Vejamos um exemplo: “Analise a obre de Hyacinthe Rigaud, em que Luís XIV aparece retratado, destacando os símbolos do poder representados.” O aluno respondeu no respetivo teste de História: “O rei usa sapatos com salto alto, leggings, uma blusa com imensos folhinhos e bordados. Vê-se que a moda era uma das suas preocupações. Na minha opinião, podemos dizer que já naquela época existiam metrossexuais. Luís XIV é um exemplo.” É certo que o Rei Sol gostava que o retratassem como imperador, omnipresente e magnífico, sempre altivo nos retratos, nunca sorrindo – até porque a doença cedo lhe levaria os dentes. Vaidade? Talvez. Avarento? Um pouco, sim. Metrossexualidade? Era cedo para tal…
“D. Sebastião desapareceu em Alcácer do Sal?” estará à venda a partir de 7 março

O Marquês de Pombal que foi Presidente

A classificação média de História A no exame do Secundário é uma das piores entre todas as disciplinas. Nos últimos cinco anos rondou sempre os 10 valores. Foi negativa (9,3) em 2016, subindo em 2017 para 10,2. Mas excluindo o exame nacional do 12.º ano, a média de História A foi mesmo a mais baixa entre todas as disciplinas: 12,98 valores, atrás da Matemática (13,8) ou do Português (13,4).
O presidente da Associação de Professores de História, Miguel Monteiro de Barros, apresenta ao Observador uma das causas principais para este “estado de coisas”: “Os programas da disciplina de História A são demasiado extensos, para mais quando se equaciona a necessidade que professores e alunos sentem de que se lecionem todos os conteúdos que possam vir a estar presentes nas provas de História”. Defende por isso a redução desses programas e o desenvolvimento de competências históricas, “através da interpretação, da reflexão e da crítica de fontes”. Só assim, acrescenta, “se conseguem ultrapassar situações em que os alunos se limitam a cruzar informações avulsas recolhidas nas aulas com informações recolhidas na Internet. Os resultados dos exames refletem esta realidade”.
"Os alunos vão para o Secundário com falhas graves na língua portuguesa. Tudo se complica na História porque muitas vezes os textos que servem de base às perguntas são, por exemplo, medievais. Como é que os alunos, que mal sabem ler, vão saber interpretar e escrever? Não vão."
Luís Mascarenhas Gaivão
Às vezes a “investigação” (feita muitas vezes com recurso a resumos “abrasileirados” encontrados na Internet e pouco aprofundados) acaba por resultar em confusão e respostas com erros de palmatória. “A Internet pode ser prejudicial se não se seguirem as recomendações dos professores. São recomendados determinados sítios que os alunos deverão consultar. Mas nem sempre isso acontece. Muitas destas respostas um pouco absurdas têm mesmo a ver com isso: não se ouviu bem na sala de aula, não se anotou qual era a resposta certa, e depois, em casa, o estudo também não é devidamente feito. Por iniciativa própria tanto podem encontrar o trigo como o joio”, garante Isabel Moreira de Brito.
Luís Mascarenhas Gaivão, que durante três décadas foi professor do Ensino Básico e se aposentou há oito anos, garante que, apesar dos disparates que foi encontrando, os alunos, hoje como anteriormente, são “inteligentíssimos”. E explica: “Que ninguém pense o contrário. Em muitos dos disparares eu percebo que o aluno está a pensar. O problema é que demasiadas vezes preocupam-se em decorar o programa e não entendem a História. O professor esforça-se para que entendam. Mas nem sempre é fácil. Porque os professores estão a lecionar com um cutelo no pescoço.”
