quinta-feira, 7 de julho de 2016

HYPE SCIENCE - 7 DE JULHO DE 2016

Esse truque maluco faz você sentir um “campo de força” ao redor do seu corpo

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

Esse truque maluco faz você sentir um “campo de força” ao redor do seu corpo

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Esse truque maluco faz você sentir um “campo de força” ao redor do seu corpo
Posted: 06 Jul 2016 02:30 PM PDT
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Bem-vindo a Júpiter: sonda da NASA finalmente chega ao planeta gigante
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RTP - O ESSENCIAL

Sanções? Comissão Europeia já decidiu

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 7 Julho, 2016 
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Alexandre Brito
Subdiretor de Informação
Alexandre Brito

Bem-vindo

Queria uma vitória em 90 minutos? Portugal está na final do Campeonato da Europa de 2016. O último jogo é este domingo. O estado da Seleção Nacional, por estes dias, não podia ser melhor. E o Estado da Nação? São perguntas e respostas que serão chutadas esta tarde no debate da Assembleia da República. Isto num dia em que a Comissão Europeia avalia de novo o estado das contas nacionais, com a bola das sanções ainda no ar. O porta-voz do Executivo comunitário anunciou esta manhã que a decisão será revelada às 15h00.


Comissão Europeia já tomou a decisão sobre défice de Portugal


Comissão Europeia já tomou a decisão sobre défice de Portugal

“Portugal está plenamente empenhado em cumprir as recomendações” da Comissão Europeia relativas aos procedimentos por défice excessivo e garante o respeito pelas regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Ideia chave da carta enviada pelo primeiro-ministro ao presidente da Comissão Europeia. António Costa acrescenta que seria “injusto punir um Estado-membro que está no caminho certo para corrigir o défice excessivo” e que seria até “contraproducente” e “dificilmente entendido pelo povo português”. Hoje a Comissão Europeia voltou a reunir-se e às 15h00 vai anunciar as medidas a aplicar a Portugal.

Sanções podem perturbar os acordos de Governo


Sanções podem perturbar os acordos de Governo

Em entrevista à editora de política da Antena 1, Maria Flor Pedroso, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social reconhece que eventuais sanções por défice excessivo podem perturbar a governação e os acordos políticos. Vieira da Silva considera ainda “extraordinário” as “tentativas” que Pedro Passos Coelho e a sua ministra das Finanças “têm feito de se desresponsabilizar daquilo que aconteceu em 2015”. Veja aqui toda a entrevista.

Qual é o Estado da Nação?


Qual é o Estado da Nação?

O Estado da Nação vai estar em debate esta tarde na Assembleia da República. Ao longo de várias horas, Governo e Oposição vão esgrimar argumentos sobre a situação do país. Um “debate sobre política geral”, assim está escrito na página da AR, onde estarão certamente, como escreve aqui a Sandra Salvado, alguns dos temas fracturantes destes dias: sanções de Bruxelas, défice e sistema financeiro português. Um debate para acompanhar em direto na Rádio e Televisão de Portugal.

Acontece uma vez de quatro em quatro anos. E este ano é de Portugal!


Acontece uma vez de quatro em quatro anos. E este ano é de Portugal!

Portugal está na final do Europeu de futebol. A última vez que isso aconteceu foi em 2004, em Lisboa. Mas vamos esquecer esse dia que não correu bem. E pensar, acreditar, que é desta. Seja lá qual for o resultado, a Seleção Nacional já ganhou. Só duas equipas chegam lá. A outra, só hoje saberemos qual é. França ou Alemanha? Um jogo que pode acompanhar em direto na Rádio e Televisão de Portugal e no site da RTP.