Cutelo? “As turmas são grandes demais, os programas extensos demais. O principal problema está no programa. Não está bem elaborado e não se adapta às idades dos alunos. São programas elaborados por ‘eminências’ ministeriais que não conhecem a realidade. É elaborado por professores? Muitas vezes são ‘professores’ que nunca lecionaram. Ou se lecionaram, só lecionaram no começo. Estão nos gabinetes e por lá continuam, não conhecem a realidade. Têm que perceber que uma criança não pode ter a mesma capacidade de raciocínio de um adolescente, por exemplo. Não tem as mesmas noções de tempo, de espaço, são noções ainda incipientes. E é por isso que surgem os erros”, explica o autor do livro “História de Portugal em Disparates”.
Não, este (outrora exilado) Presidente do Conselho não é Salazar mas, sim, Marcello Caetano. Salazar morreu bem antes do 25 de Abril. Mas um aluno não sabia (Créditos: Central Press/Getty Images)
Mas voltando ao “joio” da professora Isabel. Eis exemplos colhidos da História de Portugal. “O que aconteceu ao Presidente do Conselho com a revolução do 25 de Abril?” O aluno, desconhecendo certamente que o ditador morreu a 27 de julho de 1970, respondeu: “Salazar deixou de governar e foi para o exílio”. O presidente era, naturalmente, Marcello Caetano, e Caetano exilou-se mesmo (no Brasil) após a revolução. Já no livro “História de Portugal em Disparates”, de Luís Mascarenhas Gaivão, o 25 de Abril é descrito por um aluno (quase poeticamente, diga-se) como o dia em que os militares “disseram adeus à ditadura e olá à liberdade”. Outro há que garante: “Acabou-se com a PIDE e com a independência”, concluindo depois: “Já se podiam fazer deflamações do Estado e dizer bocas sem ir preso”.
Recuemos na História. “Indique a função desempenhada pelo Marquês de Pombal durante o reinado de D. José I.” A resposta foi: “O Marquês de Pombal era o Presidente da República do rei D. José.” Ser Presidente da República numa… Monarquia é complicado. Sebastião José de Carvalho e Melo era primeiro-ministro. Foi quaaaaase. Adiante. “Qual o nome do militar português responsável pela vitória em Aljubarrota?” O aluno responderia no teste: “Nuno Álvares Pereira, que tinha o título de Conde Estável.” Podia ter respondido apenas Nuno Álvares Pereira e a resposta estaria correta. Mas não: inventou. E trocou “condestável” por “ Conde Estável”. O posto de condestável do Reino foi criado por D. Fernando I, em 1382, e designava o comandante-supremo do Exército. O condestável era a segunda figura da hierarquia militar, logo a seguir ao monarca.
"Claro que é um desconsolo para um professor uma resposta disparatada. Mas nos casos em que a resposta errada não é um disparate total, em que o aluno trocou a informação mas percebeu o essencial, o raciocínio é obviamente aproveitado e tido em consideração na avaliação."
Isabel Moreira de Brito, professora e autora de "D. Sebastião desapareceu em Alcácer do Sal?"
O escritor José Saramago, por exemplo, viajou no tempo (até ao século XVIII) durante um teste de História. “Indique o nome do monarca responsável pela construção do Convento de Mafra.” A resposta: “O Convento de Mafra foi mandado construir por D. João V e o escritor Saramago escreveu num diário todos os pormenores da construção”. Mais uma vez, o aluno é “tramado” pelo excesso de resposta. E disparate, claro.
Como disparatada foi a resposta à pergunta: “Caracteriza o estilo manuelino”. “O estilo manuelino foi criado por D. Manuel I, um rei que era muito estiloso.” É certo que a exuberância das formas (nas áreas arquitectónica, decorativa e escultórica) carateriza o estilo manuelino. Mas o Convento de Cristo, em Tomar, e Mosteiro dos Jerónimos ou a Torre de Belém, em Lisboa, não são propriamente um muppie ambulante com a figura “estilosa” de D. Manuel I lá decalcada, qual anúncio da Benetton. A pergunta é idêntica no livro de Luís Mascarenhas Gaivão e a resposta igualmente um disparate: “O istilo Manuel Lino eram âncoras e cordas, ingreijas e casas com as pontas em bico. Tinham a característica do gosto da arte. Quadros sobre o mar e quadros sobre a Cruz de Cristo. Era feito com plantas, esferas e animais e caracterizava-se com as leis do mar e o material que era usado.”

A Estátua da Liberdade num avião em 1885?

Mas a restante História, que não só a de Portugal, também é maltratada em testes e exames. Num tempo, o século XIX, em que o transporte aéreo intercontinental não existia, à pergunta “refira qual o país que ofereceu a Estátua da Liberdade aos EUA” um aluno respondeu assim: “A Estátua da Liberdade foi feita pelos franceses, que a ofereceram aos americanos e, para isso, tiveram de transportá-la de avião.” Mesmo hoje, transportar uma estátua em bronze com 46 metros de altura e 158 toneladas de peso é missão difícil. Em abril de 1885 a estátua chegou aos Estados Unidos a bordo do navio francês Isère.
Vinte anos antes, a 14 de abril de 1865, o 16.º presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, foi alvejado num camarote do Teatro Ford, em Washington, pelo fundamentalista sulista John Wilkes Booth. Morreria. “Mencione em que circunstâncias foi assassinado o presidente norte-americano Abraham Lincoln?” “O presidente foi assassinado quando passava pelas ruas de Dallas num carro descapotável”, respondeu o aluno, confundindo Lincoln com… John F. Kennedy.
Gutenberg é “antigo”, sim, e nasceu em 1398. Mas pré-histórico não. Um aluno acreditava que sim. E que Gutenberg partilhou o tal período com dinossauros (Créditos: Rischgitz/Getty Images)
E à pergunta “defina Pré-História”, o que terá sido respondido? “Foi a época em que viveram os dinossauros e terminou com a invenção da escrita por Gutenberg.” Pobres dinossauros, que viveram na Terra há aproximadamente 245 milhões de anos, durante a era Mesozoica. E pobre Gutenberg, que foi “apenas” o criador do processo de impressão com tipos móveis, a tipografia. Definindo (bem) a Pré-História, é o período que se inicia com o aparecimento dos primeiros seres humanos na Terra e que perdurou até ao surgimento (cerca de 4000 a.C.) da escrita.
No livro “História de Portugal em Disparates” as definições de Pré-História são diferentes em quase tudo menos no erro. “A Pré-História é o que já passou há muitos anos, quando não havia quase nada do que há hoje”, responde um aluno no teste. Outro elabora mais: “Foi um tempo passado à milésimos de anos, onde viviam os povos primitivos e onde ezestiam animais que não há hoje.” E depois há o aluno “darwinista” que se ficou pelo símio, claro: “Foi com o início da terra, quando os animais eram grandes e monstruosos. As pessoas eram descendentes de macacos e, a partir de então, foram-se desenvolvendo, dando origem a novos macacos.”
“O meu disparate favorito? Acho que é este da Pré-História, sim. Acredite, o aluno respondeu-me mesmo isto no teste: que os homens primitivos descendiam dos macacos e que se desenvolveram originando novos macacos. E não é que é a mais pura verdade? Em parte, claro…”, graceja Luís Mascarenhas Gaivão.
“Ao escrever este livro a ideia não era ficar-me apenas pela história disparatada, pelo absurdo, pela história engraçada. Mas também contar um pouco a história como ela é”, garante Isabel Moreira de Brito. “É uma forma de os alunos perceberem que através do erro podem melhorar. É isso que faço na sala de aula. Hoje falei sobre o 25 de Abril ao 12.º ano. Sobre o início da revolução. E estava a falar em Otelo Saraiva de Carvalho. E a partir do erro de um outro aluno — que por acaso nem aparece aí no livro — disse-lhes: ‘Atenção, não é hotel; é o Otelo…’ Porque em mais do que um teste me apareceu ‘Hotel Saraiva de Carvalho’. Riram- se e perceberam, claro. Através de um pequeno erro, de uma história que acaba por ser uma simples graça, aprendem alguma coisa”. Luís Mascarenhas Gaivão tentou sempre fazer o mesmo: utilizar o erro para ensinar. “No livro, a minha ideia foi reescrever a História com os disparates dos alunos. Mas há aqui também uma preocupação didática. Ao citar o disparate, com alguns comentários ad hoc, vou chamando a atenção para aquilo que é o erro. A História é uma ciência. E como ciência que é, tem que ser rigorosa”, lembra.
Mas alunos há que preferem a Internet (e o aparente facilitismo que a mesma lhes proporciona) ao estudo. “Qual a obra criada durante o Iluminismo com o objetivo de compilar diferentes áreas do conhecimento e cultura?” Não, não foi a enciclopédia. Para um aluno da professora Isabel, “foi a Wikipedia”.
“História de Portugal em Disparates” chega às livrarias no dia 7 março

OBSERVADOR

946629b0-05e0-4d31-a47b-080e2c165728.jpg

360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia... 
... houve pré-acordo na Autoeuropa sobre os aumentos salariais, mas não sobre os novos horários de trabalho. As subidas de 3,2% (mínimo de 25 euros) eram uma das reivindicações da Comissão de Trabalhadores. A outra -- a dos novos horários que entrarão em vigor em agosto -- ficou para discutir em abril ou maio.

As bolsas afundaram depois dos impostos anunciados por Donald Trump às  importações de aço e alumínio. O Down Jones perdeu 500 pontos e Wall Street voltou a ter um dia para esquecer. "Cada dia é uma nova aventura", escreve o Washington Postsobre as consequências da volatilidade das decisões do presidente norte-americano. Em Portugal as perdas também foram acentuadas. E esta manhã Tóquio abriu a cair 3%.