O jogo, as emoções, os desabafos e a final


O jogo, as emoções, os desabafos e a final

Começo pelo jogo. Logo a seguir, n´O Essencial, proponho uma ligação vídeo para o resumo. Mas antes disso dois momentos que continuam a marcar as partilhas na Internet. O relato da Antena 1 dos golos. O primeiro, de Cristiano Ronaldo. O segundo, de Nani. Vale a pena ouvir. As emoções. Do capitão, que disse à RTP que o sonho de vencer um Europeu “está mais perto e acredito que vamos ganhar”. Mais controlado, disse o selecionador nacional: “Não fico muito eufórico com estas coisas”. Os desabafos. Fica registado o de Quaresma para quem criticou a equipa: “É convidá-los a vir à final”. Que vai ser em Paris. Portugal vai lá estar. No campo, mas também nas bancadas. Foi assim no jogo de ontem. Veja aqui uma fotogaleria que preparámos com os melhores momentos. 



A não perder
Lá em cima....

Lá em cima....

Escrevi ontem no meu Facebook que um jogador como Cristiano Ronaldo pode falhar uma, duas, ou até três vezes, mas depois marca e faz a diferença. E não é ser adivinho. É estatística. Claro que o futebol por vezes quebra estas contas dos números, mas tinha total confiança de que Portugal iria chegar à final. E chegou. Ronaldo marcou o primeiro. Bem lá em cima, onde poucos chegam. Nani fechou a conta. A Seleção Nacional venceu o País de Gales por 2-0. Foram 90 minutos de emoção e muitos nervos. Agora, bem mais calmo, veja aqui em 5 minutos o resumo do jogo que levou Portugal à final do Europeu. 









 
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EXPRESSO

O voo dos heróis

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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Pedro Santos Guerreiro
Por Pedro Santos Guerreiro
Diretor
 
7 de Julho de 2016
 
O voo dos heróis
 
Aquela é a imagem nítida da vitória. A imagem nitida de uma equipa que tinha tudo para perder e fez tudo para ganhar. O voo do Ronaldo para o 1-0 na meia final. O voo que o suspende acima da humanidade dos outros. O voo para o golo. O voo da seleção. O voo de Portugal. O voo para a final do Europeu de futebol.

É a imagem que está na primeira página do Record, “UM VOO IMORTAL”, ou “o voo fantástico de Cristiano Ronaldo [que] deu asas ao nosso sonho”, como escreve o diretor António Magalhães. A imagem que está na primeira página d’ O Jogo, “LINDO”. “PORTUGAL, JE T’AIME!”, titula A Bola. Tudo em letras maiúsculas. Percebe-se porquê.
Ficou 2-0. “Estamos na final! E, se perdermos, que se f...”, escreveu a Mariana Cabral, citando sem medo o herói maior, Cristiano Ronaldo, no texto sobre a noite de ontem que tem de ler se não puder ler mais nenhum. “Ainda há outros deuses (do futebol moderno) que de vez em quando nos fazem lembrar que o futebol também é jogar com o coração. Como o capitão português, Cristiano Ronaldo”.

Mas se quer ler outros textos, leia este, do Pedro Candeias, sobre Ronaldo. Foi escrito antes do jogo e deve ser lido depois. Como a contra-crónica habitual, que desta vez não deu para ser do contra porque na segunda parte tudo correu bem. “O único fact-checking que interessa é este: a jogar bem ou a jogar mal, estamos na final”, escreve o Azar do Kralj. “Renato acabou o jogo com a mesma idade com que começou”. Outra crónica, do Lá Em Casa Mando Eu: 22 análises especiais e uma palavra para Pepe, ex-paramilitar a soldo. E outra crónica, de José de Pina: “Fernando Santos é engenheiro eletrotécnico. É um homem da técnica e não da arte. O nosso engenheiro não tem um sistema de jogo, tem um sistema elétrico.”

O melhor em campo é o homem que voa”, porque Ronaldo negou as leis da física. Mas herói não é só Ronaldo. Nem só o discreto prodigioso Fernando Santos. Nem o Patrício, o Pepe, o miúdo que agora começa os jogos, o Rebelde que os termina, o meio-campo, a defesa. É a equipa que estava fragilizada, que só empatava, que não dava show. A seleção que se superou e nós com ela.

“Nunca mais é domingo”
, escreveu o Expresso cinco segundos depois de o jogo acabar. A final será contra a França ou contra a Alemanha. Disse Ronaldo: “sonhar é grátis”. Sonhar é já voar.
 

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OUTRAS NOTÍCIAS
Depois do “desvio colossal” de Gaspar, o “desvio enormíssimo” de Centeno. Mas o que é “um desvio do plano de negócios de três mil milhões de euros na Caixa”? Menos receitas? Mais custos? Imparidades? O ministro das Finanças não explicou e, pasme-se, nenhum dos deputados perguntou. O Negócios explica: a derrapagem resulta de descida dos juros, quando os planos iniciais esperavam um aumento; e o Económico especifica que esse desvio é acumulado entre 2014 e 2017.

Mário Centeno falava no Parlamento, onde arrancou ontem a Comissão Parlamentar de Inquérito à CGD, e responsabilizou o PSD pelos problemas. Passos Coelho ficou em silêncio mas Leitão Amaro falou: “Ministro misturou tudo e deu mais uma machadada na Caixa”.

Se a Caixa está à espera do novo presidente, o Novo Banco está… à espera de novo presidente. Stock da Cunha saiu, como anunciara. Aguarda-se a confirmação da entrada de António Ramalho.

Hoje há debate do Estado da Nação no Parlamento. Quer saber qual é? Veja-o em 12 gráficos. Fomos ver o estado da economia mas também quanto gastam os portugueses em saúde, se a criminalidade aumentou e qual a popularidade do Governo.

A Comissão Europeia decidiu não sancionar Portugal e passar a bola para o Ecofin. A novela prossegue, pois. No Público, António Costa esperar "serenamente".

Mais do que com sanções, estamos preocupados com medidas adicionais”, diz a agência de rating DBRS, no Observador.

Marcelo Rebelo de Sousa só vai ficar "descansado" quando for aprovado no Parlamento o Orçamento do Estado para 2017. Também no DN.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) revela que um problema informático atrasou os reembolsos do IRS.

Menos impostos é o que pedem os exportadores portugueses, cujas associações se reuniram com António Costa em São Bento.

Perto de 50 infrações nas primeiras horas de funcionamento dos novos radares, noticia o Público. O primeiro dos 30 novos radares em pontos “extremamente críticos” das estradas portuguesas foi instalado ontem na A5. O ACP diz que a existência da rede “é positiva” mas defende que os dispositivos devem ser colocados em “pontos negros”.

No fim da A5 está Cascais, que quer mais gente a andar de bicicleta e transportes públicos: terá até ao fim do próximo ano 70 quilómetros de ciclovias, 1200 bicicletas partilháveis e 1280 lugares de estacionamento automóvel gratuito junto às estações de transportes.

Foram reveladas as conclusões da Deloitte sobre se a resolução ou liquidação do BES seria pior para os credores: o relatório diz que num cenário de liquidação os credores comuns receberiam 31,7% da exposição que tinham ao antigo BES.

A Espírito Santo Property já reembolsou a segunda tranche de papel comercial, no montante de 4,8 milhões de euros. Estão já reembolsados 12 milhões de euros, 40% dos 30 milhões em causa. Se o programa continuar a ser cumprido, em 2020 esta sociedade terá sido a primeira do antigo Grupo Espírito Santo a reembolsar integralmente o papel comercial junto de investidores.

Sete anos de inquérito depois, foram reveladas as conclusões do relatório sobre a Guerra do Iraque. Segundo John Chilcot, presidente da comissão que investigou o envolvimento britânico no conflito armado, "concluímos que o Reino Unido escolheu juntar-se à invasão do Iraque antes de esgotar as opções pacíficas para um desarmamento. A ação militar não era, na altura, o último recurso". Tony Blair é fortemente criticado, o que o levou a publicar um comunicado dizendo que agiu no “melhor interesse” do Reino Unido, admitindo “pena, arrependimento e culpa”.

“A guerra no Iraque não foi um disparate nem um erro. Foi um crime”, escreve Owen Jones no The Guardian.

O Parlamento Europeu aprovou uma espécie de “programa de Governo” da UE: as prioridades estratégicas para o Programa de Trabalho da Comissão para 2017, num momento em que se debate o Brexit.

A libra continua a desvalorizar depois do referendo que aprovou o Brexit. Estás no valor mais baixo dos últimos 31 anos, explica o Financial Times. Baixou de 1,5 para 1,3 dólares no último mês.

Felipe González propõe que o PSOE aceite negociar com Mariano Rajoy. E que este forme governo o quanto antes. O ex-presidente do governo de Espanha defende-o em artigo de opinião no El Pais.

Oscar Pistorius foi condenado a seis anos de prisão pelo assassinato da sua namorada, Reeva Steenkamp. No New York Times.

O Tribunal Supremo de Angola abriu um processo disciplinar ao juiz que condenou ativistas políticos, incluindo Luaty Beirão, noticia o Público.

Dois homens, Mohammed Amri e Ali Oulkadi, acusados de terem ajudado Salah Abdeslam, o suspeito chave dos atentados de Paris, foram entregues pela Bélgica às autoridades francesas.

“A hipótese de um atentado em Portugal não deve alarmar a sociedade, mas também não pode ser descartada”, diz Alexandre Guerreiro, que esteve sete anos na secreta portuguesa, e publicou o livro “Islão, o Estado Islâmico e os Refugiados” (Quimera).

“Saddam Hussein era um gajo mau, certo? Ele era um gajo mau, mesmo mau (…) Mas sabem o que ele fazia bem? Ele matava terroristas”. Donald Trump defende que o Médio Oriente estaria melhor se os ditadores Saddam Hussein e Muammar Kaddafi permanecessem no poder. Num discurso de ontem, Trump não só elogiou Saddam como disse estar arrependido de ter retirado da sua conta no Twitter uma imagem considerada anti-semita, conta o New York Times.

A dois meses do início do ano letivo, o governo lançou um plano contra as praxes. Haverá medidas de prevenção. E uma linha telefónica e endereço eletrónico para denúncias de praxes abusivas.

Os sindicatos dos médicos querem uma reunião urgente com o Ministério da Saúde "exigindo um claro compromisso" para resolver " graves problemas", noticia o DN: incluindo a reposição do pagamento integral das horas extraordinárias, revisão da grelha salarial e a criação de incentivos são alguns dos pontos da lista.

"O povo português está a desaparecer", explica o Nicolau Santos. É o 2:59 desta semana.

Mas está sempre a aparecer. Heróis? Sim, ainda. Dulce Félix conquistou a medalha de prata nos 10 000 metros dos Europeus de Atletismo, que decorrem em Amesterdão.


FRASES
"Como havia um cogumelo grande que servia de apoio ao mais pequeno, ocorreu-me como é importante a posição do Presidente relativamente ao governo quando tem de enfrentar dificuldades”. Marcelo Rebelo de Sousa, citado no DN.

“A NATO pode ter muitos defeitos mas ainda é o único sítio onde os europeus pensam estrategicamente e o culpado disso chama-se EUA”. Bernardo Pires de Lima, no DN.

“A Comissão Europeia poderá propor sanções, mas é ao Conselho, onde a família PPE representa seis governos apenas, que competirá decidir. Os socialistas são muitos mais. Sanções a Portugal, só se a Esquerda quiser.” Nuno Melo, no Jornal de Notícias.

“O plano económico do governo ainda não tem pés, tronco e cabeça”. André Macedo, no DN.

“Graças à ganância do ecossistema do futebol, os melhores jogadores do mundo chegam mortos-vivos aos momentos mágicos da carreira.” Pedro Ferreira Esteves, no Negócios.


O QUE EU ANDO A LER
Tome já nota: ainda não é este sábado, mas a partir do seguinte (16 de julho), que o semanário Expresso passa a oferecer a coleção essencial de Camilo Castelo Branco. Aqui se falará entretanto disso, e do “Amor de Perdição”, primeiro livro distribuído. Mas hoje é dia de heróis. E “o que eu ando a ler” é o que o caro leitor devia ver e mostrar aos amigos, aos filhos, aos filhos dos amigos e aos amigos dos filhos. Porque se para quem sabe a história este documentário é um prodígio para a memória, para quem não sabe ele é um ensinamento.

Ele era ainda criança quando viu a mãe ser mortalmente atropelada. Teve "de criar-se a si mesmo", "de cantar, de rir-se mais alto que os outros", de "criar esta personalidade que o ajuda a crescer", "mais extrovertido, mais contador de histórias, mais risota". "Ele como pessoa era um falso alegre", "tinha uma tristeza natural de ter ficado órfão muito cedo".

Em criança ele era o Fernando, no liceu era o Maia, na história ficou Salgueiro Maia. Na história do 25 de abril. Na história de Portugal.

Era um aspirante que fazia perguntas, a pergunta "porquê?", numa voz “que se notava”, com "um certo sentido de humor", ele "era uma pessoa de ação". O 25 de abril começou para ele em novembro. Na madrugada certa, a coluna marchou para Lisboa. A coluna que a mulher, Natércia, viu por entre as frinchas dos estores.

"Há ali a construção de um sonho. E é uma construção a dois. E ele vai-se embora". Pausa. Lágrimas. "É difícil." Ele dissera à saída: "Se isto correr mal, se eu chegar a Lisboa e não aparecer ninguém eu escaqueiro aquilo tudo". "Ele ia para os cornos do boi". E foi.

Em Lisboa, avançaria contra o tanque na Rua do Arsenal com uma granada no bolso. "Os únicos atos individuais de coragem foram feitos pelo Fernando, quando ele vai sozinho enfrentar os carros de combate na Ribeira das Naus" ou quando entra no Quartel do Carmo, "ele vai sozinho, não arrasta ninguém com ele. É um ato de coragem individual muito grande". De coragem e respeito. “Fez a continência ao primeiro-ministro que prendeu”.

“Vencer sem combater”, foi o que ele fez. "É no limite que as coisas não correm desastrosamente", quer na rua do Arsenal, “quer depois no Carmo", quando o helicóptero sobrevoa. “É nosso”, disse ele. Não sabia se era.

Seria depois maltratado pela hierarquia militar, posto na prateleira, "nunca lhe perdoaram ele ser o herói do 25 de abril". Mas o pior trato seria do cancro que o matou, o cancro de que já toda gente sabia menos a mulher, que ele quis poupar. No fim "o gajo ganhou". O gajo era o cancro. Quis ser enterrado em campa rasa "no caixão mais barato que houver", pediu que cantassem a Grândola Vila Morena, para que os oportunistas ao menos tivessem de a cantar ou ouvir.

"O capitão que enganou a tristeza" é um documentário em vídeo do Expresso sobre o herói Fernando Salgueiro Maia. Um trabalho documental, histórico, testemunhal, que está para ser visto e fica para ser revisto. O trabaho da Manuela Goucha Soares e do João Santos Duarte, com grafismo do João Roberto, deixa-nos emocionados. Do princípio ao fim.

"Estamos a fazer isto para que ninguém mais tenha de sair de Portugal por causa do que diz, escreve ou pensa", disse Salgueiro Maia no Carmo a Adelino Gomes, que fora seu colega de liceu. E o jornalista explica:

"É uma definição da liberdade".

É uma definição da liberdade.

Tenha um dia bom. Afinal, hoje é dia de heróis.
 
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