Depois de Trump ter usado a mãe de todas as bombas, Putin anunciou o pai de todos os mísseis. O presidente russo anunciou uma nova linha de armas nucleares que já estão a ser testadas, podem atingir qualquer parte do mundo, são "indetectáveis e invencíveis". Os EUA desvalorizaram. Mas na CNN há quem fale em algo "arrepiante para todos".

Carles Puigdemont causou surpresa em Espanha e em concreto na Catalunha. A partir do exílio na Bélgica e via redes sociais, renunciou à presidência do governo catalão mas fez questão de indicar o seu substituto: Jordi Sànchez, que não só está preso, como também é inelegível. Em editorial, o El Paísdiz que o "único programa dos independentistas já é só a agitação".
Hoje é dia clássico e de se começar a definir o campeonato. O FC Porto recebe no Dragão o Sporting a partir das 20h30 e uma vitória deixa os sportinguistas a oito pontos e com a luta pelo título muito mais difícil. Mas Jesus não acredita num desaire. Do lado dos leões, além do castigado Gelson, confirma-se a baixa de Bas Dost por lesão. Os portistas continuam sem poder contar com Danilo e Soares.

Fora de campo, as notícias são outras. A PGR confirmou ter recebido uma denúncia anónima a acusar o FC Porto de  corrupção nos segundos 45 minutos do jogo com o Estoril. Os portistas negaram e prometeram responder em campo. E mostraram documentos em como o pagamento de 784 mil euros à equipa do Estoril aconteceu numa outra data e por outros motivos.

Nota ainda para o futebol na televisãoa RTP vai deixar de transmitir os jogos da Liga dos Campeões (que ainda não se sabe em que canal passará, o concurso termina hoje). Mas fica com a Taça e a Supertaça até 2020.




Outra informação importante Começa a pressão para Costa se definir. Mariana Mortágua exige que os socialistas clarifiquem o seu caminho até ao final da legislatura, em entrevista ao Miguel Santos Carrapatoso. “Mais cedo ou mais tarde o PS vai ter de decidir por que lado vai”, diz a bloquista. Que também critica o PSD de Rio e o papel de Marcelo na reaproximação entre PS e PSD.

Bloco que cometeu uma enorme "gaffe". Pediu que fosse ouvido em audição sobre o Portugal 2030 o antigo conselheiro de Estado e ex-presidente do Conselho Económico e Social Alfredo Bruto da Costa. O sociólogo morreu a 11 de novembro de 2016, aos 78 anos.

No PSD, o dia foi movimentado. Enquanto Fernando Negrão pedia desculpas aos deputados pelas críticas e "alguns exageros de linguagem", Rui Rio elogiava-lhe o tom "mais pausado" do primeiro debate e garantia também que a "turbulência no partido está atenuada". Talvez não por muito tempo, pois na reunião com Assunção Cristas (48 horas depois da que teve com Costa), acabou a dizer que o diálogo com o PS é tão natural como com o CDS. Mais tarde, mudaria a trajetória com o alerta de que a "economia está a definhar".

Na lei do financiamento partidário, os partidos decidiram ignorar o veto de MarceloPSD, PS, Bloco e PCP não alteram uma vírgula em relação ao fim do limite para a angariação de fundos. E apenas apresentaram alterações (à exceção do PCP) sobre o reembolso do IVA. A (nova?) lei é discutida e votada hoje de manhã.

Será mais um tema para deixar o Presidente insatisfeito. Ontem Marcelo exigiu que a investigação sobre o roubo (e devolução com bónus) em Tancos “vá mais longe e fundo”. E não se mostrou agradado com as actuais conclusões.

No julgamento da Operação Fizz, o ex-procurador Orlando Figueira revelou ter recebido ameaças de morte. Por isso pediu segurança para si e para a sua advogada.

Em Angola, a PGR vai investigar a administração de Isabel dos Santos à frente da Sonangol.

O mau tempo deixou marcas por todo o paísEstradas cortadasacesso ao Portinho da Arrábida em Setúbal destruído, voos cancelados, milhares de euros em prejuízos na Madeira, e mais de mil chamadas para os serviços de emergência. Por cá, a chuva e o vento vão continuar. Lá fora, a tempestade Emma está agora a provar o caos no Reino Unido, como mostra o The Telegraph, mas as imagens gélidas continuam por toda Europa como se pode ver na BBC.

A revista do Vaticano denunciou um escândalo de exploração do trabalho das freiras"Servem os homens da igreja, levantam-se de manhã para fazer o pequeno-almoço e vão dormir depois de o jantar ser servido", recebendo quase nada por isso. A responsável pelas freiras portuguesas diz que a situação "entristece a igreja". Uma das principais ativistas por um maior papel das mulheres na religião Católica diz que "são tratadas como pessoal de segunda".





Os nossos especiais 
El-Rei D. Sebastião desapareceu em Alcácer do Sal e outros (grandes) disparates dos alunos de História estão sintetizados em pelo menos dois livrosSerá que tantos erros são culpa e devem obrigar a mudar os programas da disciplina que tem as piores médias? Ou vamos continuar a ter respostas que envolvem Hotel Saraiva de Carvalho, o Presidente Marquês de Pombal e um general Inverno? O Tiago Palma falou com os autores, professores e historiadores.

Quem são os chineses que querem comprar o petróleo da Gulbenkian? A Ana Suspiro conta a história da CEFC China Energy, que depois de uma ascensão rápida e de um grande negócio na Rússia, avançou para a compra da Partex e dos seguros do Montepio. O problema são as dúvidas sobre a investigação de corrupção nos EUA.

Na visita a S. Tomé, Marcelo homenageou as vítimas do massacre de Batepá. Mas não pediu desculpaE será que se deve pedir desculpa pela História dos povos? Este foi o tema do Conversas à Quinta desta semana, entre José Manuel Fernandes, Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto.




A nossa opinião
  • Rui Ramos escreve sobre a "normalidade" política em Portugal: "O alargamento da geringonça ao PSD prenuncia um regime de confusão política, baixa participação, e redução do Estado às fortalezas regionais da oligarquia".
  • João Cândido da Silva escreve sobre a eleição de Negrão e a entrada da Santa Casa no Montepio: "Fernando Negrão esteve bem ao escolher o tema do Montepio para confrontar António Costa. A missão da Santa Casa não é a de se comprometer com o resgate de bancos em apuros".
  • Diana Soller escreve sobre o conflito na Síria: "Tornámo-nos um conjunto de países insensíveis que não está preocupado com o resto da humanidade? Não. O que mudou foram sobretudo duas coisas: as lições da história recente e o contexto internacional". 
  • Michel Seufert escreve sobre os apoios públicos a alunos o privado: "O esquema mental é visível no governo desde o início: perante políticas que permitem um acesso mais aberto ao ensino que as famílias livremente escolhem, há que conter o acesso de famílias carenciadas".



Notícias surpreendentesÉ uma das últimas tendências das dietas: as detox. Mas que febre é esta de limpar o corpo? E funciona? A Vera Novais foi falar com especialistas que alertam para fraude, desequilíbrios e até riscos de doenças graves.

Para algo completamente diferente, a partir de amanhã poder aprender a cozinhar com os chefs do hotel RitzHá aulas de pastelaria, cocktails, sushi e muito mais. As inscrições já estão abertas não é Diogo Lopes?

Quais foram os gadjets que mais chamaram a atenção no World Mobile Congress de Barcelona? O Manuel Pestana Machado elegeu sete, entre eles um telemóvel que faz lembrar o filme Matrix, um robot que lê emoções e óculos como os do Vegeta, do Dragon Ball. E testou-os todos.

A funkeira brasileira Ludmilla chegou... chegando. E para quem gosta há concertos em Lisboa e Esposende hoje e amanhã. A 9 e 10 de março é a vez do techno de Detroit para dançar no Beato com os Octave One.

Há uma nova série a conquistar o mundoChama-se "Lua de Papel", é espanhola, passa na Antena 3, e as máscaras à Dalí e os macacões das personagens são já dos acessórios mais procurados. Depois de 13 episódios iniciais, a segunda parte chega à Netflix a 6 de abril. Está tudo na Maag. (ah, e até tem fado na banda sonora).


Vai ser um fim-de-semana em cheio. Começa esta noite com o clássico FC Porto-Sporting e só termina na madrugada de segunda com a cerimónia dos Óscares, depois de um domingo que tem final do festival da Canção, eleições em Itália e referendo no SPD alemão. Se não quer perder pitada de nenhum dos grandes temas é fácil: esteja atento ao Observador

Bom fim-de-semana
Mais pessoas vão gostar da 360º. 

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue